O principal candidato derrotado na eleição presidencial da República Democrática do Congo, Martin Fayulu, supostamente vítima de uma fraude maciça, voltou ontem a Kinshasa e prometeu liderar uma onda de manifestações de protesto para derrubar o presidente Félix Tshisekedi.
"Eu disse a vocês que vocês são mais fortes do que as armas. Os amigos sudaneses e argelinos não recorreram às armas", declarou Fayulu, referindo-se às rebeliões populares na Argélia e no Sudão. "Nós precisamos nos entender para dizer a Félix Tshisekedi que renuncie. Ele precisa sair."
Também ontem, os seis líderes da coalizão Lamuka, que apoiou Fayulu na eleição presidencial de dezembro de 2018, decidiram transformá-la numa aliança permanente. Eles acusam o ex-presidente Joseph Kabila de continuar mandando no país por força de um acordo com Tshisekedi para apoiar sua eleição em troca de garantias de impunidade.
Quando o mesmo grupo se reuniu na Suíça antes da eleição para firmar o pacto oposicionista, Tshisekedi estava junto. Depois, retirou sua assinatura.
A decisão de criar uma aliança permanente mostra a unidade das oposições e a incapacidade de Tshisekedi de ampliar o apoio a seu governo, que vai continuar dependendo do grupo leal a Kabila para se manter no cargo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Líder da oposição volta ao Congo pedindo campanha para afastar Tshisekedi
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