Mais de 91% dos macedônios votaram a favor no domingo num referendo para mudar o nome da ex-república iugoslava da Macedônia para Macedônia do Norte, mas a abstenção de 63,3% do eleitorado descumpre a exigência de participação mínima de 50%. É uma derrota para o primeiro-ministro social-democrata Zoran Zaev, que vai pedir ao Parlamento que aceite o resultado mesmo assim.
"As decisões devem ser tomadas por aqueles que votam", declarou o primeiro-ministro, denunciando um "boicote" da oposição nacionalista para justificar o baixo comparecimento às urnas. "A votação é definitiva. A decisão dos cidadãos não pode ser ignorada."
A mudança de nome é uma exigência da Grécia, que teme que o país reivindique a soberania sobre a região grega chamada Macedônia. Atenas veta a entrada da ex-república iugoslava com este nome em organizações como a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Por isso, depois de 27 anos de independência, em acordo assinado em junho com a Grécia, a Macedônia decidiu mudar de nome para Macedônia do Norte renunciando a qualquer reivindicação territorial.
O referendo perguntava: "Você é a favor da associação à OTAN e à UE, aceitando o acordo entre a República da Macedônia e a República da Grécia?"
A alteração no nome exige uma reforma constitucional. Como a oposição nacionalista tem 49 dos 120 deputados, o governo não tem a maioria de dois terços necessária para mudar a Constituição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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