Depois de muitas denúncias abusos, maus tratos e centenas de mortes nas obras para a Copa do Mundo de 2022, o emirado árabe do Catar anunciou hoje uma mudança na lei para permitir que trabalhadores estrangeiros possam sair do país sem autorização dos patrões, informou a hoje a televisão árabe Al Jazira, especializada em notícias.
Sob cerco diplomático da Arábia Saudita, do Egito e das outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, o Catar tenta melhorar a imagem internacional para sair do isolamento e diversificar sua economia, reduzindo a dependência do petróleo e do gás natural.
O cerco foi uma iniciativa do príncipe herdeiro saudita, Mohamed ben Salman, que acusou o Catar de ser próximo do Irã, o arqui-inimigo da Arábia Saudita. Mas os Estados Unidos não apoiaram o boicote, permitindo que o Catar resistisse sem problemas. O príncipe pretende manter o embargo indefinidamente, como os EUA em relação a Cuba.
Com a neutralidade dos EUA, o Catar não cedeu. Ao mesmo tempo, procurou novos aliados, como a Turquia, a China e a Rússia. Isso pressiona os EUA a reforçar as relações com o Catar, a não ser que o emirado contrarie as posições de Washington, por exemplo, ampliando o apoio à Irmandade Muçulmana e ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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