Apesar dos desentendimentos com a União Europeia em torno do orçamento, o primeiro-ministro Giuseppe Conte declarou que o atual governo da Itália não pretende deixar a união monetária europeia nem o bloco europeu.
Conte tenta acalmar os mercados diante das críticas da Comissão Europeia, órgão executivo da UE, e do rebaixamento da nota de crédito da dívida soberana da Itália pela agência de classificação de risco Moody's na sexta-feira passada de Baa2 para Baa3, um nível acima de papel podre ou "lixo".
Quando a dívida de um país perde o grau de investimento, fundos de pensão não podem mais investir nos títulos de sua dívida para não colocar em risco as aposentadorias dos pensionistas. Os juros dos bônus da dívida pública italiana subiram para 3,8%.
Um dia antes, na quinta-feira, o comissário Pierre Moscovici entregou pessoalmente uma carta ao governo de Roma denunciando o "descumprimento particularmente grave das obrigações de política orçamentária previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento" que sustenta o euro.
No orçamento para 2019, o governo populista da Itália, formado pelo Movimento 5 Estrelas e a neofascista Liga, prevê um déficit orçamento de 2,4% do produto interno bruto, de US$ 2,2 trilhões. Isto está dentro do limite de 3% previsto pelo pacto de estabilidade, mas a dívida externa italiana está em 131% do PIB, quando o limite é de 60%.
Até 30 de novembro, a Comissão Europeia precisa decidir se aceita a proposta orçamentária da Itália.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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