Os Estados Unidos e o Canadá chegaram a um acordo para revisar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) pouco antes do prazo fatal, a meia-noite de hoje em Washington (1h da madrugada de amanhã em Brasília). O governo canadense se reuniu hoje à noite para dar a aprovação final.
Na sua estratégia de negociação, o governo Donald Trump negociou primeiro bilateralmente com o México, a parte mais fraca, que depende dos EUA em mais de 80% de seu comércio exterior, para pressionar o Canadá a aderir.
Os EUA reclamavam das tarifas de importação impostas pelo Canadá a produtos lácteos. Trump quis acabar com o mecanismo de solução de controvérsias e a exceção cultural, reivindicada pelos canadenses para proteger a indústria cultural.
Com o novo acordo comercial da América do Norte, Trump mostra à China que um acordo é possível. Os EUA impuseram sobretaxas a produtos chineses importados pelos americanos num valor anual de US$ 250 bilhões. Quem paga é o consumidor americano.
Na semana passada, os EUA iniciaram negociações comerciais com o Japão, sob ameaça de Trump de sobretaxar as importações de carros japoneses em nome da segurança nacional. Seria uma medida de um cinismo absoluto.
Os EUA e o Japão são aliados desde que os americanos derrotaram os japoneses e ocuparam o país, no fim da Segunda Guerra Mundial. Até hoje, os EUA mantêm soldados no Japão.
Trump também ameaçou retirar os EUA da Organização Mundial do Comércio (OMC), uma instituição criada por seu país, a não ser que seja reformada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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