terça-feira, 2 de abril de 2019

Brexit custa 600 milhões de libras por semana ao Reino Unido

Com base nos cortes de investimentos e no consumo doméstico, o Reino Unido perde 600 milhões de libras (R$ 3 bilhões) por semana desde o plebiscito de 23 de junho de 2016, que aprovou a saída do país da União Europeia, concluiu um estudo do banco de investimentos americano Goldman Sachs. O produto interno bruto está 2,4% abaixo do que estaria sem Brexit.

A expectativa é que US$ 1 trilhão (R$ 3,85 trilhões) deixem o centro financeiro de Londres. A companhia aérea de voos baratos Easy Jet registrou seu pior resultado no primeiro trimestre de 2019, com prejuízo de 275 milhões de libras (R$ 1,4 trilhão). A empresa de turismo Thomas Cook reduziu a propaganda na televisão em 74% neste ano citando "incerteza do consumidor, especialmente no Reino Unido". E as indústrias automobilísticas japonesas Honda e Nissan fecharam fábricas.

"As perdas na produção se concentram no investimento e no consumo pessoal", observou SvenJari Stehn, economista do Goldman Sachs em Londres. "O enorme impacto sobre o investimento sugere que a incerteza associada à Brexit pode ser uma das principais fontes do custo econômica da Brexit."

O caos e a incerteza no Reino Unido afetaram as outras grandes economias da Europa, especialmente nas economias mais ligadas ao país: "O freio do crescimento mais fraco no Reino Unido foi sentido com mais força em países como a Alemanha e a França."

Mas não se limitou a esses países e nem à Europa: "O choque de falta de confiança global, teve um grande impacto sobre outras economias, como Itália e Espanha, por causa da venda de ativos de risco. Seus efeitos foram muito além, com Estados Unidos, Japão e Canadá experimentando trava no PIB."

Se o Reino Unido ficar na UE, os custos e prejuízos ligados à Brexit podem ser recuperados e a confiança das empresas retomada. Um acordo de transição para a saída da UE permitiria uma recuperação parcial.

"Na hipótese de uma saída sem acordo, o Reino Unido sofrerá grandes perdas na produção, em conjunção com um choque substancial na confiança global e uma nítida depreciação da libra", previu o Goldman Sachs.

Hoje a primeira-ministra Theresa May anunciou que vai pedir uma prorrogação do prazo de saída até 22 de maio. A UE havia concordado, se a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico aprovasse o acordo fechado em novembro de 2018. Sem a aprovação o prazo atual vence em 12 de abril.

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