A temida ascensão da extrema-direita neofascista aconteceu. Os Democratas Suecos, um partido supremacista branco, cresceram de 12,9% para 18% nas eleições hoje, principalmente por causa da crise dos refugiados. Podem ser o fiel da balança na Suécia.
Com 40,6% dos votos, a coalizão governista de centro-esquerda, formada pelos partidos Social-Democrata, Verdes e de Esquerda, elegeu 144 deputados. A Aliança, de centro-direita, recebeu 40,3% dos votos e conquistou 143 cadeiras, e pediu ao primeiro-ministro social-democrata Stefan Lofven que renuncie, num sinal de que pode formar governo com a ultradireita.
"Queremos fazer parte do governo", declarou o secretário dos Democratas, Richard Jomshof, no início da apuração, quando tinha a esperança de que o partido pudesse passar de 20%.
A Suécia, um país de 10 milhões de habitantes, recebeu 163 mil solicitantes de asilo político em 2015, proporcionalmente a maior quantidade na União Europeia.
O país já teve um partido de extrema direita. A Nova Democracia conquistou 7% dos votos em 1991 prometendo reduzir a imigração, baixar o preço das bebidas alcoólicas e estacionamento grátis, mas ficou fora do Parlamento nas eleições seguintes.
Se os Democratas Suecos conseguirem mesmo o apoio de cerca de um quinto do eleitorado, superando com ampla margem os 12,6% da Alternativa para a Alemanha (AfD), vão abalar a imagem da Suécia como um paraíso social-democrata.
O aumento do tempo de espera para cirurgias não emergenciais, a escassez de médicos e professores, e problemas de violência em áreas mais põem em dúvida o modelo sueco. A ultradireita descreveu as eleições como uma escolha entre a imigração e o bem-estar social. Não quer desmontar o Estado social-democrata, quer manter seus benefícios, mas só para os suecos étnicos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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