Com o fim do califado no Oriente Médio, o Estado Islâmico tenta expandir suas atividades para outras regiões da Terra, inclusive no Centro da África. Ontem, a Amaq, agência oficial de propaganda da organização terrorista, reivindicou a responsabilidade por uma ação na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo.
Pelo relato da Amaq, militantes da Província do Estado Islâmico na África Central atacaram soldados do Exército do Congo, matando três e ferindo outros cinco, na localidade de Kamango. Militantes islamitas atacam a região há muitos anos, mas foi a primeira vez que a agência do Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por uma ação armada no Congo.
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, do inglês), um grupo jihadista da vizinha Uganda, são mais ativas na região e têm adotado palavras de ordem e bandeiras do Estado Islâmico.
Ao perder os territórios que havia conquistado na Síria e no Iraque, uma área do tamanho do Reino Unido, o Estado Islâmico regrediu, voltando a ser apenas um grupo terrorista clandestino, sem uma base territorial. Os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris foram um sinal de que o projeto original do califado estava destinado ao fracasso.
A expansão internacional é a tentativa de conter o declínio. A própria Amaq admite que a série de ataques em outros países, inclusive no Congo, faz parte da Campanha de Vingança pela Abençoada Província do Levante.
Desde 1996, as ADF lideram uma revolta na fronteira entre o Congo e Uganda com o objetivo de impor a lei islâmica e sucesso limitado a algumas vilas remotas perdidas em meio à floresta tropical africana. A aliança com o Estado Islâmico não aumentou sua capacidade militar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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