quinta-feira, 11 de abril de 2019

Fundador do WikiLeaks é preso e pode ser extraditado para os EUA

Depois de sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres, o anarquista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, uma empresa dedicada a piratear segredos de Estado e de grandes empresas, foi preso hoje. Ele pode ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de conspiração para invadir computadores e roubar documentos sigilosos.

O Equador suspendeu o asilo e autorizou a polícia britânica a entrar na embaixada e prender Assange, acusado no Reino Unido de violar os termos de sua liberdade condicional. Quando entrou na embaixada, Assange tinha contra si um mandado de prisão pan-europeu emitido pela Procuradoria-Geral da Suécia, que pretendia interrogá-lo por acusação de crimes sexuais.

Mais tarde, a Suécia retirou as acusações, mas Assange não poderia deixar a embaixada sem ser preso pela polícia britânica por violar os termos de sua liberdade condicional enquanto aguardava o julgamento do pedido de extradição para a Suécia.

Nos EUA, Assange é acusado de conspiração para violar computadores e roubar documentos sigilosos no caso que levou à prisão o soldado Bradley Manning, que mudou de sexo e hoje se chama Chelsea Manning. Mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado foram revelados pelo WikiLeaks.

Durante a campanha eleitoral de 2016, o então candidato Donald Trump pediu publicamente ao WikiLeaks que pirateasse o correio eletrônico da candidata democrata, Hillary Clinton, que usou um servidor privado quando era secretária de Estado.

"Eu amo o WikiLeaks", declarou Trump, que hoje tentou se distanciar de Assange. O WikiLeaks divulgou mensagens de correio eletrônico do Partido Democrata dos EUA pirateados pelo serviço secreto militar da Rússia em suas manobras para favorecer Trump. Assange afirmou que trabalhava contra Hillary para evitar uma nova guerra mundial.

O grande debate é se Assange agiu apenas para divulgar informações. Neste caso, estaria protegido pelo direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição americana.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou "energicamente a detenção de Julian Assange e a violação da liberdade de expressão". O australiano se refugiou na embaixada equatoriana quando o país era governado pelo chavista Rafael Correa, aliado de Morales e da ditadura venezuelana. Seu sucessor e ex-aliado Lenin Moreno rompeu com Correa e hoje apoia o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

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