quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Coreia do Sul admite suspender sanções à Coreia do Norte

O governo da Coreia do Sul está reexaminando as sanções adotadas unilateralmente contra a Coreia do Norte para ver se remove algumas, admitiu hoje o ministro do Exterior sul-coreano, Kang Kyung Wha, citado pela agência de notícias Yonhap.

Será mais um gesto simbólico de boa vontade para consolidar a reaproximação entre as duas Coreias, promovida ativamente pelo presidente sul-coreano, Moon Jae In, numa tentativa de pacificar a Península Coreana.

Depois de 35 anos de ocupação japonesa, a Coreia foi dividida em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos ocuparam o Sul e a União Soviética o Norte. Em 1948, no início da Guerra Fria, nascem a República da Coreia, no Sul, e a República Popular Democrática da Coreia, no Norte.

Ambas reivindicavam a soberania sobre toda a península, o que levou à Guerra da Coreia (1950-53), quando a Coreia do Norte invadiu a do Sul e uma força internacional liderada pelos EUA obteve um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reunificar a Península Coreana. Quando as tropas dos EUA invadiram o Norte, a China interveio e conseguiu restaurar o status quo anterior à guerra.

Até hoje, não foi assinado um acordo de paz, hoje um objetivo das duas Coreias. O fim de algumas sanções abre a possibilidade de aumentar a cooperação econômica além do complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, onde empresas sul-coreanas empregam mão de obra norte-coreana.

O degelo começou no início do ano, depois de intenso tiroteio verbal entre o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente Donald Trump ao longo de 2017. Desde então, Kim se encontrou três vezes com o presidente sul-coreano e uma com o presidente americano.

O próximo encontro de cúpula com Moon será em Seul, na primeira visita à Coreia do Sul de um dirigente máximo do regime stalinista de Pyongyang.

Kim e Trump realizaram um encontro de cúpula histórico em 12 de junho, em Cingapura, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um líder da Coreia do Norte, em que assinaram uma carta de intenções prometendo desnuclearizar a Península Coreana.

Como as negociações diretas estagnaram, Moon entrou na jogada como mediador entre os EUA e a Coreia do Norte, que insiste sempre na suspensão das sanções. O presidente americano exige a entrega das armas nucleares como precondição para levantar as sanções.

Em quatro visitas a Pyongyang, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu da Coreia do Norte um cronograma de desarmamento nuclear. O regime stalinista precisa apresentar um inventário das armas atômicas e entregar 60% para destruição em seis a nove meses.

A Coreia do Norte rejeita o desarmamento unilateral. Exige a assinatura de um acordo de paz pondo fim à Guerra da Coreia, que pode incluir uma retirada total das forças dos EUA da Coreia do Sul.

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