quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Turquia tem gravações que comprovam morte do jornalista saudita

O governo da Turquia revelou aos Estados Unidos ter gravações de som e imagem que comprovam que o jornalista Jamal Khashoggi foi detido, assassinado e esquartejado por um esquadrão da morte dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde entrou em 2 de outubro atrás de um documento para se casar, noticiou o jornal The Washington Post.

"A gravação das vozes dentro do consulado mostra o que aconteceu depois que Jamal entrou", contou uma fonte que teve acesso ao material do serviço secreto turco. "Você pode ouvir a voz dele e as vozes de outros homens falando árabe. Pode ouvir ele sendo interrogado, torturado e morto."

Outro alto funcionário americano confirmou ter ouvido na gravação os agentes sauditas torturando Khashoggi. O jornalista foi assessor da família real saudita, mas deixou o país no ano passado, foi para um autoexílio nos EUA e se tornou um grande crítico do príncipe-herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da monarquia absolutista.

A Turquia reluta em apresentar estas provas porque desmascaram a espionagem a representações estrangeiras no país. O Post não diz se funcionários americanos chegaram a ver os vídeos e ouvir os áudio ou se os turcos fizeram descrições. A Arábia Saudita afirma que Khashoggi saiu do consulado no mesmo dia.

Os EUA estão investigando o caso. Pela lei americana, o governo tem a obrigação de impor sanções à Arábia Saudita se o assassinato político for confirmado. Mas o presidente Donald Trump declarou hoje ser contra. O governo saudita comprou US$ 110 bilhões em armas dos EUA e prometeu comprar um total de US$ 350 bilhões em dez anos.

Com sua visão negocista da política internacional, Trump não quer abrir mão deste dinheiro.

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