segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Arábia Saudita deve admitir que jornalista morreu sob tortura

Em conversa telefônica com o presidente Donald Trump, o sultão da Arábia Saudita, Salman ben Abdul Aziz al-Saud, negou hoje ter qualquer conhecimento da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado durante uma visita ao Consulado Saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro. Horas depois, a CNN noticiou que o reino prepara um relatório para admitir que ele morreu durante o interrogatório.

Desde o início do caso, uma das explicações possíveis é que uma equipe de 15 agentes sauditas foi à Turquia naquele dia para tentar prender Khashoggi e levá-lo para a Arábia Saudita. Como ele resistiu, pode ter sido morto quando era torturado.

Ex-assessor da família real, Khashoggi se tornou um dos maiores críticos do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman. No ano passado, foi para o autoexílio nos Estados Unidos, onde era colaborador do jornal The Washington Post.

Para desculpar a monarquia absolutista saudita, conhecida por ser um reino medieval sem o menor respeito pelos direitos humanos, Trump disse hoje que podem ser "assassinos vagabundos", sem ligação com a Arábia Saudita.

É difícil imaginar como 15 agentes tenham ido a Turquia numa operação desses sem a autorização da família real. A desculpa oficial pode ser que eles não tinham autorização superior para fazer o que fizeram.

Trump enviou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Riade para conversar com o sultão.

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