Como previsto, o governo Donald Trump escalou sua guerra comercial, ao anunciar hoje depois do fechamento das bolsas de valores nos Estados Unidos um aumento para 10% das tarifas sobre produtos importados da China, no valor de US$ 200 bilhões por ano, a partir de 24 de setembro. Se não houver acordo até o fim do ano no conflito entre as duas maiores economias do mundo, a tarifa sobe para 25%.
Desde julho, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre uma série de produtos importados da China, no valor de US$ 50 bilhões anuais. O governo chinês respondeu na mesma medida. Agora, não poderá repetir a dose.
Em 2017, a China importou produtos americanos no valor de US$ 130 bilhões, mais do que Trump está sobretaxando. Já os EUA compraram US$ 505 bilhões em produtos fabricados na China, acumulando um déficit comercial de US$ 375 bilhões, que o presidente americano quer reduzir a qualquer preço.
"As perdas do nosso país são estarrecedoras há muitos anos", declarou Trump antes do anúncio oficial. "Não podemos mais deixar que isto aconteça."
Sem condições de reagir na mesma medida, a China "terá de tomar contramedidas para salvaguardar resolutamente nossos direitos e interesses legítimos e legais", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior chinês.
Os EUA acusam o regime comunista chinês de manipular o câmbio, piratear a propriedade intelectual da indústria americana e dar subsídios indevidos que prejudicam a concorrência no mercado internacional.
Diante da escalada na guerra comercial, há dúvidas sobre a nova rodada de negociações que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, pretendia organizar nas próximas duas semanas em busca de uma solução para o conflito.
As novas tarifas entram em vigor três dias da chegada prevista a Washington do vice-primeiro-ministro chinês encarregado da economia, Liu He. É um sinal de que as negociações não terão tempo de evitar a aplicação das sobretaxas anunciadas hoje.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário