terça-feira, 25 de setembro de 2018

Macron ataca Trump e defende multilateralismo na ONU

Uma hora depois do discurso de Donald Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, subiu à tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas para repudiar o unilateralismo do presidente dos Estados Unidos, deplorar a "lei do mais forte", que conduz diretamente "à crise e ao conflito", e defender a gestão coletiva das crises internacionais.

Macron foi duro, colocando-se claramente como o anti-Trump: "Não nos esqueçamos nunca de que os genocidas foram nutridos por discursos aos quais nos acostumamos. (...) Estamos a caminho hoje de ver se transformar em delito o direito internacional e todas as formas de cooperação, como se não fossem nada, por medo e cumplicidade."

O jovem presidente francês fez um apelo "ao diálogo e ao multilateralismo" para resolver o conflito com o Irã, em vez de "isolar o regime iraniano", e o aquecimento global. Terminou com uma defesa intransigente do sistema internacional: "É uma traição à nossa história. O século 21 nos assiste e nossos filhos nos esperam: resolvam as crises. Trabalhemos juntos para combater todas as desigualdades."

Para Macron, "o risco é o cinismo ou simplesmente se habituar ao cinismo. Os responsáveis estão aqui. Vivemos uma crise profunda da ordem internacional liberal."

Ao defender o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, repudiado e abandonado por Trump, o presidente francês afirmou que "não pode haver acordo comercial com quem rejeita o Acordo de Paris".

O recuo estratégico dos EUA favorece o aumento da influência da China no cenário internacional.

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