domingo, 2 de setembro de 2018

Trump quer acabar com a agência da ONU para os palestinos

Depois de cortar uma ajuda dos Estados Unidos de US$ 300 milhões por ano, o presidente Donald Trump está pressionando aliados a fazer o mesmo, sufocando financeiramente a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Faz o jogo do governo linha dura de Israel, que acusa a agência de prolongar o conflito árabe-israelense.

Trump se irritou com a reação palestina quando os EUA reconheceram Jerusalém como capital de Israel e transferiram a embaixada americana para lá. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou que os EUA perderam qualquer condição de mediar as negociações de paz.

A agência da ONU presta serviços sociais, de saúde e de educação para cerca de 5 milhões de palestinos espalhados entre a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, a Jordânia, a Síria e o Líbano. Os EUA contribuíam com 30% do total do orçamento.

Em Londres, o líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn, pediu ao governo do Reino Unido que substitua os EUA com uma ajuda no mesmo valor. Como ele é acusado de antissemitismo, sua autoridade moral para pedir isso será questionada.

Na semana anterior, o Departamento de Estado americano tinha anunciado o fim de uma ajuda bilateral de US$ 200 bilhões anuais à Cisjordânia e à Faixa de Gaza.

A decisão de cortar a ajuda vem no momento em que os EUA se preparam para apresentar seu plano de paz para israelenses e palestinos. A proposta do governo Trump prevê a formação de uma confederação entre a Jordânia e a Palestina.

Hoje Abbas pediu a formação de uma confederação tripartite formada por Israel, a Jordânia e a Palestina. A Jordânia imediatamente rejeitou a possibilidade de formar uma confederação jordaniano-palestina, uma antiga proposta de Israel do início das negociações de paz, em 1991, antes dos acordos de Oslo, que criaram a Autoridade Nacional Palestina como embrião de um futuro governo da Palestina independente.

Na prática, a proposta de uma confederação mata a solução com dois países, Israel e a Palestina, dividindo o território histórico da Palestina. Ao incluir Israel na jogada, numa confederação tripartite, o que ameaçaria a soberania de Israel, Abbas tenta liquidar a sugestão de uma vez por todas.

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