Para melhorar as relações com os Estados Unidos no momento em que denuncia o assassinato de um jornalista dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, a Turquia libertou hoje o pastor americano Andrew Brunson, condenado a três anos de prisão por espionagem e apoio a grupo terrorista por supostas ligações com o movimento gulenista.
O governo cada vez mais autoritário do presidente Recep Tayyip Erdogan acusa o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, exilado nos EUA, pelo fracassado golpe de Estado de 15 de julho. Cerca de 400 pessoas foram mortas e quase 16 mil foram presas. Mais de 48 mil trabalhadores e funcionários públicos foram demitidos.
A Turquia pediu oficialmente a extradição de Gülen, mas a Justiça dos EUA não viu indícios suficientes de envolvimento do clérigo na conspiração golpista. Os EUA entendem que a punição ao pastor é uma retaliação de Erdogan.
Irritado, o presidente Donald Trump ameaçou impor sanções, o que agravou a difícil situação econômica da Turquia.
Hoje, depois do assassinato político do jornalista Jamal Khashoggi no consulado em Istambul por um esquadrão da morte saudita, a Justiça da Turquia confirmou a condenação de Brunson, mas ordenou sua libertação por causa do tempo que ele já passou na prisão.
O pastor já seguiu viagem para os EUA. Trump festejou no Twitter e negou ter feito qualquer concessão a Erdogan. A rede de televisão americana ABC disse que houve acordo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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