A primeira-ministra conservadora Theresa May pediu hoje uma prorrogação até 30 de junho do prazo para a retirada do Reino Unido da União Europeia (UE) se o Parlamento Britânico não aprovar o acordo de saída até 12 de abril, o prazo atual. O adiamento obrigaria o país a realizar em maio eleições para o Parlamento Europeu.
O pedido indica que May não tem esperança de conseguir aprovação para o acordo concluído em novembro de 2018 com os outros 27 países-membros do bloco europeu. A proposta foi rejeitada três vezes e todas as alternativas foram rejeitadas pela Câmara dos Comuns.
Desde 2 de abril, a primeira-ministra tenta um acordo com o líder da oposição, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. A manobra não é bem vista pela ala mais extremista e antieuropeia do Partido Conservador. O plebiscito de 23 de junho de 2016 foi convocado pelo então primeiro-ministro, David Cameron, na expectativa de pacificar o partido. Acabou provocando o atual caos na política britânica.
May vai usar a ameaça de eleições europeias e de um adiamento de longo prazo para tentar enquadrar seus radicais.
Ontem, o presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk sugeriu um adiamento por um ano, um prazo suficientemente longo para o Reino Unido decidir seu futuro. Tusk faz parte do grupo contrário à Brexit (saída britânica). Um prazo tão longo permitiria reverter o processo.
A questão será discutida na próxima reunião de cúpula da UE, em 10 de abril.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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