terça-feira, 2 de outubro de 2018

Americano, canadense e francês dividem Prêmio Nobel de Física

O francês Gérard Mourou, professor da Escola Politécnica, dividiu a metade do Prêmio Nobel de Física de 2018 com sua ex-estudante de doutorado canadense Donna Strickland, hoje professora da Universidade de Waterloo, em Ontário, no Canadá. A outra metade do prêmio de US$ 1,1 milhão foi para o americano Arthur Ashkin, professor da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Todos foram agraciados por seus pesquisas sobre ótica.

O Comitê do Nobel da Academia Real de Ciências da Suécia agraciou os cientistas por transformar os raios lêiser em microferramentas. Ashkin criou "pinças óticas" capazes de manipular objetos microscópicos, inclusive organismos como vírus e bactérias.

Mourou e Strickland criaram um método para gerar pulsos de raios lêiser ultrarrápidos e ultracurtos de alta intensidade. A descoberta tem várias aplicações médicas e industriais. Permite que as fábricas façam pequenos furos com precisão e viabilizou as cirurgias de olhas com raios lêiser.

Alguns cientistas acreditam que o método possa ser empregado para acelerar partículas subatômicas. Seria capaz de substituir megaestruturas com o Grande Colisor de Hádrons.

Ashkin, um nova-iorquino de 96 anos, começou suas experiências com lêiser - luz amplificada por emissão de radiação estimulada - nos anos 1960s, pouco depois de serem inventados. Imaginou que a luz que sai da cauda de um cometa poderia ser usada no laboratório para mover uma bola microscópica.

Para sua surpresa, as forças no interior do feixe de raios lêiser levaram a bola para o centro do feixe a prenderam lá. Foi o primeiro passo rumo às "pinças óticas".

Nascido em Albertville, na França, em 1944, Mourou passou 30 anos nos EUA como professor nas universidades de Michigan e de Rochester. Nesta última, foi orientador da pós-graduação de Donna Strickland. A pesquisa que lhe valeu o Nobel foi o primeiro ensaio acadêmico que publicou, em 1985.

Os pesquisadores temiam os pulsos de lêiser de alta energia danificassem os amplificadores ao serem amplificados. Strickland, de 59 anos, nascida em Guelph, no Canadá, sugeriu estender os pulsos no tempo, amplificando-os e depois comprimindo-os.

Esse processo gerou pulsos de lêiser de um femtosegundo, um milionésimo de um bilionésimo de segundo, o tempo que a luz leva para atravessar um fio de cabelo.

Donna Strickland foi a terceira mulher a receber o Nobel de Física, depois de Marie Curie em 1903 e Maria Goepert Mayer em 1963.

Amanhã de manhã, a Academia da Suécia anuncia o Prêmio Nobel de Química. Na sexta-feira, o comitê norueguês divulga o nome do ganhador do Nobel da Paz. O Nobel de Economia sai na segunda-feira.

Neste ano, não haverá Prêmio Nobel de Literatura por causa de um escândalo sexual que atingiu membros do comitê organizador.

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