sábado, 6 de abril de 2019

Netanyahu promete anexar colônias da Cisjordânia ocupada

Sob pressão na reta final da campanha para as eleições de terça-feira, 9 de abril, com pesquisas indicando vitória da oposição, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que vai "ampliar a soberania israelense", anexando definitivamente as colônias judaicas na Cisjordânia ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Em entrevista ao canal 12 da televisão de Israel, Netanyahu descartou a criação de um Estado nacional palestino, prometeu controlar a segurança na Cisjordânia e estender a soberania israelense aos mais de 400 mil colonos assentados no território árabe ocupado. Na sua visão, um país palestino "ameaçaria nossa existência".

O reconhecimento pelos Estados Unidos no mês passado da anexação ilegal por Israel das Colinas do Golã, ocupadas na mesma guerra, criou um precedente perigoso ao violar uma norma da sociedade internacional pós-Segunda Guerra Mundial. A Carta das Nações diz expressamente que "é vedada a guerra de conquista".

Netanyahu havia avisado o presidente Donald Trump. Não pretende retirar nem nenhuma pessoa das colônias instaladas na Cisjordânia. O radicalismo de Netanyahu no fim da campanha é uma tentativa de tirar votos dos partidos de extrema direita e atraí-los para o Likud.

A coalizão Azul e Branco, liderada pelo general Benny Gantz, ex-comandante militar de Israel, e pelo ex-apresentador de televisão Yair Lapid, está na frente nas últimas pesquisas. Deve eleger entre 28 e 32 deputados, enquanto o Likud teria de 28% a 31%. Mas o primeiro-ministro tem mais chances de formar uma coalizão com pelo menos 61 deputados, a maioria absoluta da Knesset, de 120 cadeiras.

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