A uma semana do início das eleições gerais, o Banco da Reserva da Índia (BRI) reduziu ontem sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 6% ao ano e pressionou os bancos privados a repassarem o corte aos consumidores, noticiou o jornal The Economic Times.
Ao justificar a medida, o presidente do banco central, Shaktikanta Das, citou a desaceleração do crescimento, a debilidade do investimento e a redução no fluxo de crédito para pequenas e médias empresas.
Com a proximidade das eleições, a oposição deve acusar Das de fazer o jogo do primeiro-ministro Narendra Modi, que mudou o presidente do banco central na expectativa de que um crescimento mais robusto lhe garanta a reeleição. Nos Estados Unidos, o Conselho da Reserva Federal (Fed) não mexe nas taxas de juros em período eleitoral.
A estagnação da renda dos agricultores, a baixa geração de empregos e a fraqueza no investimento ameaçam a vitória do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu e conservador, parte da onda neopopulista de direita.
Modi se elegeu há cinco anos prometendo defender os valores tradicionais da Índia e acelerar o desenvolvimento econômico. Seu maior adversário é Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, filho, neto e bisneto dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, Indira Gandhi e Jawaharlal Nehru.
Em 2014, Rahul liderou o Partido do Congresso em sua maior derrota. A bancada encolheu de 206 para 44 deputados na Lok Sabha, a Câmara do Parlamento da Índia, que tem hoje 545 cadeiras.
Nas últimas pesquisas, a Aliança Democrática Nacional, liderada pelo BJP de Modi, teve de 34% a 41% votos contra 28% a 31% para a Aliança Progressista Unida, de Rahul, com 28% a 38% dos votos indo para partidos menores, alguns regionais. A metade das pesquisa indica que talvez nenhuma aliança consiga maioria absoluta.
A Índia é o país que mais cresce entre as dez maiores economias do mundo, mas ainda não é o suficiente para resgatar centenas de milhões de indianos que vivem na miséria.
O Escritório Central de Estatísticas reduziu de a estimativa de avanço do produto interno bruto de 7,2% para 7% no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2019 por causa do baixo crescimento das exportações em janeiro e fevereiro. A meta do governo é 7,5% ao ano.
Em 2018, o PIB indiano cresceu 7,3% para um total de US$ 2,69 trilhões. É a sétima maior economia do mundo, depois de EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, pelo ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ultrapassou a Itália e o Brasil.
Maior democracia do mundo, com 1,34 bilhão de habitantes e cerca de 900 mil eleitores. A votação será dividida em sete dias - 11, 18, 23 e 29 de abril e 6, 12 e 19 de maio - de modo que o Exército possa se deslocar pelo país para garantir a segurança das eleições. A apuração oficial começa em 23 de maio e os resultados devem sair três dias depois.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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