O Departamento da Justiça dos Estados Unidos denunciou dois agentes chineses e cinco piratas cibernéticos de tentar roubar segredos industriais e a propriedade intelectual de 13 empresas americanas durante um período de cinco anos.
A maior preocupação do governo Donald Trump é com o roubo de informações que aumentam a capacidade militar da China em áreas como turbinas para aviões a jato e o setor aeroespacial como um todo.
Trump luta para manter a superioridade militar dos EUA diante do crescimento acelerado da China, que deve se tornar a maior economia do mundo, com todas as consequências estratégicas. A guerra comercial deflagrada pelo presidente americano também visa claramente a conter a China, tentando repetir o que foi feito contra a União Soviética durante a Guerra Fria.
A denúncia dos EUA aconteceu menos de um mês depois da prisão na Bélgica de um agente chinês que tentava aliciar um empregado da indústria aeroespacial americana para obter informações confidenciais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Trump ameaça enviar 15 mil soldados à fronteira com o México
Com medo de perder a maioria na Câmara dos Representantes nas eleições de 6 de novembro, o presidente Donald Trump usa a imigração ilegal como tema central da campanha. Diante do avanço de uma caravana com 7 mil centro-americanos, o presidente prometeu hoje enviar 15 mil soldados do Exército para a fronteira dos Estados Unidos com o México, noticiou o jornal The Washington Post.
"Vamos ter entre 10 e 15 mil soldados, além da Patrulha de Fronteiras e da Agência de Alfândega e Imigração (ICE)", afirmou Trump em comício na Flórida, dois dias depois de anunciar o envio de 5,2 mil. "Ninguém vai entrar. Não vamos deixar estas pessoas entrarem."
A maioria dos imigrantes foge da violência e da miséria de Honduras. Eles viajam a pé em grupos ou caravanas para não serem alvos fáceis de bandidos. Vão levar semanas para chegar aos EUA, mas aí as eleições terão passado. Trump acusa a oposição democrata de querer abrir as fronteiras do país e alega haver bandidos e terroristas muçulmanos na caravana sem apresentar nenhuma prova disso.
Ontem, o general responsável pela operação revelou que 5.239 soldados do Exército rumam para a fronteira para se somar a 2.092 membros da Guarda Nacional que já estão lá. Se o total de militares do Exército chegar a 15 mil, será o equivalente ao número de tropas que os EUA mantêm hoje no Afeganistão e mais de três vezes o tamanho da força que está no Iraque.
Os críticos de Trump descrevem a medida como uma manobra eleitoreira. Nos EUA, o voto não é obrigatório. O Partido Democrata, de oposição, está mobilizado por causa da impopularidade do presidente, aprovado por apenas 36% dos americanos.
Trump tenta fazer destas eleições intermediárias, de meio de mandato, as "eleições da caravana". Também insistiu hoje numa proposta inviável, de retirar o direito à cidadania americana de bebês que nascerem nos EUA de pais que não tenham direito legal a residir no país.
Este direito à cidadania é garantido pela Emenda nº 14 à Constituição dos EUA, de 1868, que só pode ser alterada por 2/3 das duas casas do Congresso e a ratificação por 75% dos estados da União. Trump e aliados alegam que não se aplica a imigrantes ilegais.
"Vamos ter entre 10 e 15 mil soldados, além da Patrulha de Fronteiras e da Agência de Alfândega e Imigração (ICE)", afirmou Trump em comício na Flórida, dois dias depois de anunciar o envio de 5,2 mil. "Ninguém vai entrar. Não vamos deixar estas pessoas entrarem."
A maioria dos imigrantes foge da violência e da miséria de Honduras. Eles viajam a pé em grupos ou caravanas para não serem alvos fáceis de bandidos. Vão levar semanas para chegar aos EUA, mas aí as eleições terão passado. Trump acusa a oposição democrata de querer abrir as fronteiras do país e alega haver bandidos e terroristas muçulmanos na caravana sem apresentar nenhuma prova disso.
Ontem, o general responsável pela operação revelou que 5.239 soldados do Exército rumam para a fronteira para se somar a 2.092 membros da Guarda Nacional que já estão lá. Se o total de militares do Exército chegar a 15 mil, será o equivalente ao número de tropas que os EUA mantêm hoje no Afeganistão e mais de três vezes o tamanho da força que está no Iraque.
Os críticos de Trump descrevem a medida como uma manobra eleitoreira. Nos EUA, o voto não é obrigatório. O Partido Democrata, de oposição, está mobilizado por causa da impopularidade do presidente, aprovado por apenas 36% dos americanos.
Trump tenta fazer destas eleições intermediárias, de meio de mandato, as "eleições da caravana". Também insistiu hoje numa proposta inviável, de retirar o direito à cidadania americana de bebês que nascerem nos EUA de pais que não tenham direito legal a residir no país.
Este direito à cidadania é garantido pela Emenda nº 14 à Constituição dos EUA, de 1868, que só pode ser alterada por 2/3 das duas casas do Congresso e a ratificação por 75% dos estados da União. Trump e aliados alegam que não se aplica a imigrantes ilegais.
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Oposição lidera pesquisa na República Democrática do Congo
O principal candidato da oposição à Presidência da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, abriu uma boa vantagem sobre seus adversários na disputa da eleição presidencial de 23 de dezembro de 2018, anunciou hoje a Rádio France International Afrique (RFI Afrique).
Como o presidente Joseph Kabila está proibido de concorrer a um terceiro mandato pela Constituição, a eleição foi adiada por dois anos. Com seu candidato, Emmanuel Ramazani Shadary, mal nas pesquisas, a expectativa é uma grande fraude eleitoral promovida por Kabila e aliados para manter o poder.
Os dois políticos mais populares do antigo Congo Belga, Moise Katumbi e Pierre Bemba, estão proibidos de concorrer. Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, filho do ex-primeiro-ministro Étienne Tshisekedi, líder da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), é o favorito com 36% das preferências do eleitorado.
Em segundo lugar, vem Vital Kamerhe, com 17%. O ex-ministro do Interior Ramazani Shadary está em terceiro, com 16%, seguido por Martin Fayulu e Freddy Matungulu.
A pesquisa foi realizada pelo Birô de Estudos, Pesquisas e Consultoria Internacional (BERCI) do Grupo de Estudos sobre o Congo da Universidade de Nova York. De 29 de setembro a 15 de outubro, ouviu 1.179 pessoas maiores de 18 anos nas 26 províncias do Congo.
Cerca de 76% dos entrevistados disseram ter uma "boa opinião" da oposição e 70% gostariam de ver uma candidatura única de oposição. Só 18% aprovam o presidente Kabila. Em junho, eram 21%. Mais da metade, 57%, desaprovam a candidatura de oposição.
Joseph Kabila é filho do guerrilheiro Laurent Kabila, que derrubou em 1997 o ditador sanguinário Joseph Mobutu, dando início a uma guerra civil conhecida como Primeira Guerra Mundial Africana.
Até 2002, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome e epidemias causadas pelo conflito. Joseph está no poder desde que o pai foi assassinado, em janeiro de 2001.
Como o presidente Joseph Kabila está proibido de concorrer a um terceiro mandato pela Constituição, a eleição foi adiada por dois anos. Com seu candidato, Emmanuel Ramazani Shadary, mal nas pesquisas, a expectativa é uma grande fraude eleitoral promovida por Kabila e aliados para manter o poder.
Os dois políticos mais populares do antigo Congo Belga, Moise Katumbi e Pierre Bemba, estão proibidos de concorrer. Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, filho do ex-primeiro-ministro Étienne Tshisekedi, líder da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), é o favorito com 36% das preferências do eleitorado.
Em segundo lugar, vem Vital Kamerhe, com 17%. O ex-ministro do Interior Ramazani Shadary está em terceiro, com 16%, seguido por Martin Fayulu e Freddy Matungulu.
A pesquisa foi realizada pelo Birô de Estudos, Pesquisas e Consultoria Internacional (BERCI) do Grupo de Estudos sobre o Congo da Universidade de Nova York. De 29 de setembro a 15 de outubro, ouviu 1.179 pessoas maiores de 18 anos nas 26 províncias do Congo.
Cerca de 76% dos entrevistados disseram ter uma "boa opinião" da oposição e 70% gostariam de ver uma candidatura única de oposição. Só 18% aprovam o presidente Kabila. Em junho, eram 21%. Mais da metade, 57%, desaprovam a candidatura de oposição.
Joseph Kabila é filho do guerrilheiro Laurent Kabila, que derrubou em 1997 o ditador sanguinário Joseph Mobutu, dando início a uma guerra civil conhecida como Primeira Guerra Mundial Africana.
Até 2002, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome e epidemias causadas pelo conflito. Joseph está no poder desde que o pai foi assassinado, em janeiro de 2001.
Guerrilha colombiana faz mineração ilegal de ouro na Venezuela
O Exército de Libertação Nacional (ELN), maior grupo guerrilheiro colombiano desde o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), está minerando ouro ilegalmente no Leste da Venezuela, a centenas de quilômetros da fronteira entre os dois países, noticiou ontem o jornal britânico The Guardian.
Em meio ao caos da economia venezuelana, o ELN, engrossado por ex-rebeldes das FARC, e outros grupos armados clandestinos aproveitam a oportunidade para ganhos ilícitos, provocando conflitos entre colombianos e venezuelanos que causaram a morte de pelo menos sete mineiros.
As minas clandestinas ficam em Tumerero, no estado de Bolívar, perto da fronteira da Venezuela com a Guiana. O pior confronto durou três dias, de 14 a 17 de outubro. Nos últimos dois anos, pelo menos 107 pessoas foram mortas em massacres em Bolívar
Com a pior crise de uma economia desenvolvida da história, um quilo de carne custa mais do que o salário médio de uma semana de trabalho. Mais de 80% dos venezuelanos caíram na miséria e mais de 4 milhões fugiram do país.
Quem ficou luta desesperadamente para conseguir algum dinheiro. A mineração ilegal é uma das opções, apesar de todos os riscos. A ditadura de Nicolás Maduro nega a presença de guerrilheiros colombianos no país.
Como o regime chavista é de esquerda e acusa a Colômbia, aliada dos Estados Unidos, de interferir na política interna venezuelana, há muitos anos a Venezuela acolhe guerrilheiros colombianos.
Um analista do International Crisis Group. Bram Ebus, acredita que o ELN tem a intenção de dominar a região mineradora e ficar lá por um longo tempo. Américo de Grazia, da oposição venezuelana denuncia a conivência da ditadura de Maduro: "O silêncio é consentimento. Eles sabem que o ELN está em ação no estado de Bolívar."
Em meio ao caos da economia venezuelana, o ELN, engrossado por ex-rebeldes das FARC, e outros grupos armados clandestinos aproveitam a oportunidade para ganhos ilícitos, provocando conflitos entre colombianos e venezuelanos que causaram a morte de pelo menos sete mineiros.
As minas clandestinas ficam em Tumerero, no estado de Bolívar, perto da fronteira da Venezuela com a Guiana. O pior confronto durou três dias, de 14 a 17 de outubro. Nos últimos dois anos, pelo menos 107 pessoas foram mortas em massacres em Bolívar
Com a pior crise de uma economia desenvolvida da história, um quilo de carne custa mais do que o salário médio de uma semana de trabalho. Mais de 80% dos venezuelanos caíram na miséria e mais de 4 milhões fugiram do país.
Quem ficou luta desesperadamente para conseguir algum dinheiro. A mineração ilegal é uma das opções, apesar de todos os riscos. A ditadura de Nicolás Maduro nega a presença de guerrilheiros colombianos no país.
Como o regime chavista é de esquerda e acusa a Colômbia, aliada dos Estados Unidos, de interferir na política interna venezuelana, há muitos anos a Venezuela acolhe guerrilheiros colombianos.
Um analista do International Crisis Group. Bram Ebus, acredita que o ELN tem a intenção de dominar a região mineradora e ficar lá por um longo tempo. Américo de Grazia, da oposição venezuelana denuncia a conivência da ditadura de Maduro: "O silêncio é consentimento. Eles sabem que o ELN está em ação no estado de Bolívar."
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Londres fecha rua a veículos poluentes para melhorar qualidade do ar
A City, o centro financeiro de Londres, vai fechar um trecho de uma suas ruas, a Moor Lane, a partir de abril, ao trânsito de veículos poluentes para reduzir as emissões de gases tóxicos de uma de suas áreas mais movimentadas.
Uma consulta pública iniciada hoje vai decidir se a proibição será permanente ou de 7h às 23 horas de segundas a sextas-feiras. Os carros elétricos, de emissão zero, poderão circular.
No mês passado, Chris Hayward presidente do comitê de planejamento e transportes da Corporação da Cidade de Londres, que administra a City, uma área de 2,5 quilômetros quadrados do centro da capital do Reino Unido, anunciou: "A qualidade do ar é uma das prioridades mais importantes hoje. Estamos em guerra contra a poluição do ar. Queremos soluções radicais e queremos rapidamente."
A Rua Alto Tâmisa (Upper Thames Street), no limite sul da City, tem o maior índice de poluição de Londres. No ano passado, excedeu o limite tolerável de dióxido de nitrogênio mais de 120 vezes.
O número de carros que circulam no centro financeiro londrino caiu 40% de 1999 a 2017 para 124 mil veículos. O número de bicicletas quadruplicou para um total de mais de 30 mil.
Uma consulta pública iniciada hoje vai decidir se a proibição será permanente ou de 7h às 23 horas de segundas a sextas-feiras. Os carros elétricos, de emissão zero, poderão circular.
No mês passado, Chris Hayward presidente do comitê de planejamento e transportes da Corporação da Cidade de Londres, que administra a City, uma área de 2,5 quilômetros quadrados do centro da capital do Reino Unido, anunciou: "A qualidade do ar é uma das prioridades mais importantes hoje. Estamos em guerra contra a poluição do ar. Queremos soluções radicais e queremos rapidamente."
A Rua Alto Tâmisa (Upper Thames Street), no limite sul da City, tem o maior índice de poluição de Londres. No ano passado, excedeu o limite tolerável de dióxido de nitrogênio mais de 120 vezes.
O número de carros que circulam no centro financeiro londrino caiu 40% de 1999 a 2017 para 124 mil veículos. O número de bicicletas quadruplicou para um total de mais de 30 mil.
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Procurador da Turquia afirma que Khashoggi foi estrangulado e esquatejado
Depois de três dias de reuniões com um procurador enviado da Arábia Saudita, o procurador-geral de Istambul afirmou hoje que a morte do jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi foi premeditada.
Khashoggi foi estrangulado pouco depois de entrar no consulado saudita na cidade, em 2 de outubro, e esquartejado, acrescentou o Ministério Público da Turquia, noticiou o jornal turco Hurriyet.
Enquanto o procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb, embarcava de volta para a Arábia Saudita, o procurador-geral de Istambul, Irfan Fidan, observou que a visita foi improdutiva: "Apesar de nossos esforços bem intencionados para descobrir a verdade, não houve resultados concretos desses encontros."
Todas as suspeitas recaem sobre o príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista saudita. Os 15 agentes que mataram Khashoggi eram diretamente ligados à sua segurança.
Na versão oficial da Arábia Saudita, mudada várias vezes, primeiro o jornalista havia saído do sindicato. Agora, o esquadrão da morte não teria autorização para fazer o que fez e tudo teria começa com uma briga inesperada do jornalista com os agentes.
A Turquia pediu a extradição dos 18 agentes investigados pelo governo saudita, o que foi negado pelo reino. Durante os encontros dos procuradores, o governo turco pediu aos sauditas que respondessem a três perguntas:
Khashoggi foi estrangulado pouco depois de entrar no consulado saudita na cidade, em 2 de outubro, e esquartejado, acrescentou o Ministério Público da Turquia, noticiou o jornal turco Hurriyet.
Enquanto o procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb, embarcava de volta para a Arábia Saudita, o procurador-geral de Istambul, Irfan Fidan, observou que a visita foi improdutiva: "Apesar de nossos esforços bem intencionados para descobrir a verdade, não houve resultados concretos desses encontros."
Todas as suspeitas recaem sobre o príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista saudita. Os 15 agentes que mataram Khashoggi eram diretamente ligados à sua segurança.
Na versão oficial da Arábia Saudita, mudada várias vezes, primeiro o jornalista havia saído do sindicato. Agora, o esquadrão da morte não teria autorização para fazer o que fez e tudo teria começa com uma briga inesperada do jornalista com os agentes.
A Turquia pediu a extradição dos 18 agentes investigados pelo governo saudita, o que foi negado pelo reino. Durante os encontros dos procuradores, o governo turco pediu aos sauditas que respondessem a três perguntas:
- Onde está o corpo de Khashoggi?
- Os investigadores sauditas esconderam indícios de premeditação?
- Quem é o "colaborador local" que teria se livrado dos restos mortais?
Sem dar nenhuma resposta, o procurador saudita convidou o procurador turco a ir à Arábia Saudita apresentar suas provas e interrogar os 18 suspeitos junto com as autoridades do país. Esta atitude levou à decisão do Ministério Público da Turquia de anunciar a sua versão do assassinato.
Zona do Euro tem menor crescimento em cinco anos
O conjunto dos 19 países da União Europeia que usam o euro como moeda cresceu apenas 0,2% no terceiro trimestre de 2018. Foi a menor taxa desde o primeiro trimestre de 2013, anunciou ontem o Eurostat, escritório de estatísticas do bloco europeu.
A UE como um todo avançou 0,3%. A Zona do Euro sofre com a desaceleração da economia chinesa e os problemas com o governo populista da Itália. O ritmo anual caiu de 1,8% para 0,6%, em contraste com o crescimento de 3,5% ao ano nos Estados Unidos de julho a setembro de 2018.
Na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte declarou que o fraco desempenho é mais uma razão para o governo populista manter a proposta orçamentária com déficit de 2,4% do produto interno bruto: "A Itália não pode entrar em recessão." O país cresceu apenas 0,02%, o que significa estagnação. Em comparação, a França avançou 0,4%.
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, rejeitou o orçamento alegando que o próprio governo italiano concordara em julho em reduzir o déficit para 0,8% do PIB para reduzir a dívida pública, que ficou no ano passado em 131% do PIB.
No ano passado, as exportações europeias para a China subiram 19,2% nos oito primeiros meses do ano. Neste ano, no mesmo período, a alta foi de 3,3%. Segunda maior economia do mundo, a China enfrenta uma guerra comercial deflagrada pelo presidente americano, Donald Trump.
A UE como um todo avançou 0,3%. A Zona do Euro sofre com a desaceleração da economia chinesa e os problemas com o governo populista da Itália. O ritmo anual caiu de 1,8% para 0,6%, em contraste com o crescimento de 3,5% ao ano nos Estados Unidos de julho a setembro de 2018.
Na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte declarou que o fraco desempenho é mais uma razão para o governo populista manter a proposta orçamentária com déficit de 2,4% do produto interno bruto: "A Itália não pode entrar em recessão." O país cresceu apenas 0,02%, o que significa estagnação. Em comparação, a França avançou 0,4%.
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, rejeitou o orçamento alegando que o próprio governo italiano concordara em julho em reduzir o déficit para 0,8% do PIB para reduzir a dívida pública, que ficou no ano passado em 131% do PIB.
No ano passado, as exportações europeias para a China subiram 19,2% nos oito primeiros meses do ano. Neste ano, no mesmo período, a alta foi de 3,3%. Segunda maior economia do mundo, a China enfrenta uma guerra comercial deflagrada pelo presidente americano, Donald Trump.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Trump quer negar cidadania a bebês de pais sem cidadania
Em mais uma manobra para tentar mobilizar o eleitorado do Partido Republicano para as eleições de 6 de novembro, o presidente Donald Trump quer agora negar cidadania americana a bebês nascidos nos Estados Unidos de pais que não tenham cidadania. O presidente disse poder fazer isso por decreto, mas o presidente da Câmara dos Representantes, deputado Paul Ryan, adverte que depende de emenda constitucional.
"Acredito no texto da Constituição e penso que, neste caso, a Emenda nº 14 é muito clara. Envolveria um processo constitucional muito longo", declarou Ryan, citado pelo jornal The New York Times. A emenda garante a cidadania a qualquer bebê nascido no país, independentemente do status dos pais.
Nos últimos dias, o presidente descreveu a caravana de 7 mil imigrantes da América Central que tentam chegar aos EUA como um "exército de invasores". Prometeu mandar 5 mil soldados para a fronteira.
Sua maior preocupação é mobilizar o eleitorado republicano e conservador a ir às urnas. Como o voto não é obrigatório nos EUA, Trump teme perder a maioria na Câmara e talvez no Senado. Por causa de seu discurso agressivo e divisionista, os eleitores do Partido Democrata estão mais decididos a votar.
"Somos o único país do mundo onde uma pessoa entra, tem um filho e o bebê é um cidadão dos EUA por 85 anos, com todos os seus benefícios", afirmou Trump, em mais uma de suas mais de 5 mil mentiras. "É ridículo. Isto tem de acabar."
Pelo menos 30 países, inclusive o Brasil, o Canadá e o México, dão cidadania automaticamente a bebês nascidos em seu território.
Trump foi hoje a Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, onde um atirador matou 11 judeus numa sinagoga no sábado passado aos gritos de "todos os judeus têm de morrer". Uma grande manifestação de protesto exigiu que o presidente denuncie os supremacistas brancos e neonazistas, e deu apoio aos imigrantes e refugiados.
Ao atacar, o atirador acusou os judeus de estarem por trás da caravana. A resposta dos manifestantes foi: "Como judeus, damos boas-vindas a qualquer pessoa que venha em busca de segurança e oportunidade."
O ultranacionalismo de Trump está estimulando um tribalismo nos EUA. As políticas de identidade nacional sempre favorecem o preconceito contra quem não é considerado um americano autêntico. Os defensores do presidente invocam seu apoio a Israel.
Para os ultranacionalistas americanos, Israel é um Estado étnico do povo judeu. Eles entendem que todos os judeus devem ir para Israel e que os EUA devem ter a mesma pureza racial.
"Acredito no texto da Constituição e penso que, neste caso, a Emenda nº 14 é muito clara. Envolveria um processo constitucional muito longo", declarou Ryan, citado pelo jornal The New York Times. A emenda garante a cidadania a qualquer bebê nascido no país, independentemente do status dos pais.
Nos últimos dias, o presidente descreveu a caravana de 7 mil imigrantes da América Central que tentam chegar aos EUA como um "exército de invasores". Prometeu mandar 5 mil soldados para a fronteira.
Sua maior preocupação é mobilizar o eleitorado republicano e conservador a ir às urnas. Como o voto não é obrigatório nos EUA, Trump teme perder a maioria na Câmara e talvez no Senado. Por causa de seu discurso agressivo e divisionista, os eleitores do Partido Democrata estão mais decididos a votar.
"Somos o único país do mundo onde uma pessoa entra, tem um filho e o bebê é um cidadão dos EUA por 85 anos, com todos os seus benefícios", afirmou Trump, em mais uma de suas mais de 5 mil mentiras. "É ridículo. Isto tem de acabar."
Pelo menos 30 países, inclusive o Brasil, o Canadá e o México, dão cidadania automaticamente a bebês nascidos em seu território.
Trump foi hoje a Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, onde um atirador matou 11 judeus numa sinagoga no sábado passado aos gritos de "todos os judeus têm de morrer". Uma grande manifestação de protesto exigiu que o presidente denuncie os supremacistas brancos e neonazistas, e deu apoio aos imigrantes e refugiados.
Ao atacar, o atirador acusou os judeus de estarem por trás da caravana. A resposta dos manifestantes foi: "Como judeus, damos boas-vindas a qualquer pessoa que venha em busca de segurança e oportunidade."
O ultranacionalismo de Trump está estimulando um tribalismo nos EUA. As políticas de identidade nacional sempre favorecem o preconceito contra quem não é considerado um americano autêntico. Os defensores do presidente invocam seu apoio a Israel.
Para os ultranacionalistas americanos, Israel é um Estado étnico do povo judeu. Eles entendem que todos os judeus devem ir para Israel e que os EUA devem ter a mesma pureza racial.
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População de animais vertebrados caiu 60% desde 1970
A destruição da natureza está causando uma redução drástica nas populações de animais vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Desde 1970, a queda é de 60%, afirma o relatório Planeta Vivo, da organização não governamental Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF).
Na estimativa anterior, em 2016, a perda era de 58%. Na América Latina e no Caribe, a situação é ainda mais dramática, de 89%.
"Este estudo confirma que o planeta através sua sexta extinção em massa", comentou Pascal Canfin, diretor-geral do WWF na França, citado pelo jornal Le Monde. "Jamais a vida selvagem declinou assim em ritmo tão rápido. Se esta tendência continuar nas próximas décadas, a sobrevivência de certas populações estará ameaçada."
Os tigres da Índia, os elefantes da África e os orangotangos de Bornéu, na Indonésia, são algumas grandes espécies ameaçadas.
"Estamos diante de uma grande aceleração da pressão do homem sobre os ecossistemas", adverte o relatório. O WWF apela para "fazer da biodiversidade uma prioridade internacional".
Na estimativa anterior, em 2016, a perda era de 58%. Na América Latina e no Caribe, a situação é ainda mais dramática, de 89%.
"Este estudo confirma que o planeta através sua sexta extinção em massa", comentou Pascal Canfin, diretor-geral do WWF na França, citado pelo jornal Le Monde. "Jamais a vida selvagem declinou assim em ritmo tão rápido. Se esta tendência continuar nas próximas décadas, a sobrevivência de certas populações estará ameaçada."
Os tigres da Índia, os elefantes da África e os orangotangos de Bornéu, na Indonésia, são algumas grandes espécies ameaçadas.
"Estamos diante de uma grande aceleração da pressão do homem sobre os ecossistemas", adverte o relatório. O WWF apela para "fazer da biodiversidade uma prioridade internacional".
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Primeira-ministra Angela Merkel anuncia retirada da vida pública
Diante de mais uma grande perda da União Democrata-Cristã ontem nas eleições do estado de Hesse, no centro da Alemanha, a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel anunciou hoje que este será seu último mandato como chefe de governo. Ela deixa o cargo em 2021 e não vai concorrer à reeleição como líder do partido em dezembro de 2018, informou a televisão pública britânica BBC.
"Não vou mais postular nenhum cargo político quando meu mandato acabar", declarou Merkel hoje em Berlim. "Como chanceler e líder da CDU, sou responsável por tudo, por seus fracassos e seus sucessos."
Tanto a CDU como o Partido Social-Democrata (SPD), seu parceiro na grande coalizão que governo a Alemanha, perderam dez pontos percentuais em relação às eleições anteriores em Hesse, onde fica Frankfurt, principal centro financeiro da Alemanha e sede do Banco Central Europeu (BCE).
Duas semanas antes, a União Social-Cristã (CSU), aliada da CDU na Baviera, sofrera uma perda semelhante e também o SPD nas eleições estaduais bávaras. Nos dois casos, os grandes beneficiários foram os Verdes à esquerda e o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Merkel sofre um desgaste por ter acolhido 1,1 milhão de refugiados das guerras no Oriente Médio por causa das leis de asilo político generosas adotadas pela Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) para expiar a culpa pelos crimes do Nazismo.
A inesperada ascensão da AfD a partir das eleições gerais de 2017, quando a extrema direita voltou ao Parlamento alemão pela primeira vez desde o fim da guerra, foi um sinal claro de insatisfação. Agora, depois das eleições na Baviera e em Hesse, a AfD tem deputados em todas as assembleias legislativas regionais.
Com a forte queda dos dois partidos de centro, a grande coalizão é abalada. Se o SPD retirar o apoio, a aliança CDU-CSU terá de decidir se tenta governar em minoria ou se convoca novas eleições em que Merkel não seria candidato.
Neste clima, eleições gerais antecipadas tendem a produzir um Parlamento fragmentado, com negociações difíceis para formar um governo de maioria, provavelmente frágil. Como a Alemanha é a maior economia da Europa e a líder da União Europeia, a integração europeia também fragilizada no momento das negociações para a saúda do Reino Unido e de desafios dos governos de extrema direita da Itália, da Hungria e da Polônia.
"Não vou mais postular nenhum cargo político quando meu mandato acabar", declarou Merkel hoje em Berlim. "Como chanceler e líder da CDU, sou responsável por tudo, por seus fracassos e seus sucessos."
Tanto a CDU como o Partido Social-Democrata (SPD), seu parceiro na grande coalizão que governo a Alemanha, perderam dez pontos percentuais em relação às eleições anteriores em Hesse, onde fica Frankfurt, principal centro financeiro da Alemanha e sede do Banco Central Europeu (BCE).
Duas semanas antes, a União Social-Cristã (CSU), aliada da CDU na Baviera, sofrera uma perda semelhante e também o SPD nas eleições estaduais bávaras. Nos dois casos, os grandes beneficiários foram os Verdes à esquerda e o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Merkel sofre um desgaste por ter acolhido 1,1 milhão de refugiados das guerras no Oriente Médio por causa das leis de asilo político generosas adotadas pela Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) para expiar a culpa pelos crimes do Nazismo.
A inesperada ascensão da AfD a partir das eleições gerais de 2017, quando a extrema direita voltou ao Parlamento alemão pela primeira vez desde o fim da guerra, foi um sinal claro de insatisfação. Agora, depois das eleições na Baviera e em Hesse, a AfD tem deputados em todas as assembleias legislativas regionais.
Com a forte queda dos dois partidos de centro, a grande coalizão é abalada. Se o SPD retirar o apoio, a aliança CDU-CSU terá de decidir se tenta governar em minoria ou se convoca novas eleições em que Merkel não seria candidato.
Neste clima, eleições gerais antecipadas tendem a produzir um Parlamento fragmentado, com negociações difíceis para formar um governo de maioria, provavelmente frágil. Como a Alemanha é a maior economia da Europa e a líder da União Europeia, a integração europeia também fragilizada no momento das negociações para a saúda do Reino Unido e de desafios dos governos de extrema direita da Itália, da Hungria e da Polônia.
domingo, 28 de outubro de 2018
Partido de Merkel sofre nova derrota na Alemanha
Num resultado capaz de abalar a grande coalizão governista da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU) sofreu uma forte queda nas eleições do estado de Hesse, no centro da Alemanha, onde fica Frankfurt, a capital financeira do país. O Partido Social-Democrata, sócio na grande aliança, também caiu muito.
Com 27,2%, a CDU continua sendo o maior partido em Hesse, mas perdeu 10 pontos percentuais em relação às eleições anteriores, cinco anos atrás. O SPD ficou em segundo com 19,6%. Em 2013, tivera 30,7% dos votos. Perdeu espaço para um extraordinário crescimento dos Verdes, que devem ficar com 19%.
O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 13% dos votos. Agora, tem representantes em todas as assembleias legislativas estaduais.
Para o secretário-geral do SPD, o resultado indica que "a grande coalizão não pode continuar deste jeito".
A CDU governa Hesse há 19 anos, nos últimos cinco numa aliança improvável com os Verdes. Como esses dois partidos podem não ter maioria no parlamento regional, um novo arranjo deve incluir o Partido Liberal-Democrata (FDP).
Com 27,2%, a CDU continua sendo o maior partido em Hesse, mas perdeu 10 pontos percentuais em relação às eleições anteriores, cinco anos atrás. O SPD ficou em segundo com 19,6%. Em 2013, tivera 30,7% dos votos. Perdeu espaço para um extraordinário crescimento dos Verdes, que devem ficar com 19%.
O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 13% dos votos. Agora, tem representantes em todas as assembleias legislativas estaduais.
Para o secretário-geral do SPD, o resultado indica que "a grande coalizão não pode continuar deste jeito".
A CDU governa Hesse há 19 anos, nos últimos cinco numa aliança improvável com os Verdes. Como esses dois partidos podem não ter maioria no parlamento regional, um novo arranjo deve incluir o Partido Liberal-Democrata (FDP).
sábado, 27 de outubro de 2018
Ataque a sinagoga deixa 11 mortos nos EUA
Um homem branco gritando "todos os judeu têm de morrer" atacou hoje uma sinagoga da cidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Onze pessoas morreram e seis saíram feridas, entre elas quatro policiais.
Foi a maior chachina de judeus da história dos EUA. O atirador foi baleado e preso pela polícia, que ainda investiga se algum cúmplice estaria na área. Horas depois, foi identificado como Robert Bowers, de 46 anos.
Ao comentar a tragédia, o presidente Donald Trump declarou que, "se eles tivessem guardas armados dentro da sinagoga, talvez tivessem evitado as mortes". O presidente sugeriu aplicar a pena de morte e ficou de fazer um pronunciamento mais longo depois.
Desde as manifestações de neonazistas em Charlottesville no ano passado, Trump tem sido acusado de leniência com grupos de extrema direita e supremacistas brancos. Na época, eles marcharam gritando "judeus não vão nos substituir". O presidente comentou que havia "gente boa dos dois lados", os neonazistas e grupos antifascistas que fizeram uma manifestação concorrente.
O bairro onde fica a Sinagoga Árvore da Vida é uma tradicional área judaica. "Isto é real. Não li nos jornais. É um dos meus maiores pesadelos", afirmou o presidente da Congregação Judaica da Grande Pittsburgh, Jeff Finkelstein, à rede de televisão americana CNN. "Nos últimos dois anos, temos tentado reforçar a segurança e treinado o pessoal para reagir a uma situação dessas."
Foi a maior chachina de judeus da história dos EUA. O atirador foi baleado e preso pela polícia, que ainda investiga se algum cúmplice estaria na área. Horas depois, foi identificado como Robert Bowers, de 46 anos.
Ao comentar a tragédia, o presidente Donald Trump declarou que, "se eles tivessem guardas armados dentro da sinagoga, talvez tivessem evitado as mortes". O presidente sugeriu aplicar a pena de morte e ficou de fazer um pronunciamento mais longo depois.
Desde as manifestações de neonazistas em Charlottesville no ano passado, Trump tem sido acusado de leniência com grupos de extrema direita e supremacistas brancos. Na época, eles marcharam gritando "judeus não vão nos substituir". O presidente comentou que havia "gente boa dos dois lados", os neonazistas e grupos antifascistas que fizeram uma manifestação concorrente.
O bairro onde fica a Sinagoga Árvore da Vida é uma tradicional área judaica. "Isto é real. Não li nos jornais. É um dos meus maiores pesadelos", afirmou o presidente da Congregação Judaica da Grande Pittsburgh, Jeff Finkelstein, à rede de televisão americana CNN. "Nos últimos dois anos, temos tentado reforçar a segurança e treinado o pessoal para reagir a uma situação dessas."
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Polícia dos EUA prende suspeito de enviar bombas a adversários de Trump
A policia dos Estados Unidos deteve hoje um suspeito de enviar pelo correio 12 bombas caseiras a adversários políticos e críticos do presidente Donald Trump, inclusive os ex-presidente Bill Clinton e Barack Obama, a ex-senadora Hillary Clinton e o ator Robert de Niro.
O homem foi identificado como Cesar Sayoc, de 56 anos, morador de Ventura, na Flórida, perto de Miami. Ele tem antecedentes criminais e ligações com Nova York. Foi preso oito vezes, entre eles roubo de carro e ameaça de bomba. Uma caminhonete dele com adesivos de Trump foi apreendida.
Mais quatro bombas foram desativas hoje. O total chegou a 13. Os novos alvos foram a senadora negra Kamala Harris, aspirante à candidatura do Partido Democrata em 2020; o senador democrata Cory Booker; o empresário Tom Steyer, financiador dos democratas; e o ex-diretor nacional de inteligência James Clapper, crítico do presidente em entrevistas na televisão. A bomba em seu nome estava endereçada à sede da rede CNN em Nova York.
As autoridades negaram que as bombas fossem falsas. Mesmo que fossem, como alegam partidários de Trump, seria terrorismo.
Em entrevista coletiva hoje à tarde, o ministro da Justiça e procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciou que Sayoc será denunciado por cinco crimes, inclusive ameaçar ex-presidentes e enviar explosivos pelo correio.
O homem foi identificado como Cesar Sayoc, de 56 anos, morador de Ventura, na Flórida, perto de Miami. Ele tem antecedentes criminais e ligações com Nova York. Foi preso oito vezes, entre eles roubo de carro e ameaça de bomba. Uma caminhonete dele com adesivos de Trump foi apreendida.
Mais quatro bombas foram desativas hoje. O total chegou a 13. Os novos alvos foram a senadora negra Kamala Harris, aspirante à candidatura do Partido Democrata em 2020; o senador democrata Cory Booker; o empresário Tom Steyer, financiador dos democratas; e o ex-diretor nacional de inteligência James Clapper, crítico do presidente em entrevistas na televisão. A bomba em seu nome estava endereçada à sede da rede CNN em Nova York.
As autoridades negaram que as bombas fossem falsas. Mesmo que fossem, como alegam partidários de Trump, seria terrorismo.
Em entrevista coletiva hoje à tarde, o ministro da Justiça e procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciou que Sayoc será denunciado por cinco crimes, inclusive ameaçar ex-presidentes e enviar explosivos pelo correio.
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Investigação sobre terrorismo nos EUA foca no Sul da Flórida
Depois que dez bombas caseiras foram enviadas para adversários e críticos do presidente Donald Trump, o FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos investiga endereços no Sul do estado da Flórida, onde alguns artefatos explosivos teriam sido postos no correio. Hoje foram descobertas mais três bombas, duas destinadas ao ex-vice-presidente Joe Biden e a outra ao ator Robert de Niro, noticiou o jornal The New York Times.
Os outros alvos foram os ex-presidente Bill Clinton e Barack Obama, a ex-senadora Hillary Clinton, o e-ministro da Justiça Eric Holder, a deputada Maxine Waters, o ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência) John Brennan, comentarista da rede de televisão CNN, para onde foi enviada a bomba, e o megainvestidor George Soros, patrocinador de causas liberais.
Todos os pacotes-bomba apontavam como remetente a deputada Debbie Wasserman Schulz, ex-presidente do diretório nacional do Partido Democrata. "Parecem ter sido enviadas pela mesma pessoa", declarou um investigador.
A primeira bomba foi encontrada na segunda-feira na casa de Soros, em Nova York. As bombas para os ex-presidentes e altos funcionários foram interceptadas pelo serviço secreto. Na madrugada de hoje, às 5h (6h em Brasília), um segurança da Tribeca Produções, de Robert de Niro, suspeitou de um pacote e chamou o esquadrão antibombas da polícia nova-iorquina. A bomba foi removida uma hora e meia depois.
De Niro, crítico feroz de Trump, usou palavrões para se referir ao presidente americano na entrega dos Prêmios Tony, em junho passado.
No primeiro momento, a suspeita era de que algumas bombas tivessem sido deixadas diretamente nas caixas de correio. Agora, a polícia acredita que todas serão enviadas pelo correio. O objetivo agora é descobrir onde os envelopes e componentes das bombas foram comprados.
O FBI está pegando os dados das torres de telefonia celular nas áreas onde supõe que as bombas tenham sido postadas. Vai criar uma lista dos usuários que andaram por lá quando os pacotes com explosivos foram remetidos.
Depois de prometer defender todos os americanos e pedir unidade na Casa Branca à tarde, na noite de ontem Trump voltou ao discurso contra o jornalismo, acusando a imprensa de "incivilidade", "hostilidade permanente" e de publicar "notícias falsas".
Em resposta, o ex-diretor da CIA mandou o presidente parar de culpar os outros e se "olhar no espelho". Durante entrevista coletiva, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, reafirmou que foi terrorismo.
Os outros alvos foram os ex-presidente Bill Clinton e Barack Obama, a ex-senadora Hillary Clinton, o e-ministro da Justiça Eric Holder, a deputada Maxine Waters, o ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência) John Brennan, comentarista da rede de televisão CNN, para onde foi enviada a bomba, e o megainvestidor George Soros, patrocinador de causas liberais.
Todos os pacotes-bomba apontavam como remetente a deputada Debbie Wasserman Schulz, ex-presidente do diretório nacional do Partido Democrata. "Parecem ter sido enviadas pela mesma pessoa", declarou um investigador.
A primeira bomba foi encontrada na segunda-feira na casa de Soros, em Nova York. As bombas para os ex-presidentes e altos funcionários foram interceptadas pelo serviço secreto. Na madrugada de hoje, às 5h (6h em Brasília), um segurança da Tribeca Produções, de Robert de Niro, suspeitou de um pacote e chamou o esquadrão antibombas da polícia nova-iorquina. A bomba foi removida uma hora e meia depois.
De Niro, crítico feroz de Trump, usou palavrões para se referir ao presidente americano na entrega dos Prêmios Tony, em junho passado.
No primeiro momento, a suspeita era de que algumas bombas tivessem sido deixadas diretamente nas caixas de correio. Agora, a polícia acredita que todas serão enviadas pelo correio. O objetivo agora é descobrir onde os envelopes e componentes das bombas foram comprados.
O FBI está pegando os dados das torres de telefonia celular nas áreas onde supõe que as bombas tenham sido postadas. Vai criar uma lista dos usuários que andaram por lá quando os pacotes com explosivos foram remetidos.
Depois de prometer defender todos os americanos e pedir unidade na Casa Branca à tarde, na noite de ontem Trump voltou ao discurso contra o jornalismo, acusando a imprensa de "incivilidade", "hostilidade permanente" e de publicar "notícias falsas".
Em resposta, o ex-diretor da CIA mandou o presidente parar de culpar os outros e se "olhar no espelho". Durante entrevista coletiva, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, reafirmou que foi terrorismo.
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quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Venezuela quer criar outra estatal do petróleo para enterrar dívidas
A ditadura chavista da Venezuela está cogitando a possibilidade de criar uma nova empresa de petróleo e gás para substituir a estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e desenvolver projetos de energia com sócios estrangeiros, noticiou a empresa Argus, especializada em informações no mercado de energia.
O projeto é uma clara tentativa do governo Nicolás Maduro e da PdVSA de enganar os credores internacionais e os pedidos de arbitragem. Se for levado adiante, vai deflagrar uma onda de ações judiciais em múltiplas frentes. Os credores não vão deixar barato.
Até o fim de 2019, a Venezuela e a PdVSA precisam fazer pagamentos de US$ 3 bilhões, inclusive US$ 500 milhões de um acordo de arbitragem feito com a companhia americana ConocoPhillips, que teve seus negócios no país encampados no governo Hugo Chávez. Se não cumprir o acordo, pode ter propriedades e outros ativos na região do Mar do Caribe arrestados para pagar a dívida.
Pelo acordo, a PdVSA deve indenizar a ConocoPhillips em US$ 2 bilhões. A Venezuela e a PdVSA já deram calote em dívidas de US$ 6,4 bilhões.
O projeto é uma clara tentativa do governo Nicolás Maduro e da PdVSA de enganar os credores internacionais e os pedidos de arbitragem. Se for levado adiante, vai deflagrar uma onda de ações judiciais em múltiplas frentes. Os credores não vão deixar barato.
Até o fim de 2019, a Venezuela e a PdVSA precisam fazer pagamentos de US$ 3 bilhões, inclusive US$ 500 milhões de um acordo de arbitragem feito com a companhia americana ConocoPhillips, que teve seus negócios no país encampados no governo Hugo Chávez. Se não cumprir o acordo, pode ter propriedades e outros ativos na região do Mar do Caribe arrestados para pagar a dívida.
Pelo acordo, a PdVSA deve indenizar a ConocoPhillips em US$ 2 bilhões. A Venezuela e a PdVSA já deram calote em dívidas de US$ 6,4 bilhões.
Clinton, Obama, Soros e CNN são alvos de bombas interceptadas
Dois pacotes com explosivos enviados aos escritórios de Hillary Clinton e Barack Obama foram inteceptados pela polícia, enquanto a sede da rede de televisão americana CNN foi evacuada até a bomba caseira ser localizada. Os artefatos são semelhante ao enviado ontem para a casa do megainvestidor George Soros, demonizado pelos grupos antiglobalização, informou o jornal The New York Times.
Principal responsável pelo clima de intolerância e violência com seus ataques repetidos a adversários políticos e a jornalistas, que chama de "inimigos do povo", o presidente Donald Trump falou em "atos desprezíveis". Na semana passada, Trump elogiou um deputado que reagiu a uma pergunta atropelando o repórter.
Horas depois das tentativas de atentado de hoje, num comício da campanha para as eleições intermediárias de 6 de novembro, acusou a imprensa de "incivilidade", de críticas exageradas e de publicar notícias falsas. Voltou a ser o Trump que já mentiu mais de 5 mil vezes no exercício da Presidência dos Estados Unidos.
A polícia investiga se o mesmo indivíduo está por trás. Outros três pacotes-bomba foram enviados ao ex-secretário da Justiça Eric Holder, o primeiro negro a ser procurador-geral dos EUA, a deputada negra Maxine Waters e o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan. Todos os alvos são odiados por radicais de direita.
A 13 dias das eleições intermediárias, os americanos se perguntam se o discurso político não ultrapassou os limites da civilidade - o mesmo vale para o Brasil, com a eleição mais polarizada desde 1989.
"Nestas horas, temos de nos unir", declarou Trump na Casa Branca, tentando se eximir da responsabilidade. Por causa de críticas, ele cassou a autorização para que Brennan tenha acesso aos relatórios dos serviços secretos dos EUA.
Há uma tradição de que ex-diretores da CIA e de outras agências inteligência tenham acesso a estes informes para que possam dar opinião sobre os riscos à segurança nacional.
Todos os pacotes apontavam como remetente a deputada federal Debbie Wasserman Schulz, ex-presidente da Comissão Executiva Nacional do Partido Democrata, o que evidentemente é falso. A bomba para Maxine Waters foi descoberta pela polícia do Congresso.
A bomba destinada à CNN foi deixada por um entregador e detectada no setor que recebe correspondência, enquanto a para Soros foi colocado na caixa de correio de sua casa.
Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio condenou os "esforços para nos aterrorizar" e prometeu aos moradores da maior cidade americana: "Não vamos permitir que o terrorismo nos mude."
Principal responsável pelo clima de intolerância e violência com seus ataques repetidos a adversários políticos e a jornalistas, que chama de "inimigos do povo", o presidente Donald Trump falou em "atos desprezíveis". Na semana passada, Trump elogiou um deputado que reagiu a uma pergunta atropelando o repórter.
Horas depois das tentativas de atentado de hoje, num comício da campanha para as eleições intermediárias de 6 de novembro, acusou a imprensa de "incivilidade", de críticas exageradas e de publicar notícias falsas. Voltou a ser o Trump que já mentiu mais de 5 mil vezes no exercício da Presidência dos Estados Unidos.
A polícia investiga se o mesmo indivíduo está por trás. Outros três pacotes-bomba foram enviados ao ex-secretário da Justiça Eric Holder, o primeiro negro a ser procurador-geral dos EUA, a deputada negra Maxine Waters e o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan. Todos os alvos são odiados por radicais de direita.
A 13 dias das eleições intermediárias, os americanos se perguntam se o discurso político não ultrapassou os limites da civilidade - o mesmo vale para o Brasil, com a eleição mais polarizada desde 1989.
"Nestas horas, temos de nos unir", declarou Trump na Casa Branca, tentando se eximir da responsabilidade. Por causa de críticas, ele cassou a autorização para que Brennan tenha acesso aos relatórios dos serviços secretos dos EUA.
Há uma tradição de que ex-diretores da CIA e de outras agências inteligência tenham acesso a estes informes para que possam dar opinião sobre os riscos à segurança nacional.
Todos os pacotes apontavam como remetente a deputada federal Debbie Wasserman Schulz, ex-presidente da Comissão Executiva Nacional do Partido Democrata, o que evidentemente é falso. A bomba para Maxine Waters foi descoberta pela polícia do Congresso.
A bomba destinada à CNN foi deixada por um entregador e detectada no setor que recebe correspondência, enquanto a para Soros foi colocado na caixa de correio de sua casa.
Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio condenou os "esforços para nos aterrorizar" e prometeu aos moradores da maior cidade americana: "Não vamos permitir que o terrorismo nos mude."
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Assessor do príncipe-herdeiro comandou assassinato via Skype
O assessor real Saud al-Kahtani, responsável pelas mídias sociais do príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed ben Salman, e por centenas de prisões, comandou pessoalmente a operação que matou a esquartejou o jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz, citando fontes árabes.
Depois de insultar o jornalista, ele deu aprovação ao assassinato político: "Tragam-me a cabeça deste cão", vociferou Al Kahtani ao autorizar o "crime bárbaro", como definiu ontem o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O líder turco prometeu revelar tudo o que sabia, mas não acrescentou muito. Acusou os sauditas de homicídio premeditado e pediu a extradição dos 18 sauditas presos pela monarquia absolutista. Entre eles, está Al-Kahtani.
A televisão britânica Sky News afirmou que restos mortais do jornalista foram encontrados enterrados na residência do cônsul saudita em Istambul. Esta notícia não foi confirmada. Erdogan disse que o corpo não foi encontrado.
Também apareceu um vídeo de um sósia de Khashoggi que fazia parte do esquadrão da morte saudita. Ele usava as roupas do morto, mas foi denunciado pelos sapatos.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump descreveu a manobra para encobrir o assassinato como "um dos piores acobertamentos da história".
Trump insiste na versão oficial saudita de que foi uma operação não autorizada que não deu certo, como se fosse possível mobilizar a segurança pessoal do príncipe-herdeiro sem seu consentimento. Não quer abrir mão de um contrato de venda de armas no valor de US$ 110 bilhões.
"Era um projeto muito ruim desde a origem, foi mal executado e a operação de acobertamento foi uma das piores da história", declarou o presidente americano na Casa Branca", defendendo a versão oficial da monarquia absolutista.
Na segunda-feira, Trump falou pelo telefone com o príncipe Mohamed ben Salman, principal suspeito de ser o mandante do crime e aceitou suas desculpas: "Ele disse firmemente que não teve nada a ver com aquilo, que foi a um nível inferior." É difícil imaginar que isso seja possível num regime totalitário.
A primeira retaliação oficial dos EUA foi cancelar os vistos de entrada no país de 21 sauditas implicados no assassinato.
Em Riade, a capital saudita, o príncipe Mohamed ben Salman foi aplaudido numa conferência internacional para atrair investimentos para a Arábia Saudita. Apesar do boicote de várias empresas e governos ocidentais, no primeiro dia, o governo saudita anunciou negócios da ordem de US$ 50 bilhões.
Depois de insultar o jornalista, ele deu aprovação ao assassinato político: "Tragam-me a cabeça deste cão", vociferou Al Kahtani ao autorizar o "crime bárbaro", como definiu ontem o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O líder turco prometeu revelar tudo o que sabia, mas não acrescentou muito. Acusou os sauditas de homicídio premeditado e pediu a extradição dos 18 sauditas presos pela monarquia absolutista. Entre eles, está Al-Kahtani.
A televisão britânica Sky News afirmou que restos mortais do jornalista foram encontrados enterrados na residência do cônsul saudita em Istambul. Esta notícia não foi confirmada. Erdogan disse que o corpo não foi encontrado.
Também apareceu um vídeo de um sósia de Khashoggi que fazia parte do esquadrão da morte saudita. Ele usava as roupas do morto, mas foi denunciado pelos sapatos.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump descreveu a manobra para encobrir o assassinato como "um dos piores acobertamentos da história".
Trump insiste na versão oficial saudita de que foi uma operação não autorizada que não deu certo, como se fosse possível mobilizar a segurança pessoal do príncipe-herdeiro sem seu consentimento. Não quer abrir mão de um contrato de venda de armas no valor de US$ 110 bilhões.
"Era um projeto muito ruim desde a origem, foi mal executado e a operação de acobertamento foi uma das piores da história", declarou o presidente americano na Casa Branca", defendendo a versão oficial da monarquia absolutista.
Na segunda-feira, Trump falou pelo telefone com o príncipe Mohamed ben Salman, principal suspeito de ser o mandante do crime e aceitou suas desculpas: "Ele disse firmemente que não teve nada a ver com aquilo, que foi a um nível inferior." É difícil imaginar que isso seja possível num regime totalitário.
A primeira retaliação oficial dos EUA foi cancelar os vistos de entrada no país de 21 sauditas implicados no assassinato.
Em Riade, a capital saudita, o príncipe Mohamed ben Salman foi aplaudido numa conferência internacional para atrair investimentos para a Arábia Saudita. Apesar do boicote de várias empresas e governos ocidentais, no primeiro dia, o governo saudita anunciou negócios da ordem de US$ 50 bilhões.
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Comissão Europeia rejeita orçamento da Itália
Numa decisão sem precedentes, a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), rejeitou ontem a proposta de orçamento da Itália. O governo populista adotou um tom de desafio e afirmou que não vai mudar.
A comissão de Bruxelas viu um "um desvio sem precedentes" das regras sobre déficit e dívida pública do Pacto de Estabilidade e Crescimento aprovado para sustentar a moeda comum europeia, o euro.
O pacto limita o déficit orçamentário em 3% do produto interno bruto e a dívida pública em 60% do PIB. Embora a proposta preveja um déficit de 2,4%, a UE o considera insuficiente para reduzir a dívida pública italiana, de 131% do PIB, hoje em torno de US$ 2,2 trilhões. A promessa feita em junho era de um déficit de 0,8%.
"Lamentamos que a comissão seja pela primeira vez obrigada a exigir de um país da Zona do Euro de rever seus planos orçamentários, mas não há outra opção", declarou o vice-presidente da comissão, Valdis Dombrovskis.
Ele acrescentou: "Violar as regras comuns pode ser tentador à primeira vista, mais num momento ou noutro o peso da dívida nacional é elevado demais. Em 2017, a dívida italiana chegou a 131,2% do PIB. É a segunda maior da UE e uma das mais altas do mundo. Em 2017, era de 37 mil euros por habitante."
Para o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Matteo Salvini, líder da ultradireitista Liga, "isso não muda nada. Esses senhores da especulação se reassegurem, mas não recuamos. Eles não estão atacando um governo, mas um povo. São coisas que tornam os italianos cada vez mais coléricos e depois se pergunta por que a popularidade da UE é tão baixa."
O governo da Liga e do Movimento 5 Estrelas admite um "diálogo construtivo", mas não abre mão do "orçamento do povo": "Não me surpreende: é o primeiro orçamento italiano redigido em Roma e não em Bruxelas", ironizou Luigi di Maio, líder do M5E.
"Não estamos perto de um limite, mas face a um desvio claro, assumido e reivindicado", observou o comissário europeu de economia, o ex-ministro das Finanças da França Pierre Moscovici.
"A comissão não coloca em questão as prioridades do governo italiano, como por exemplo a luta contra a pobreza. Ela não vai interferir em quaisquer que sejam as escolhas políticas internas", acrescentou o comissário. "O que nos preocupa são as consequências deste orçamento sobre o povo e a economia. Este fardo sufoca a economia italiana."
A comissão de Bruxelas viu um "um desvio sem precedentes" das regras sobre déficit e dívida pública do Pacto de Estabilidade e Crescimento aprovado para sustentar a moeda comum europeia, o euro.
O pacto limita o déficit orçamentário em 3% do produto interno bruto e a dívida pública em 60% do PIB. Embora a proposta preveja um déficit de 2,4%, a UE o considera insuficiente para reduzir a dívida pública italiana, de 131% do PIB, hoje em torno de US$ 2,2 trilhões. A promessa feita em junho era de um déficit de 0,8%.
"Lamentamos que a comissão seja pela primeira vez obrigada a exigir de um país da Zona do Euro de rever seus planos orçamentários, mas não há outra opção", declarou o vice-presidente da comissão, Valdis Dombrovskis.
Ele acrescentou: "Violar as regras comuns pode ser tentador à primeira vista, mais num momento ou noutro o peso da dívida nacional é elevado demais. Em 2017, a dívida italiana chegou a 131,2% do PIB. É a segunda maior da UE e uma das mais altas do mundo. Em 2017, era de 37 mil euros por habitante."
Para o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Matteo Salvini, líder da ultradireitista Liga, "isso não muda nada. Esses senhores da especulação se reassegurem, mas não recuamos. Eles não estão atacando um governo, mas um povo. São coisas que tornam os italianos cada vez mais coléricos e depois se pergunta por que a popularidade da UE é tão baixa."
O governo da Liga e do Movimento 5 Estrelas admite um "diálogo construtivo", mas não abre mão do "orçamento do povo": "Não me surpreende: é o primeiro orçamento italiano redigido em Roma e não em Bruxelas", ironizou Luigi di Maio, líder do M5E.
"Não estamos perto de um limite, mas face a um desvio claro, assumido e reivindicado", observou o comissário europeu de economia, o ex-ministro das Finanças da França Pierre Moscovici.
"A comissão não coloca em questão as prioridades do governo italiano, como por exemplo a luta contra a pobreza. Ela não vai interferir em quaisquer que sejam as escolhas políticas internas", acrescentou o comissário. "O que nos preocupa são as consequências deste orçamento sobre o povo e a economia. Este fardo sufoca a economia italiana."
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Ditador de Camarões conquista sétimo mandato presidencial
Com 71,3% dos votos válidos numa eleição em que só a metade da população adulta votou, o ditador Paul Biya foi reeleito no domingo para um sétimo mandato como presidente da República dos Camarões, um país pobre da África Ocidental. No poder desde 1982, ele fica mais sete anos no cargo.
As regiões do país que falam inglês estão rebeladas há anos. Os confrontos frequentes entre os separatistas e as forças de segurança causaram a fuga de milhares de pessoas para a vizinha e mais rica Nigéria.
Como a oposição denuncia fraude eleitoral mais uma vez, é provável que a violência política aumente. Em meio a uma grande abstenção, nas regiões anglófonas só 5% do eleitorado votou, de acordo com o International Crisis Group.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
China vai parar de financiar estatal de petróleo da Venezuela
A companhia estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) vai cortar as exportações para a China que estavam sendo usadas para pagar financiamentos anteriores e mandar mais petróleo para os Estados Unidos e a Índia, que pagam a vista, noticiou a Argus Media, empresa especializada em informações do setor de energia. Com o calote, a PdVSA deve parar de receber dinheiro chinês para aumentar a produção.
Redirecionar as exportações de petróleo para quem paga a vista é uma solução emergencial de curto prazo para ganhar dinheiro para pagar dívidas, acordos de arbitragem e indenizações judiciais a empresas estrangeiras que tiveram seus negócios na Venezuela estatizados no governo Hugo Chávez (1999-2013).
Até 30 de outubro, a PdVSA tem de pagar US$ 500 milhões de um acordo feito com a ConocoPhillips. Se não cumprir o acordo de arbitragem, corre o risco de ter bens e ativos na região do Mar do Caribe arrestados.
O governo Nicolás Maduro e a PdVSA já deram calotes no valor de US$ 6,4 bilhões em pagamentos devidos no exterior.
Redirecionar as exportações de petróleo para quem paga a vista é uma solução emergencial de curto prazo para ganhar dinheiro para pagar dívidas, acordos de arbitragem e indenizações judiciais a empresas estrangeiras que tiveram seus negócios na Venezuela estatizados no governo Hugo Chávez (1999-2013).
Até 30 de outubro, a PdVSA tem de pagar US$ 500 milhões de um acordo feito com a ConocoPhillips. Se não cumprir o acordo de arbitragem, corre o risco de ter bens e ativos na região do Mar do Caribe arrestados.
O governo Nicolás Maduro e a PdVSA já deram calotes no valor de US$ 6,4 bilhões em pagamentos devidos no exterior.
Trump ameaça cortar ajuda a Guatemala, Honduras e El Salvador
O presidente Donald Trump ameaçou hoje cortar ou suspender boa parte da ajuda dos Estados Unidos a Guatemala, Honduras e El Salvador, se esses países da América Central não contiverem a onda migratória. Uma caravana de cerca de 5 mil pessoas entrou no México no fim de semana e segue a pé por terra rumo à fronteira americana.
Impotentes diante da situação de violência, as máfias do tráfico de drogas e a miséria de seus países, estas repúblicas centro-americanas enfrentarão sérias crises internas tanto pela falta do dinheiro como pela forte reação negativa interna.
Trump quer fazer de sua política anti-imigração um dos temas centrais da campanha para as eleições intermediárias de 6 de novembro, quando o Partido Democrata pode retomar o controle da Câmara dos Representantes, o que prejudicaria sensivelmente seus planos de governo.
Impotentes diante da situação de violência, as máfias do tráfico de drogas e a miséria de seus países, estas repúblicas centro-americanas enfrentarão sérias crises internas tanto pela falta do dinheiro como pela forte reação negativa interna.
Trump quer fazer de sua política anti-imigração um dos temas centrais da campanha para as eleições intermediárias de 6 de novembro, quando o Partido Democrata pode retomar o controle da Câmara dos Representantes, o que prejudicaria sensivelmente seus planos de governo.
Primeiro-ministro afirma que Itália não sai da Eurozona nem da UE
Apesar dos desentendimentos com a União Europeia em torno do orçamento, o primeiro-ministro Giuseppe Conte declarou que o atual governo da Itália não pretende deixar a união monetária europeia nem o bloco europeu.
Conte tenta acalmar os mercados diante das críticas da Comissão Europeia, órgão executivo da UE, e do rebaixamento da nota de crédito da dívida soberana da Itália pela agência de classificação de risco Moody's na sexta-feira passada de Baa2 para Baa3, um nível acima de papel podre ou "lixo".
Quando a dívida de um país perde o grau de investimento, fundos de pensão não podem mais investir nos títulos de sua dívida para não colocar em risco as aposentadorias dos pensionistas. Os juros dos bônus da dívida pública italiana subiram para 3,8%.
Um dia antes, na quinta-feira, o comissário Pierre Moscovici entregou pessoalmente uma carta ao governo de Roma denunciando o "descumprimento particularmente grave das obrigações de política orçamentária previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento" que sustenta o euro.
No orçamento para 2019, o governo populista da Itália, formado pelo Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, prevê um déficit orçamento de 2,4% do produto interno bruto, de US$ 2,2 trilhões. Isto está dentro do limite de 3% previsto pelo pacto de estabilidade, mas a dívida externa italiana está em 131% do PIB, quando o limite é de 60%.
Até 30 de novembro, a Comissão Europeia precisa decidir se aceita a proposta orçamentária da Itália.
Conte tenta acalmar os mercados diante das críticas da Comissão Europeia, órgão executivo da UE, e do rebaixamento da nota de crédito da dívida soberana da Itália pela agência de classificação de risco Moody's na sexta-feira passada de Baa2 para Baa3, um nível acima de papel podre ou "lixo".
Quando a dívida de um país perde o grau de investimento, fundos de pensão não podem mais investir nos títulos de sua dívida para não colocar em risco as aposentadorias dos pensionistas. Os juros dos bônus da dívida pública italiana subiram para 3,8%.
Um dia antes, na quinta-feira, o comissário Pierre Moscovici entregou pessoalmente uma carta ao governo de Roma denunciando o "descumprimento particularmente grave das obrigações de política orçamentária previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento" que sustenta o euro.
No orçamento para 2019, o governo populista da Itália, formado pelo Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, prevê um déficit orçamento de 2,4% do produto interno bruto, de US$ 2,2 trilhões. Isto está dentro do limite de 3% previsto pelo pacto de estabilidade, mas a dívida externa italiana está em 131% do PIB, quando o limite é de 60%.
Até 30 de novembro, a Comissão Europeia precisa decidir se aceita a proposta orçamentária da Itália.
Arábia Saudita muda versão sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi
Depois de dizer que o jornalista Jamal Khashoggi havia saído vivo do consulado em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro, há três dias a monarquia absolutista Arábia Saudita reconheceu que ele foi morto numa briga.
Agora, o ministro do Exterior saudita, Adel al-Jubeir, admite que foi uma operação policial mal feita, "um erro monumental, mas nega que o príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman tivesse conhecimento.
A nova versão não convenceu ninguém. "Descobrimos que ele foi morto no consulado. Não sabemos como. Não sabemos os detalhes. Não sabemos onde está o corpo", declarou Al-Jubeir no domingo em entrevista à televisão americana Fox News diretamente de Riade, a capital saudita.
"Os indivíduos que fizeram aquilo agiram fora de suas responsabilidades. Foi um erro monumental, agravado pela tentativa de escondê-lo", acrescentando que o herdeiro do trono "não havia sido informado".
Até agora, informações vazadas pelo governo turco indicam que Khashoggi foi torturado e esquartejado vivo. Teve os dedos das mãos e os pés cortados e no fim foi decapitado numa execução brutal que teria sido gravada pela espionagem da Turquia.
Em comunicado conjunto, a Alemanha, a França e o Reino Unido exigiram explicações convincentes do regime saudita. A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, suspendeu a venda de armas à Arábia Saudita, pressionando os aliados a fazer o mesmo.
O grande aliado da Arábia Saudita no Ocidente, o presidente Donald Trump reluta em adotar sanções econômicas ou militares por causa do volume de negócios que o país tem com os Estados Unidos. Só em armas os sauditas querem comprar US$ 110 bilhões nos EUA e um total de US$ 350 bilhões em dez anos.
Na terça-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ficou de anunciar o resultado das investigações e promete revelar toda a verdade sobre o caso.
Agora, o ministro do Exterior saudita, Adel al-Jubeir, admite que foi uma operação policial mal feita, "um erro monumental, mas nega que o príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman tivesse conhecimento.
A nova versão não convenceu ninguém. "Descobrimos que ele foi morto no consulado. Não sabemos como. Não sabemos os detalhes. Não sabemos onde está o corpo", declarou Al-Jubeir no domingo em entrevista à televisão americana Fox News diretamente de Riade, a capital saudita.
"Os indivíduos que fizeram aquilo agiram fora de suas responsabilidades. Foi um erro monumental, agravado pela tentativa de escondê-lo", acrescentando que o herdeiro do trono "não havia sido informado".
Até agora, informações vazadas pelo governo turco indicam que Khashoggi foi torturado e esquartejado vivo. Teve os dedos das mãos e os pés cortados e no fim foi decapitado numa execução brutal que teria sido gravada pela espionagem da Turquia.
Em comunicado conjunto, a Alemanha, a França e o Reino Unido exigiram explicações convincentes do regime saudita. A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, suspendeu a venda de armas à Arábia Saudita, pressionando os aliados a fazer o mesmo.
O grande aliado da Arábia Saudita no Ocidente, o presidente Donald Trump reluta em adotar sanções econômicas ou militares por causa do volume de negócios que o país tem com os Estados Unidos. Só em armas os sauditas querem comprar US$ 110 bilhões nos EUA e um total de US$ 350 bilhões em dez anos.
Na terça-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ficou de anunciar o resultado das investigações e promete revelar toda a verdade sobre o caso.
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domingo, 21 de outubro de 2018
Rússia adverte EUA a não romper acordo nuclear
A Rússia alertou hoje o presidente Donald Trump de que retirar os Estados Unidos do acordo bilateral que proibiu os mísseis nucleares baseada em terra de curto e médio alcances, de 500 a 5 mil quilômetros, sob o risco de iniciar uma nova corrida armamentista capaz de abalar a segurança internacional.
Trump anunciou ontem a intenção de sair do Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado em 8 de dezembro de 1987 na Casa Branca pelo presidente Ronald Reagan e o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev. Os russos advertem que é "um passo muito perigoso".
Primeiro acordo a eliminar armas nucleares, foi um dos marcos do fim da Guerra Fria. O risco é que outros acordos sejam abandonados, como o que limita o número de armas nucleares estratégicas, a ser renovado até 2021.
A reação da Rússia acontece no momento em que o assessor de Segurança Nacional de Trump, o linha-dura John Bolton, crítico do acordo de desarmamento nuclear, chega a Moscou para dois dias de conversas sobre as relações bilaterais.
"Ao contrário dos nossos colegas americanos, entendemos toda a seriedade da questão e seu significado para a segurança e a estabilidade estratégica", afirmou o vice-primeiro-ministro Serguei Riabkov.
O vice-primeiro-ministro acrescentou: "Se os americanos continuarem a agir com esta crueza e se retirarem unilateralmente de todos os tipos de acordos e mecanismos, do acordo nuclear com o Irã ao Tratado Postal Internacional, estão só nos resta realizar ações em resposta, inclusive de natureza militar. Mas não queremos ir tão longe."
Entre as missões de Bolton, está pressionar a Rússia a não ajudar o Irã a se evadir das sanções impostas pelos EUA ao sair do acordo nuclear assinado em 2015 pela República Islâmica, as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano.
A partir de 5 de novembro, o governo Trump quer sufocar as exportações do petróleo do Irã.
Para justificar a retirada dos EUA do acordo Reagan-Gorbachev, Trump acusou o Kremlin de desrespeitá-lo: "Não vamos deixar que violem o acordo nuclear e fabriquem armas enquanto nós não podemos."
Na última década, os EUA acusaram a Rússia de violar o acordo com a fabricação de novos mísseis. Os russos insistem que o escudo de defesa antimísseis instalado em países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), especialmente numa base na Romênia e em outra em construção na Polônia, rompem o acordo.
Com o risco para a Europa, o ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Mass, admitiu que, embor a Europa "frequentemente exigiu que a Rússia respondesse às acusações de violar Tratado sobre Forças Nucleares Intermediárias", a decisão dos EUA é "lamentável": "O tratado é um pilar importante da arquitetura de segurança da Europa há 30 anos."
O senador russo Alexei Puchkov adveriu para o risco de "volta do mundo à Guerra Fria": "Esta retirada pode ser o segundo golpe mais forte contra todo o sistema de estabilidade estratégica. O primeiro foi a retirada dos EUA do Acordo de Mísseis Antibalísticos (ABM)" em 2001, no início do governo George W. Bush. "Mais uma vez, a iniciativa de sair do tratado parte dos EUA."
Maior responsável pelo fim da Guerra Fria, Gorbachev questionou a inteligência do atual presidente dos EUA: "É realmente tão difícil de entender que rejeitar esses acordos não é, como as pessoas dizem, o trabalho de uma grande mente? Será que não entendem em Washington aonde isto pode nos levar?"
Gorbachev foi definitivo: "Sob nenhuma circunstância, devemos rasgar acordos de desarmamento. Todos os acordos de desarmamento nuclear e limitação de armas nucleares devem ser preservados para preservar a vida na Terra."
Trump anunciou ontem a intenção de sair do Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado em 8 de dezembro de 1987 na Casa Branca pelo presidente Ronald Reagan e o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev. Os russos advertem que é "um passo muito perigoso".
Primeiro acordo a eliminar armas nucleares, foi um dos marcos do fim da Guerra Fria. O risco é que outros acordos sejam abandonados, como o que limita o número de armas nucleares estratégicas, a ser renovado até 2021.
A reação da Rússia acontece no momento em que o assessor de Segurança Nacional de Trump, o linha-dura John Bolton, crítico do acordo de desarmamento nuclear, chega a Moscou para dois dias de conversas sobre as relações bilaterais.
"Ao contrário dos nossos colegas americanos, entendemos toda a seriedade da questão e seu significado para a segurança e a estabilidade estratégica", afirmou o vice-primeiro-ministro Serguei Riabkov.
O vice-primeiro-ministro acrescentou: "Se os americanos continuarem a agir com esta crueza e se retirarem unilateralmente de todos os tipos de acordos e mecanismos, do acordo nuclear com o Irã ao Tratado Postal Internacional, estão só nos resta realizar ações em resposta, inclusive de natureza militar. Mas não queremos ir tão longe."
Entre as missões de Bolton, está pressionar a Rússia a não ajudar o Irã a se evadir das sanções impostas pelos EUA ao sair do acordo nuclear assinado em 2015 pela República Islâmica, as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar por dez anos o programa nuclear militar iraniano.
A partir de 5 de novembro, o governo Trump quer sufocar as exportações do petróleo do Irã.
Para justificar a retirada dos EUA do acordo Reagan-Gorbachev, Trump acusou o Kremlin de desrespeitá-lo: "Não vamos deixar que violem o acordo nuclear e fabriquem armas enquanto nós não podemos."
Na última década, os EUA acusaram a Rússia de violar o acordo com a fabricação de novos mísseis. Os russos insistem que o escudo de defesa antimísseis instalado em países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), especialmente numa base na Romênia e em outra em construção na Polônia, rompem o acordo.
Com o risco para a Europa, o ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Mass, admitiu que, embor a Europa "frequentemente exigiu que a Rússia respondesse às acusações de violar Tratado sobre Forças Nucleares Intermediárias", a decisão dos EUA é "lamentável": "O tratado é um pilar importante da arquitetura de segurança da Europa há 30 anos."
O senador russo Alexei Puchkov adveriu para o risco de "volta do mundo à Guerra Fria": "Esta retirada pode ser o segundo golpe mais forte contra todo o sistema de estabilidade estratégica. O primeiro foi a retirada dos EUA do Acordo de Mísseis Antibalísticos (ABM)" em 2001, no início do governo George W. Bush. "Mais uma vez, a iniciativa de sair do tratado parte dos EUA."
Maior responsável pelo fim da Guerra Fria, Gorbachev questionou a inteligência do atual presidente dos EUA: "É realmente tão difícil de entender que rejeitar esses acordos não é, como as pessoas dizem, o trabalho de uma grande mente? Será que não entendem em Washington aonde isto pode nos levar?"
Gorbachev foi definitivo: "Sob nenhuma circunstância, devemos rasgar acordos de desarmamento. Todos os acordos de desarmamento nuclear e limitação de armas nucleares devem ser preservados para preservar a vida na Terra."
sábado, 20 de outubro de 2018
Britânicos exigem segunda votação sobre saída do Reino Unido da UE
Centenas de milhares de pessoas marcharam hoje no centro de Londres para exigir a realização de um referendo, uma segunda consulta popular sobre a saída do Reino Unido da União Europeia para aprovar o acordo final do divórcio, informou a televisão pública britânica BBC. A primeira-ministra Theresa May rejeita esta possibilidade.
Os organizadores da campanha Voto Popular estimaram o total de manifestantes em 700 mil pessoas. A Polícia Metropolitana da Grande Londres não apresentou estimativa.
A marcha foi liderada pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan, que discursou na Praça do Parlamento, diante do Palácio de Westminster: "O que é realmente importante é que aqueles que dizem que uma votação popular é antidemocrática e antipatriótica percebam que de fato isto é exatamente o oposto da verdade."
Outra manifestação, muito menor, reuniu defensores da Brexit (saída britânica) em Harrogate, sob a liderança do ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido, o neofascista Nigel Farage, que afirmou: "Cerca de um terço das pessoas que votaram para ficar hoje diz que somos democratas. Penso que o governo deve ir em frente", afirmou.
"Esta é a nossa mensagem: vão em frente, cumpram as promessas que nos fizeram, disseram que se votássemos para sair sairíamos. Isso precisa acontecer", insistiu Farage, líder da campanha vitoriosa no plebiscito de 23 de junho de 2016.
Os manifestantes contra a Brexit se reuniram numa avenida diante do Hyde Park. Havia famílias jovens, pessoas enroladas na bandeira da UE. Cartazes diziam: "Brexit roubou meu futuro".
Muita gente marchou em grupos, funcionários do Serviço Nacional de Saúde (NHS), membros da comunidade LGBT, militantes do mesmo partido, diferentes setores da sociedade britânica que lutam para ter a palavra final quando o governador conservador negociar um acordo para a saída definitiva com os outros 27 países da UE.
A data marcada para o Reino Unido deixar a UE é 31 de março de 2019. Em 16 e 17 de outubro, a primeira-ministra Theresa May teve um encontro de cúpula com os líderes da Europa unida. Mais uma vez, não houve acordo.
O prazo está se esgotando e May chefia um governo frágil. A ala mais radical do Partido Conservador quer uma saída dura, que tire o país da UE, enquanto as grandes empresas, especialmente as multinacionais com fábricas no Reino Unido, e o centro financeiro de Londres querem manter acesso ao mercado único europeu.
A proposta de May, o chamado Acordo de Chequers, onde fica a casa de campo oficial da primeira-ministra, não apoio nem da UE nem dos partidários de uma ruptura total com o bloco europeu.
Sem acordo, a retirada será um choque econômico forte. O movimento de hoje reivindica o direito do eleitor de tomar a decisão final num referendo.
Os organizadores da campanha Voto Popular estimaram o total de manifestantes em 700 mil pessoas. A Polícia Metropolitana da Grande Londres não apresentou estimativa.
A marcha foi liderada pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan, que discursou na Praça do Parlamento, diante do Palácio de Westminster: "O que é realmente importante é que aqueles que dizem que uma votação popular é antidemocrática e antipatriótica percebam que de fato isto é exatamente o oposto da verdade."
Outra manifestação, muito menor, reuniu defensores da Brexit (saída britânica) em Harrogate, sob a liderança do ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido, o neofascista Nigel Farage, que afirmou: "Cerca de um terço das pessoas que votaram para ficar hoje diz que somos democratas. Penso que o governo deve ir em frente", afirmou.
"Esta é a nossa mensagem: vão em frente, cumpram as promessas que nos fizeram, disseram que se votássemos para sair sairíamos. Isso precisa acontecer", insistiu Farage, líder da campanha vitoriosa no plebiscito de 23 de junho de 2016.
Os manifestantes contra a Brexit se reuniram numa avenida diante do Hyde Park. Havia famílias jovens, pessoas enroladas na bandeira da UE. Cartazes diziam: "Brexit roubou meu futuro".
Muita gente marchou em grupos, funcionários do Serviço Nacional de Saúde (NHS), membros da comunidade LGBT, militantes do mesmo partido, diferentes setores da sociedade britânica que lutam para ter a palavra final quando o governador conservador negociar um acordo para a saída definitiva com os outros 27 países da UE.
A data marcada para o Reino Unido deixar a UE é 31 de março de 2019. Em 16 e 17 de outubro, a primeira-ministra Theresa May teve um encontro de cúpula com os líderes da Europa unida. Mais uma vez, não houve acordo.
O prazo está se esgotando e May chefia um governo frágil. A ala mais radical do Partido Conservador quer uma saída dura, que tire o país da UE, enquanto as grandes empresas, especialmente as multinacionais com fábricas no Reino Unido, e o centro financeiro de Londres querem manter acesso ao mercado único europeu.
A proposta de May, o chamado Acordo de Chequers, onde fica a casa de campo oficial da primeira-ministra, não apoio nem da UE nem dos partidários de uma ruptura total com o bloco europeu.
Sem acordo, a retirada será um choque econômico forte. O movimento de hoje reivindica o direito do eleitor de tomar a decisão final num referendo.
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Arábia Saudita confirma morte de jornalista em "briga" no sindicato
É o grande acobertamento de um crime bárbaro em marcha. Diante de uma reação internacional sem precedentes, a monarquia absolutista da Arábia Saudita confirmou hoje que o jornalista dissente Jamal Khashoggi foi morto dentro do consulado do país em Istambul, na Turquia. De início, os sauditas alegaram que o jornalista saíra do consulado. Agora, a desculpa oficial é que houve uma "confrontação com pessoas reunidas no consulado".
Dezoito pessoas foram presas. Dois altos funcionários foram presos, o subchefe do serviço secreto, general Ahmed Assiri, e o assessor real Saud al-Kahtani. O sultão Salman ben Abdul Aziz al-Saud mandou uma comissão formada pelo príncipe-herdeiro e homem-forte do reino, Mohamed ben Salman, principal suspeito de ser o mandante do crime, para reestruturar o serviço.
"As pessoas que ele conheceu no consulado do reino em Istambul provocaram uma briga que levou à sua morte", afirmou a agência oficial de notícias saudita. "As investigações estão em andamento e 18 súditos do reino foram presos."
Nenhum esclarecimento sobre o que foi feito do corpo. Ninguém vai comprar esta versão mentirosa ou talvez só o presidente Donald Trump. Ele deixou claro que não pretende cancelar negócios de venda de armas no valor de US$ 110 bilhões nem mudar sua política para o Oriente Médio, de isolar o Irã e defender Israel.
MbS, como o príncipe é conhecido popularmente, prometeu enfrentar o clero ultraconservador, combater o terrorismo, se aproximar de Israel, contribuir para a paz com os palestinos e modernizar o país para prepará-lo para a era pós-petróleo com o programa Arábia Saudita 2030.
Tudo isso e seu próprio futuro como sultão estão ameaçados pela morte de Khashoggi, um ex-assessor da família real que se mudou para os EUA no ano passado e era colunita do jornal The Washington Post. Ele entrou no consulado em 2 de outubro para pegar um documento para se casar e nunca mais saiu.
Gravações vazadas para a imprensa pela inteligência turca revelaram que Jamal foi esquartejado vivo até a morte. Para o jornalista americano Thomas Friedman, que considerava a missão do príncipe quase impossível, agora entende que ele nunca poderá ser rei.
Dezoito pessoas foram presas. Dois altos funcionários foram presos, o subchefe do serviço secreto, general Ahmed Assiri, e o assessor real Saud al-Kahtani. O sultão Salman ben Abdul Aziz al-Saud mandou uma comissão formada pelo príncipe-herdeiro e homem-forte do reino, Mohamed ben Salman, principal suspeito de ser o mandante do crime, para reestruturar o serviço.
"As pessoas que ele conheceu no consulado do reino em Istambul provocaram uma briga que levou à sua morte", afirmou a agência oficial de notícias saudita. "As investigações estão em andamento e 18 súditos do reino foram presos."
Nenhum esclarecimento sobre o que foi feito do corpo. Ninguém vai comprar esta versão mentirosa ou talvez só o presidente Donald Trump. Ele deixou claro que não pretende cancelar negócios de venda de armas no valor de US$ 110 bilhões nem mudar sua política para o Oriente Médio, de isolar o Irã e defender Israel.
MbS, como o príncipe é conhecido popularmente, prometeu enfrentar o clero ultraconservador, combater o terrorismo, se aproximar de Israel, contribuir para a paz com os palestinos e modernizar o país para prepará-lo para a era pós-petróleo com o programa Arábia Saudita 2030.
Tudo isso e seu próprio futuro como sultão estão ameaçados pela morte de Khashoggi, um ex-assessor da família real que se mudou para os EUA no ano passado e era colunita do jornal The Washington Post. Ele entrou no consulado em 2 de outubro para pegar um documento para se casar e nunca mais saiu.
Gravações vazadas para a imprensa pela inteligência turca revelaram que Jamal foi esquartejado vivo até a morte. Para o jornalista americano Thomas Friedman, que considerava a missão do príncipe quase impossível, agora entende que ele nunca poderá ser rei.
Pedidos de seguro-desemprego caem ainda mais nos EUA
Em meados de outubro, o número de americanos demitidos que pediram seguro-desemprego caiu em 5 mil. Está em 210 mil. É o menor em 49 anos. A taxa de desemprego nos Estados Unidos, medida em outra pesquisa, baixou no mês passado para 3,7%, a menor desde dezembro de 1969.
O presidente Donald Trump tenta atrair para si a glória. A realidade é que a economia cresce sem parar desde junho de 2009, no início do governo Barack Obama, que herdou do republicano George Walker Bush a pior crise econômica desde a Grande Depressão (1929-39). O desemprego cai sem parar desde outubro de 2010.
Trump acelerou a economia com seu grande corte de impostos, que incluiu uma redução da alíquota do imposto de renda das empresas de 35% para 21%. Isto aumentou o déficit para US$ 779 bilhões, uma alta de 17% em relação ao ano passado.
Diante destes números, o presidente pediu ao ministério que corte os gastos públicos para reduzir o desequilíbrio fiscal. O Escritório de Orçamento do Congresso, órgão bipartidário, prevê um aumento de US$ 1,5 trilhão em dez anos na dívida pública, hoje em US$ 21,6 trilhões.
O presidente Donald Trump tenta atrair para si a glória. A realidade é que a economia cresce sem parar desde junho de 2009, no início do governo Barack Obama, que herdou do republicano George Walker Bush a pior crise econômica desde a Grande Depressão (1929-39). O desemprego cai sem parar desde outubro de 2010.
Trump acelerou a economia com seu grande corte de impostos, que incluiu uma redução da alíquota do imposto de renda das empresas de 35% para 21%. Isto aumentou o déficit para US$ 779 bilhões, uma alta de 17% em relação ao ano passado.
Diante destes números, o presidente pediu ao ministério que corte os gastos públicos para reduzir o desequilíbrio fiscal. O Escritório de Orçamento do Congresso, órgão bipartidário, prevê um aumento de US$ 1,5 trilhão em dez anos na dívida pública, hoje em US$ 21,6 trilhões.
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China tem o menor crescimento desde 2009
Sob o impacto da guerra comercial de Donald Trump, a China cresceu em ritmo de 6,5% ao ano no terceiro trimestre de 2018. É a menor taxa desde o início de 2009, no auge da Grande Recessão causada pela falência do banco de investimento americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.
O vice-primeiro-ministro encarregado da economia, Liu He, declarou que segunda maior economia do mundo mantém um crescimento estável, mas advertiu os bancos a não relutarem em emprestar dinheiro a empresas privadas.
"Se você analisar a economia da China focando apenas numa coisa ou um período, pode sentir que ela enfrenta dificuldades", afirmou Liu à televisão estatal CCTV, ao jornal oficial Diário do Povo e à agência de notícias Nova China. "Mas, se olhar numa perspectiva histórica mais longa, a perspectiva é muito brilhante."
No primeiro trimestre, o crescimento chinês foi em ritmo de 6,8%. No segundo, ficou em 6.7%.
Liu tentou minimizar a importância do conflito com os EUA, seu maior parceiro comercial: "O impacto psicológico é maior do que o impacto real. A China e os EUA estão em contato." Falava de um possível encontro do ditador Xi Jinping com Trump durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte em Buenos Aires no mês que vem,
O investimento em capital fixo aumentou em setembro para 5,4% ao ano, um pouco acima de 5,3%, recorde de baixa, registrado em agosto. A produção industrial avançou 5,8% e as vendas no varejo subiram 9,2%, em bases anuais. No ano passado, esses índices estavam em 6,6% e 10,3%.
O vice-primeiro-ministro encarregado da economia, Liu He, declarou que segunda maior economia do mundo mantém um crescimento estável, mas advertiu os bancos a não relutarem em emprestar dinheiro a empresas privadas.
"Se você analisar a economia da China focando apenas numa coisa ou um período, pode sentir que ela enfrenta dificuldades", afirmou Liu à televisão estatal CCTV, ao jornal oficial Diário do Povo e à agência de notícias Nova China. "Mas, se olhar numa perspectiva histórica mais longa, a perspectiva é muito brilhante."
No primeiro trimestre, o crescimento chinês foi em ritmo de 6,8%. No segundo, ficou em 6.7%.
Liu tentou minimizar a importância do conflito com os EUA, seu maior parceiro comercial: "O impacto psicológico é maior do que o impacto real. A China e os EUA estão em contato." Falava de um possível encontro do ditador Xi Jinping com Trump durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte em Buenos Aires no mês que vem,
O investimento em capital fixo aumentou em setembro para 5,4% ao ano, um pouco acima de 5,3%, recorde de baixa, registrado em agosto. A produção industrial avançou 5,8% e as vendas no varejo subiram 9,2%, em bases anuais. No ano passado, esses índices estavam em 6,6% e 10,3%.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Arábia Saudita pode culpar general pelo assassinato de jornalista
A monarquia absolutista da Arábia Saudita examina a possibilidade de responsabilizar o general Ahmed al-Assiri, um alto funcionário do serviço secreto pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, esquartejado vivo dentro do Consulado Saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro, revelou o jornal The New York Times.
Hoje o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu finalmente que Khashoggi está morto. Trump tem sido o maior defensor da monarquia saudita. Ele promete "punições severas", mas quer aguardar o resultado do inquérito.
O problema é que a investigação está sendo realizada pelos próprios responsáveis pelo assassinato político. Fará de tudo para tentar inocentar o príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman, homem-forte do regime saudita.
De acordo com o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, que estimulou a relação com o príncipe, insiste para o presidente manter o apoio a MbS na expectativa de que ele sobreviva à tempestade
Saudado por aliados ocidentais como o homem que modernizaria a Arábia Saudita, um regime feudal, sem Constituição nem qualquer respeito aos direitos humanos, onde tudo pertence à família real, inclusive as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, logo atrás da Venezuela, é visto agora como um príncipe que não pode ser rei.
A percepção de que MbS é um assassino sanguinário levou empresas, líderes empresariais e dirigentes políticos a cancelar sua participação numa conferência organizada pelo príncipe para atrair investimento estrangeiro chamada de Davos no Deserto, inclusive a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin. Foi a primeira reação negativa dos EUA.
Ao mesmo tempo, a imprensa americana noticiou que o rei Salman enviou US$ 100 milhões ao governo Trump, num sinal de precisa manter a "lealdade" para continuar recebendo dinheiro saudita.
O objetivo da conferência é levantar dinheiro para o grande projeto do príncipe, Arábia Saudita 2030, um plano de modernização para preparar o país para a era pós-petróleo.
Hoje o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu finalmente que Khashoggi está morto. Trump tem sido o maior defensor da monarquia saudita. Ele promete "punições severas", mas quer aguardar o resultado do inquérito.
O problema é que a investigação está sendo realizada pelos próprios responsáveis pelo assassinato político. Fará de tudo para tentar inocentar o príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman, homem-forte do regime saudita.
De acordo com o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, que estimulou a relação com o príncipe, insiste para o presidente manter o apoio a MbS na expectativa de que ele sobreviva à tempestade
Saudado por aliados ocidentais como o homem que modernizaria a Arábia Saudita, um regime feudal, sem Constituição nem qualquer respeito aos direitos humanos, onde tudo pertence à família real, inclusive as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, logo atrás da Venezuela, é visto agora como um príncipe que não pode ser rei.
A percepção de que MbS é um assassino sanguinário levou empresas, líderes empresariais e dirigentes políticos a cancelar sua participação numa conferência organizada pelo príncipe para atrair investimento estrangeiro chamada de Davos no Deserto, inclusive a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin. Foi a primeira reação negativa dos EUA.
Ao mesmo tempo, a imprensa americana noticiou que o rei Salman enviou US$ 100 milhões ao governo Trump, num sinal de precisa manter a "lealdade" para continuar recebendo dinheiro saudita.
O objetivo da conferência é levantar dinheiro para o grande projeto do príncipe, Arábia Saudita 2030, um plano de modernização para preparar o país para a era pós-petróleo.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Rosenstein defende investigação sobre Rússia como adequada
O subprocurador-geral Rod Rosenstein descreveu como "adequada e independente" a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência indevida da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, que o presidente Donald Trump chama de "caça às bruxas" e de "manipulada", noticiou o jornal The Wall Street Journal.
Em longa entrevista, Rosenstein reafirmou sua confiança nos resultados do inquérito. Foi ele que nomeou Mueller depois da demissão do diretor-geral James Comey por Trump, em 9 de maio de 2017.
Trump nunca perdoou seu ministro da Justiça, Jeff Sessions, por rejeitar a chefia do inquérito sobre a ingerência russa. Sessions se declarou impedido por ter mantido contato com russos durante a campanha. Há suspeitas do conluio da campanha com o Kremlin, o que o Trump nega.
O presidente acusou e humilhou no Twitter. Sessions respondeu que não aceitaria pressões políticas sobre investigações. Deve sair do governo no fim do ano. Trump não o demite para não ser acusado de obstrução de justiça.
Por presidir o inquérito e ter permitido que o escritório de seu advogado você alvo de uma operação de busca e apreensão. Rosenstein também virou alvo de Trump. Depois que o jornal The New York Times noticiou que teria proposto gravar reuniões internas para acusar o presidente de incapaz e afastá-lo do cargo com base na Emenda Constitucional nº 25, sua demissão era dada como certa.
Na época, em nota, o subprocurador negou ter gravado ou autorizado gravações do presidente. Ele acrescentou que "qualquer sugestão de que defendi a remoção do presidente é absolutamente falsa". Depois disso, os dois tiveram um encontro de trabalho na Casa Branca, Rosenstein sobreviveu.
"Tenho a solene responsabilidade de garantir que casos como este sejam investigados e denunciados, e fico satisfeito que o presidente tenha apoiado isso", declarou o subprocurador-geral. "Meu compromisso é garantir que a investigação seja adequada e independente e chegue ao resultado certo, qualquer que seja."
Em longa entrevista, Rosenstein reafirmou sua confiança nos resultados do inquérito. Foi ele que nomeou Mueller depois da demissão do diretor-geral James Comey por Trump, em 9 de maio de 2017.
Trump nunca perdoou seu ministro da Justiça, Jeff Sessions, por rejeitar a chefia do inquérito sobre a ingerência russa. Sessions se declarou impedido por ter mantido contato com russos durante a campanha. Há suspeitas do conluio da campanha com o Kremlin, o que o Trump nega.
O presidente acusou e humilhou no Twitter. Sessions respondeu que não aceitaria pressões políticas sobre investigações. Deve sair do governo no fim do ano. Trump não o demite para não ser acusado de obstrução de justiça.
Por presidir o inquérito e ter permitido que o escritório de seu advogado você alvo de uma operação de busca e apreensão. Rosenstein também virou alvo de Trump. Depois que o jornal The New York Times noticiou que teria proposto gravar reuniões internas para acusar o presidente de incapaz e afastá-lo do cargo com base na Emenda Constitucional nº 25, sua demissão era dada como certa.
Na época, em nota, o subprocurador negou ter gravado ou autorizado gravações do presidente. Ele acrescentou que "qualquer sugestão de que defendi a remoção do presidente é absolutamente falsa". Depois disso, os dois tiveram um encontro de trabalho na Casa Branca, Rosenstein sobreviveu.
"Tenho a solene responsabilidade de garantir que casos como este sejam investigados e denunciados, e fico satisfeito que o presidente tenha apoiado isso", declarou o subprocurador-geral. "Meu compromisso é garantir que a investigação seja adequada e independente e chegue ao resultado certo, qualquer que seja."
Israel ataca Faixa de Gaza em resposta a foguete e guerra é iminente
Depois que um foguete destruiu uma casa em Beersheba, Israel acusou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e bombardeou 20 alvos na Faixa de Gaza, informou o jornal digital The Times of Israel.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu o gabinete de guerra. O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou nos últimos dias que não haveria trégua antes de dar uma resposta dura ao Hamas.
Para Israel, o ataque a Beersheba é uma escalada no conflito com o Hamas, que não para. Apesar dos esforços das Nações Unidas e do Egito, não há trégua.
Toda sexta-feria, desde 30 de março, há manifestações violentas na fronteira, além de ataques incendiários com balões. Foguetes palestinos atacam o Sul de Israel e bombardeios israelenses respondem em Gaza.
Com eleições municipais em 22 de outubro, o governo direitista israelense está sob pressão para agir. Em Gaza, uma faixa estreita de 41 quilômetros de comprimento por 6 a 12 de largura, a situação humanitária é catastrófica.
Por iniciativa da ONU, o Catar se dispôs a fornecer combustível a Gaza. As entregas foram suspensas por causa do clima de guerra.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu o gabinete de guerra. O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou nos últimos dias que não haveria trégua antes de dar uma resposta dura ao Hamas.
Para Israel, o ataque a Beersheba é uma escalada no conflito com o Hamas, que não para. Apesar dos esforços das Nações Unidas e do Egito, não há trégua.
Toda sexta-feria, desde 30 de março, há manifestações violentas na fronteira, além de ataques incendiários com balões. Foguetes palestinos atacam o Sul de Israel e bombardeios israelenses respondem em Gaza.
Com eleições municipais em 22 de outubro, o governo direitista israelense está sob pressão para agir. Em Gaza, uma faixa estreita de 41 quilômetros de comprimento por 6 a 12 de largura, a situação humanitária é catastrófica.
Por iniciativa da ONU, o Catar se dispôs a fornecer combustível a Gaza. As entregas foram suspensas por causa do clima de guerra.
Quatro suspeitos do assassinato são ligados a príncipe saudita
Um dos 15 agentes da Arábia Saudita que mataram o jornalista dissidente Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul, na Turquia, foi visto com frequência na equipe de segurança do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, principal suspeito de ser o mandante do assassinato político. Outros três foram apontados por testemunhas como parte do esquema de segurança do princípe, revelou o jornal The New York Times.
Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista saudita, guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, nega ter qualquer conhecimento prévio da operação, mas num regime ditatorial desta natureza nada acontece sem o conhecimento dos donos do poder.
Khashoggi desapareceu em 2 de outubro, depois de entrar no Consulado Saudita em Istambul para pegar um documento para se casar. Ex-assessor da família real, ele era contra uma mudança de regime. Defendia uma liberalização. Seu último artigo, em defesa da liberdade de expressão no mundo árabe, foi publicado hoje no jornal The Washington Post.
Um quinto suspeito é um médico forense que faz parte do alto escalão do Ministério do Interior. Hoje foram revelados detalhes do crime bárbaro. De acordo com uma gravação vazada pelo governo turco, foi um crime bárbaro.
Em sete minutos de gravação, ouve-se que primeiro serraram os dedos das mãos, com o jornalista ainda vivo. Depois cortaram os pés. Serraram e esquartejaram Khashoggi. Por fim, ele foi decapitado.
MbS, como o príncipe é chamado popularmente, tornou-se o homem-forte do reino ao atropelar a linha sucessória. Ele se apresentava como um reformista com um programa amplo para modernizar o país, moderar o islamismo radical e preparar o país para a era pós-petróleo com o plano Arábia Saudita 2030. Para tanto, precisa atrair capital estrangeiro.
O príncipe enfrentou o clérigo ultraconservador, uma das bases do regime saudita, que segue o wahabismo, a corrente ultraconservadora do islamismo que inspirou Ossama ben Laden e a organização terrorista Estado Islâmico. Em junho deste ano, finalmente, as mulheres sauditas foram autorizadas a dirigir.
Ele também lançou uma campanha anticorrupção que prendeu príncipes e magnatas, vista como um abuso de poder para consolidar seu golpe palaciano.
Na política externa, seu maior erro foi a intervenção militar na guerra civil do Iêmen, hoje o pior conflito do mundo, com milhões de pessoas ameaçadas de morrer de fome porque sauditas e aliados bloqueiam o porto de Hodeida.
Ainda liderou um boicote ao Catar, acusando-o de fazer negócios com o Irã, grande rival da Arábia Saudita na disputa pela liderança regional no Oriente Médio. E criou uma crise diplomática com o Canadá quando a ministra do Exterior, Christya Freeland, pediu a libertação de Samar Badawi, mulher do jornalista liberal Raif Badawi, condenado em 2014 a 10 anos de prisão e 10 mil chibatadas por "insultar o Islã através de meios eletrônicos".
Por verem o Irã como inimigo, tanto os Estados Unidos quanto Israel abraçaram o novo príncipe-herdeiro como uma esperança de reforma no mundo árabe, esquecendo o papel ativo da Arábia Saudita e aliados como os Emirados Árabes Unidos na sabotagem da chamada Primavera Árabe, que acabou só levando a democracia à Tunísia.
A Arábia Saudita foi o primeiro país a ser visitado por Donald Trump como presidente dos EUA. Por si só, isso revelou a admiração de Trump por líderes autoritários. Até o momento, o presidente americano tem feito tudo para contemporizar. Nega-se a cancelar contratos de vendas de armas que afirma que podem chegar a US$ 110 bilhões.
Se o crime for confirmado, o governo dos EUA tem a obrigação legal de aplicar sanções à Arábia Saudita. A estratégia de Trump e Israel para isolar o Irã fica prejudicada. O petróleo saudita é fundamental para manter a estabilidade do mercado sem o petróleo do Irã.
Já se forma uma grande pressão internacional para que Mohamed ben Salman jamais se torne sultão da Arábia Saudita. Seus inimigos internos, inclusive o clérigo mais radical, festejam.
Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista saudita, guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, nega ter qualquer conhecimento prévio da operação, mas num regime ditatorial desta natureza nada acontece sem o conhecimento dos donos do poder.
Khashoggi desapareceu em 2 de outubro, depois de entrar no Consulado Saudita em Istambul para pegar um documento para se casar. Ex-assessor da família real, ele era contra uma mudança de regime. Defendia uma liberalização. Seu último artigo, em defesa da liberdade de expressão no mundo árabe, foi publicado hoje no jornal The Washington Post.
Um quinto suspeito é um médico forense que faz parte do alto escalão do Ministério do Interior. Hoje foram revelados detalhes do crime bárbaro. De acordo com uma gravação vazada pelo governo turco, foi um crime bárbaro.
Em sete minutos de gravação, ouve-se que primeiro serraram os dedos das mãos, com o jornalista ainda vivo. Depois cortaram os pés. Serraram e esquartejaram Khashoggi. Por fim, ele foi decapitado.
MbS, como o príncipe é chamado popularmente, tornou-se o homem-forte do reino ao atropelar a linha sucessória. Ele se apresentava como um reformista com um programa amplo para modernizar o país, moderar o islamismo radical e preparar o país para a era pós-petróleo com o plano Arábia Saudita 2030. Para tanto, precisa atrair capital estrangeiro.
O príncipe enfrentou o clérigo ultraconservador, uma das bases do regime saudita, que segue o wahabismo, a corrente ultraconservadora do islamismo que inspirou Ossama ben Laden e a organização terrorista Estado Islâmico. Em junho deste ano, finalmente, as mulheres sauditas foram autorizadas a dirigir.
Ele também lançou uma campanha anticorrupção que prendeu príncipes e magnatas, vista como um abuso de poder para consolidar seu golpe palaciano.
Na política externa, seu maior erro foi a intervenção militar na guerra civil do Iêmen, hoje o pior conflito do mundo, com milhões de pessoas ameaçadas de morrer de fome porque sauditas e aliados bloqueiam o porto de Hodeida.
Ainda liderou um boicote ao Catar, acusando-o de fazer negócios com o Irã, grande rival da Arábia Saudita na disputa pela liderança regional no Oriente Médio. E criou uma crise diplomática com o Canadá quando a ministra do Exterior, Christya Freeland, pediu a libertação de Samar Badawi, mulher do jornalista liberal Raif Badawi, condenado em 2014 a 10 anos de prisão e 10 mil chibatadas por "insultar o Islã através de meios eletrônicos".
Por verem o Irã como inimigo, tanto os Estados Unidos quanto Israel abraçaram o novo príncipe-herdeiro como uma esperança de reforma no mundo árabe, esquecendo o papel ativo da Arábia Saudita e aliados como os Emirados Árabes Unidos na sabotagem da chamada Primavera Árabe, que acabou só levando a democracia à Tunísia.
A Arábia Saudita foi o primeiro país a ser visitado por Donald Trump como presidente dos EUA. Por si só, isso revelou a admiração de Trump por líderes autoritários. Até o momento, o presidente americano tem feito tudo para contemporizar. Nega-se a cancelar contratos de vendas de armas que afirma que podem chegar a US$ 110 bilhões.
Se o crime for confirmado, o governo dos EUA tem a obrigação legal de aplicar sanções à Arábia Saudita. A estratégia de Trump e Israel para isolar o Irã fica prejudicada. O petróleo saudita é fundamental para manter a estabilidade do mercado sem o petróleo do Irã.
Já se forma uma grande pressão internacional para que Mohamed ben Salman jamais se torne sultão da Arábia Saudita. Seus inimigos internos, inclusive o clérigo mais radical, festejam.
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terça-feira, 16 de outubro de 2018
Inflação no atacado cai para 3,6% ao ano na China
O índice de preços ao produtor registrou em setembro a menor alta anual em cinco meses, de 3,6%, revelou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas da China. A taxa mensal subiu 0,6%. Embora mais baixa, em 2,5%, a inflação no varejo teve o maior aumento em sete meses.
A principal causa foi uma aumento de 3,6% nos preços dos alimentos, com alta nos preços de hortaliças, enquanto a carne de porco, principal fonte de proteína animal dos chineses, baixou 2,4%.
Diante do conflito comercial com os Estados Unidos, em agosto, a China reduziu em US$ 6 bilhões a quantidade de títulos da dívida pública americana que mantém como reservas cambiais. Elas estão hoje em US$ 1,165 trilhão, abaixo do US$ 1,2 trilhão de um ano antes.
A principal causa foi uma aumento de 3,6% nos preços dos alimentos, com alta nos preços de hortaliças, enquanto a carne de porco, principal fonte de proteína animal dos chineses, baixou 2,4%.
Diante do conflito comercial com os Estados Unidos, em agosto, a China reduziu em US$ 6 bilhões a quantidade de títulos da dívida pública americana que mantém como reservas cambiais. Elas estão hoje em US$ 1,165 trilhão, abaixo do US$ 1,2 trilhão de um ano antes.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Arábia Saudita deve admitir que jornalista morreu sob tortura
Em conversa telefônica com o presidente Donald Trump, o sultão da Arábia Saudita, Salman ben Abdul Aziz al-Saud, negou hoje ter qualquer conhecimento da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado durante uma visita ao Consulado Saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro. Horas depois, a CNN noticiou que o reino prepara um relatório para admitir que ele morreu durante o interrogatório.
Desde o início do caso, uma das explicações possíveis é que uma equipe de 15 agentes sauditas foi à Turquia naquele dia para tentar prender Khashoggi e levá-lo para a Arábia Saudita. Como ele resistiu, pode ter sido morto quando era torturado.
Ex-assessor da família real, Khashoggi se tornou um dos maiores críticos do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman. No ano passado, foi para o autoexílio nos Estados Unidos, onde era colaborador do jornal The Washington Post.
Para desculpar a monarquia absolutista saudita, conhecida por ser um reino medieval sem o menor respeito pelos direitos humanos, Trump disse hoje que podem ser "assassinos vagabundos", sem ligação com a Arábia Saudita.
É difícil imaginar como 15 agentes tenham ido a Turquia numa operação desses sem a autorização da família real. A desculpa oficial pode ser que eles não tinham autorização superior para fazer o que fizeram.
Trump enviou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Riade para conversar com o sultão.
Desde o início do caso, uma das explicações possíveis é que uma equipe de 15 agentes sauditas foi à Turquia naquele dia para tentar prender Khashoggi e levá-lo para a Arábia Saudita. Como ele resistiu, pode ter sido morto quando era torturado.
Ex-assessor da família real, Khashoggi se tornou um dos maiores críticos do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman. No ano passado, foi para o autoexílio nos Estados Unidos, onde era colaborador do jornal The Washington Post.
Para desculpar a monarquia absolutista saudita, conhecida por ser um reino medieval sem o menor respeito pelos direitos humanos, Trump disse hoje que podem ser "assassinos vagabundos", sem ligação com a Arábia Saudita.
É difícil imaginar como 15 agentes tenham ido a Turquia numa operação desses sem a autorização da família real. A desculpa oficial pode ser que eles não tinham autorização superior para fazer o que fizeram.
Trump enviou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Riade para conversar com o sultão.
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domingo, 14 de outubro de 2018
Senadora democrata faz campanha para concorrer à Casa Branca em 2020
Nos últimos seis meses, a senadora Elizabeth Warren, uma das maiores adversárias políticas do presidente Donald Trump, armou uma estrutura para impulsionar as campanhas do Partido Democrata em 50 estados que parece uma articulação para disputar a Presidência dos Estados Unidos em 2020, noticiou hoje o jornal The Washington Post.
Warren está em contato com mais de 150 campanhas às eleições intermediárias de meio de mandato, em 6 de novembro, quando os democratas esperam retomar a maioria na Câmara dos Representantes, perdida em 2010, dois anos depois da eleição de Barack Obama.
"Sinto a urgência do momento nacionalmente", declarou a senadora pelo estado de Massachusetts. "Tem duas partes: responsabilizar Donald Trump pelo que faz e melhorar o país para famílias que trabalham duramente."
Isso revela uma descentralização partido, "com a maior parte da energia é gerada por indivíduos que constroem suas próprias operação", acrescenta o Post.
Em média, os democratas arrecadaram US$ 1 milhão a mais do que os republicanos em cada uma das 435 cadeiras da Câmara. Warren distribuiu US$ 100 milhões a candidatos democratas.
A senadora é um dos principais alvos democratas de Trump, que a chama pejorativamente de Pocahontas, nome de uma princesa indígena, porque Warren alegou ter antecedentes indígenas ao entrar na Universidade de Harvard. Ela divulgou um teste de DNA para sustentar a alegação.
Warren está em contato com mais de 150 campanhas às eleições intermediárias de meio de mandato, em 6 de novembro, quando os democratas esperam retomar a maioria na Câmara dos Representantes, perdida em 2010, dois anos depois da eleição de Barack Obama.
"Sinto a urgência do momento nacionalmente", declarou a senadora pelo estado de Massachusetts. "Tem duas partes: responsabilizar Donald Trump pelo que faz e melhorar o país para famílias que trabalham duramente."
Isso revela uma descentralização partido, "com a maior parte da energia é gerada por indivíduos que constroem suas próprias operação", acrescenta o Post.
Em média, os democratas arrecadaram US$ 1 milhão a mais do que os republicanos em cada uma das 435 cadeiras da Câmara. Warren distribuiu US$ 100 milhões a candidatos democratas.
A senadora é um dos principais alvos democratas de Trump, que a chama pejorativamente de Pocahontas, nome de uma princesa indígena, porque Warren alegou ter antecedentes indígenas ao entrar na Universidade de Harvard. Ela divulgou um teste de DNA para sustentar a alegação.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Turquia liberta pastor americano condenado por espionagem
Para melhorar as relações com os Estados Unidos no momento em que denuncia o assassinato de um jornalista dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, a Turquia libertou hoje o pastor americano Andrew Brunson, condenado a três anos de prisão por espionagem e apoio a grupo terrorista por supostas ligações com o movimento gulenista.
O governo cada vez mais autoritário do presidente Recep Tayyip Erdogan acusa o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, exilado nos EUA, pelo fracassado golpe de Estado de 15 de julho. Cerca de 400 pessoas foram mortas e quase 16 mil foram presas. Mais de 48 mil trabalhadores e funcionários públicos foram demitidos.
A Turquia pediu oficialmente a extradição de Gülen, mas a Justiça dos EUA não viu indícios suficientes de envolvimento do clérigo na conspiração golpista. Os EUA entendem que a punição ao pastor é uma retaliação de Erdogan.
Irritado, o presidente Donald Trump ameaçou impor sanções, o que agravou a difícil situação econômica da Turquia.
Hoje, depois do assassinato político do jornalista Jamal Khashoggi no consulado em Istambul por um esquadrão da morte saudita, a Justiça da Turquia confirmou a condenação de Brunson, mas ordenou sua libertação por causa do tempo que ele já passou na prisão.
O pastor já seguiu viagem para os EUA. Trump festejou no Twitter e negou ter feito qualquer concessão a Erdogan. A rede de televisão americana ABC disse que houve acordo.
O governo cada vez mais autoritário do presidente Recep Tayyip Erdogan acusa o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, exilado nos EUA, pelo fracassado golpe de Estado de 15 de julho. Cerca de 400 pessoas foram mortas e quase 16 mil foram presas. Mais de 48 mil trabalhadores e funcionários públicos foram demitidos.
A Turquia pediu oficialmente a extradição de Gülen, mas a Justiça dos EUA não viu indícios suficientes de envolvimento do clérigo na conspiração golpista. Os EUA entendem que a punição ao pastor é uma retaliação de Erdogan.
Irritado, o presidente Donald Trump ameaçou impor sanções, o que agravou a difícil situação econômica da Turquia.
Hoje, depois do assassinato político do jornalista Jamal Khashoggi no consulado em Istambul por um esquadrão da morte saudita, a Justiça da Turquia confirmou a condenação de Brunson, mas ordenou sua libertação por causa do tempo que ele já passou na prisão.
O pastor já seguiu viagem para os EUA. Trump festejou no Twitter e negou ter feito qualquer concessão a Erdogan. A rede de televisão americana ABC disse que houve acordo.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Turquia tem gravações que comprovam morte do jornalista saudita
O governo da Turquia revelou aos Estados Unidos ter gravações de som e imagem que comprovam que o jornalista Jamal Khashoggi foi detido, assassinado e esquartejado por um esquadrão da morte dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde entrou em 2 de outubro atrás de um documento para se casar, noticiou o jornal The Washington Post.
"A gravação das vozes dentro do consulado mostra o que aconteceu depois que Jamal entrou", contou uma fonte que teve acesso ao material do serviço secreto turco. "Você pode ouvir a voz dele e as vozes de outros homens falando árabe. Pode ouvir ele sendo interrogado, torturado e morto."
Outro alto funcionário americano confirmou ter ouvido na gravação os agentes sauditas torturando Khashoggi. O jornalista foi assessor da família real saudita, mas deixou o país no ano passado, foi para um autoexílio nos EUA e se tornou um grande crítico do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista.
A Turquia reluta em apresentar estas provas porque desmascaram a espionagem a representações estrangeiras no país. O Post não diz se funcionários americanos chegaram a ver os vídeos e ouvir os áudio ou se os turcos fizeram descrições. A Arábia Saudita afirma que Khashoggi saiu do consulado no mesmo dia.
Os EUA estão investigando o caso. Pela lei americana, o governo tem a obrigação de impor sanções à Arábia Saudita se o assassinato político for confirmado. Mas o presidente Donald Trump declarou hoje ser contra. O governo saudita comprou US$ 110 bilhões em armas dos EUA e prometeu comprar um total de US$ 350 bilhões em dez anos.
Com sua visão negocista da política internacional, Trump não quer abrir mão deste dinheiro.
"A gravação das vozes dentro do consulado mostra o que aconteceu depois que Jamal entrou", contou uma fonte que teve acesso ao material do serviço secreto turco. "Você pode ouvir a voz dele e as vozes de outros homens falando árabe. Pode ouvir ele sendo interrogado, torturado e morto."
Outro alto funcionário americano confirmou ter ouvido na gravação os agentes sauditas torturando Khashoggi. O jornalista foi assessor da família real saudita, mas deixou o país no ano passado, foi para um autoexílio nos EUA e se tornou um grande crítico do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista.
A Turquia reluta em apresentar estas provas porque desmascaram a espionagem a representações estrangeiras no país. O Post não diz se funcionários americanos chegaram a ver os vídeos e ouvir os áudio ou se os turcos fizeram descrições. A Arábia Saudita afirma que Khashoggi saiu do consulado no mesmo dia.
Os EUA estão investigando o caso. Pela lei americana, o governo tem a obrigação de impor sanções à Arábia Saudita se o assassinato político for confirmado. Mas o presidente Donald Trump declarou hoje ser contra. O governo saudita comprou US$ 110 bilhões em armas dos EUA e prometeu comprar um total de US$ 350 bilhões em dez anos.
Com sua visão negocista da política internacional, Trump não quer abrir mão deste dinheiro.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
EUA vão investigar desaparecimento de jornalista saudita
Um grupo de senadores dos dois partidos com representação no Congresso dos Estados Unidos enviou mensagem ao presidente Donald Trump pedindo uma investigação sobre o jornalista saudita Jamal Khashoggi, desaparecido desde que entrou no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro. Trump prometeu "ir fundo" para descobrir a verdade.
Crítico da monarquia absolutista saudita, especialmente do novo príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman, Khashoggi vivia há dois anos num autoexílio nos EUA. Foi ao consulado em Istambul para resolver um problema burocrático relativo à sua vida no exterior.
Em 6 de outubro, sábado passado, o serviço secreto da Turquia deixou vazar a notícia de que provavelmente ele tenha sido assassinado por um grupo de agentes especiais. Seu corpo teria sido esquartejado para remoção de dentro do consulado.
No dia 2, quando Khashoggi desapareceu, 15 agentes especiais da Arábia Saudita entraram na Turquia. Fariam parte de um esquadrão da morte. Eles foram ao bazar, o mercado público de Istambul, onde compraram várias malas. Teriam levado uma serra capaz de serrar ossos humanos para esquartejar o jornalista. À noite, o grupo saiu da Turquia em dois jatinhos e voltou à Arábia Saudita.
Se o assassinato político for confirmado, os EUA devem aplicar sanções à Arábia Saudita, adverte a Comissão de Relações Exteriores do Senado, que apoia a investigação, a ser realizada pelos serviços secretos dos EUA e seus aliados no Oriente Médio.
Como Trump fez da Arábia Saudita a maior aliada dos EUA no mundo árabe, o pedido de investigação pode criar atrito entre a Casa Branca e o Capitólio sobre como proceder em caso de confirmação do crime.
A aliança histórica com a Arábia Saudita ajuda os EUA a controlar o mercado internacional do petróleo. No governo Trump, virou peça-chave na política americana para o Oriente Médio, de isolar o Irã. Prometeu comprar US$ 110 bilhões em armas imediatamente e US$ 350 bilhões em 10 anos. Foi o primeiro país visitado pelo presidente americano depois da posse.
Trump e seu genro Jared Kushner tentaram criar uma relação pessoal com o príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, que atropelou a linha sucessória para se tornar o homem-forte do reino e lançou o plano Arábia Saudita 2030, para modernizar a economia do país e prepará-la para a era pós-petróleo.
MbS, como é conhecido, lançou uma campanha anticorrupção que prendeu magnatas e príncipes e autorizou as mulheres a dirigir. Ao mesmo tempo, cometeu graves erros de política externa, como a intervenção na guerra civil do Iêmen em apoio ao governo deposto de Abed Rabbo Mansur Hadi contra os rebeldes hutis, apoiados pelo Irã, e a tentativa de isolar o Catar por causa de suas relações com a ditadura teocrática xiita iraniana.
Também criou uma crise diplomática com o Canadá ao reagir furiosamente a críticas ao tratamento da mulher do jornalista liberal Raif Badawi, prisioneiro político da monarquia absolutista.
Ao matar, ao que tudo indica, um dissidente no exterior, provoca uma crise internacional com a Turquia com impacto no mundo inteiro e deixa seu grande aliado na Casa Branca em posição constrangedora.
Trump declarou hoje que é "uma situação ruim" e que "vamos ao fundo", prometendo investigar o desaparecimento de Khashoggi. Mas não quer suspender a venda de armas ao regime assassino.
Crítico da monarquia absolutista saudita, especialmente do novo príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman, Khashoggi vivia há dois anos num autoexílio nos EUA. Foi ao consulado em Istambul para resolver um problema burocrático relativo à sua vida no exterior.
Em 6 de outubro, sábado passado, o serviço secreto da Turquia deixou vazar a notícia de que provavelmente ele tenha sido assassinado por um grupo de agentes especiais. Seu corpo teria sido esquartejado para remoção de dentro do consulado.
No dia 2, quando Khashoggi desapareceu, 15 agentes especiais da Arábia Saudita entraram na Turquia. Fariam parte de um esquadrão da morte. Eles foram ao bazar, o mercado público de Istambul, onde compraram várias malas. Teriam levado uma serra capaz de serrar ossos humanos para esquartejar o jornalista. À noite, o grupo saiu da Turquia em dois jatinhos e voltou à Arábia Saudita.
Se o assassinato político for confirmado, os EUA devem aplicar sanções à Arábia Saudita, adverte a Comissão de Relações Exteriores do Senado, que apoia a investigação, a ser realizada pelos serviços secretos dos EUA e seus aliados no Oriente Médio.
Como Trump fez da Arábia Saudita a maior aliada dos EUA no mundo árabe, o pedido de investigação pode criar atrito entre a Casa Branca e o Capitólio sobre como proceder em caso de confirmação do crime.
A aliança histórica com a Arábia Saudita ajuda os EUA a controlar o mercado internacional do petróleo. No governo Trump, virou peça-chave na política americana para o Oriente Médio, de isolar o Irã. Prometeu comprar US$ 110 bilhões em armas imediatamente e US$ 350 bilhões em 10 anos. Foi o primeiro país visitado pelo presidente americano depois da posse.
Trump e seu genro Jared Kushner tentaram criar uma relação pessoal com o príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, que atropelou a linha sucessória para se tornar o homem-forte do reino e lançou o plano Arábia Saudita 2030, para modernizar a economia do país e prepará-la para a era pós-petróleo.
MbS, como é conhecido, lançou uma campanha anticorrupção que prendeu magnatas e príncipes e autorizou as mulheres a dirigir. Ao mesmo tempo, cometeu graves erros de política externa, como a intervenção na guerra civil do Iêmen em apoio ao governo deposto de Abed Rabbo Mansur Hadi contra os rebeldes hutis, apoiados pelo Irã, e a tentativa de isolar o Catar por causa de suas relações com a ditadura teocrática xiita iraniana.
Também criou uma crise diplomática com o Canadá ao reagir furiosamente a críticas ao tratamento da mulher do jornalista liberal Raif Badawi, prisioneiro político da monarquia absolutista.
Ao matar, ao que tudo indica, um dissidente no exterior, provoca uma crise internacional com a Turquia com impacto no mundo inteiro e deixa seu grande aliado na Casa Branca em posição constrangedora.
Trump declarou hoje que é "uma situação ruim" e que "vamos ao fundo", prometendo investigar o desaparecimento de Khashoggi. Mas não quer suspender a venda de armas ao regime assassino.
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Coreia do Sul admite suspender sanções à Coreia do Norte
O governo da Coreia do Sul está reexaminando as sanções adotadas unilateralmente contra a Coreia do Norte para ver se remove algumas, admitiu hoje o ministro do Exterior sul-coreano, Kang Kyung Wha, citado pela agência de notícias Yonhap.
Será mais um gesto simbólico de boa vontade para consolidar a reaproximação entre as duas Coreias, promovida ativamente pelo presidente sul-coreano, Moon Jae In, numa tentativa de pacificar a Península Coreana.
Depois de 35 anos de ocupação japonesa, a Coreia foi dividida em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos ocuparam o Sul e a União Soviética o Norte. Em 1948, no início da Guerra Fria, nascem a República da Coreia, no Sul, e a República Popular Democrática da Coreia, no Norte.
Ambas reivindicavam a soberania sobre toda a península, o que levou à Guerra da Coreia (1950-53), quando a Coreia do Norte invadiu a do Sul e uma força internacional liderada pelos EUA obteve um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana. Quando as tropas dos EUA invadiram o Norte, a China interveio e conseguiu restaurar o status quo anterior à guerra.
Até hoje, não foi assinado um acordo de paz, hoje um objetivo das duas Coreias. O fim de algumas sanções abre a possibilidade de aumentar a cooperação econômica além do complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde empresas sul-coreanas empregam mão de obra norte-coreana.
O degelo começou no início do ano, depois de intenso tiroteio verbal entre o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente Donald Trump ao longo de 2017. Desde então, Kim se encontrou três vezes com o presidente sul-coreano e uma com o presidente americano.
O próximo encontro de cúpula com Moon será em Seul, na primeira visita à Coreia do Sul de um dirigente máximo do regime stalinista de Pyongyang.
Kim e Trump realizaram um encontro de cúpula histórico em 12 de junho, em Cingapura, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um líder da Coreia do Norte, em que assinaram uma carta de intenções prometendo desnuclearizar a Península Coreana.
Como as negociações diretas estagnaram, Moon entrou na jogada como mediador entre os EUA e a Coreia do Norte, que insiste sempre na suspensão das sanções. O presidente americano exige a entrega das armas nucleares como precondição para levantar as sanções.
Em quatro visitas a Pyongyang, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu da Coreia do Norte um cronograma de desarmamento nuclear. O regime stalinista precisa apresentar um inventário das armas atômicas e entregar 60% para destruição em seis a nove meses.
A Coreia do Norte rejeita o desarmamento unilateral. Exige a assinatura de um acordo de paz pondo fim à Guerra da Coreia, que pode incluir uma retirada total das forças dos EUA da Coreia do Sul.
Será mais um gesto simbólico de boa vontade para consolidar a reaproximação entre as duas Coreias, promovida ativamente pelo presidente sul-coreano, Moon Jae In, numa tentativa de pacificar a Península Coreana.
Depois de 35 anos de ocupação japonesa, a Coreia foi dividida em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos ocuparam o Sul e a União Soviética o Norte. Em 1948, no início da Guerra Fria, nascem a República da Coreia, no Sul, e a República Popular Democrática da Coreia, no Norte.
Ambas reivindicavam a soberania sobre toda a península, o que levou à Guerra da Coreia (1950-53), quando a Coreia do Norte invadiu a do Sul e uma força internacional liderada pelos EUA obteve um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana. Quando as tropas dos EUA invadiram o Norte, a China interveio e conseguiu restaurar o status quo anterior à guerra.
Até hoje, não foi assinado um acordo de paz, hoje um objetivo das duas Coreias. O fim de algumas sanções abre a possibilidade de aumentar a cooperação econômica além do complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde empresas sul-coreanas empregam mão de obra norte-coreana.
O degelo começou no início do ano, depois de intenso tiroteio verbal entre o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente Donald Trump ao longo de 2017. Desde então, Kim se encontrou três vezes com o presidente sul-coreano e uma com o presidente americano.
O próximo encontro de cúpula com Moon será em Seul, na primeira visita à Coreia do Sul de um dirigente máximo do regime stalinista de Pyongyang.
Kim e Trump realizaram um encontro de cúpula histórico em 12 de junho, em Cingapura, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um líder da Coreia do Norte, em que assinaram uma carta de intenções prometendo desnuclearizar a Península Coreana.
Como as negociações diretas estagnaram, Moon entrou na jogada como mediador entre os EUA e a Coreia do Norte, que insiste sempre na suspensão das sanções. O presidente americano exige a entrega das armas nucleares como precondição para levantar as sanções.
Em quatro visitas a Pyongyang, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu da Coreia do Norte um cronograma de desarmamento nuclear. O regime stalinista precisa apresentar um inventário das armas atômicas e entregar 60% para destruição em seis a nove meses.
A Coreia do Norte rejeita o desarmamento unilateral. Exige a assinatura de um acordo de paz pondo fim à Guerra da Coreia, que pode incluir uma retirada total das forças dos EUA da Coreia do Sul.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Egito pressiona ANP a aceitar ajuda à Faixa de Gaza
O chefe do serviço secreto do Egito, Abbas Kamel, está pressionando o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a aceitar um pacote de ajuda do Catar à Faixa de Gaza, sob pena de ficar isolado em futuras negociações, noticiou hoje o jornal liberal israelense Haaretz.
Desde o acordo de paz de Camp David, em 1979, o Egito é um mediador dos conflitos entre Israel e as diferentes facções palestinas, e colabora com o governo israelense no patrulhamento de sua fronteira com Gaza. Mas não consegue negociar a paz entre a ANP, que controla parte da Cisjordânia ocupada, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que domina Gaza.
Esta divisão entre os principais grupos enfraquece o movimento nacional palestino e as chances de um acordo de paz com Israel que crie uma pátria para o povo palestino.
As Nações Unidas intermediaram uma trégua humanitária no mês passado para tentar evitar uma escalada de violência ou mesmo uma nova guerra entre Israel e o Hamas. O acordo foi feito sem a participação da ANP, minando a autoridade de Abbas.
Desde o acordo de paz de Camp David, em 1979, o Egito é um mediador dos conflitos entre Israel e as diferentes facções palestinas, e colabora com o governo israelense no patrulhamento de sua fronteira com Gaza. Mas não consegue negociar a paz entre a ANP, que controla parte da Cisjordânia ocupada, e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que domina Gaza.
Esta divisão entre os principais grupos enfraquece o movimento nacional palestino e as chances de um acordo de paz com Israel que crie uma pátria para o povo palestino.
As Nações Unidas intermediaram uma trégua humanitária no mês passado para tentar evitar uma escalada de violência ou mesmo uma nova guerra entre Israel e o Hamas. O acordo foi feito sem a participação da ANP, minando a autoridade de Abbas.
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segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Nobel de Economia premia atualização da análise macroeconômica
Os professores americanos William Nordhaus, da Universidade de Yale, e Paul Romer, da Universidade de Nova York e ex-vice-presidente do Banco Mundial, foram agraciados hoje com o Prêmio Nobel de Economia de 2018 pela Academia Real de Ciências da Suécia.
Nordhaus, de 77 anos, dividiu o prêmio por "integrar a mudança climática na análise macroeconômica de longo prazo" e Romer, de 62 anos, por "integrar inovações tecnológicas na análise macroeconômica de longo prazo".
Os dois desenvolveram suas pesquisas independentemente, "ampliando o alcance da análise econômica" com a criação de modelos usados para estudar mudanças de longo prazo e sua implicações políticas.
"William Nordhaus e Paul Romer criaram métodos para enfrentar algumas das questões mais básicas e urgentes sobre como criar crescimento econômico sustentado e sustentável", declarou o comitê do Nobel.
Pioneiro no estudo da economia ambiental desde os anos 1970s, o professor Nordhaus foi o primeiro a criar, nos anos 1990s, um modelo que "descreve a interação global entre a economia e o clima". Usando ideias da física, da química e da economia, explora os possíveis efeitos das intervenções políticas para tentar controlar o aquecimento global.
A cobrança de impostos sobre as emissões de gases carbônicos para combater a mudança do clima é uma proposta de Nordhaus, aplicada hoje em larga escala na Europa.
Romer, de 62 anos, formulou métodos para analisar o crescimento econômico a longo prazo e sobre as condições de mercado necessárias para promover inovações tecnológicas. Seu trabalho mais importante, publicado em 1990, lançou as bases da "teoria do crescimento endógeno".
Esta teoria mostra que o desenvolvimento tecnológico é impulsionado por políticas que promovam o crescimento, a educação e a pesquisa. Destaca a importância de investir em países e ideias para acelerar o crescimento, quando a maioria dos economistas acreditava que era impossível aumentar o ritmo da inovação tecnológica.
Nordhaus, de 77 anos, dividiu o prêmio por "integrar a mudança climática na análise macroeconômica de longo prazo" e Romer, de 62 anos, por "integrar inovações tecnológicas na análise macroeconômica de longo prazo".
Os dois desenvolveram suas pesquisas independentemente, "ampliando o alcance da análise econômica" com a criação de modelos usados para estudar mudanças de longo prazo e sua implicações políticas.
"William Nordhaus e Paul Romer criaram métodos para enfrentar algumas das questões mais básicas e urgentes sobre como criar crescimento econômico sustentado e sustentável", declarou o comitê do Nobel.
Pioneiro no estudo da economia ambiental desde os anos 1970s, o professor Nordhaus foi o primeiro a criar, nos anos 1990s, um modelo que "descreve a interação global entre a economia e o clima". Usando ideias da física, da química e da economia, explora os possíveis efeitos das intervenções políticas para tentar controlar o aquecimento global.
A cobrança de impostos sobre as emissões de gases carbônicos para combater a mudança do clima é uma proposta de Nordhaus, aplicada hoje em larga escala na Europa.
Romer, de 62 anos, formulou métodos para analisar o crescimento econômico a longo prazo e sobre as condições de mercado necessárias para promover inovações tecnológicas. Seu trabalho mais importante, publicado em 1990, lançou as bases da "teoria do crescimento endógeno".
Esta teoria mostra que o desenvolvimento tecnológico é impulsionado por políticas que promovam o crescimento, a educação e a pesquisa. Destaca a importância de investir em países e ideias para acelerar o crescimento, quando a maioria dos economistas acreditava que era impossível aumentar o ritmo da inovação tecnológica.
domingo, 7 de outubro de 2018
Senado dos EUA aprova juiz Kavanaugh para a Suprema Corte
Por 50 a 48, com uma abstenção do Partido Republicano e só um a favor do Partido Democrata, o Senado dos Estados Unidos aprovou ontem a indicação do juiz Brett Kavanaugh para a Suprema Corte, apesar de várias acusações de abuso sexual contra ele. A nomeação pelo presidente Donald Trump consolida uma maioria conservadora de 5-4 no tribunal.
Desde a escolha de Trump, quatro mulheres acusaram Kavanaugh de agressão sexual. A denúncia mais grave foi da psicóloga Christine Blasey Ford, professora da Universidade da Califórnia em Palo alto.
Em depoimento na Comissão de Justiça do Senado, Ford confirmou que, em 1982, quando ambos estavam no segundo grau, ela tinha 15 anos e Kavanaugh 17, ele e um amigo tentaram estuprá-la durante uma festa. O juiz negou. Ela disse ter 100% de certeza de que era ele.
A votação deveria ter acontecido oito dias antes se duas mulheres que se apresentaram como vítimas de violência sexual não tivessem encurralado o senador Jeff Flake no elevador exclusivo dos senadores: "O Sr. quer dizer que o que aconteceu conosco não tem importância, que a violência sexual contra mulheres não importa?"
Visivelmente constrangido, ele tentou acionar o elevador, mas elas prenderam a porta e continuaram pressionando-o. O governo Trump pediu então ao FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, para investigar as acusações. Foi um inquérito rápido. Não foram encontradas provas e testemunhos que corroborassem as alegações.
Na bancada republicana, só a senadora Lisa Murkowski não votou em Kavanaugh. Marcou presença, mas se absteve, declarando que "ele não é o homem adequado" para a Suprema Corte, enquanto o senador Joe Manchin, que disputa a reeleição em 6 de novembro na Virgínia Ocidental, foi o único voto democrata a favor do juiz.
Logo em seguida, Kavanaugh foi empossado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, e o ministro Anthony Kennedy, que se aposentou, abrindo a vaga preenchida hoje. Um conservador que muitas vezes votou com os liberais, Kennedy virou uma espécie de fiel da balança, decidindo várias votações por 5-4. A expectativa é que Kavanaugh garanta a maioria conservadora.
Desde a escolha de Trump, quatro mulheres acusaram Kavanaugh de agressão sexual. A denúncia mais grave foi da psicóloga Christine Blasey Ford, professora da Universidade da Califórnia em Palo alto.
Em depoimento na Comissão de Justiça do Senado, Ford confirmou que, em 1982, quando ambos estavam no segundo grau, ela tinha 15 anos e Kavanaugh 17, ele e um amigo tentaram estuprá-la durante uma festa. O juiz negou. Ela disse ter 100% de certeza de que era ele.
A votação deveria ter acontecido oito dias antes se duas mulheres que se apresentaram como vítimas de violência sexual não tivessem encurralado o senador Jeff Flake no elevador exclusivo dos senadores: "O Sr. quer dizer que o que aconteceu conosco não tem importância, que a violência sexual contra mulheres não importa?"
Visivelmente constrangido, ele tentou acionar o elevador, mas elas prenderam a porta e continuaram pressionando-o. O governo Trump pediu então ao FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, para investigar as acusações. Foi um inquérito rápido. Não foram encontradas provas e testemunhos que corroborassem as alegações.
Na bancada republicana, só a senadora Lisa Murkowski não votou em Kavanaugh. Marcou presença, mas se absteve, declarando que "ele não é o homem adequado" para a Suprema Corte, enquanto o senador Joe Manchin, que disputa a reeleição em 6 de novembro na Virgínia Ocidental, foi o único voto democrata a favor do juiz.
Logo em seguida, Kavanaugh foi empossado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, e o ministro Anthony Kennedy, que se aposentou, abrindo a vaga preenchida hoje. Um conservador que muitas vezes votou com os liberais, Kennedy virou uma espécie de fiel da balança, decidindo várias votações por 5-4. A expectativa é que Kavanaugh garanta a maioria conservadora.
sábado, 6 de outubro de 2018
Jornalista saudita pode ter sido morto no consulado em Istambul
As autoridades da Turquia temem que o jornalista saudita Jamal Kashoggi tenha sido assassinado dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul e que o corpo tenha sido retirado do local, noticiou hoje a agência Reuters citando como fontes funcionários turcos.
Em entrevista à agência Bloomberg, o príncipe-herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, declarou que Khashoggi, um de seus maiores críticos, saiu do consulado pouco depois de entrar, em 2 de outubro. Se a morte for confirmada, a condenação internacional da Arábia Saudita será inevitável.
O caso é mais uma tentativa da monarquia absolutista saudita de calar seus críticos dentro do país e no exterior. Khashoggi desapareceu depois de ir ao consulado quatro dias atrás. Sua família acredita que ele tenha sido detido no consulado.
Jamal Khashoggi era um jornalista popular que se impôs um autoexílio. Seus artigos em publicações do exterior, inclusive do jornal americano The Washington Post, faziam críticas duras ao príncipe MbS.
Em entrevista à agência Bloomberg, o príncipe-herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, declarou que Khashoggi, um de seus maiores críticos, saiu do consulado pouco depois de entrar, em 2 de outubro. Se a morte for confirmada, a condenação internacional da Arábia Saudita será inevitável.
O caso é mais uma tentativa da monarquia absolutista saudita de calar seus críticos dentro do país e no exterior. Khashoggi desapareceu depois de ir ao consulado quatro dias atrás. Sua família acredita que ele tenha sido detido no consulado.
Jamal Khashoggi era um jornalista popular que se impôs um autoexílio. Seus artigos em publicações do exterior, inclusive do jornal americano The Washington Post, faziam críticas duras ao príncipe MbS.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Luta contra a violência sexual dá Prêmio Nobel da Paz de 2018
A ativista iraquiana dos direitos humanos Nadia Murad, uma mulher do povo yazidi que foi escrava sexual da organização terrorista Estado Islâmico, e o médico Denis Mukwege, que tratou mais de 30 mil mulheres vítimas de estupro na República Democrática do Congo, ganharam hoje o Prêmio Nobel da Paz de 2018 por sua luta contra a violência sexual como arma de guerra.
"Ao dar maior visibilidade à violência sexual em tempo de guerra", eles contribuíram para que "os criminosos sejam responsabilizados por seus atos", declarou hoje de manhã em Oslo o comitê norueguês do Nobel, responsável pelo prêmio da paz.
Nadia Murad sobreviveu ao império do terror do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, uma campanha de assassinatos em massa, sequestros, estupros e escravização do povo yazidi considerada genocida. Ela está trabalhando com a advogada Amal Clooney, mulher do ator George Clooney, para levar os líderes do Estado Islâmico à Justiça.
Os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico em 5 de agosto de 2014, dois meses depois da queda de Mossul, no Iraque, quando os jihadistas cercavam o Monte Sinjar, onde a população yazidi tentava resistir à ofensiva terrorista.
Ela foi levada para Mossul e entregue a um miliciano do Estado Islâmico e virou sua escrava sexual. Três meses depois ela conseguiu fugir daquele inferno.
"O Estado Islâmico não apenas matou nossas mulheres e meninas, nos tomou como despojos de guerra, como uma mercadoria a ser comercializada", declarou Nadia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2015. "O objetivo deles era eliminar todos os yazidis.
Aos 23 anos, em 2016, Nadia foi nomeada embaixadora da boa vontade pela ONU.
O uso da violência sexual como arma é uma das características das guerras assimétricas do mundo pós-Guerra Fria, que geralmente envolvem exércitos regulares e grupos irregulares.
É a conquista do último território, da intimidade, do ventre e da alma do inimigo. Seu impacto psicológico é tremendo, sobretudo para as mulheres, condenadas a gerar os filhos da violência do inimigo.
Nas guerras civis que destruíram a Iugoslávia, o estupro foi uma arma de guerra. Mas em nenhum lugar foi utilizado em tão larga escala como na guerra civil na República Democrática do Congo, que começa com o genocídio na vizinha Ruanda, de abril a junho de 1994, e a fuga em massa de ruandeses para o país vizinho.
Com o apoio do novo governo de Ruanda, os rebeldes do antigo Zaire, liderada por Laurent Kabila, marcharam até Kinshasa e derrubaram, em 1997, o ditador Joseph Mobutu. O colapso de uma ditadura sanguinária de três décadas deflagrou a Primeira Grande Guerra Mundial africana, disputada por seis exércitos regulares e dezenas de grupos irregulares.
Até julho de 2003, estima-se que 5,4 milhões de pessoas tenham morrido em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra civil congolesa. Hoje, ao meio-dia, o ginecologista Denis Mukwege foi ovacionado no hospital onde trabalha, na cidade de Bukuvu.
"É uma arma de guerra usada em grande escala, mas o mundo não vê", declarou o Dr. Mukwege em entrevista como ganhador do Nobel da Paz.
O prêmio tem um sentido especial porque o próprio Nobel enfrenta uma crise resultante de abusos sexuais. Neste ano, não será entregue o Nobel de Literatura por causa de um escândalo sexual que levou à dissolução do comitê encarregado.
"Ao dar maior visibilidade à violência sexual em tempo de guerra", eles contribuíram para que "os criminosos sejam responsabilizados por seus atos", declarou hoje de manhã em Oslo o comitê norueguês do Nobel, responsável pelo prêmio da paz.
Nadia Murad sobreviveu ao império do terror do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, uma campanha de assassinatos em massa, sequestros, estupros e escravização do povo yazidi considerada genocida. Ela está trabalhando com a advogada Amal Clooney, mulher do ator George Clooney, para levar os líderes do Estado Islâmico à Justiça.
Os EUA entraram na guerra contra o Estado Islâmico em 5 de agosto de 2014, dois meses depois da queda de Mossul, no Iraque, quando os jihadistas cercavam o Monte Sinjar, onde a população yazidi tentava resistir à ofensiva terrorista.
Ela foi levada para Mossul e entregue a um miliciano do Estado Islâmico e virou sua escrava sexual. Três meses depois ela conseguiu fugir daquele inferno.
"O Estado Islâmico não apenas matou nossas mulheres e meninas, nos tomou como despojos de guerra, como uma mercadoria a ser comercializada", declarou Nadia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2015. "O objetivo deles era eliminar todos os yazidis.
Aos 23 anos, em 2016, Nadia foi nomeada embaixadora da boa vontade pela ONU.
O uso da violência sexual como arma é uma das características das guerras assimétricas do mundo pós-Guerra Fria, que geralmente envolvem exércitos regulares e grupos irregulares.
É a conquista do último território, da intimidade, do ventre e da alma do inimigo. Seu impacto psicológico é tremendo, sobretudo para as mulheres, condenadas a gerar os filhos da violência do inimigo.
Nas guerras civis que destruíram a Iugoslávia, o estupro foi uma arma de guerra. Mas em nenhum lugar foi utilizado em tão larga escala como na guerra civil na República Democrática do Congo, que começa com o genocídio na vizinha Ruanda, de abril a junho de 1994, e a fuga em massa de ruandeses para o país vizinho.
Com o apoio do novo governo de Ruanda, os rebeldes do antigo Zaire, liderada por Laurent Kabila, marcharam até Kinshasa e derrubaram, em 1997, o ditador Joseph Mobutu. O colapso de uma ditadura sanguinária de três décadas deflagrou a Primeira Grande Guerra Mundial africana, disputada por seis exércitos regulares e dezenas de grupos irregulares.
Até julho de 2003, estima-se que 5,4 milhões de pessoas tenham morrido em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra civil congolesa. Hoje, ao meio-dia, o ginecologista Denis Mukwege foi ovacionado no hospital onde trabalha, na cidade de Bukuvu.
"É uma arma de guerra usada em grande escala, mas o mundo não vê", declarou o Dr. Mukwege em entrevista como ganhador do Nobel da Paz.
O prêmio tem um sentido especial porque o próprio Nobel enfrenta uma crise resultante de abusos sexuais. Neste ano, não será entregue o Nobel de Literatura por causa de um escândalo sexual que levou à dissolução do comitê encarregado.
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EUA criam mais 134 mil empregos e desemprego cai ao nível de 1969
A economia dos Estados Unidos abriu no mês passado 134 mil novas vagas de emprego a mais do que fechou, completando oito anos consecutivos de altas mensais no mercado de trabalho, revelou hoje o relatório mensal do Departamento do Trabalho relativo a setembro de 2018. O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, caiu de 3,9% para 3,7%. É o menor desde 1969.
O resultado foi o mais fraco em 12 meses. Ficou abaixo da expectativa média dos economistas, que era de 180 mil postos de trabalho, em pesquisa feita pelo jornal The Wall Street Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York.
A revisão dos dados dos dois meses anteriores acrescentou 87 mil empregos, elevando o total para 165 mil em julho e 270 mil em agosto. O mercado de trabalho não estava tão forte desde o fim do século, quando estourou a bolha das novas empresas de Internet, as chamadas ponto.com.
No mês passado, 150 mil americanos entraram na força de trabalho. O número de novos pedidos de seguro-desemprego é o menor em 49 anos.
A expansão econômica é uma das mais longas da história e não dá sinais de arrefecimento. O crescimento do segundo trimestre deste ano foi o mais forte em quatro anos.
Os salários cresceram 2,8% nos últimos 12 meses. A média foi de US$ 27,28 por hora, 8 centavos acima de agosto.
Os juros dos títulos da dívida pública dos EUA subiram nos últimos meses, sinal de que o mercado espera mais crescimento, mais inflação e mais endividamento.
Na semana passada, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 2% a 2,25% ao ano. O mercado espera uma alta de um ponto percentual até o fim de 2019.
O resultado foi o mais fraco em 12 meses. Ficou abaixo da expectativa média dos economistas, que era de 180 mil postos de trabalho, em pesquisa feita pelo jornal The Wall Street Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York.
A revisão dos dados dos dois meses anteriores acrescentou 87 mil empregos, elevando o total para 165 mil em julho e 270 mil em agosto. O mercado de trabalho não estava tão forte desde o fim do século, quando estourou a bolha das novas empresas de Internet, as chamadas ponto.com.
No mês passado, 150 mil americanos entraram na força de trabalho. O número de novos pedidos de seguro-desemprego é o menor em 49 anos.
A expansão econômica é uma das mais longas da história e não dá sinais de arrefecimento. O crescimento do segundo trimestre deste ano foi o mais forte em quatro anos.
Os salários cresceram 2,8% nos últimos 12 meses. A média foi de US$ 27,28 por hora, 8 centavos acima de agosto.
Os juros dos títulos da dívida pública dos EUA subiram nos últimos meses, sinal de que o mercado espera mais crescimento, mais inflação e mais endividamento.
Na semana passada, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para uma faixa de 2% a 2,25% ao ano. O mercado espera uma alta de um ponto percentual até o fim de 2019.
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
Coreia do Sul tenta mediar acordo entre EUA e Coreia do Norte
A Coreia do Sul está fazendo um apelo aos Estados Unidos para chegar um acordo com a Coreia do Norte, aceitando o desmantelamento da central nuclear de Yongbyon em troca de uma declaração de fim da Guerra da Coreia (1950-53), noticiou o jornal The Washington Post.
É uma tentativa do governo de Seul de romper o impasse negociações entre os EUA e a Coreia do Norte para desnuclearizar a Península Coreana. Os EUA relutam em aceitar a proposta porque só prevê o fechamento de Yongbyon, o que é reversível. O regime comunista norte-coreano já destruiu o principal reator da usina e o reativou depois.
No domingo, o ditador Kim Jong Un recebe o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Pyongyang para acertar detalhes do segundo encontro de cúpula com o presidente Donald Trump, que deve ser realizado ainda neste mês.
Depois do primeiro encontro de cúpula, em 12 de junho, em Cingapura, as negociações se estagnaram. Em três viagens anteriores a Pyongyang, Pompeo exigiu da ditadura stalinista norte-coreana uma relação das armas atômicas, que seria cerca de 60, e um cronograma de desarmamento para entregar 60% a 70% das bombas dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte resiste a um desarmamento unilateral. Os EUA não querem que o desarmamento se arraste por muito anos e temem que o governo norte-coreano, em aliança com a China, exija a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul, onde estão desde a Guerra da Coreia.
Diante do impasse, o presidente sul-coreano, Moon Jae In, foi à Coreia do Norte em 18 e 19 de setembro e assinou com Kim a Declaração Conjunta de Pyongyang. A Coreia do Norte prometeu desativar o centro de testes de mísseis de Tongchang-ri e fechar para sempre a central nuclear de Yongbyon.
Os dois países acertaram a construção de estradas, facilitar os encontros de famílias separadas desde a Guerra da Coreia e reabrir o complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde trabalhadores norte-coreanos trabalham para empresas sul-coreanas. Kim pode ir a Seul pela primeira vez ainda neste ano e as duas Coreias prometeram apresentar uma candidatura conjunta para organizar a Olimpíada de Verão de 2032.
É uma tentativa do governo de Seul de romper o impasse negociações entre os EUA e a Coreia do Norte para desnuclearizar a Península Coreana. Os EUA relutam em aceitar a proposta porque só prevê o fechamento de Yongbyon, o que é reversível. O regime comunista norte-coreano já destruiu o principal reator da usina e o reativou depois.
No domingo, o ditador Kim Jong Un recebe o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Pyongyang para acertar detalhes do segundo encontro de cúpula com o presidente Donald Trump, que deve ser realizado ainda neste mês.
Depois do primeiro encontro de cúpula, em 12 de junho, em Cingapura, as negociações se estagnaram. Em três viagens anteriores a Pyongyang, Pompeo exigiu da ditadura stalinista norte-coreana uma relação das armas atômicas, que seria cerca de 60, e um cronograma de desarmamento para entregar 60% a 70% das bombas dentro de seis a nove meses.
A Coreia do Norte resiste a um desarmamento unilateral. Os EUA não querem que o desarmamento se arraste por muito anos e temem que o governo norte-coreano, em aliança com a China, exija a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul, onde estão desde a Guerra da Coreia.
Diante do impasse, o presidente sul-coreano, Moon Jae In, foi à Coreia do Norte em 18 e 19 de setembro e assinou com Kim a Declaração Conjunta de Pyongyang. A Coreia do Norte prometeu desativar o centro de testes de mísseis de Tongchang-ri e fechar para sempre a central nuclear de Yongbyon.
Os dois países acertaram a construção de estradas, facilitar os encontros de famílias separadas desde a Guerra da Coreia e reabrir o complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde trabalhadores norte-coreanos trabalham para empresas sul-coreanas. Kim pode ir a Seul pela primeira vez ainda neste ano e as duas Coreias prometeram apresentar uma candidatura conjunta para organizar a Olimpíada de Verão de 2032.
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quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Dois americanos e um britânico ganham Prêmio Nobel de Química
A engenheira química e bioquímica americana Frances Arnold, professora do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena, na Califórnia, nos Estados Unidos, ganhou hoje a metade do Prêmio Nobel de Química de 2018. O químico americano George Smith, professor da Universidade do Missouri em Colúmbia, e o bioquímico britânico Gregory Winter, professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, dividiram a outra metade.
Os três cientistas domesticaram a evolução para criar proteínas. Eles levaram as mutações para os laboratórios e tubos, acelerando o processo para multiplicar as mutações das moléculas e selecioná-las, num processo de evolução dirigida. Isso permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos, declarou a Academia Real de Ciências da Suécia ao anunciar a premiação hoje de manhã em Estocolmo.
Arnold, de 62 anos, é a quinta mulher a ganhar o Nobel de Química e a primeira desde 2009. Foi agraciada "pela evolução dirigida de enzimas", proteínas que catalisam reações químicas.
Smith, de 77 anos, desenvolveu em 1985 um mecanismo para usar um vírus que infecta bactérias para gerar novas proteínas.
Winter, de 67 anos, usou esse processo na evolução dirigida de anticorpos. Isso levou à produção de novos medicamentos.
O primeiro medicamento criado desta forma, o o adalimumab, surgiu em 2002. É usado no tratamento de doenças autoimunes, psoríase e artrite reumatoide, para neutralizar toxinas e até mesmo para curar curar metástases de câncer.
Os três cientistas domesticaram a evolução para criar proteínas. Eles levaram as mutações para os laboratórios e tubos, acelerando o processo para multiplicar as mutações das moléculas e selecioná-las, num processo de evolução dirigida. Isso permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos, declarou a Academia Real de Ciências da Suécia ao anunciar a premiação hoje de manhã em Estocolmo.
Arnold, de 62 anos, é a quinta mulher a ganhar o Nobel de Química e a primeira desde 2009. Foi agraciada "pela evolução dirigida de enzimas", proteínas que catalisam reações químicas.
Smith, de 77 anos, desenvolveu em 1985 um mecanismo para usar um vírus que infecta bactérias para gerar novas proteínas.
Winter, de 67 anos, usou esse processo na evolução dirigida de anticorpos. Isso levou à produção de novos medicamentos.
O primeiro medicamento criado desta forma, o o adalimumab, surgiu em 2002. É usado no tratamento de doenças autoimunes, psoríase e artrite reumatoide, para neutralizar toxinas e até mesmo para curar curar metástases de câncer.
Iraque tem novo presidente próximo dos EUA e do Irã
Por 219 a 22, a Assembleia Nacional do Iraque elegeu ontem Barham Salih como oitavo presidente da história do país. Adel Abdul Mahdi foi nomeado primeiro-ministro e encarregado de formar um governo. O Iraque não tem governo desde as eleições de maio.
Salih, um curdo de 58 anos, veterano da política iraquiana, próximo dos Estados Unidos e do Irã, prometeu "defender a unidade e a segurança do Iraque" no ato de posse. O cargo é cerimonial. Quem manda de fato é o primeiro-ministro. Para isso, precisa formar um governo.
No novo regime criado pelos Estados Unidos depois da intervenção militar para derrubar o ditador Saddam Hussein, em 2003, o presidente é curdo, o primeiro-ministro é xiita e o presidente do parlamento é sunita.
Pela primeira vez, os dois grandes partidos curdos, o Partido Democrático do Curdistão (PDK) e a União Patriótica do Curdistão (UPK), não chegaram a um acordo para apresentar um candidato único.
Foi "a nona crise política a atingir Bagdá desde as eleições de maio", observou o boletim de notícias Arab News.
O presidente era o candidato do UPK e Fuad Hussein do PDK. Hussein acabou desistindo. A votação foi realizada assim mesmo, resultando na vitória de Salih por 219 a 22 votos.
Salih, um curdo de 58 anos, veterano da política iraquiana, próximo dos Estados Unidos e do Irã, prometeu "defender a unidade e a segurança do Iraque" no ato de posse. O cargo é cerimonial. Quem manda de fato é o primeiro-ministro. Para isso, precisa formar um governo.
No novo regime criado pelos Estados Unidos depois da intervenção militar para derrubar o ditador Saddam Hussein, em 2003, o presidente é curdo, o primeiro-ministro é xiita e o presidente do parlamento é sunita.
Pela primeira vez, os dois grandes partidos curdos, o Partido Democrático do Curdistão (PDK) e a União Patriótica do Curdistão (UPK), não chegaram a um acordo para apresentar um candidato único.
Foi "a nona crise política a atingir Bagdá desde as eleições de maio", observou o boletim de notícias Arab News.
O presidente era o candidato do UPK e Fuad Hussein do PDK. Hussein acabou desistindo. A votação foi realizada assim mesmo, resultando na vitória de Salih por 219 a 22 votos.
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Americano, canadense e francês dividem Prêmio Nobel de Física
O francês Gérard Mourou, professor da Escola Politécnica, dividiu a metade do Prêmio Nobel de Física de 2018 com sua ex-estudante de doutorado canadense Donna Strickland, hoje professora da Universidade de Waterloo, em Ontário, no Canadá. A outra metade do prêmio de US$ 1,1 milhão foi para o americano Arthur Ashkin, professor da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Todos foram agraciados por seus pesquisas sobre ótica.
O Comitê do Nobel da Academia Real de Ciências da Suécia agraciou os cientistas por transformar os raios lêiser em microferramentas. Ashkin criou "pinças óticas" capazes de manipular objetos microscópicos, inclusive organismos como vírus e bactérias.
Mourou e Strickland criaram um método para gerar pulsos de raios lêiser ultrarrápidos e ultracurtos de alta intensidade. A descoberta tem várias aplicações médicas e industriais. Permite que as fábricas façam pequenos furos com precisão e viabilizou as cirurgias de olhas com raios lêiser.
Alguns cientistas acreditam que o método possa ser empregado para acelerar partículas subatômicas. Seria capaz de substituir megaestruturas com o Grande Colisor de Hádrons.
Ashkin, um nova-iorquino de 96 anos, começou suas experiências com lêiser - luz amplificada por emissão de radiação estimulada - nos anos 1960s, pouco depois de serem inventados. Imaginou que a luz que sai da cauda de um cometa poderia ser usada no laboratório para mover uma bola microscópica.
Para sua surpresa, as forças no interior do feixe de raios lêiser levaram a bola para o centro do feixe a prenderam lá. Foi o primeiro passo rumo às "pinças óticas".
Nascido em Albertville, na França, em 1944, Mourou passou 30 anos nos EUA como professor nas universidades de Michigan e de Rochester. Nesta última, foi orientador da pós-graduação de Donna Strickland. A pesquisa que lhe valeu o Nobel foi o primeiro ensaio acadêmico que publicou, em 1985.
Os pesquisadores temiam os pulsos de lêiser de alta energia danificassem os amplificadores ao serem amplificados. Strickland, de 59 anos, nascida em Guelph, no Canadá, sugeriu estender os pulsos no tempo, amplificando-os e depois comprimindo-os.
Esse processo gerou pulsos de lêiser de um femtosegundo, um milionésimo de um bilionésimo de segundo, o tempo que a luz leva para atravessar um fio de cabelo.
Donna Strickland foi a terceira mulher a receber o Nobel de Física, depois de Marie Curie em 1903 e Maria Goepert Mayer em 1963.
Amanhã de manhã, a Academia da Suécia anuncia o Prêmio Nobel de Química. Na sexta-feira, o comitê norueguês divulga o nome do ganhador do Nobel da Paz. O Nobel de Economia sai na segunda-feira.
Neste ano, não haverá Prêmio Nobel de Literatura por causa de um escândalo sexual que atingiu membros do comitê organizador.
O Comitê do Nobel da Academia Real de Ciências da Suécia agraciou os cientistas por transformar os raios lêiser em microferramentas. Ashkin criou "pinças óticas" capazes de manipular objetos microscópicos, inclusive organismos como vírus e bactérias.
Mourou e Strickland criaram um método para gerar pulsos de raios lêiser ultrarrápidos e ultracurtos de alta intensidade. A descoberta tem várias aplicações médicas e industriais. Permite que as fábricas façam pequenos furos com precisão e viabilizou as cirurgias de olhas com raios lêiser.
Alguns cientistas acreditam que o método possa ser empregado para acelerar partículas subatômicas. Seria capaz de substituir megaestruturas com o Grande Colisor de Hádrons.
Ashkin, um nova-iorquino de 96 anos, começou suas experiências com lêiser - luz amplificada por emissão de radiação estimulada - nos anos 1960s, pouco depois de serem inventados. Imaginou que a luz que sai da cauda de um cometa poderia ser usada no laboratório para mover uma bola microscópica.
Para sua surpresa, as forças no interior do feixe de raios lêiser levaram a bola para o centro do feixe a prenderam lá. Foi o primeiro passo rumo às "pinças óticas".
Nascido em Albertville, na França, em 1944, Mourou passou 30 anos nos EUA como professor nas universidades de Michigan e de Rochester. Nesta última, foi orientador da pós-graduação de Donna Strickland. A pesquisa que lhe valeu o Nobel foi o primeiro ensaio acadêmico que publicou, em 1985.
Os pesquisadores temiam os pulsos de lêiser de alta energia danificassem os amplificadores ao serem amplificados. Strickland, de 59 anos, nascida em Guelph, no Canadá, sugeriu estender os pulsos no tempo, amplificando-os e depois comprimindo-os.
Esse processo gerou pulsos de lêiser de um femtosegundo, um milionésimo de um bilionésimo de segundo, o tempo que a luz leva para atravessar um fio de cabelo.
Donna Strickland foi a terceira mulher a receber o Nobel de Física, depois de Marie Curie em 1903 e Maria Goepert Mayer em 1963.
Amanhã de manhã, a Academia da Suécia anuncia o Prêmio Nobel de Química. Na sexta-feira, o comitê norueguês divulga o nome do ganhador do Nobel da Paz. O Nobel de Economia sai na segunda-feira.
Neste ano, não haverá Prêmio Nobel de Literatura por causa de um escândalo sexual que atingiu membros do comitê organizador.
Secretário da Defesa dos EUA suspende viagem à China
Em meio à guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump e o aumento da tensão entre os dois países, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, general James Mattis, cancelou uma viagem à China prevista para o fim do mês. anunciou hoje a CNBC, um canal de televisão especializado em notícias econômicas.
A visita é suspensa dias depois que a China negou acesso ao porto de Hong Kong ao USS Wasp, um navio multifuncional de assalto anfíbio da Marinha dos EUA, que pretendia fazer uma escala técnica.
Enquanto Trump festeja o novo acordo de livre comércio da América do Norte, assinado com o Canadá e o México, as relações entre as duas maiores economias do mundo continuam a se deteriorar. Depois das sanções impostas pelos EUA a US$ 250 bilhões de importações anuais da China, o governo chinês suspendeu as negociações comerciais.
O vice-primeiro-ministro Liu He cancelou uma viagem a Washington marcada para 27 de setembro para tentar acabar com o conflito comercial. Três dias antes, entraram em vigor as sobretaxas sobre US$ 200 bilhões em importações anuais.
Há tensão também no Mar do Sul da China em como negociar a questão nuclear da Coreia do Norte. Os EUA temem que a China pressione a Coreia do Norte a exigir a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul.
O regime comunista chinês reivindica soberania sobre 90% do espelho d'água do mar, contrariando decisão do Tribunal Internacional de Justiça em reclamação apresentada pelas Filipinas. Tem militarizado a região, construindo instalações militares para garantir o domínio da região.
Os EUA alegam são águas internacionais abertas à livre navegação com base no direito internacional do mar.
A visita é suspensa dias depois que a China negou acesso ao porto de Hong Kong ao USS Wasp, um navio multifuncional de assalto anfíbio da Marinha dos EUA, que pretendia fazer uma escala técnica.
Enquanto Trump festeja o novo acordo de livre comércio da América do Norte, assinado com o Canadá e o México, as relações entre as duas maiores economias do mundo continuam a se deteriorar. Depois das sanções impostas pelos EUA a US$ 250 bilhões de importações anuais da China, o governo chinês suspendeu as negociações comerciais.
O vice-primeiro-ministro Liu He cancelou uma viagem a Washington marcada para 27 de setembro para tentar acabar com o conflito comercial. Três dias antes, entraram em vigor as sobretaxas sobre US$ 200 bilhões em importações anuais.
Há tensão também no Mar do Sul da China em como negociar a questão nuclear da Coreia do Norte. Os EUA temem que a China pressione a Coreia do Norte a exigir a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul.
O regime comunista chinês reivindica soberania sobre 90% do espelho d'água do mar, contrariando decisão do Tribunal Internacional de Justiça em reclamação apresentada pelas Filipinas. Tem militarizado a região, construindo instalações militares para garantir o domínio da região.
Os EUA alegam são águas internacionais abertas à livre navegação com base no direito internacional do mar.
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