Uma hora depois do discurso de Donald Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, subiu à tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas para repudiar o unilateralismo do presidente dos Estados Unidos, deplorar a "lei do mais forte", que conduz diretamente "à crise e ao conflito", e defender a gestão coletiva das crises internacionais.
Macron foi duro, colocando-se claramente como o anti-Trump: "Não nos esqueçamos nunca de que os genocidas foram nutridos por discursos aos quais nos acostumamos. (...) Estamos a caminho hoje de ver se transformar em delito o direito internacional e todas as formas de cooperação, como se não fossem nada, por medo e cumplicidade."
O jovem presidente francês fez um apelo "ao diálogo e ao multilateralismo" para resolver o conflito com o Irã, em vez de "isolar o regime iraniano", e o aquecimento global. Terminou com uma defesa intransigente do sistema internacional: "É uma traição à nossa história. O século 21 nos assiste e nossos filhos nos esperam: resolvam as crises. Trabalhemos juntos para combater todas as desigualdades."
Para Macron, "o risco é o cinismo ou simplesmente se habituar ao cinismo. Os responsáveis estão aqui. Vivemos uma crise profunda da ordem internacional liberal."
Ao defender o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, repudiado e abandonado por Trump, o presidente francês afirmou que "não pode haver acordo comercial com quem rejeita o Acordo de Paris".
O recuo estratégico dos EUA favorece o aumento da influência da China no cenário internacional.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Macron ataca Trump e defende multilateralismo na ONU
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