quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Clinton, Obama, Soros e CNN são alvos de bombas interceptadas

Dois pacotes com explosivos enviados aos escritórios de Hillary Clinton e Barack Obama foram inteceptados pela polícia, enquanto a sede da rede de televisão americana CNN foi evacuada até a bomba caseira ser localizada. Os artefatos são semelhante ao enviado ontem para a casa do megainvestidor George Soros, demonizado pelos grupos antiglobalização, informou o jornal The New York Times.

Principal responsável pelo clima de intolerância e violência com seus ataques repetidos a adversários políticos e a jornalistas, que chama de "inimigos do povo", o presidente Donald Trump falou em "atos desprezíveis". Na semana passada, Trump elogiou um deputado que reagiu a uma pergunta atropelando o repórter.

Horas depois das tentativas de atentado de hoje, num comício da campanha para as eleições intermediárias de 6 de novembro, acusou a imprensa de "incivilidade", de críticas exageradas e de publicar notícias falsas. Voltou a ser o Trump que já mentiu mais de 5 mil vezes no exercício da Presidência dos Estados Unidos.

A polícia investiga se o mesmo indivíduo está por trás. Outros três pacotes-bomba foram enviados ao ex-secretário da Justiça Eric Holder, o primeiro negro a ser procurador-geral dos EUA, a deputada negra Maxine Waters e o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan. Todos os alvos são odiados por radicais de direita.

A 13 dias das eleições intermediárias, os americanos se perguntam se o discurso político não ultrapassou os limites da civilidade - o mesmo vale para o Brasil, com a eleição mais polarizada desde 1989.

"Nestas horas, temos de nos unir", declarou Trump na Casa Branca, tentando se eximir da responsabilidade. Por causa de críticas, ele cassou a autorização para que Brennan tenha acesso aos relatórios dos serviços secretos dos EUA.

Há uma tradição de que ex-diretores da CIA e de outras agências inteligência tenham acesso a estes informes para que possam dar opinião sobre os riscos à segurança nacional.

Todos os pacotes apontavam como remetente a deputada federal Debbie Wasserman Schulz, ex-presidente da Comissão Executiva Nacional do Partido Democrata, o que evidentemente é falso. A bomba para Maxine Waters foi descoberta pela polícia do Congresso.

A bomba destinada à CNN foi deixada por um entregador e detectada no setor que recebe correspondência, enquanto a para Soros foi colocado na caixa de correio de sua casa.

Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio condenou os "esforços para nos aterrorizar" e prometeu aos moradores da maior cidade americana: "Não vamos permitir que o terrorismo nos mude."

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