domingo, 7 de outubro de 2018

Senado dos EUA aprova juiz Kavanaugh para a Suprema Corte

Por 50 a 48, com uma abstenção do Partido Republicano e só um a favor do Partido Democrata, o Senado dos Estados Unidos aprovou ontem a indicação do juiz Brett Kavanaugh para a Suprema Corte, apesar de várias acusações de abuso sexual contra ele. A nomeação pelo presidente Donald Trump consolida uma maioria conservadora de 5-4 no tribunal.

Desde a escolha de Trump, quatro mulheres acusaram Kavanaugh de agressão sexual. A denúncia mais grave foi da psicóloga Christine Blasey Ford, professora da Universidade da Califórnia em Palo alto.

Em depoimento na Comissão de Justiça do Senado, Ford confirmou que, em 1982, quando ambos estavam no segundo grau, ela tinha 15 anos e Kavanaugh 17, ele e um amigo tentaram estuprá-la durante uma festa. O juiz negou. Ela disse ter 100% de certeza de que era ele.

A votação deveria ter acontecido oito dias antes se duas mulheres que se apresentaram como vítimas de violência sexual não tivessem encurralado o senador Jeff Flake no elevador exclusivo dos senadores: "O Sr. quer dizer que o que aconteceu conosco não tem importância, que a violência sexual contra mulheres não importa?"

Visivelmente constrangido, ele tentou acionar o elevador, mas elas prenderam a porta e continuaram pressionando-o. O governo Trump pediu então ao FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, para investigar as acusações. Foi um inquérito rápido. Não foram encontradas provas e testemunhos que corroborassem as alegações.

Na bancada republicana, só a senadora Lisa Murkowski não votou em Kavanaugh. Marcou presença, mas se absteve, declarando que "ele não é o homem adequado" para a Suprema Corte, enquanto o senador Joe Manchin, que disputa a reeleição em 6 de novembro na Virgínia Ocidental, foi o único voto democrata a favor do juiz.

Logo em seguida, Kavanaugh foi empossado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, e o ministro Anthony Kennedy, que se aposentou, abrindo a vaga preenchida hoje. Um conservador que muitas vezes votou com os liberais, Kennedy virou uma espécie de fiel da balança, decidindo várias votações por 5-4. A expectativa é que Kavanaugh garanta a maioria conservadora.

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