Os preços do petróleo atingiram hoje os níveis mais altos desde outubro de 2018, depois que os Estados Unidos anunciaram o fim das isenções às sanções a países que importem petróleo do Irã. Com a crise na Venezuela, o reinício da guerra civil na Síria e as sanções ao Irã, a oferta de petróleo está em queda.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril de petróleo do tipo West Texas Intermediate, padrão do mercado americano, subiu 2,3% para US$ 65,50, enquanto em Londres o petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, foi vendido a US$ 73,64, também com alta de 2,3%.
Em maio do ano passado, o presidente Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo assinado em 2015 para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano e anunciou sanções a empresas iranianas e de todos os países que façam negócios com o Irã.
Num recuo parcial, o governo Trump deu em novembro um prazo de 180 dias para que países como a China, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e a Turquia continuassem importando petróleo iraniano. Este prazo vence em 1º de maio. Agora, a Casa Branca quer zerar as exportações de petróleo do Irã.
Os EUA esperam que aliados como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos aumentem a produção para manter a oferta global de petróleo.
"A pressão máxima sobre o regime iraniano significa pressão máxima. Por isso, os EUA não vão aceitar quaisquer exceções à importação de petróleo iraniano", declarou no Twitter o secretário de Estado, Mike Pompeo. "O mercado global está bem suprido. Estamos confiantes de que vai permanecer estável."
Desde o início de 2019, os preços do petróleo subiram 41%. A nova medida reforça esta tendência. As vendas externas do Irã devem cair abaixo dos 1,4 milhão de barris por dia exportados pela República Islâmica nos três primeiros meses do ano. Devem cair pela metade, mas dificilmente serão zeradas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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