quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Guerrilha colombiana faz mineração ilegal de ouro na Venezuela

O Exército de Libertação Nacional (ELN), maior grupo guerrilheiro colombiano desde o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), está minerando ouro ilegalmente no Leste da Venezuela, a centenas de quilômetros da fronteira entre os dois países, noticiou ontem o jornal britânico The Guardian.

Em meio ao caos da economia venezuelana, o ELN, engrossado por ex-rebeldes das FARC, e outros grupos armados clandestinos aproveitam a oportunidade para ganhos ilícitos, provocando conflitos entre colombianos e venezuelanos que causaram a morte de pelo menos sete mineiros.

As minas clandestinas ficam em Tumerero, no estado de Bolívar, perto da fronteira da Venezuela com a Guiana. O pior confronto durou três dias, de 14 a 17 de outubro. Nos últimos dois anos, pelo menos 107 pessoas foram mortas em massacres em Bolívar

Com a pior crise de uma economia desenvolvida da história, um quilo de carne custa mais do que o salário médio de uma semana de trabalho. Mais de 80% dos venezuelanos caíram na miséria e mais de 4 milhões fugiram do país.

Quem ficou luta desesperadamente para conseguir algum dinheiro. A mineração ilegal é uma das opções, apesar de todos os riscos. A ditadura de Nicolás Maduro nega a presença de guerrilheiros colombianos no país.

Como o regime chavista é de esquerda e acusa a Colômbia, aliada dos Estados Unidos, de interferir na política interna venezuelana, há muitos anos a Venezuela acolhe guerrilheiros colombianos.

Um analista do International Crisis Group. Bram Ebus, acredita que o ELN tem a intenção de dominar a região mineradora e ficar lá por um longo tempo. Américo de Grazia, da oposição venezuelana denuncia a conivência da ditadura de Maduro: "O silêncio é consentimento. Eles sabem que o ELN está em ação no estado de Bolívar."

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