O principal candidato da oposição à Presidência da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, abriu uma boa vantagem sobre seus adversários na disputa da eleição presidencial de 23 de dezembro de 2018, anunciou hoje a Rádio France International Afrique (RFI Afrique).
Como o presidente Joseph Kabila está proibido de concorrer a um terceiro mandato pela Constituição, a eleição foi adiada por dois anos. Com seu candidato, Emmanuel Ramazani Shadary, mal nas pesquisas, a expectativa é uma grande fraude eleitoral promovida por Kabila e aliados para manter o poder.
Os dois políticos mais populares do antigo Congo Belga, Moise Katumbi e Pierre Bemba, estão proibidos de concorrer. Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, filho do ex-primeiro-ministro Étienne Tshisekedi, líder da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), é o favorito com 36% das preferências do eleitorado.
Em segundo lugar, vem Vital Kamerhe, com 17%. O ex-ministro do Interior Ramazani Shadary está em terceiro, com 16%, seguido por Martin Fayulu e Freddy Matungulu.
A pesquisa foi realizada pelo Birô de Estudos, Pesquisas e Consultoria Internacional (BERCI) do Grupo de Estudos sobre o Congo da Universidade de Nova York. De 29 de setembro a 15 de outubro, ouviu 1.179 pessoas maiores de 18 anos nas 26 províncias do Congo.
Cerca de 76% dos entrevistados disseram ter uma "boa opinião" da oposição e 70% gostariam de ver uma candidatura única de oposição. Só 18% aprovam o presidente Kabila. Em junho, eram 21%. Mais da metade, 57%, desaprovam a candidatura de oposição.
Joseph Kabila é filho do guerrilheiro Laurent Kabila, que derrubou em 1997 o ditador sanguinário Joseph Mobutu, dando início a uma guerra civil conhecida como Primeira Guerra Mundial Africana.
Até 2002, estima-se que 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome e epidemias causadas pelo conflito. Joseph está no poder desde que o pai foi assassinado, em janeiro de 2001.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Oposição lidera pesquisa na República Democrática do Congo
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