quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Coreia do Sul tenta mediar acordo entre EUA e Coreia do Norte

A Coreia do Sul está fazendo um apelo aos Estados Unidos para chegar um acordo com a Coreia do Norte, aceitando o desmantelamento da central nuclear de Yongbyon em troca de uma declaração de fim da Guerra da Coreia (1950-53), noticiou o jornal The Washington Post.

É uma tentativa do governo de Seul de romper o impasse negociações entre os EUA e a Coreia do Norte para desnuclearizar a Península Coreana. Os EUA relutam em aceitar a proposta porque só prevê o fechamento de Yongbyon, o que é reversível. O regime comunista norte-coreano já destruiu o principal reator da usina e o reativou depois.

No domingo, o ditador Kim Jong Un recebe o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Pyongyang para acertar detalhes do segundo encontro de cúpula com o presidente Donald Trump, que deve ser realizado ainda neste mês.

Depois do primeiro encontro de cúpula, em 12 de junho, em Cingapura, as negociações se estagnaram. Em três viagens anteriores a Pyongyang, Pompeo exigiu da ditadura stalinista norte-coreana uma relação das armas atômicas, que seria cerca de 60, e um cronograma de desarmamento para entregar 60% a 70% das bombas dentro de seis a nove meses.

A Coreia do Norte resiste a um desarmamento unilateral. Os EUA não querem que o desarmamento se arraste por muito anos e temem que o governo norte-coreano, em aliança com a China, exija a retirada total das forças americanas da Coreia do Sul, onde estão desde a Guerra da Coreia.

Diante do impasse, o presidente sul-coreano, Moon Jae In, foi à Coreia do Norte em 18 e 19 de setembro e assinou com Kim a Declaração Conjunta de Pyongyang. A Coreia do Norte prometeu desativar o centro de testes de mísseis de Tongchang-ri e fechar para sempre a central nuclear de Yongbyon.

Os dois países acertaram a construção de estradas, facilitar os encontros de famílias separadas desde a Guerra da Coreia e reabrir o complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde trabalhadores norte-coreanos trabalham para empresas sul-coreanas. Kim pode ir a Seul pela primeira vez ainda neste ano e as duas Coreias prometeram apresentar uma candidatura conjunta para organizar a Olimpíada de Verão de 2032.

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