Ao receber hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, considerou "indesculpável" a detenção de 15 fuzileiros navais pela Guarda Revolucionária do Irã. Eles estão presos há oito dias, sob a acusação de invadir águas territoriais iranianas quando patrulhavam o mar territorial do Iraque.
O governo fundamentalista iraniano obrigou os presos a fazer declarações públicas falsas dizendo estarem arrependidos e exige desculpas que o Reino Unido se nega a dar.
Bush chamou os britânicos de "reféns", o que remete à ocupação da Embaixada dos EUA em Teerã, depois da revolução islâmica, em 1979. Durante 444 dias, guardas revolucionários iranianos mantiveram americanos como reféns. Houve até uma tentativa frustrada de resgate que terminou com um acidente com helicópteros no meio do deserto.
A ocupação provocou a derrota do presidente Jimmy Carter para Ronald Reagan na eleição presidencial de 1980. Logo após a posse de Reagan, em janeiro de 1981, os reféns foram libertados e a embaixada, desocupada.
Até hoje, EUA e Irã não reataram as relações diplomáticas. Mas devem participar de uma conferência sobre o futuro do Iraque a ser realizada neste mês em Ancara, capital da Turquia, reunindo os países vizinhos do Iraque, as potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Grupo dos Oito (maiores potências industrias, com exceção da China).
Se EUA e Irã conseguirem se entender sobre o Iraque, há esperança de que este diálogo seja estendido à questão nuclear iraniana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 31 de março de 2007
sexta-feira, 30 de março de 2007
DOUTRINA BUSH x EIXO DO MAL*
A Doutrina Bush é a Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, encaminhada pelo presidente George Walker Bush ao Congresso em setembro de 2002, sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, e revista no segundo mandato, em março de 2006.
Tem dois pilares:
- as guerras preventivas, como maneira de evitar atentados terroristas, já que terroristas não declaram guerra antes de atacar;
- e a democratização, especialmente do Oriente Médio, para que a oposição política seja exercida publicamente, sem recurso à violência e ao terrorismo, de modo a isolar os extremistas.
É impossível construir uma ordem internacional baseada no Direito com base numa doutrina de guerras preventivas. O uso da força só é admissível em legítima defesa. Nas relações internacionais, isto inclui o princípio de autodeterminação dos povos, o que tem dado origem a muitas guerras civis no mundo pós-Guerra Fria.
Um aspecto central das relações internacionais, como destacou Hedley Bull, é que a sociedade internacional é uma sociedade anárquica, não por que não tenha ordem mas por que não tem governo. Não há governo mundial, os cidadãos do mundo não querem um mega-Estado. Há mecanismos de governança global, como as organizações internacionais.
Em seu livro A Sociedade Anárquica, Bull identificou cinco instituições da sociedade internacional:
1. A Guerra: sempre foi vista como a maneira natural e inevitável de resolver os conflitos entre os povos. A idéia de paz é recente. Começa com o Projeto para uma Paz Perpétua (1713), do Abade Saint-Pierre e com o Tratado para uma Paz Perpétua (1795), do filósofo alemão Emanuel Kant.
2. O Equilíbrio de Poder: como a humanidade, em sua diversidade, reage contra um governo mundial ou uma monarquia universal, como sonhava Carlos V, sempre que um país se torna poderoso demais os outros tendem a se aliar para contrabalançar este poderio. No momento, a total supremacia militar dos Estados Unidos parece desmentir isto. Mas se os EUA forem muito agressivos, a China e outros países se armarão e farão alianças para fazer frente ao desafio.
3. As Grandes Potências: na ausência de um governo mundial, as grandes potências impõem suas normas às relações internacionais, podendo exercer um papel positivo. Há até uma Teoria da Estabilidade Hegemônica que afirma que a existência de uma potência hegemônica garante a ordem do sistema. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um condomínio de grandes potências. Nesse sentido, o mau exemplo e a perda de autoridade moral dos EUA aumentam a anarquia no sistema.
4. A Diplomacia: existe formalmente como a conhecemos hoje pelo menos desde as cidades-Estado italianas do Renascimento. Os representantes estrangeiros devem ter imunidade para serem intermediários nos negócios de Estado.
5. O Direito Internacional: é uma série de tratados, convenções, acordos e regimes que dão maior estabilidade e previsibilidade às relações internacionais. Refletem os interesses dos países que os propõem. Como não existe um governo mundial, quem aplica estas normais são as potências mundiais ou regionais e as organizações internacionais, dependentes destas mesmas potências.
PAZ É IDÉIA RECENTE
A paz é, então, sobretudo uma idéia do século 20, depois do horror de duas guerras mundiais e da ameaça de um holocausto nuclear durante a Guerra Fria, que pode ser considerada a terceira guerra mundial.
Só no século 20 surgiram as primeiras organizações internacionais universais dedicadas à paz mundial, a Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas.
Sua origem remonta ao Concerto Europeu, criado pelo Congresso de Viena, que reuniu em 1815 as potências européias que haviam derrotado Napoleão e queriam restaurar a velha ordem monárquica.
A internacionalização do processo se dá com as conferências de Haia. Numa delas, já no século 20, brilhou Rui Barbosa.
Mas foi a Primeira Guerra Mundial que abalou a Europa, até então o centro do mundo, atraindo para os campos de batalha europeus os EUA, que desde sua fundação tinham como princípio não se envolver em guerras na Europa.
Para vender a guerra ao povo americano, o presidente Woodrow Wilson, um liberal internacionalista, disse que “era a guerra para acabar com todas as guerras”. Ele achava que o problema estava na monarquia e na falta de democracia plena.
Os EUA entraram na guerra em 1917, mesmo ano da Revolução Russa. Era a entrada no cenário internacional das duas superpotências que dominariam o planeta na segunda metade do século 20.
Wilson apresentou um plano de 14 pontos na Conferência de Versalhes, em 1919, que seria descrita como “a paz para acabar com todas as pazes”. Entre eles, estava a criação da Liga das Nações (1919), a primeira organização internacional dedicada à paz universal.
Mas o Senado dos EUA, que precisa aprovar os acordos internacionais, rejeitou o tratado que criava a Liga das Nações, sob o argumento de que limitaria a soberania nacional do país.
Sem seu membro mais poderoso, a Liga foi inoperante diante das agressões que provocaram a Segunda Guerra Mundial, como a invasão da Manchúria (1931) e do resto da China (1937) pelo Japão; da Etiópia (1935-6) pela Itália fascista, de Benito Mussolini; e da anexação da Áustria (1938) e da região dos Sudetos (1938), na Tcheco-Eslováquia, pela Alemanha nazista, de Adolf Hitler.
A Liga conversava mas não tinha força real. Estava armado o caminho para a Segunda Guerra Mundial.
Os EUA entram na Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses lançam um ataque sem declarar guerra à frota americana em Pearl Harbor, no Havaí, matando 2.403 americanos, no Dia da Infâmia. Depois, eles destruiriam a maioria das grandes cidades japonesas, mas esta é outra história.
AS NAÇÕES UNIDAS
Mesmo antes de entrar na guerra, o presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, tinha assinado uma declaração conjunta com o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a Carta do Atlântico, estabelecendo os princípios para o mundo do pós-guerra.
Na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, os aliados assumem os compromissos da Carta do Atlântico. Este é o embrião da ONU.
Para não repetir o erro da Liga, Roosevelt criou o Conselho de Segurança, um condomínio de grandes potências, já que seriam elas que teriam de garantir os princípios da Carta das Nações Unidas, assinada em 26 de junho de 1945.
Hoje a constituição do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) é obsoleta mas não há uma ruptura da ordem internacional que permita uma mudança, sobretudo porque a ampliação do Conselho, por exemplo, com a entrada da Alemanha, do Japão, do Brasil e da Índia, diluiria o poder dos EUA e tornaria muito mais difícil articular o consenso necessário entre as grandes potências com direito de veto.
Sem o direito de veto, os novos membros permanentes seriam sócios de segunda classe, sem o maior privilégio das verdadeiras potências.
Cabe assinalar que o veto paralisou a ONU durante a Guerra Fria. Desde 1945, somente três guerras foram autorizadas pela ONU.
Na Guerra da Coréia, a União Soviética estava boicotando a organização porque a China comunista não tinha sido admitida. Até hoje, as forças lideradas pelos EUA ao Sul do Paralelo 38 Norte têm um mandato das Nações Unidas.
Em 1991, na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, o dirigente soviético Mikhail Gorbachev votou a favor e a China se absteve, abrindo o caminho para uma guerra liderada pelos EUA.
Depois dos atentados de 11 de novembro, os EUA receberam uma carta branca e, em seguida, com seus aliados, invadiram o Afeganistão.
Os EUA têm a supremacia militar. Se você acredita que no final de contas o que vale é a lei da força, tenta se armar cada vez mais. Se acredita numa ordem internacional baseada no Direito, aproveita sua hegemonia para construir uma ordem internacional liberal, como tentaram Wilson e Roosevelt, com resultados muito distintos.
Os EUA têm a maior economia do mundo, US$ 13,3 trilhões anuais. Lideram a atual revolução tecnológica, da informática, e estão na vanguarda da próxima, da biotecnologia. Ganharam todos os prêmios Nobel de ciências do ano passado. Investem US$ 330 bilhões por ano em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, bem à frente da China, com US$ 136 bilhões, que acaba de passar o Japão, com US$ 130 bilhões anuais.
Então, qualquer profecia sobre a decadência americana, apesar de problemas econômicos estruturais como o déficit comercial de US$ 850 bilhões e o déficit público que Bush criou, são prematuras, na minha opinião.
FUTURO MULTIPOLAR
Mas o unipolarismo é insustentável. Nenhum tem condições de dominar o mundo globalizado. No mundo do futuro, lá entre 2030 e 2050, é provável que tenhamos diversos centros de poder, os EUA, talvez ainda em primeiro lugar, a China, o Japão, a Europa, a Rússia, a Índia e o Brasil – se o Brasil crescer a uma taxa média de pelo menos 3,7% ao ano até lá.
O fracasso da invasão do Iraque revelou as limitações do uso da força nas relações internacionais. Como disse o professor Joseph Nye jr., ex-subsecretário para política de defesa no governo Clinton, autor de O Poder Suave, os EUA ganharam a Guerra Fria sem disparar um tiro, com Hollywood, a economia e o estilo de vida americano, mais com idéias como a democracia liberal do que com balas.
Aqui está o segundo pilar da Doutrina Bush: a democracia liberal como forma de permitir a livre expressão de idéias, de fazer política abertamente e não em grupos clandestinos e terroristas.
Mas a democracia é um processo, é uma cultura. É fruto de uma sociedade que chegou a um consenso para resolver seus conflitos pacificamente, através do diálogo e da negociação. Está claro que o Iraque não estava maduro como diziam os neoconservadores que convenceram Bush a realizar a aventura militar.
O fracasso da ocupação do Iraque tornará a política externa americana menos ativista, pelo menos por um período, porque há uma rejeição da opinião pública. O segundo pilar da Doutrina Bush, que ele prometeu priorizar no discurso de posse do segundo governo e que deu o titulo ao livro, Bush 2: A Missão, também desmoronou.
Este é hoje o grande problema de Bush, que acreditou no uso da força e demonizou inimigos ao falar de um “eixo do mal” no Discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, com o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte.
Nem o uso da força nem a política de mudança de regime deram certo. Tendem a ser abandonadas. Embora o uso da força seja sempre uma opção para a única superpotência, não faz sentido se for contraproducente.
Ao demonizar seus inimigos, Bush fechou o espaço de negociação, encurralando estes países. O discurso visava a preparar o povo americano para a invasão do Iraque. Acabou radicalizando as posições da Coréia do Norte e do Irã, que passaram a perseguir ativamente seus programas nucleares.
O Iraque é uma criação do Império Britânico, depois da dissolução do Império Britânico no final da Primeira Guerra Mundial. Foi o subsecretário para o Oriente Médio, Winston Churchill, que acabou com a promessa de criar o Curdistão ao juntar a província de Kirkuk, rica em petróleo, às províncias de Bagdá e Bássora.
Seu objetivo era criar um país suficientemente forte para conter o Irã. O Iraque fez isto de uma forma ou de outra até a invasão americana de março de 2003, especialmente na Guerra Irã-Iraque (1980-88), após a Revolução Islâmica, de 1979.
O Irã é até agora o maior beneficiado da invasão americana, que fortaleceu os xiitas do Iraque, subjugados pelos sunitas desde o tempo do Império Otomano, criando um crescente xiita no Oriente Médio, reforçado ainda mais pela ascensão do Hesbolá (Partido de Deus), a milícia fundamentalista xiita que resistiu a uma ofensiva israelense no Líbano em julho e agosto deste ano.
A BOMBA IRANIANA
A antiga Pérsia não é um país artificial. Foi o primeiro império multinacional da História. Tem um nacionalismo forte antiimperialista. Era disputada pelos impérios russo e britânico. No final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética ocupava parte do Irã, o que provocou uma das primeiras crises da Guerra Fria.
Em 1953, um golpe militar apoiado pelos EUA e a Grã-Bretanha derrubou o primeiro-ministro Mossadegh, que nacionalizara o petróleo, levando ao poder o xá Reza Pahlevi, que impôs uma ditadura militar com uma polícia política, a Savak, acusada de 100 mil mortes.
A repressão violenta e a ocidentalização alimentaram a revolução de 1979, que começou com uma greve no setor de petróleo mas levou o aiatolá Khomeini ao poder porque o clero muçulmano era a única oposição organizada, provocou a ocupação da embaixada americana em Teerã e destroçou as relações com os EUA, descrito pela república dos mulás como o Grande Satã.
Um aiatolá moderado, Mohamed Khatami, ganhou duas eleições presidenciais com mais de 70% dos votos, em 1997 e 2001, mas o Ocidente não conseguiu reforçar o bloco reformista. Ao contrário. As invasões, primeiro do Afeganistão e depois do Iraque, criaram no regime iraniano a sensação de estar cercado pelo inimigo dos dois lados.
Isto provocou uma radicalização. Nas eleições legislativas de 2004, o Conselho dos Sábios vetou 2,5 mil candidatos; na eleição presidencial de 2005, mais de mil. Acabou ganhando o prefeito de Teerã, Mahmoud Ahmadinejad, um linha-dura ainda mais radical que se notabiliza por declarar que o Holocausto é um mito e que Israel será varrido do mapa.
O que mais preocupa Bush é o programa nuclear do Irã, que ameaça diretamente Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio. Ao alterar o equilíbrio de poder na região, cria o risco de uma corrida nuclear, já que Egito e Arábia Saudita não vão querer ficar atrás.
A decisão de fazer a bomba teria sido tomada pelo aiatolá Khomeini em 1987, durante a guerra contra o Iraque. Quem transferiu a tecnologia de centrifugação foi Abdul Kadir Kahn, o pai da bomba paquistanesa. Ninguém duvida de que o Irã queira mesmo ter a bomba, inclusive para se defender da um possível ataque americano.
Mas quem fez a explosão nuclear primeiro foi a Coréia do Norte, terceiro país, incluído na última hora no eixo do mal para que não tivesse apenas países muçulmanos, numa tentativa de descaracterizar um possível choque de civilizações entre o Ocidente e o Islã.
A Coréia foi dividida no final da Segunda Guerra Mundial. O Japão a ocupava desde 1910. Quando foi derrotado pelos EUA, depois da explosão das duas bombas atômicas, em 9 de agosto de 1945, a URSS declarou guerra ao Japão, invadiu a parte norte da península coreana e algumas ilhas japonesas.
Em 1950, uma invasão do Sul pelo Norte provocou a Guerra da Coréia (1950-53), um dos conflitos mais sérios da Guerra Fria, com milhões de mortos. Até hoje o país está dividido.
CHANTAGEM NUCLEAR
Enquanto a Coréia do Sul, capitalista, tornou-se um dos países que mais se desenvolveram nas últimas décadas, a Coréia do Norte, último reduto do stalinismo, é uma ditadura militar à beira do colapso, com uma crise que provocou a morte pela fome de cerca de 2 milhões de pessoas. Tem menos da metade da população da Coréia do Sul e uma renda per capita 20 vezes menor. Faz então uma chantagem nuclear.
O regime de Pionguiangue usa a questão atômica para barganhar com seus vizinhos e especialmente com os EUA, já que considera os governos do Japão e da Coréia do Sul como fantoches dos americanos. No ano passado, anunciou ter feito uma explosão atômica, na verdade fraca, muito menor do que a pretendida. Foi mais um fracasso do que um sucesso. Mas foi uma explosão nuclear.
Como a Coréia do Norte é “um cão que ladra mas não morde”, nas palavras do estrategista americano Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, e está cercada pela China, Rússia, Japão e Coréia do Sul, uma guerra é considerada impensável, a não ser por alguns falcões. A estratégia em relação a Pionguiangue é de negociação diplomática para forçar o país a voltar ao regime de não-proliferação nuclear e abrir suas instalações nucleares a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A guerra não interessa a ninguém, a não ser a alguns falcões remanescentes em Washington. Destruiria o regime norte-coreano ou o que resta dele. Arrasaria Seul e boa parte da Coréia do Sul. Desestabilizaria toda a região, prejudicando o crescimento econômico, prioridade número um da China. Ressuscitaria o adormecido militarismo japonês.
No Irã, uma invasão como a do Iraque está descartada mas não a possibilidade de um bombardeio “cirúrgico” de uns 100 alvos ligados ao programa nuclear iraniano, admite Luttwak, dizendo que os EUA serão obrigados a atacar, se não houver um acordo em que o Irã desista de ter armas nucleares e respeite o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
O governo Bush pode terminar assim com uma grande explosão. E não há garantias de que o bombardeio conseguirá impedir a fabricação da bomba iraniana. A proliferação é outro problema sério do século 21. A bomba atômica está de volta, agora na mão de potências médias ou regionais que podem ser tentadas a usá-las, o que é impensável para as grandes potências.
Quanto à Doutrina Bush, nenhum país jamais deixará de atacar preventivamente se tiver informações suficientes para supor que será alvo de um ataque. Seria irresponsabilidade. Mas para fazer isto dentro das normas do Direito Internacional, precisa ficar caracterizada a legítima defesa.
Neste sentido, a Doutrina Bush é irrelevante.
*(Palestra de lançamento do livro Bush 2: A Missão, atualizada para a sessão de autógrafos de 29 de março em S. Paulo)
Tem dois pilares:
- as guerras preventivas, como maneira de evitar atentados terroristas, já que terroristas não declaram guerra antes de atacar;
- e a democratização, especialmente do Oriente Médio, para que a oposição política seja exercida publicamente, sem recurso à violência e ao terrorismo, de modo a isolar os extremistas.
É impossível construir uma ordem internacional baseada no Direito com base numa doutrina de guerras preventivas. O uso da força só é admissível em legítima defesa. Nas relações internacionais, isto inclui o princípio de autodeterminação dos povos, o que tem dado origem a muitas guerras civis no mundo pós-Guerra Fria.
Um aspecto central das relações internacionais, como destacou Hedley Bull, é que a sociedade internacional é uma sociedade anárquica, não por que não tenha ordem mas por que não tem governo. Não há governo mundial, os cidadãos do mundo não querem um mega-Estado. Há mecanismos de governança global, como as organizações internacionais.
Em seu livro A Sociedade Anárquica, Bull identificou cinco instituições da sociedade internacional:
1. A Guerra: sempre foi vista como a maneira natural e inevitável de resolver os conflitos entre os povos. A idéia de paz é recente. Começa com o Projeto para uma Paz Perpétua (1713), do Abade Saint-Pierre e com o Tratado para uma Paz Perpétua (1795), do filósofo alemão Emanuel Kant.
2. O Equilíbrio de Poder: como a humanidade, em sua diversidade, reage contra um governo mundial ou uma monarquia universal, como sonhava Carlos V, sempre que um país se torna poderoso demais os outros tendem a se aliar para contrabalançar este poderio. No momento, a total supremacia militar dos Estados Unidos parece desmentir isto. Mas se os EUA forem muito agressivos, a China e outros países se armarão e farão alianças para fazer frente ao desafio.
3. As Grandes Potências: na ausência de um governo mundial, as grandes potências impõem suas normas às relações internacionais, podendo exercer um papel positivo. Há até uma Teoria da Estabilidade Hegemônica que afirma que a existência de uma potência hegemônica garante a ordem do sistema. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um condomínio de grandes potências. Nesse sentido, o mau exemplo e a perda de autoridade moral dos EUA aumentam a anarquia no sistema.
4. A Diplomacia: existe formalmente como a conhecemos hoje pelo menos desde as cidades-Estado italianas do Renascimento. Os representantes estrangeiros devem ter imunidade para serem intermediários nos negócios de Estado.
5. O Direito Internacional: é uma série de tratados, convenções, acordos e regimes que dão maior estabilidade e previsibilidade às relações internacionais. Refletem os interesses dos países que os propõem. Como não existe um governo mundial, quem aplica estas normais são as potências mundiais ou regionais e as organizações internacionais, dependentes destas mesmas potências.
PAZ É IDÉIA RECENTE
A paz é, então, sobretudo uma idéia do século 20, depois do horror de duas guerras mundiais e da ameaça de um holocausto nuclear durante a Guerra Fria, que pode ser considerada a terceira guerra mundial.
Só no século 20 surgiram as primeiras organizações internacionais universais dedicadas à paz mundial, a Liga das Nações e a Organização das Nações Unidas.
Sua origem remonta ao Concerto Europeu, criado pelo Congresso de Viena, que reuniu em 1815 as potências européias que haviam derrotado Napoleão e queriam restaurar a velha ordem monárquica.
A internacionalização do processo se dá com as conferências de Haia. Numa delas, já no século 20, brilhou Rui Barbosa.
Mas foi a Primeira Guerra Mundial que abalou a Europa, até então o centro do mundo, atraindo para os campos de batalha europeus os EUA, que desde sua fundação tinham como princípio não se envolver em guerras na Europa.
Para vender a guerra ao povo americano, o presidente Woodrow Wilson, um liberal internacionalista, disse que “era a guerra para acabar com todas as guerras”. Ele achava que o problema estava na monarquia e na falta de democracia plena.
Os EUA entraram na guerra em 1917, mesmo ano da Revolução Russa. Era a entrada no cenário internacional das duas superpotências que dominariam o planeta na segunda metade do século 20.
Wilson apresentou um plano de 14 pontos na Conferência de Versalhes, em 1919, que seria descrita como “a paz para acabar com todas as pazes”. Entre eles, estava a criação da Liga das Nações (1919), a primeira organização internacional dedicada à paz universal.
Mas o Senado dos EUA, que precisa aprovar os acordos internacionais, rejeitou o tratado que criava a Liga das Nações, sob o argumento de que limitaria a soberania nacional do país.
Sem seu membro mais poderoso, a Liga foi inoperante diante das agressões que provocaram a Segunda Guerra Mundial, como a invasão da Manchúria (1931) e do resto da China (1937) pelo Japão; da Etiópia (1935-6) pela Itália fascista, de Benito Mussolini; e da anexação da Áustria (1938) e da região dos Sudetos (1938), na Tcheco-Eslováquia, pela Alemanha nazista, de Adolf Hitler.
A Liga conversava mas não tinha força real. Estava armado o caminho para a Segunda Guerra Mundial.
Os EUA entram na Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses lançam um ataque sem declarar guerra à frota americana em Pearl Harbor, no Havaí, matando 2.403 americanos, no Dia da Infâmia. Depois, eles destruiriam a maioria das grandes cidades japonesas, mas esta é outra história.
AS NAÇÕES UNIDAS
Mesmo antes de entrar na guerra, o presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, tinha assinado uma declaração conjunta com o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, a Carta do Atlântico, estabelecendo os princípios para o mundo do pós-guerra.
Na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, os aliados assumem os compromissos da Carta do Atlântico. Este é o embrião da ONU.
Para não repetir o erro da Liga, Roosevelt criou o Conselho de Segurança, um condomínio de grandes potências, já que seriam elas que teriam de garantir os princípios da Carta das Nações Unidas, assinada em 26 de junho de 1945.
Hoje a constituição do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) é obsoleta mas não há uma ruptura da ordem internacional que permita uma mudança, sobretudo porque a ampliação do Conselho, por exemplo, com a entrada da Alemanha, do Japão, do Brasil e da Índia, diluiria o poder dos EUA e tornaria muito mais difícil articular o consenso necessário entre as grandes potências com direito de veto.
Sem o direito de veto, os novos membros permanentes seriam sócios de segunda classe, sem o maior privilégio das verdadeiras potências.
Cabe assinalar que o veto paralisou a ONU durante a Guerra Fria. Desde 1945, somente três guerras foram autorizadas pela ONU.
Na Guerra da Coréia, a União Soviética estava boicotando a organização porque a China comunista não tinha sido admitida. Até hoje, as forças lideradas pelos EUA ao Sul do Paralelo 38 Norte têm um mandato das Nações Unidas.
Em 1991, na guerra para expulsar os iraquianos do Kuwait, o dirigente soviético Mikhail Gorbachev votou a favor e a China se absteve, abrindo o caminho para uma guerra liderada pelos EUA.
Depois dos atentados de 11 de novembro, os EUA receberam uma carta branca e, em seguida, com seus aliados, invadiram o Afeganistão.
Os EUA têm a supremacia militar. Se você acredita que no final de contas o que vale é a lei da força, tenta se armar cada vez mais. Se acredita numa ordem internacional baseada no Direito, aproveita sua hegemonia para construir uma ordem internacional liberal, como tentaram Wilson e Roosevelt, com resultados muito distintos.
Os EUA têm a maior economia do mundo, US$ 13,3 trilhões anuais. Lideram a atual revolução tecnológica, da informática, e estão na vanguarda da próxima, da biotecnologia. Ganharam todos os prêmios Nobel de ciências do ano passado. Investem US$ 330 bilhões por ano em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, bem à frente da China, com US$ 136 bilhões, que acaba de passar o Japão, com US$ 130 bilhões anuais.
Então, qualquer profecia sobre a decadência americana, apesar de problemas econômicos estruturais como o déficit comercial de US$ 850 bilhões e o déficit público que Bush criou, são prematuras, na minha opinião.
FUTURO MULTIPOLAR
Mas o unipolarismo é insustentável. Nenhum tem condições de dominar o mundo globalizado. No mundo do futuro, lá entre 2030 e 2050, é provável que tenhamos diversos centros de poder, os EUA, talvez ainda em primeiro lugar, a China, o Japão, a Europa, a Rússia, a Índia e o Brasil – se o Brasil crescer a uma taxa média de pelo menos 3,7% ao ano até lá.
O fracasso da invasão do Iraque revelou as limitações do uso da força nas relações internacionais. Como disse o professor Joseph Nye jr., ex-subsecretário para política de defesa no governo Clinton, autor de O Poder Suave, os EUA ganharam a Guerra Fria sem disparar um tiro, com Hollywood, a economia e o estilo de vida americano, mais com idéias como a democracia liberal do que com balas.
Aqui está o segundo pilar da Doutrina Bush: a democracia liberal como forma de permitir a livre expressão de idéias, de fazer política abertamente e não em grupos clandestinos e terroristas.
Mas a democracia é um processo, é uma cultura. É fruto de uma sociedade que chegou a um consenso para resolver seus conflitos pacificamente, através do diálogo e da negociação. Está claro que o Iraque não estava maduro como diziam os neoconservadores que convenceram Bush a realizar a aventura militar.
O fracasso da ocupação do Iraque tornará a política externa americana menos ativista, pelo menos por um período, porque há uma rejeição da opinião pública. O segundo pilar da Doutrina Bush, que ele prometeu priorizar no discurso de posse do segundo governo e que deu o titulo ao livro, Bush 2: A Missão, também desmoronou.
Este é hoje o grande problema de Bush, que acreditou no uso da força e demonizou inimigos ao falar de um “eixo do mal” no Discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, com o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte.
Nem o uso da força nem a política de mudança de regime deram certo. Tendem a ser abandonadas. Embora o uso da força seja sempre uma opção para a única superpotência, não faz sentido se for contraproducente.
Ao demonizar seus inimigos, Bush fechou o espaço de negociação, encurralando estes países. O discurso visava a preparar o povo americano para a invasão do Iraque. Acabou radicalizando as posições da Coréia do Norte e do Irã, que passaram a perseguir ativamente seus programas nucleares.
O Iraque é uma criação do Império Britânico, depois da dissolução do Império Britânico no final da Primeira Guerra Mundial. Foi o subsecretário para o Oriente Médio, Winston Churchill, que acabou com a promessa de criar o Curdistão ao juntar a província de Kirkuk, rica em petróleo, às províncias de Bagdá e Bássora.
Seu objetivo era criar um país suficientemente forte para conter o Irã. O Iraque fez isto de uma forma ou de outra até a invasão americana de março de 2003, especialmente na Guerra Irã-Iraque (1980-88), após a Revolução Islâmica, de 1979.
O Irã é até agora o maior beneficiado da invasão americana, que fortaleceu os xiitas do Iraque, subjugados pelos sunitas desde o tempo do Império Otomano, criando um crescente xiita no Oriente Médio, reforçado ainda mais pela ascensão do Hesbolá (Partido de Deus), a milícia fundamentalista xiita que resistiu a uma ofensiva israelense no Líbano em julho e agosto deste ano.
A BOMBA IRANIANA
A antiga Pérsia não é um país artificial. Foi o primeiro império multinacional da História. Tem um nacionalismo forte antiimperialista. Era disputada pelos impérios russo e britânico. No final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética ocupava parte do Irã, o que provocou uma das primeiras crises da Guerra Fria.
Em 1953, um golpe militar apoiado pelos EUA e a Grã-Bretanha derrubou o primeiro-ministro Mossadegh, que nacionalizara o petróleo, levando ao poder o xá Reza Pahlevi, que impôs uma ditadura militar com uma polícia política, a Savak, acusada de 100 mil mortes.
A repressão violenta e a ocidentalização alimentaram a revolução de 1979, que começou com uma greve no setor de petróleo mas levou o aiatolá Khomeini ao poder porque o clero muçulmano era a única oposição organizada, provocou a ocupação da embaixada americana em Teerã e destroçou as relações com os EUA, descrito pela república dos mulás como o Grande Satã.
Um aiatolá moderado, Mohamed Khatami, ganhou duas eleições presidenciais com mais de 70% dos votos, em 1997 e 2001, mas o Ocidente não conseguiu reforçar o bloco reformista. Ao contrário. As invasões, primeiro do Afeganistão e depois do Iraque, criaram no regime iraniano a sensação de estar cercado pelo inimigo dos dois lados.
Isto provocou uma radicalização. Nas eleições legislativas de 2004, o Conselho dos Sábios vetou 2,5 mil candidatos; na eleição presidencial de 2005, mais de mil. Acabou ganhando o prefeito de Teerã, Mahmoud Ahmadinejad, um linha-dura ainda mais radical que se notabiliza por declarar que o Holocausto é um mito e que Israel será varrido do mapa.
O que mais preocupa Bush é o programa nuclear do Irã, que ameaça diretamente Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio. Ao alterar o equilíbrio de poder na região, cria o risco de uma corrida nuclear, já que Egito e Arábia Saudita não vão querer ficar atrás.
A decisão de fazer a bomba teria sido tomada pelo aiatolá Khomeini em 1987, durante a guerra contra o Iraque. Quem transferiu a tecnologia de centrifugação foi Abdul Kadir Kahn, o pai da bomba paquistanesa. Ninguém duvida de que o Irã queira mesmo ter a bomba, inclusive para se defender da um possível ataque americano.
Mas quem fez a explosão nuclear primeiro foi a Coréia do Norte, terceiro país, incluído na última hora no eixo do mal para que não tivesse apenas países muçulmanos, numa tentativa de descaracterizar um possível choque de civilizações entre o Ocidente e o Islã.
A Coréia foi dividida no final da Segunda Guerra Mundial. O Japão a ocupava desde 1910. Quando foi derrotado pelos EUA, depois da explosão das duas bombas atômicas, em 9 de agosto de 1945, a URSS declarou guerra ao Japão, invadiu a parte norte da península coreana e algumas ilhas japonesas.
Em 1950, uma invasão do Sul pelo Norte provocou a Guerra da Coréia (1950-53), um dos conflitos mais sérios da Guerra Fria, com milhões de mortos. Até hoje o país está dividido.
CHANTAGEM NUCLEAR
Enquanto a Coréia do Sul, capitalista, tornou-se um dos países que mais se desenvolveram nas últimas décadas, a Coréia do Norte, último reduto do stalinismo, é uma ditadura militar à beira do colapso, com uma crise que provocou a morte pela fome de cerca de 2 milhões de pessoas. Tem menos da metade da população da Coréia do Sul e uma renda per capita 20 vezes menor. Faz então uma chantagem nuclear.
O regime de Pionguiangue usa a questão atômica para barganhar com seus vizinhos e especialmente com os EUA, já que considera os governos do Japão e da Coréia do Sul como fantoches dos americanos. No ano passado, anunciou ter feito uma explosão atômica, na verdade fraca, muito menor do que a pretendida. Foi mais um fracasso do que um sucesso. Mas foi uma explosão nuclear.
Como a Coréia do Norte é “um cão que ladra mas não morde”, nas palavras do estrategista americano Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, e está cercada pela China, Rússia, Japão e Coréia do Sul, uma guerra é considerada impensável, a não ser por alguns falcões. A estratégia em relação a Pionguiangue é de negociação diplomática para forçar o país a voltar ao regime de não-proliferação nuclear e abrir suas instalações nucleares a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A guerra não interessa a ninguém, a não ser a alguns falcões remanescentes em Washington. Destruiria o regime norte-coreano ou o que resta dele. Arrasaria Seul e boa parte da Coréia do Sul. Desestabilizaria toda a região, prejudicando o crescimento econômico, prioridade número um da China. Ressuscitaria o adormecido militarismo japonês.
No Irã, uma invasão como a do Iraque está descartada mas não a possibilidade de um bombardeio “cirúrgico” de uns 100 alvos ligados ao programa nuclear iraniano, admite Luttwak, dizendo que os EUA serão obrigados a atacar, se não houver um acordo em que o Irã desista de ter armas nucleares e respeite o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
O governo Bush pode terminar assim com uma grande explosão. E não há garantias de que o bombardeio conseguirá impedir a fabricação da bomba iraniana. A proliferação é outro problema sério do século 21. A bomba atômica está de volta, agora na mão de potências médias ou regionais que podem ser tentadas a usá-las, o que é impensável para as grandes potências.
Quanto à Doutrina Bush, nenhum país jamais deixará de atacar preventivamente se tiver informações suficientes para supor que será alvo de um ataque. Seria irresponsabilidade. Mas para fazer isto dentro das normas do Direito Internacional, precisa ficar caracterizada a legítima defesa.
Neste sentido, a Doutrina Bush é irrelevante.
*(Palestra de lançamento do livro Bush 2: A Missão, atualizada para a sessão de autógrafos de 29 de março em S. Paulo)
Cerca de 400 iraquianos morrem em três dias
Quase 400 iraquianos foram mortos nos últimos três dias, quando rebeldes e milícias desafiaram a grande operação liderada pelso Estados Unidos para tentar controlar a violência em Bagdá.
Cinco terroristas suicidas atacaram mercados xiitas no Nordeste da capital do Iraque, matando 125 pessoas e ferindo outras 150, num dos mais sangrentos ataques no Iraque em anos. Dois homens-bomba mataram 76 pessoas no distrito de Chaabe, no Norte de Bagdá, disseram médicos e policiais. Em Khalis, a 80 quilômetros ao norte da capital, três carros-bomba explodiram em minutos, matando 53 pessoas e ferindo outras 103.
A onda de ataques coordenados tem a marca da rede terrorista Al Caeda.
Em editorial, o jornal libanês Daily Star considerou evidente a necessidade de aumento do número de soldados para controlar a violência no Iraque, mas não dos EUA. Como disse o rei Abdullah, da Arábia Saudita, a ocupação americana não tem legitimidade. Seria melhor, então, que, ao lado de outras medidas como um diálogo para reconciliação nacional e o aumento da vigilância nas fronteiras, os soldados americanos sejam progressivamente substituídos por uma força árabe.
Cinco terroristas suicidas atacaram mercados xiitas no Nordeste da capital do Iraque, matando 125 pessoas e ferindo outras 150, num dos mais sangrentos ataques no Iraque em anos. Dois homens-bomba mataram 76 pessoas no distrito de Chaabe, no Norte de Bagdá, disseram médicos e policiais. Em Khalis, a 80 quilômetros ao norte da capital, três carros-bomba explodiram em minutos, matando 53 pessoas e ferindo outras 103.
A onda de ataques coordenados tem a marca da rede terrorista Al Caeda.
Em editorial, o jornal libanês Daily Star considerou evidente a necessidade de aumento do número de soldados para controlar a violência no Iraque, mas não dos EUA. Como disse o rei Abdullah, da Arábia Saudita, a ocupação americana não tem legitimidade. Seria melhor, então, que, ao lado de outras medidas como um diálogo para reconciliação nacional e o aumento da vigilância nas fronteiras, os soldados americanos sejam progressivamente substituídos por uma força árabe.
EUA cresceram 3,3% em 2006
A maior economia do mundo cresceu a uma taxa anual de 2,5% no último trimestre do ano passado, acima da estimativa anterior do Departamento do Comércio, que era de 2,2%. Em todo o ano de 2006, os Estados Unidos cresceram 3,3%, em comparação com 3,2% em 2005, uma expansão apreciável para uma economia de US$ 13,3 trilhões.
O aumento do PIB provocou alta na Bolsa de Nova Iorque.
Para este ano, os analistas de mercado prevêem um crescimento de 2% ou até 1,4%, na estimativa mais pessimista do banco de investimentos Morgan Stanley.
Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, previu crescimento moderado e considerou "desconfortavelmente alto" o núcleo do índice de preços ao consumidor, de 2,2% ao ano. O Fed adota informalmente uma meta de 1% a 2% ano de inflação.
Em outro relatório, o Departamento do Trabalho revelou que o número de pedidos de seguro-desemprego caiu em 10 mil na semana passada, para 308 mil. A taxa de desemprego é de 4,5%.
O aumento do PIB provocou alta na Bolsa de Nova Iorque.
Para este ano, os analistas de mercado prevêem um crescimento de 2% ou até 1,4%, na estimativa mais pessimista do banco de investimentos Morgan Stanley.
Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, previu crescimento moderado e considerou "desconfortavelmente alto" o núcleo do índice de preços ao consumidor, de 2,2% ao ano. O Fed adota informalmente uma meta de 1% a 2% ano de inflação.
Em outro relatório, o Departamento do Trabalho revelou que o número de pedidos de seguro-desemprego caiu em 10 mil na semana passada, para 308 mil. A taxa de desemprego é de 4,5%.
Gates pede fim da prisão de Guantânamo
O presidente George Walker Bush e o Congresso dos Estados Unidos devem trabalhar para remover os prisioneiros mais perigosos e fechar o centro de detenção instalado na base naval de Guantânamo, em Cuba, afirmou ontem o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, ao depor na Câmara.
A prisão de Guantânamo, criticada por organizações de defesa de direitos humanos, outros países e até mesmo pelo Reino Unido, o maior aliado dos EUA, foi a solução encontrada pelo governo Bush para deixar os suspeitos detidos na guerra contra o terrorismo num limbo jurídico. Sem uma acusação formal e um processo legal, eles deveriam ser soltos em qualquer regime democrático.
Mas Bush, Gates e outros altos funcionários americanos temem que, se forem submetidos a um processo judicial e libertados, voltem para atacar os EUA. Ou então façam de um julgamento público uma plataforma para suas idéias e revelem os métodos dos americanos na guerra contra o terrorismo.
Com base num parecer do atual secretário da Justiça, Alberto Gonzales, na época assessor jurídico da Casa Branca, os presos na guerra contra o terror foram declarados "combatentes ilegais" por não pertencerem a exércitos regulares, não obedecerem a uma cadeia de comando e não usarem uniformes. Foi a desculpa usada para lhes negar os direitos garantidos pelas Convenções de Genebra.
A prisão de Guantânamo, criticada por organizações de defesa de direitos humanos, outros países e até mesmo pelo Reino Unido, o maior aliado dos EUA, foi a solução encontrada pelo governo Bush para deixar os suspeitos detidos na guerra contra o terrorismo num limbo jurídico. Sem uma acusação formal e um processo legal, eles deveriam ser soltos em qualquer regime democrático.
Mas Bush, Gates e outros altos funcionários americanos temem que, se forem submetidos a um processo judicial e libertados, voltem para atacar os EUA. Ou então façam de um julgamento público uma plataforma para suas idéias e revelem os métodos dos americanos na guerra contra o terrorismo.
Com base num parecer do atual secretário da Justiça, Alberto Gonzales, na época assessor jurídico da Casa Branca, os presos na guerra contra o terror foram declarados "combatentes ilegais" por não pertencerem a exércitos regulares, não obedecerem a uma cadeia de comando e não usarem uniformes. Foi a desculpa usada para lhes negar os direitos garantidos pelas Convenções de Genebra.
quinta-feira, 29 de março de 2007
Pistoleiros xiitas matam 70 no Iraque
Pelo menos 70 sunitas foram mortos por policiais xiitas suspeitos de serem policiais de folga na cidade de Tal Afar, no Norte do Iraque, na noite de terça-feira, em vingança contra dois atentados suicidas com carros-bomba cometidos por grupos sunitas que mataram 85 xiitas.
Doze agentes que participaram do massacre estão presos, informou o Exército do Iraque.
Doze agentes que participaram do massacre estão presos, informou o Exército do Iraque.
quarta-feira, 28 de março de 2007
Bernanke prevê crescimento moderado e queda da inflação nos EUA
O presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, Ben Bernanke previu hoje, em depoimento ao Congresso, que a maior economia do mundo terá crescimento moderado este ano com inflação em queda, apesar da crise no setor habitacional. Na sua opinião, o maior risco para os Estados Unidos vem do investimento baixo.
Veja aqui a íntegra do depoimento de Bernanke.
Veja aqui a íntegra do depoimento de Bernanke.
Rei saudita critica desunião árabe
Na abertura de uma conferência de dois dias da Liga Árabe, o sultão Abdullah, da Arábia Saudita, criticou os líderes árabes por suas rivalidades e divisões, que, na sua opinião, ajudaram a criar o clima de instabilidade no Oriente Médio.
O rei saudita pediu o fim do boicote internacional à Autoridade Nacional Palestina, deflagrado pela vitória do Movimento de Resitência Islâmica (Hamas), considerado um grupo terrorista por Israel, a Europa e os Estados Unidos, nas eleições legislativas de 25 de janeiro de 2006. Também criticou os violentos protestos liderados tanto pelo governo quanto pela oposição no Líbano.
Em séria crise financeira, por causa do boicote, o recém-formado governo palestino de união nacional espera receber uma ajuda de US$ 2,7 bilhões dos países árabes.
O rei saudita pediu o fim do boicote internacional à Autoridade Nacional Palestina, deflagrado pela vitória do Movimento de Resitência Islâmica (Hamas), considerado um grupo terrorista por Israel, a Europa e os Estados Unidos, nas eleições legislativas de 25 de janeiro de 2006. Também criticou os violentos protestos liderados tanto pelo governo quanto pela oposição no Líbano.
Em séria crise financeira, por causa do boicote, o recém-formado governo palestino de união nacional espera receber uma ajuda de US$ 2,7 bilhões dos países árabes.
Zimbábue prende e solta líder da oposição
O líder da oposição no Zimbábue, Morgan Tsvangirai, foi solto horas depois de ser preso na sede de seu partido, o Movimento pela Mudança Democrática (MDC, da sigla em inglês). Ele teria sido acusado de envolvimento numa onda de ataques com bombas incendiárias.
A tropa de choque do presidente Robert Mugabe invadiu a sede do MDC em Harare, a capital do país, enquanto líderes africanos dos 14 países da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África reuniam-se na Tanzânia para debater a escalada da violência política no Zimbábue. Dificilmente os vizinhos adotaram medidas duras contra ditador.
Mugabe governa o país desde que o Zimbábue se tornou independente do Império Britânico, em 1980. Diante da crise econômica e do crescimento da oposição, desde 2000 Mugabe recorre à violência política para se perpetuar no poder, e acusa as potências ocidentais, sobretudo o Reino Unido, de quererem recolonizar o país.
Quando foi preso, Tsvangirai preparava-se para dar uma entrevista para denunciar a violência governamental. Mugabe disse que as bombas incendiárias fazem parte de um plano terrorista para derrubá-lo
A tropa de choque do presidente Robert Mugabe invadiu a sede do MDC em Harare, a capital do país, enquanto líderes africanos dos 14 países da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África reuniam-se na Tanzânia para debater a escalada da violência política no Zimbábue. Dificilmente os vizinhos adotaram medidas duras contra ditador.
Mugabe governa o país desde que o Zimbábue se tornou independente do Império Britânico, em 1980. Diante da crise econômica e do crescimento da oposição, desde 2000 Mugabe recorre à violência política para se perpetuar no poder, e acusa as potências ocidentais, sobretudo o Reino Unido, de quererem recolonizar o país.
Quando foi preso, Tsvangirai preparava-se para dar uma entrevista para denunciar a violência governamental. Mugabe disse que as bombas incendiárias fazem parte de um plano terrorista para derrubá-lo
Reino Unido congela relações com o Irã
A ministra do Exterior britânica, Margaret Beckett, anunciou hoje o congelamento total das relações com o Irã, a não ser para negociar a libertação dos 15 marinheiros e fuzileiros navais do Reino Unido presos no fim de semana pela Guarda Revolucionária iraniana quando patrulhavam o Golfo Pérsico.
O Irã os acusa de terem invadido suas águas territoriais.
O Irã os acusa de terem invadido suas águas territoriais.
terça-feira, 27 de março de 2007
Blair ameaça Irã
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, advertiu hoje o Irã de que poderá tomar outras medidas, caso a diplomacia não seja suficiente para conseguir a libertação dos 15 marinheiros e fuzileiros navais detidos no Golfo Pérsico na sexta-feira.
Líderes israelense e palestino farão reuniões regulares
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, vão se encontrar a cada duas semanas para discutir questões de segurança e "criar confiança mútua", anunciou hoje em Jerusalém a secretária de Estado americano, Condoleezza Rice.
Árabes relançam plano de paz com Israel
Os ministros do Exterior dos países árabes decidiram em Riad relançar o plano de paz com Israel apresentado há cinco anos pela Arábia Saudita no seu encontro de cúpula na quarta e quinta-feira desta semana.
A proposta é o pleno reconhecimento de Israel em troca da devolução dos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O documento a ser aprovado na cúpula da Liga Árabe pede "a todos os israelenses que aproveitem a oportunidade para voltar a negociações sérias e diretas em todos os níveis". Pede ainda "uma solução justa para os problemas dos refugiados palestinos" que fugiram de suas casas em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, "com base na Resolução 194 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
Essa resolução, aprovada depois da guerra de 1948, diz que "os refugiados que quiserem voltar para suas casas devem ter permissão para isso" e que "devem ser compensados por suas propriedades os que decidirem não voltar".
Israel rejeitou a proposta em 2002, discordando da total devolução dos territórios ocupados, do direito de retorno dos refugiados e da divisão de Jerusalém, que seria a capital de Israel e da Palestina. A maioria dos árabes aprova o plano. A Arábia Saudita está tentando convencer o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), partido fundamentalista que lidera o governo palestino.
A proposta é o pleno reconhecimento de Israel em troca da devolução dos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O documento a ser aprovado na cúpula da Liga Árabe pede "a todos os israelenses que aproveitem a oportunidade para voltar a negociações sérias e diretas em todos os níveis". Pede ainda "uma solução justa para os problemas dos refugiados palestinos" que fugiram de suas casas em 1948, quando foi criado o Estado de Israel, "com base na Resolução 194 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
Essa resolução, aprovada depois da guerra de 1948, diz que "os refugiados que quiserem voltar para suas casas devem ter permissão para isso" e que "devem ser compensados por suas propriedades os que decidirem não voltar".
Israel rejeitou a proposta em 2002, discordando da total devolução dos territórios ocupados, do direito de retorno dos refugiados e da divisão de Jerusalém, que seria a capital de Israel e da Palestina. A maioria dos árabes aprova o plano. A Arábia Saudita está tentando convencer o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), partido fundamentalista que lidera o governo palestino.
segunda-feira, 26 de março de 2007
UE quer resgatar Constituição
Os 27 países-membros da União Européia se comprometeram ontem, com a Declaração de Berlim, a resgatar em dois anos o processo da criação de um "tratado constitucional" que torne governável uma organização regional com tantos países.
A chamada Constituição da Europa foi ratificada por 18 países mas rejeitada, em 2005, em plebiscitos na França e na Holanda, dois dos seis países signatários do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Européia em 25 de março de 1957.
Na verdade, não é propriamente uma Constituição, na medida em que foi redigida por uma comissão de notáveis, presidida pelo ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing - e não por uma assembléia constituinte eleita democraticamente.
Com a Declaração de Berlim, salvou-se a festa dos 50 anos da integração européia. É uma vitória da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel. Mas a Europa unida vive sua crise de meia idade. Voltarei ao assunto.
A chamada Constituição da Europa foi ratificada por 18 países mas rejeitada, em 2005, em plebiscitos na França e na Holanda, dois dos seis países signatários do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Européia em 25 de março de 1957.
Na verdade, não é propriamente uma Constituição, na medida em que foi redigida por uma comissão de notáveis, presidida pelo ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing - e não por uma assembléia constituinte eleita democraticamente.
Com a Declaração de Berlim, salvou-se a festa dos 50 anos da integração européia. É uma vitória da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel. Mas a Europa unida vive sua crise de meia idade. Voltarei ao assunto.
Miniblog para celular é onda no Vale do Silício
Um serviço que oferece miniblogs para telefones celulares é a nova onda no Vale do Silício, na Califórnia, grande centro da indústria de informática nos Estados Unidos, revela hoje o jornal inglês Financial Times. Financial Times, o mais importante diário econômico-financeiro da Europa.
Nas duas últimas semanas, o Twitter começou a ser indicado como a nova sensação da Internet, como os sites YouTube e MySpace. O Twitter permite postar mensagens que podem ser vistas tanto em computadores como em celulares.
Nas duas últimas semanas, o Twitter começou a ser indicado como a nova sensação da Internet, como os sites YouTube e MySpace. O Twitter permite postar mensagens que podem ser vistas tanto em computadores como em celulares.
BUSH 2 O LIVRO EM SP
Nesta semana, estou em São Paulo lançando meu livro Bush 2: A Missão e outras reflexões sobre o mundo do século 21. Assim, talvez não possa atualizar este blog com a mesma freqüência.
Ex-inimigos formam governo na Irlanda do Norte
Num acordo surpreendente, o líder do Partido Unionista Democrático (PUD), reverendo protestante Ian Paisley, e o presidente do Sinn Féin, Gerry Adams, anunciaram hoje a formação de um governo na Irlanda do Norte, a partir de 8 de maio.
O PUD é o mais radical dos grandes partidos católicos, e por isso ganhou as últimas eleições. Foi contra o chamado Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, de 1998.
Já o SF é o partido político do Exército Republicano Irlandês (IRA), que lutava contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte e a unificação da Irlanda. O IRA entregou as armas em 2005 mas Paisley se recusava a formar governo com o SF. Agora, anuncia que vai testar na prática o compromisso de seus ex-inimigos com a democracia.
É mais um sinal da consolidação da paz na Irlanda do Norte.
O PUD é o mais radical dos grandes partidos católicos, e por isso ganhou as últimas eleições. Foi contra o chamado Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, de 1998.
Já o SF é o partido político do Exército Republicano Irlandês (IRA), que lutava contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte e a unificação da Irlanda. O IRA entregou as armas em 2005 mas Paisley se recusava a formar governo com o SF. Agora, anuncia que vai testar na prática o compromisso de seus ex-inimigos com a democracia.
É mais um sinal da consolidação da paz na Irlanda do Norte.
domingo, 25 de março de 2007
Jobim na Folha: UE enfrenta dilema de segurança
O grande desafio da União Européia nos seus próximos 50 será a união política, e uma das questões centrais é ficar ou não sob a proteção dos Estados Unidos, com todas as conseqüências que essa aliança acarreta. Discuto a questão em artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo. Talvez só tenham acesso assinantes da Folha e do UoL.
sábado, 24 de março de 2007
ONU endurece sanções contra o Irã
Por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje uma resolução endurecendo as sanções contra a república islâmica do Irã, acusada pelos Estados Unidos e a Europa de estar desenvolvendo armas nucleares.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que prometera ir a Nova Iorque defender seu país, foi representado pelo Ministerio do Exterior, Manouchehr Mottaki. Ele repudiou a decisão como "ilegal, desnecessária e injustificável", alegando que o programa nuclear do Irã é pacífico e que seu país não representa nenhuma ameaça à paz e à seugrança internacionais e, portanto, não se enquadra no mandato deste conselho", nos termos da Carta da ONU.
As novas sanções proíbem o Irã de exportar armas e congela os bens de mais 28 pessoas e organizações envolvidas nos programas nucleares e de mísseis do Irã. Já estava proibida, por uma resolução anterior, aprovada em dezembro, a importação de materiais e tecnologias de uso nuclear. Mas, por pressão da Rússia, o Irã poderá continuar importando armas convencionais.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que prometera ir a Nova Iorque defender seu país, foi representado pelo Ministerio do Exterior, Manouchehr Mottaki. Ele repudiou a decisão como "ilegal, desnecessária e injustificável", alegando que o programa nuclear do Irã é pacífico e que seu país não representa nenhuma ameaça à paz e à seugrança internacionais e, portanto, não se enquadra no mandato deste conselho", nos termos da Carta da ONU.
As novas sanções proíbem o Irã de exportar armas e congela os bens de mais 28 pessoas e organizações envolvidas nos programas nucleares e de mísseis do Irã. Já estava proibida, por uma resolução anterior, aprovada em dezembro, a importação de materiais e tecnologias de uso nuclear. Mas, por pressão da Rússia, o Irã poderá continuar importando armas convencionais.
Irã diz que britânicos confessaram invasão
O governo do Irã declarou hoje que os 15 fuzileiros navais e marinheiros detidos ontem no Golfo Pérsico confessaram ter invadido o mar territorial iraniano.
Oficialmente, o Reino Unido afirma que eles estavam patrulhando águas iraquianas, com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve aprovar hoje novas sanções contra a república islâmica, acusada de desenvolver armas atômicas, violando o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Oficialmente, o Reino Unido afirma que eles estavam patrulhando águas iraquianas, com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve aprovar hoje novas sanções contra a república islâmica, acusada de desenvolver armas atômicas, violando o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
sexta-feira, 23 de março de 2007
Câmara marca data para EUA saírem do Iraque
Por 218 a 212 votos, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma verba de US$ 124 bilhões para financiar as operações militares no Iraque e no Afeganistão, mas pediu a retirada das forças americanas de combate até setembro de 2008. O presidente George Walker Bush acusou os deputados de "abdicarem" de sua responsabilidade pelos soldados americanos nas frentes de batalha, e prometeu vetar o projeto.
Ao encaminhar a votação contra o governo, a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, argumentou que "marcos de referência sem prazos são apenas palavras e após anos de guerra palavras não bastam. O povo americano não apóia uma guerra sem fim nem este Congresso deve apoiar".
Só dois republicanos votaram contra a orientação do líder da minoria, deputado Roy Blunt, que me chamou o projeto "uma lista de desejos mal feita com pedidos de gastos não-emergenciais enroladas numa declaração de derrota com data marcada".
A pequena margem da derrota do governo indica que a Câmara não será capaz de derrubar o veto do presidente. Assim que soube do resultado da votação, Bush deixou clara a intenção de vetar o projeto: "Uma pequena maioria na Câmara dos Representantes abdicou de suas responsabilidades ao aprovar um projeto de despesas de guerra que não tem a menor chance de ser transformado em lei e não ajuda a dar às tropas os recursos que precisam para fazer seu trabalho".
Ao encaminhar a votação contra o governo, a presidente da Câmara, a deputada democrata Nancy Pelosi, argumentou que "marcos de referência sem prazos são apenas palavras e após anos de guerra palavras não bastam. O povo americano não apóia uma guerra sem fim nem este Congresso deve apoiar".
Só dois republicanos votaram contra a orientação do líder da minoria, deputado Roy Blunt, que me chamou o projeto "uma lista de desejos mal feita com pedidos de gastos não-emergenciais enroladas numa declaração de derrota com data marcada".
A pequena margem da derrota do governo indica que a Câmara não será capaz de derrubar o veto do presidente. Assim que soube do resultado da votação, Bush deixou clara a intenção de vetar o projeto: "Uma pequena maioria na Câmara dos Representantes abdicou de suas responsabilidades ao aprovar um projeto de despesas de guerra que não tem a menor chance de ser transformado em lei e não ajuda a dar às tropas os recursos que precisam para fazer seu trabalho".
Irã detém 15 fuzileiros navais britânicos
O Reino Unido exige a libertação imediata de 15 fuzileiros navais britânicos detidos pelo Irã quando patrulhavam o Golfo Pérsico e o Chat al-Arab, o Rio dos Árabes, estuário formado pelos rios Tigre e Eufrates, uma região estratégica por onde passam 85% das exportações de petróleo do Iraque.
As forças britânicas que controlam o Sul do Iraque afirmam que os fuzileiros navais estavam em águas territoriais iraquianas combatendo o contrabando e a infiltração de terroristas. O Irã os acusa de ter invadido suas águas territoriais.
Em entrevista à TV BBC, o coronel reformado Bob Stewart, um consultor de segurança com experiência na força de paz na Bósnia-Herzegovina, previu que os britânicos sejam libertados em breve, sem maiores problemas. Mas o incidente mostra a tensão crescendo entre o Irã e a aliança anglo-americana que ocupa o Iraque.
Neste sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve aprovar o endurecimento das sanções contra a república islâmica, suspeita de estar desenvolvimento armas nucleares.
As forças britânicas que controlam o Sul do Iraque afirmam que os fuzileiros navais estavam em águas territoriais iraquianas combatendo o contrabando e a infiltração de terroristas. O Irã os acusa de ter invadido suas águas territoriais.
Em entrevista à TV BBC, o coronel reformado Bob Stewart, um consultor de segurança com experiência na força de paz na Bósnia-Herzegovina, previu que os britânicos sejam libertados em breve, sem maiores problemas. Mas o incidente mostra a tensão crescendo entre o Irã e a aliança anglo-americana que ocupa o Iraque.
Neste sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve aprovar o endurecimento das sanções contra a república islâmica, suspeita de estar desenvolvimento armas nucleares.
Venda de casas usadas cresce 3,9% nos EUA
A venda de imóveis residenciais usados nos Estados Unidos cresceu 3,9% em fevereiro, projetando um total anual de 6,69 milhões de casas vendidas, anunciou hoje a Associação Nacional das Empresas do Mercado Imobiliário.
É o índice mais alto março de 2004, mas o total de negócios foi 3,9% inferior a fevereiro do ano passado e os preços caíram. Assim, os analistas entendem que continua o risco de que o mercado habitacional abale a economia americana como um todo.
Mesmo assim, a Bolsa de Nova Iorque fechou em alta pelo quinto dia consecutivo, com o índice Dow Jones registrando uma valorização média de 3,1% nas principais ações.
É o índice mais alto março de 2004, mas o total de negócios foi 3,9% inferior a fevereiro do ano passado e os preços caíram. Assim, os analistas entendem que continua o risco de que o mercado habitacional abale a economia americana como um todo.
Mesmo assim, a Bolsa de Nova Iorque fechou em alta pelo quinto dia consecutivo, com o índice Dow Jones registrando uma valorização média de 3,1% nas principais ações.
Democratas duelam no YouTube em 1984
A campanha dentro do Partido Democrata pela candidatura à Presidência dos Estados Unidos em 2008 está pegando fogo muito antes do início das eleições primárias, em 14 de janeiro do próximo ano, correndo o risco de queimar os atuais favoritos. Os senadores Barack Obama e Hillary Clinton trocam acusações pesadas e a Internet é uma arma eleitoral cada vez mais importante.
Em 1984, a fábrica de computadores Apple lançou o Mcintosh com um anúncio que apresenta seres humanos robotizados ouvindo e sendo manipulados pelo Grande Irmão, o arquiditador do livro 1984, de George Orwell. Ele fala numa grande tela, quando uma atleta olímpica vem correndo e arremessa um martelo contra o telão, explodindo o Grande Irmão, no caso a IBM, que dominava até então o mercado de microcomputadores.
Era o Mac chegando com seu sistema de janelas, depois imitado pela Microsoft, para revolucionar o mercado e tornar o computador pessoal um acessório essencial da vida moderna. No final do anúncio de US$ 1 milhão, dirigido por Ridley Scott, diretor de Blade Runner - o Caçador de Andróides: "1984 não será como 1984".
Agora, tanto a campanha de Hillary quanto a de Obama resolveram replicar o anúncio colocando a imagem do adversário como o onipresente ditador de Orwell despejando seu discurso doutrinário para uma população cinzenta e amorfa. No texto dos dois inimigos: "2008 não será como 1984".
Confira aqui. Com vocês, a Grande Irmã Hillary, na rede há duas semanas, e o Grande Irmão Obama, colocado na rede há quatro dias.
Neste ritmo, o ex-vice-presidente Al Gore, que corre por fora porque não é candidato declarado, pode atropelar na reta final e levar a candidatura democrata à sucessão do presidente George W. Bush. Tal é a impopularidade de Bush com o fracasso da guerra no Iraque que os democratas estão certos da vitória. Com esse nível de baixaria quem ganha é o Partido Republicano.
Em 1984, a fábrica de computadores Apple lançou o Mcintosh com um anúncio que apresenta seres humanos robotizados ouvindo e sendo manipulados pelo Grande Irmão, o arquiditador do livro 1984, de George Orwell. Ele fala numa grande tela, quando uma atleta olímpica vem correndo e arremessa um martelo contra o telão, explodindo o Grande Irmão, no caso a IBM, que dominava até então o mercado de microcomputadores.
Era o Mac chegando com seu sistema de janelas, depois imitado pela Microsoft, para revolucionar o mercado e tornar o computador pessoal um acessório essencial da vida moderna. No final do anúncio de US$ 1 milhão, dirigido por Ridley Scott, diretor de Blade Runner - o Caçador de Andróides: "1984 não será como 1984".
Agora, tanto a campanha de Hillary quanto a de Obama resolveram replicar o anúncio colocando a imagem do adversário como o onipresente ditador de Orwell despejando seu discurso doutrinário para uma população cinzenta e amorfa. No texto dos dois inimigos: "2008 não será como 1984".
Confira aqui. Com vocês, a Grande Irmã Hillary, na rede há duas semanas, e o Grande Irmão Obama, colocado na rede há quatro dias.
Neste ritmo, o ex-vice-presidente Al Gore, que corre por fora porque não é candidato declarado, pode atropelar na reta final e levar a candidatura democrata à sucessão do presidente George W. Bush. Tal é a impopularidade de Bush com o fracasso da guerra no Iraque que os democratas estão certos da vitória. Com esse nível de baixaria quem ganha é o Partido Republicano.
Coréia do Norte rompe negociações nucleares
As negociações para impedir que a Coréia do Norte tenha armas nucleares entraram em nova crise ontem. Os norte-coreanos abandonaram o diálogo, exigindo a liberação de US$ 25 milhões congelados desde 2005, sob pressão dos Estados Unidos, no Banco Delta Asia, em Macau, na China. É uma jogada da chantagem nuclear norte-coreana.
Desde segunda-feira, 19 de março, os negociadores das Coréias do Sul e do Norte, dos EUA, do Japão e da Rússia tentam acertar detalhes para a implementação do acordo de 13 de fevereiro, pelo qual o regime comunista de Pionguiangue se compromete a desligar a usina nuclear de Ionguibiom em troca de uma substancial ajuda alimentar e energética.
Durante a semana, os americanos anunciaram que o dinheiro havia sido liberado. Mas a delegação norte-coreana, chefiada por Kim Kye Gwan, suspendeu as negociações por dois dias à espera da liberação do dinheiro e acabou se retirando.
Desde segunda-feira, 19 de março, os negociadores das Coréias do Sul e do Norte, dos EUA, do Japão e da Rússia tentam acertar detalhes para a implementação do acordo de 13 de fevereiro, pelo qual o regime comunista de Pionguiangue se compromete a desligar a usina nuclear de Ionguibiom em troca de uma substancial ajuda alimentar e energética.
Durante a semana, os americanos anunciaram que o dinheiro havia sido liberado. Mas a delegação norte-coreana, chefiada por Kim Kye Gwan, suspendeu as negociações por dois dias à espera da liberação do dinheiro e acabou se retirando.
quinta-feira, 22 de março de 2007
EUA e UE divergem sobre liberalização aérea
Os Estados Unidos e a União Européia anunciaram hoje um acordo para liberalizar a aviação comercial. A partir de março do próxmo ano, as companhias aéreas americanas e européias poderão operar livremente as rotas internacionais transatlânticas. Mas horas depois do anúncio feito por ministros entusiasmados, líderes políticos dos dois lados do Oceano Atlântico manifestaram dúvidas sobre a segunda etapa do acordo Espaço Aberto.
O ministro dos Transportes britânico, Douglas Alexander, insistiu em Bruxelas que objetivo da UE é a liberalização total da aviação comercial, sem restrições sobre controle e propriedade das companhias aéreas, em vez de uma simples liberalização das rotas transatlânticas.
Se a segunda etapa da liberalização não for aprovada até 2010, a UE "retiraria automaticamente todos os direitos de tráfego, a não ser que decida unanimemente não fazer isso", declarou Alexander, afirmando que o Reino Unido terá o direito, em 2010, de restabelecer as restrições que as empresas americanas enfrentam hoje. "Isso envia um sinal claro aos EUA de que falamos sério".
O ministro dos Transportes britânico, Douglas Alexander, insistiu em Bruxelas que objetivo da UE é a liberalização total da aviação comercial, sem restrições sobre controle e propriedade das companhias aéreas, em vez de uma simples liberalização das rotas transatlânticas.
Se a segunda etapa da liberalização não for aprovada até 2010, a UE "retiraria automaticamente todos os direitos de tráfego, a não ser que decida unanimemente não fazer isso", declarou Alexander, afirmando que o Reino Unido terá o direito, em 2010, de restabelecer as restrições que as empresas americanas enfrentam hoje. "Isso envia um sinal claro aos EUA de que falamos sério".
GE e Murdoch se aliam contra YouTube
A NBC Universal, empresa do grupo General Eletric, e a News Corporation, conglomerado do magnata da mídia australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, estão criando um site de Internet oferecendo vídeos de graça para concorrer com o YouTube, comprado pelo Google no ano passado por US$ 1,65 bilhões, revelou hoje The Wall Street Journal Online. Analistas de mídia prevêem que a parceria renda bilhões de dólares nos próximos dez anos.
Os dois gigantes da mídia pretendem oferecer episódios completos e videoclipes de seus programas mais populares como Os Simpsons e 24 Horas, e filmes como Borat. Para isso, fizeram acordos de distribuição com a AoL, MSN, My Space e Yahoo.
Entre os primeiros anunciantes, estão a Intel, maior fabricante mundial de chips para computador, e a General Motors, maior fabricante mundial de automóveis.
Para Tuna Amobi, analista da Standard & Poors, "não será surpresa se outros grandes conglomerados da mídia fizerem o mesmo. Os cinco ou seis maiores produtores de conteúdo marcham nessa direção. A NBC e a News Corp. se mexem para ditar o ritmo".
Em curto prazo, Amobi não acredita que o vídeo na Internet abale o mercado publicitário de televisão. Mas observa que "a audiência está migrando para novas plataformas de mídia e o vídeo online tem potencial de crescimento muito maior".
Os dois gigantes da mídia pretendem oferecer episódios completos e videoclipes de seus programas mais populares como Os Simpsons e 24 Horas, e filmes como Borat. Para isso, fizeram acordos de distribuição com a AoL, MSN, My Space e Yahoo.
Entre os primeiros anunciantes, estão a Intel, maior fabricante mundial de chips para computador, e a General Motors, maior fabricante mundial de automóveis.
Para Tuna Amobi, analista da Standard & Poors, "não será surpresa se outros grandes conglomerados da mídia fizerem o mesmo. Os cinco ou seis maiores produtores de conteúdo marcham nessa direção. A NBC e a News Corp. se mexem para ditar o ritmo".
Em curto prazo, Amobi não acredita que o vídeo na Internet abale o mercado publicitário de televisão. Mas observa que "a audiência está migrando para novas plataformas de mídia e o vídeo online tem potencial de crescimento muito maior".
Secretário-geral da ONU é atacado em Bagdá
Um foguete foi lançado contra a superprotegida Zona Verde, na capital do Iraque, durante uma visita-surpresa do novo secretário-geral das Nações Unidas, a ex-chanceler sul-coreano Ban Ki Moon. Ele chegou a se abaixar mas foi apenas um susto. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, também participava da cerimônia.
Fed mantém juros e bolsa sobe 160 pontos
O Federal Reserve Board (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve ontem a taxa básica de juros inalterada em 5,25% ao ano, provocando uma reação positiva no mercado financeira. A Bolsa de Nova Iorque terminou em 12.477,52 pontos, com alta de 159,42 (1,3%).
quarta-feira, 21 de março de 2007
Uruguai acusa Bielsa de obstruir diálogo
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, negou-se a comentar a declaração do ex-ministro das Relações Exteriores da Argentina Rafael Bielsa de que o então presidente uruguaio Jorge Battle prometera não aprovar a construção de fábricas de papel e celulose na margem oriental do Rio Uruguai, numa reunião com o presidente argentino, Néstor Kirchner. Mas, no mesmo dia, 9 de outubro de 2003, autorizou a instalação da empresa espanhola ENCE.
Em entrevista ao jornal argentino La Nación, Bielsa acusa Battle de ter mentido ao prometer cumprir o tratado bilateral sobre o aproveitamento do Rio Uruguai, e o atual presidente de se negar a negociar. Afirma que o conflito conhecido como 'guerra das papeleiras' "é difícil de resolver porque falta um interlocutor com vontade de chegar a um acordo".
Quando era chanceler argentino, em março de 2004, Bielsa diz ter feito um acordo verbal de quatro etapas com seu colega uruguaio na época, Didier Opertti, que agora acusa o Uruguai de violar:
1. O Uruguai entregava toda a documentação dos projetos das papeleiras.
2. A Argentina analisava as informações.
3. Os dois países tomariam uma decisão conjunta sobre a localização das fábricas.
4. As obras e a operação das papeleiras seriam monitoradas conjuntamente.
Se Tabaré Vázquez preferiu ficar em silêncio, denunciando a entrevista como uma jogada para obstruir o diálogo, a resposta veio do ex-vice-presidente Luis Hierro López. Ele acusou o ex-ministro argentino de "mentir com intenções obscuras" e de ter "fobia em relação ao Uruguai".
Enquanto os vizinhos e aliados se debatem, o Mercosul mostra-se impotente para resolver diplomaticamente um conflito entre seus países-membros.
Em entrevista ao jornal argentino La Nación, Bielsa acusa Battle de ter mentido ao prometer cumprir o tratado bilateral sobre o aproveitamento do Rio Uruguai, e o atual presidente de se negar a negociar. Afirma que o conflito conhecido como 'guerra das papeleiras' "é difícil de resolver porque falta um interlocutor com vontade de chegar a um acordo".
Quando era chanceler argentino, em março de 2004, Bielsa diz ter feito um acordo verbal de quatro etapas com seu colega uruguaio na época, Didier Opertti, que agora acusa o Uruguai de violar:
1. O Uruguai entregava toda a documentação dos projetos das papeleiras.
2. A Argentina analisava as informações.
3. Os dois países tomariam uma decisão conjunta sobre a localização das fábricas.
4. As obras e a operação das papeleiras seriam monitoradas conjuntamente.
Se Tabaré Vázquez preferiu ficar em silêncio, denunciando a entrevista como uma jogada para obstruir o diálogo, a resposta veio do ex-vice-presidente Luis Hierro López. Ele acusou o ex-ministro argentino de "mentir com intenções obscuras" e de ter "fobia em relação ao Uruguai".
Enquanto os vizinhos e aliados se debatem, o Mercosul mostra-se impotente para resolver diplomaticamente um conflito entre seus países-membros.
terça-feira, 20 de março de 2007
Iraque é maior erro americano desde o Vietnã
Maior erro da política externa dos Estados Unidos desde a Guerra do Vietnã, a invasão do Iraque completou quatro anos em 29 de março sem perspectivas de pacificação do país. A grande esperança de paz está numa conferência internacional marcada para abril na Turquia, reunindo os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os vizinhos do Iraque, inclusive o Irã e a Síria, maiores inimigos estatais dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Mais de 3,2 mil americanos (3.217 até 19 de março) e pelo menos 60 mil civis iraquianos foram mortos. Uma pesquisa feita pela revista médica britânica The Lancet, supondo que haja uma grande subnotificação, estimou o total de civis mortos em até 655 mil.
Dois milhões de iraquianos saíram do país, e 1,8 milhão são refugiados internos. O custo da guerra passa de US$ 400 bilhões. Pode chegar a US$ 2 trilhões, dependendo de quando será a retirada americana.
O presidente George Walker Bush, que declarara “o fim dos grandes combates” em 1º de maio de 2003, como se a guerra tivesse acabado, agora pede mais paciência. Insiste em que “a vontade de vencer” é decisiva para os soldados americanos nas frentes de batalha e acena com a ameaça terrorista, hoje real, enquanto o Congresso, desde janeiro dominado pela oposição democrata, quer cortar o financiamento para encerrar a guerra no próximo ano.
As duas profecias de Bush se auto-realizaram. Saddam Hussein pagava US$ 25 mil para cada família de terrorista suicida palestinos. Mas não havia grupos jihadistas fazendo ‘guerra santa’ muçulmana no Iraque ou a partir do Iraque. Também não havia aliança do Partido Baath, de Saddam, com os fundamentalistas d’al Caeda. Hoje ambos lutam lado a lado contra o invasor. Se expulsarem as forças estrangeiras, começarão a brigar entre si.
No momento, a nova estratégia Bush aposta tudo na Batalha de Bagdá. O presidente está enviado mais 30 mil homens numa tentativa de retomar o controle da capital iraquiana das mãos de milícias e insurgentes. Entende que a vitória “é uma questão de meses, e não de dias ou semanas”.
Entre as vitimas da guerra, estão o unilateralismo americano, a aliança transatlântica, a presidêncial imperial, o projeto neoconservador para democratizar o Oriente Médio.
Entre os vencedores, na análise da revista Foreign Policy, o Irã, os xiitas, o aiatolá rebelde Muktada al-Sader, Al Caeda, a China, a tese do choque de civilizações, os ditadores árabes, o preço do petróleo, as Nações Unidas, Israel e a Velha Europa. Poderia acrescentar o Partido Democrata, mas quem ganhar a Casa Branca em 2008 leva de brinde uma guerra usada em péssimo estado.
Leia a íntegra na minha coluna no Baguete
Mais de 3,2 mil americanos (3.217 até 19 de março) e pelo menos 60 mil civis iraquianos foram mortos. Uma pesquisa feita pela revista médica britânica The Lancet, supondo que haja uma grande subnotificação, estimou o total de civis mortos em até 655 mil.
Dois milhões de iraquianos saíram do país, e 1,8 milhão são refugiados internos. O custo da guerra passa de US$ 400 bilhões. Pode chegar a US$ 2 trilhões, dependendo de quando será a retirada americana.
O presidente George Walker Bush, que declarara “o fim dos grandes combates” em 1º de maio de 2003, como se a guerra tivesse acabado, agora pede mais paciência. Insiste em que “a vontade de vencer” é decisiva para os soldados americanos nas frentes de batalha e acena com a ameaça terrorista, hoje real, enquanto o Congresso, desde janeiro dominado pela oposição democrata, quer cortar o financiamento para encerrar a guerra no próximo ano.
As duas profecias de Bush se auto-realizaram. Saddam Hussein pagava US$ 25 mil para cada família de terrorista suicida palestinos. Mas não havia grupos jihadistas fazendo ‘guerra santa’ muçulmana no Iraque ou a partir do Iraque. Também não havia aliança do Partido Baath, de Saddam, com os fundamentalistas d’al Caeda. Hoje ambos lutam lado a lado contra o invasor. Se expulsarem as forças estrangeiras, começarão a brigar entre si.
No momento, a nova estratégia Bush aposta tudo na Batalha de Bagdá. O presidente está enviado mais 30 mil homens numa tentativa de retomar o controle da capital iraquiana das mãos de milícias e insurgentes. Entende que a vitória “é uma questão de meses, e não de dias ou semanas”.
Entre as vitimas da guerra, estão o unilateralismo americano, a aliança transatlântica, a presidêncial imperial, o projeto neoconservador para democratizar o Oriente Médio.
Entre os vencedores, na análise da revista Foreign Policy, o Irã, os xiitas, o aiatolá rebelde Muktada al-Sader, Al Caeda, a China, a tese do choque de civilizações, os ditadores árabes, o preço do petróleo, as Nações Unidas, Israel e a Velha Europa. Poderia acrescentar o Partido Democrata, mas quem ganhar a Casa Branca em 2008 leva de brinde uma guerra usada em péssimo estado.
Leia a íntegra na minha coluna no Baguete
Rússia dá ultimato ao Irã por programa nuclear
A Rússia advertiu o Irã de que vai suspender o fornecimento de combustível nuclear para a usina atômica de Bushehr, que ajudou a construir, se a república islâmica não parar de enriquecer urânio, como exige o Conselho de Segurança das Nações Unidas, informa hoje o jornal The New York Times.
Teria sido uma dura advertência. "Consideramos essa decisão russa muito importante", comentou um diplomata europeu. "Mostra que nosso desacordo com a Rússia em torno do programa nuclear iraniano é tático. Os russos também não querem um Irã com armas atômicas".
Os Estados Unidos já teriam planos para bombardear as instalações nucleares iranianas, se não houver um acordo para desativar o programa atômico da república dos aiatolás.
Teria sido uma dura advertência. "Consideramos essa decisão russa muito importante", comentou um diplomata europeu. "Mostra que nosso desacordo com a Rússia em torno do programa nuclear iraniano é tático. Os russos também não querem um Irã com armas atômicas".
Os Estados Unidos já teriam planos para bombardear as instalações nucleares iranianas, se não houver um acordo para desativar o programa atômico da república dos aiatolás.
Construção de casas novas cresceu 9% nos EUA
Depois de uma queda de 14% em janeiro, o início da construção de casas novas aumentou 9% em fevereiro, noticiou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos.
Isso projeta um número anual de 1,525 milhão de novas residências, superando a expectativa do mercado, que era de 1,46 milhão. Em janeiro, o total anual projetado era de 1,399 milhão, o menor em 10 anos.
Já as autorizações para construção de casas novas caíram pela 12ª vez em 13 meses, em 2,5%, para um total anual ajustado de 1,532 milhão, quando o mercado esperava que permanecesse estável.
Para o economista David Greenlay, do banco de investimentos Goldman Sachs, o relatório foi bem melhor do que previsto. Mas Richard Moody, da empresa Mission Residential, adverte que "ainda não chegamos ao fundo do poço no setor habitacional".
Isso projeta um número anual de 1,525 milhão de novas residências, superando a expectativa do mercado, que era de 1,46 milhão. Em janeiro, o total anual projetado era de 1,399 milhão, o menor em 10 anos.
Já as autorizações para construção de casas novas caíram pela 12ª vez em 13 meses, em 2,5%, para um total anual ajustado de 1,532 milhão, quando o mercado esperava que permanecesse estável.
Para o economista David Greenlay, do banco de investimentos Goldman Sachs, o relatório foi bem melhor do que previsto. Mas Richard Moody, da empresa Mission Residential, adverte que "ainda não chegamos ao fundo do poço no setor habitacional".
EUA descongelam US$ 25 milhões da Coréia do Norte
Os Estados Unidos autorizaram a liberação de US$ 25 milhões do regime comunista da Coréia do Norte que estavam congelados no Banco Delta Asia, em Macau, na China, desde outubro de 2005. É mais uma concessão à ditadura stalinista de Pionguiangue para que não rompa o acordo em que prometeu desligar o reator nuclear de Ionguibiom, considerado o primeiro passo para que a Coréia do Norte abandone seu programa nuclear e não tenha um arsenal atômico.
Como os EUA acusavam o regime norte-coreano de lavagem de dinheiro de tráfico de armas e drogas, e de falsificação de dólares, um ex-assessor criticou o governo George W. Bush: "O crime compensa".
“Chris Hill [o principal negociador americano] e o presidente gostam de metáforas com beisebol", criticou David Asher. "Que tal: Kim Jong Il 10 x 0 EUA? Essa é uma ação de política externa baseada na fé. O pecador Kim Jong Il está sendo perdoado de seus pecados antes mesmo de se banhar em água benta."
Como os EUA acusavam o regime norte-coreano de lavagem de dinheiro de tráfico de armas e drogas, e de falsificação de dólares, um ex-assessor criticou o governo George W. Bush: "O crime compensa".
“Chris Hill [o principal negociador americano] e o presidente gostam de metáforas com beisebol", criticou David Asher. "Que tal: Kim Jong Il 10 x 0 EUA? Essa é uma ação de política externa baseada na fé. O pecador Kim Jong Il está sendo perdoado de seus pecados antes mesmo de se banhar em água benta."
segunda-feira, 19 de março de 2007
Ex-vice-presidente de Saddam Hussein é enforcado
O ex-vice-presidente do Iraque no governo Saddam Hussein, Taha Yassin Ramadan, foi enforcado hoje. Como Saddam, executado em 30 de dezembro de 2006, ele foi condenado à morte pelo assassinato de 148 civis em Dujail, uma cidade de maioria xiita onde Saddam fora alvo de um atentado, em 1982.
Veja aqui a gravação clandestina da morte do ex-ditador iraquiano.
Veja aqui a gravação clandestina da morte do ex-ditador iraquiano.
82% dos iraquianos não confiam nos invasores
Só 18% dos iraquianos confia nas forças da aliança liderada pelos Estados Unidos que invadiu seu país há quatro anos, indica uma pesquisa realizada pelo jornalo americano USA Today, a rede de televisão americana ABC, a TV pública britânica BBC e a TV alemã ARD. No Norte do país, a confiança chega a 46%, enquanto na capital, Bagdá, quase sem 100% não acreditam nas tropas estrangeiras.
A maioria acredita que a presença militar estrangeira aumenta a insegurança no Iraque mas apenas um terço quer a retirada imediata da coalizão anglo-americana; 86% temem ser atingidos diretamente pela violência.
Nos EUA, só 32% apóiam a guerra no Iraque, indicou pesquisa divulgada pela rede de TV CNN, em contraste com quatro anos atrás, quando quase três quartos da população americana apoiavam a invasão.
A maioria acredita que a presença militar estrangeira aumenta a insegurança no Iraque mas apenas um terço quer a retirada imediata da coalizão anglo-americana; 86% temem ser atingidos diretamente pela violência.
Nos EUA, só 32% apóiam a guerra no Iraque, indicou pesquisa divulgada pela rede de TV CNN, em contraste com quatro anos atrás, quando quase três quartos da população americana apoiavam a invasão.
Preso em Guantânamo confessa ataque ao USS Cole
Walid ben Attach, suspeito de pertencer à rede terrorista Al Caeda, confessou ter planejado o ataque contra o navio de guerra americano USS Cole, em outubro de 2000, no Iêmen, e os atentados terroristas contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em agosto de 1998, afirma o Departamento da Defesa dos EUA.
Mais de 200 pessoas foram mortas nos ataques contra as embaixadas na África e 17 marinheiros no atentado-suicida com uma lancha-bomba jogada contra o destróier USS Cole.
"Participei da compra de explosivos", admitiu Ben Attach. "Organizei o plano da operação com um ano e meio de antecedência, comprei a lancha e recrutei os membros que realizaram a operação.
Ben Attach, suspeito de ter sido motorista particular de Ben Laden, é um dos 14 prisioneiros de "alto valor" transferindo para a base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, depois de ser detido pela CIA (Agência Central de Inteligência) numa prisão secreta.
As audiências para decidir se ele será declarado "combatente ilegal", que pode ser detido indefinidamente e julgado por tribunais militares especiais, começaram hoje. Espera-se que os 14 sejam enquadrados nesta categoria especial criada pelo governo George Walker Bush para negar aos prisioneiros na guerra contra o terrorismo os direitos previstos nas Convenções de Genebra.
Suspeito de ser um chefes de operações d'al Caeda, Attach também é conhecido como Taufiq Attach Khallada ou simplesmente Khallad.
Mais de 200 pessoas foram mortas nos ataques contra as embaixadas na África e 17 marinheiros no atentado-suicida com uma lancha-bomba jogada contra o destróier USS Cole.
"Participei da compra de explosivos", admitiu Ben Attach. "Organizei o plano da operação com um ano e meio de antecedência, comprei a lancha e recrutei os membros que realizaram a operação.
Ben Attach, suspeito de ter sido motorista particular de Ben Laden, é um dos 14 prisioneiros de "alto valor" transferindo para a base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, depois de ser detido pela CIA (Agência Central de Inteligência) numa prisão secreta.
As audiências para decidir se ele será declarado "combatente ilegal", que pode ser detido indefinidamente e julgado por tribunais militares especiais, começaram hoje. Espera-se que os 14 sejam enquadrados nesta categoria especial criada pelo governo George Walker Bush para negar aos prisioneiros na guerra contra o terrorismo os direitos previstos nas Convenções de Genebra.
Suspeito de ser um chefes de operações d'al Caeda, Attach também é conhecido como Taufiq Attach Khallada ou simplesmente Khallad.
Efeito estufa ameaça deixar bilhões sem água
Com o aumento de 2 a 4,5 graus centígrados na temperatura da Terra em relação a 1990, haverá falta d'água e inundações violentas, salinização dos solos e queda na produção agrícola, a multiplicação dos incêndios e a extinção de inúmeras espécies, com queda na biodersidade, advertem os cientistas do Painel Internacional sobre Mudança do Clima.
De 1 a 3,2 bilhões de pessoas podem ficar sem água. Centenas de milhões serão ameaçados pela elevação do nível dos mares. Com um aumento de temperatura de 4ºC, um quinto da humanidade estará sujeito a inundações violentas. A fome poderá atingir mais 120 milhões porque as colheitas poderão aumentar num primeiro momento. Mas devem declinar a partir de um aumento de 3ºC na temperatura média do planeta.
Em 2 de fevereiro, os cientistas apresentaram um diagnóstico concluindo que o aquecimento global é resultado da atividade humana, do aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera desde a Revolução Industrial, que começou na Inglaterra por volta de 1750 e que hoje chegou praticamente ao mundo inteiro.
Agora os especialistas preparam o segundo capítulo do relatório: as conseqüências para o futuro e como se adaptar. Ele será discutido por uma conferência reunindo 190 países de 2 a 5 de abril em Bruxelas, na Bélgica. O jornal francês Le Monde antecipa hoje alguns pontos centrais do documento.
Se as geleiras das montanhas do Himalaia derreteram, a Ásia será submetida a inundações arrasadoras e queda na produção agrícola.
No Sul da Europa, a disponibilidade de água pode cair até 35%, com forte abalo na agricultura e enorme risco de incêndios. Já o Norte do continente o risco de enchentes aumentará entre 10% e 20%.
Na América Latina, a floresta tropical pode virar savana, o que teria efeitos catastróficos. Em regiões secas, a salinização dos solos prejudicará a produção de alimentos.
Mesmo que as emissões de gases que provocam o efeito estufa parassem, o aquecimento global continuará por algumas décadas.
De 1 a 3,2 bilhões de pessoas podem ficar sem água. Centenas de milhões serão ameaçados pela elevação do nível dos mares. Com um aumento de temperatura de 4ºC, um quinto da humanidade estará sujeito a inundações violentas. A fome poderá atingir mais 120 milhões porque as colheitas poderão aumentar num primeiro momento. Mas devem declinar a partir de um aumento de 3ºC na temperatura média do planeta.
Em 2 de fevereiro, os cientistas apresentaram um diagnóstico concluindo que o aquecimento global é resultado da atividade humana, do aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera desde a Revolução Industrial, que começou na Inglaterra por volta de 1750 e que hoje chegou praticamente ao mundo inteiro.
Agora os especialistas preparam o segundo capítulo do relatório: as conseqüências para o futuro e como se adaptar. Ele será discutido por uma conferência reunindo 190 países de 2 a 5 de abril em Bruxelas, na Bélgica. O jornal francês Le Monde antecipa hoje alguns pontos centrais do documento.
Se as geleiras das montanhas do Himalaia derreteram, a Ásia será submetida a inundações arrasadoras e queda na produção agrícola.
No Sul da Europa, a disponibilidade de água pode cair até 35%, com forte abalo na agricultura e enorme risco de incêndios. Já o Norte do continente o risco de enchentes aumentará entre 10% e 20%.
Na América Latina, a floresta tropical pode virar savana, o que teria efeitos catastróficos. Em regiões secas, a salinização dos solos prejudicará a produção de alimentos.
Mesmo que as emissões de gases que provocam o efeito estufa parassem, o aquecimento global continuará por algumas décadas.
Bush pressiona Congresso no quarto aniversário da guerra no Iraque
Em pronunciamento na televisão para marcar o quarto aniversário da invasão do Iraque, na madrugada de 20 de março de 2003, o presidente George Walker Bush voltou a defender sua decisão de ir à guerra e aproveitou para pressionar o Congresso, agora com maioria da oposição democrata. Pediu paciência, admitindo que "a luta é difícil" e advertiu que uma retirada prematura dos soldados americanos transformaria o Iraque no novo Afeganistão, um antro de terroristas, com efeito "devastador" para a segurança nacional dos Estados Unidos.
"Há quatro anos, iniciamos a operação Liberdade no Iraque para afastar a ameaça que Saddam Hussein e seu regime representavam para o mundo", declarou Bush. "Ficamos livres de Saddam Hussein, processado por seu próprio povo" e executado de uma forma que pareceu uma vingança xiita, o que o presidente omitiu.
Saddam caiu em 9 de abril de 2003. Em 1º de maio, Bush anunciou "o fim das grandes operações de combate", como se a guerra estivesse ganha, a situação estivesse sob controle e os soldados americanos perto de voltar para casa.
Hoje o total de americanos mortos está em 3.204, na estatística oficial do Departamento da Defesa (Pentágono). O número de civis iraquianos mortos está entre 59 e 65 mil, segundo o site Irad Body Count, que soma os números das mortes noticiadas. Outras estimativas supõe que há uma subnotificação e que o verdadeiro número seria de centenas de milhares de mortos.
Na sua análise otimista, o presidente dos EUA mencionou as "eleições livres" e a "Constituição democracrática": "Os iraquianos estão trabalhando para construir uma sociedade livre, com respeito aos direitos humanos e aliada na guerra contra o terrorismo". E mais adiante: "O Iraque aprovou uma lei para dividir a renda do petróleo" entre curdos, sunitas e xiitas.
Bush contou ter se reunido em videoconferência com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki; a secretária de Estado, Condoleezza Rice; o comandante militar dos EUA no Iraque, general David Petraeus; e o embaixador americano em Bagdá, Zalmay Khalilzad. Eles fizeram um balanço da nova estratégia anunciada no início do ano.
Menos da metade dos reforços anunciados chegou ao Iraque. Seu objetivo: tentar controlar a violência na capital iraquiana. "O plano está nos estágios iniciais", disse Bush, alertando que haverá "dias bons e dias ruins". Ele citou ainda a destruição de uma fábrica de carros-bomba.
"O sucesso não virá em dias e semanas, mas em meses". Acrescentou que mais três brigadas do Exército do Iraque se juntaram à operação e "não há limites para onde ir", citando as restrições do governo iraquiano em relação à Cidade de Sader, o bairro xiita da periferia de Bagdá dominado pelo Exército Mehdi, do aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
Em seguida, pressionou o Congresso a aprovar novas verbas para financiar a guerra, sob o argumento de que uma retirada prematura teria resultados "devastadores" para os EUA, com risco de que "a violência engolfe toda a região" e que o iraque substitua o Afeganistão, onde foram treinados os terroristas que realizaram os atentados de 11 de setembro de 2001, como base do terrorismo.
Para o presidente, os EUA precisam de "uma verdadeira vontade de vencer. Venceremos se tivermos a coragem".
Nas ruas de Bagdá, iraquianos entrevistados pela televisão pública britânica BBC observaram que a economia, a segurança pública e o relacionamento entre os diferentes grupos étnicos e religiosos eram muito melhores sob Saddam.
"Há quatro anos, iniciamos a operação Liberdade no Iraque para afastar a ameaça que Saddam Hussein e seu regime representavam para o mundo", declarou Bush. "Ficamos livres de Saddam Hussein, processado por seu próprio povo" e executado de uma forma que pareceu uma vingança xiita, o que o presidente omitiu.
Saddam caiu em 9 de abril de 2003. Em 1º de maio, Bush anunciou "o fim das grandes operações de combate", como se a guerra estivesse ganha, a situação estivesse sob controle e os soldados americanos perto de voltar para casa.
Hoje o total de americanos mortos está em 3.204, na estatística oficial do Departamento da Defesa (Pentágono). O número de civis iraquianos mortos está entre 59 e 65 mil, segundo o site Irad Body Count, que soma os números das mortes noticiadas. Outras estimativas supõe que há uma subnotificação e que o verdadeiro número seria de centenas de milhares de mortos.
Na sua análise otimista, o presidente dos EUA mencionou as "eleições livres" e a "Constituição democracrática": "Os iraquianos estão trabalhando para construir uma sociedade livre, com respeito aos direitos humanos e aliada na guerra contra o terrorismo". E mais adiante: "O Iraque aprovou uma lei para dividir a renda do petróleo" entre curdos, sunitas e xiitas.
Bush contou ter se reunido em videoconferência com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki; a secretária de Estado, Condoleezza Rice; o comandante militar dos EUA no Iraque, general David Petraeus; e o embaixador americano em Bagdá, Zalmay Khalilzad. Eles fizeram um balanço da nova estratégia anunciada no início do ano.
Menos da metade dos reforços anunciados chegou ao Iraque. Seu objetivo: tentar controlar a violência na capital iraquiana. "O plano está nos estágios iniciais", disse Bush, alertando que haverá "dias bons e dias ruins". Ele citou ainda a destruição de uma fábrica de carros-bomba.
"O sucesso não virá em dias e semanas, mas em meses". Acrescentou que mais três brigadas do Exército do Iraque se juntaram à operação e "não há limites para onde ir", citando as restrições do governo iraquiano em relação à Cidade de Sader, o bairro xiita da periferia de Bagdá dominado pelo Exército Mehdi, do aiatolá rebelde Muktada al-Sader.
Em seguida, pressionou o Congresso a aprovar novas verbas para financiar a guerra, sob o argumento de que uma retirada prematura teria resultados "devastadores" para os EUA, com risco de que "a violência engolfe toda a região" e que o iraque substitua o Afeganistão, onde foram treinados os terroristas que realizaram os atentados de 11 de setembro de 2001, como base do terrorismo.
Para o presidente, os EUA precisam de "uma verdadeira vontade de vencer. Venceremos se tivermos a coragem".
Nas ruas de Bagdá, iraquianos entrevistados pela televisão pública britânica BBC observaram que a economia, a segurança pública e o relacionamento entre os diferentes grupos étnicos e religiosos eram muito melhores sob Saddam.
domingo, 18 de março de 2007
Homem mais procurado da Itália é preso no Rio
O ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti, antigo dirigente do movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), ligado às Brigadas Vermelhas, em fuga desde 2004, foi preso hoje no Rio de Janeiro, informa o jornal francês Le Monde. Ele era procurado a pedido da Itália, onde está condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos. A Itália vai pedir sua extradição.
Battisti foi detido à beira-mar, na Avenida Atlântica, em Copacabana, quando uma mulher, Lucie Geneviève Olès, lhe entregava dinheiro. Ele não tinha documentos, os agentes tiraram suas impressões digitais e ele se identificou, não se mostrando supreso com a prisão.
Durante anos, sua presença na França foi tolerada pelos governos François Mitterrand (1981-95), que discordava da natureza excepcional dos tribunais que julgavam os militantes de extrema esquerda, desde que renunciassem à violência. Battisti virou um homem de família e escritor de livros policiais de sucesso.
Fora preso na França em fevereiro de 2004 mas libertado em semanas. Com a ameaça de extradição para a Itália voltou à clandestinidade e fugiu para o Brasil.
O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, espera que o processo de extradição de Battisti do Brasil para a Itália seja rápido.
Battisti foi detido à beira-mar, na Avenida Atlântica, em Copacabana, quando uma mulher, Lucie Geneviève Olès, lhe entregava dinheiro. Ele não tinha documentos, os agentes tiraram suas impressões digitais e ele se identificou, não se mostrando supreso com a prisão.
Durante anos, sua presença na França foi tolerada pelos governos François Mitterrand (1981-95), que discordava da natureza excepcional dos tribunais que julgavam os militantes de extrema esquerda, desde que renunciassem à violência. Battisti virou um homem de família e escritor de livros policiais de sucesso.
Fora preso na França em fevereiro de 2004 mas libertado em semanas. Com a ameaça de extradição para a Itália voltou à clandestinidade e fugiu para o Brasil.
O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, espera que o processo de extradição de Battisti do Brasil para a Itália seja rápido.
Procurador do TPI admite denunciar Bush e Blair
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), o argentino Luis Moreno Ocampo, acredita ser possível que algum dia o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, podem ser processados pela guerra no Iraque, revela hoje o jornal conservador britânico The Sunday Telegraph. Ele está disposto a investigar o caso e apresentar denúncia, se países árabes, em especial o Iraque, aderirem ao tratado que criou o tribunal, rejeitado pelos EUA.
Dias antes da invasão, o então ditador iraquiano, Saddam Hussein, manifestou a intenção de aderir ao TPI. Se o tivesse feito, argumenta Moreno Ocampo, as ações da aliança militar liderada pelos EUA podereiam ser enquadradas na jurisprudência do tribunal.
Mesmo assim, se o Iraque aderir ao Tratado de Roma agora, o TPI poderá investigar os delitos cometidos pelas forças de ocupação.
Os EUA não reconhecem o TPI e negam-se a extraditar cidadãos americanos para julgamento na corte internacional. Mas o Reino Unido aderiu.
Pelo Tratado de Roma, o tribunal pode iniciar uma investigação sobre supostos crimes contra os direitos humanos se receber um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde os EUA têm direito de veto, ou se houver uma denúncia feita por um país signatário.
Na entrevista ao Sunday Telegraph, Moreno lamenta que países muçulmanos vejam o tribunal como instrumento da dominação ocidental, a ponto do ex-primeiro-ministro da Malásia Mahathir Mohamed ter proposto a criação de um tribunal alternativo.
Há uma série de contradições nessa tentativa de criar um tribunal internacional capaz de julgar crimes ignorados pela Justiça dos países onde ocorrem.
No momento, por exemplo, o Conselho de Segurança da ONU, com o apoio dos EUA, está investigando o genocídio de Darfur, no Oeste do Sudão, onde pelo menos 200 mil pessoas foram mortas e 2 milhões foram expulsos ou fugiram de suas casas. O governo fundamentalista do Sudão, que não aderiu ao tribunal, pediu investigações sobre supostos crimes da aliança anglo-americana no Iraque.
Dias antes da invasão, o então ditador iraquiano, Saddam Hussein, manifestou a intenção de aderir ao TPI. Se o tivesse feito, argumenta Moreno Ocampo, as ações da aliança militar liderada pelos EUA podereiam ser enquadradas na jurisprudência do tribunal.
Mesmo assim, se o Iraque aderir ao Tratado de Roma agora, o TPI poderá investigar os delitos cometidos pelas forças de ocupação.
Os EUA não reconhecem o TPI e negam-se a extraditar cidadãos americanos para julgamento na corte internacional. Mas o Reino Unido aderiu.
Pelo Tratado de Roma, o tribunal pode iniciar uma investigação sobre supostos crimes contra os direitos humanos se receber um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde os EUA têm direito de veto, ou se houver uma denúncia feita por um país signatário.
Na entrevista ao Sunday Telegraph, Moreno lamenta que países muçulmanos vejam o tribunal como instrumento da dominação ocidental, a ponto do ex-primeiro-ministro da Malásia Mahathir Mohamed ter proposto a criação de um tribunal alternativo.
Há uma série de contradições nessa tentativa de criar um tribunal internacional capaz de julgar crimes ignorados pela Justiça dos países onde ocorrem.
No momento, por exemplo, o Conselho de Segurança da ONU, com o apoio dos EUA, está investigando o genocídio de Darfur, no Oeste do Sudão, onde pelo menos 200 mil pessoas foram mortas e 2 milhões foram expulsos ou fugiram de suas casas. O governo fundamentalista do Sudão, que não aderiu ao tribunal, pediu investigações sobre supostos crimes da aliança anglo-americana no Iraque.
sábado, 17 de março de 2007
China aumenta taxa básica de juros
O banco central da China anunciou hoje que vai aumentar suas taxas de juros a partir de amanhã para tentar conter o investimento e o crescimento, que no ano passado foi 10,7%, e fortalecer o sistema financeiro da economia que mais cresce no mundo. É a primeira alta desde a metade do ano passado e a terceira nos últimos 12 meses.
A taxa de depósito passa a 2,79%, e a taxa de empréstimo que o Banco Popular da China cobra dos bancos, para 6,39%.
Em nota oficial, o banco declara que seu objetivo é uma economia que se desenvolva "bem e rapidamente".
A taxa de depósito passa a 2,79%, e a taxa de empréstimo que o Banco Popular da China cobra dos bancos, para 6,39%.
Em nota oficial, o banco declara que seu objetivo é uma economia que se desenvolva "bem e rapidamente".
Palestinos aprovam governo de união nacional
O parlamento palestino acaba de aprovar a formação de um governo de união nacional, sob a liderança do presidente Mahmoud Abbas, da Fatah, e do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). Mas Israel apelou à sociedade internacional pedindo que mantenha o boicote porque o Hamas não abandonou a luta armada nem reconhece a existência de Israel.
Abbas pediu uma chance ao governo israelense. Segundo a TV BBC Internacional, Israel está procurando uma forma de se aproximar do novo governo. Desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares de 25 de janeiro do ano passado, os Estados Unidos e a Europa suspenderam a ajuda à Autoridade Nacional Palestina, e Israel parou de transferir a renda de impostos cobrados nos territórios ocupados, sob a alegação de que o dinheiro poderia financiar ações terroristas.
Abbas pediu uma chance ao governo israelense. Segundo a TV BBC Internacional, Israel está procurando uma forma de se aproximar do novo governo. Desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares de 25 de janeiro do ano passado, os Estados Unidos e a Europa suspenderam a ajuda à Autoridade Nacional Palestina, e Israel parou de transferir a renda de impostos cobrados nos territórios ocupados, sob a alegação de que o dinheiro poderia financiar ações terroristas.
BBC anuncia saída de Blair para 22 de junho
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, deve abandonar o cargo em 22 de junho, acredita a rede de rádio, TV e Internet pública britânica BBC.
Na próxima semana, a direção do Partido Trabalhista aprovará o calendário para a sucessão na liderança do partido que deve durar sete semanas do anúncio de Blair à eleição de um novo líder. É quase certo que será o ministro das Finanças, Gordon Brown.
Depois da saída de Blair, haverá uma semana para a apresentação de candidaturas a líder e vice-líder, seguida de seis semanas de campanha. A votação será realizada ao longo das últimas três semanas, provavelmente com uma candidatura única. Talvez a esquerda trabalhista lance um candidato próprio, mas pode não conseguir as assinaturas de pelo menos 44 deputados.
Como os trabalhistas têm maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, seu líder será automaticamente eleito novo primeiro-ministro.
A expectativa é que Blair renuncie em 4 de maio, um dia depois das eleições municipais e na Escócia e no País de Gales, e 10 anos depois de sua primeira vitória, nas eleições de 1º de maio de 1997, que pôs fim a 18 anos de domínio conservador.
Em 22 de junho, uma convenção extraordinária do partido escolherá o novo líder trabalhista e primeiro-ministro do governo de Sua Majestade. É quase impossível que não seja Brown, o Chanceler de Ferro (no Reino, o ministro das Finanças tem oficialmente o título de Chanceler do Erário), responsável pelo mais longo período de crescimento contínuo da História da Inglaterra, que começou em 1992, ainda sob o governo conservador de John Major.
Um dos mais bem-sucedidos primeiros-ministros britânicos recentes, Tony Blair entra para a História chamuscado pelo apoio incondicional aos Estados Unidos na Guerra do Iraque.
Com sua aguçada sensibilidade política, Blair viu nos atentados de 11 de setembro de 2001 a oportunidade para reafirmar a "relação especial" com os EUA, que era especial para britânicos mas não para os muito mais poderosos americanos.
Na verdade, o alinhamento automático com os EUA é uma política de Estado que vem desde que o então primeiro-ministro Winston Churchill entregou o comando aliado na Segunda Guerra Mundial aos americanos, em 1942. Outros países, como Portugal, Espanha e Itália, apoiaram a invasão do Iraque contra a vontade popular porque tinham governos de direita.
Na próxima semana, a direção do Partido Trabalhista aprovará o calendário para a sucessão na liderança do partido que deve durar sete semanas do anúncio de Blair à eleição de um novo líder. É quase certo que será o ministro das Finanças, Gordon Brown.
Depois da saída de Blair, haverá uma semana para a apresentação de candidaturas a líder e vice-líder, seguida de seis semanas de campanha. A votação será realizada ao longo das últimas três semanas, provavelmente com uma candidatura única. Talvez a esquerda trabalhista lance um candidato próprio, mas pode não conseguir as assinaturas de pelo menos 44 deputados.
Como os trabalhistas têm maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, seu líder será automaticamente eleito novo primeiro-ministro.
A expectativa é que Blair renuncie em 4 de maio, um dia depois das eleições municipais e na Escócia e no País de Gales, e 10 anos depois de sua primeira vitória, nas eleições de 1º de maio de 1997, que pôs fim a 18 anos de domínio conservador.
Em 22 de junho, uma convenção extraordinária do partido escolherá o novo líder trabalhista e primeiro-ministro do governo de Sua Majestade. É quase impossível que não seja Brown, o Chanceler de Ferro (no Reino, o ministro das Finanças tem oficialmente o título de Chanceler do Erário), responsável pelo mais longo período de crescimento contínuo da História da Inglaterra, que começou em 1992, ainda sob o governo conservador de John Major.
Um dos mais bem-sucedidos primeiros-ministros britânicos recentes, Tony Blair entra para a História chamuscado pelo apoio incondicional aos Estados Unidos na Guerra do Iraque.
Com sua aguçada sensibilidade política, Blair viu nos atentados de 11 de setembro de 2001 a oportunidade para reafirmar a "relação especial" com os EUA, que era especial para britânicos mas não para os muito mais poderosos americanos.
Na verdade, o alinhamento automático com os EUA é uma política de Estado que vem desde que o então primeiro-ministro Winston Churchill entregou o comando aliado na Segunda Guerra Mundial aos americanos, em 1942. Outros países, como Portugal, Espanha e Itália, apoiaram a invasão do Iraque contra a vontade popular porque tinham governos de direita.
Rove é acusado no escândalo dos procuradores
O principal marqueteiro político do presidente George W. Bush, Karl Rove, é suspeito de ter forçado a destituição de oito procuradores federais dos Estados Unidos, ocorrida no final do ano passado. Uma série de emails e documentos apresentados pelo Departamento da Justiça implica Rove neste novo escândalo do governo Bush.
As mensagens discutem a remoção de 93 procuradores considerados adversários da linha política do governo, no início do segundo governo Bush, em 2005.
As mensagens discutem a remoção de 93 procuradores considerados adversários da linha política do governo, no início do segundo governo Bush, em 2005.
sexta-feira, 16 de março de 2007
Economia dos EUA dá mais sinais contraditórios
A maior economia do mundo confunde os analistas.
Enquanto a produção industrial dos Estados Unidos teve em fevereiro o maior crescimento desde novembro de 2005 (1%), com aproveitamento de 82% da capacidade instalada, o melhor resultado desde setembro, e o núcleo do índice de preços ao consumidor (0,2%) ficou na expectativa do mercado, a confiança do consumidor caiu ao nível mais baixo em seis meses.
A inflação total foi de 0,4%. O conceito de núcleo da inflação exclui remédios e alimentos.
Todos os setores industriais importantes cresceram, menos o de material de construção, por causa da crise no mercado habitacional.
Mas o índice da Universidade de Michigan para medir o sentimento do consumidor caiu de 91,3 em fevereiro para 88,8 em março. O índice de expectativa caiu de 81,5 para 79,3 e a avaliação da economia americana baixou de 106,7 para 103,6.
Enquanto a produção industrial dos Estados Unidos teve em fevereiro o maior crescimento desde novembro de 2005 (1%), com aproveitamento de 82% da capacidade instalada, o melhor resultado desde setembro, e o núcleo do índice de preços ao consumidor (0,2%) ficou na expectativa do mercado, a confiança do consumidor caiu ao nível mais baixo em seis meses.
A inflação total foi de 0,4%. O conceito de núcleo da inflação exclui remédios e alimentos.
Todos os setores industriais importantes cresceram, menos o de material de construção, por causa da crise no mercado habitacional.
Mas o índice da Universidade de Michigan para medir o sentimento do consumidor caiu de 91,3 em fevereiro para 88,8 em março. O índice de expectativa caiu de 81,5 para 79,3 e a avaliação da economia americana baixou de 106,7 para 103,6.
Hillary: EUA ficam no Iraque além de 2009
A presença militar dos Estados Unidos no Iraque pode ir além de 2009, afirmou hoje a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, aspirante à candidata democrata à Presidência em 2008, porque o país tem "uma missão política e militar a cumprir". Mas, em entrevista ao jornal The New York Times, acrescentou que os soldados americanos não deverão se envolver na luta contra a violência política sectária.
Hillary está sendo pressionada pela esquerda do partido porque votou a favor da guerra. Alega ter se baseado nas alegações do governo George W. Bush sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque.
Seu principal adversário na disputa da candidatura democrata à Casa Branca, o senador negro Barack Obama, defende a retirada das forças americanas do Iraque,
Hillary está sendo pressionada pela esquerda do partido porque votou a favor da guerra. Alega ter se baseado nas alegações do governo George W. Bush sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque.
Seu principal adversário na disputa da candidatura democrata à Casa Branca, o senador negro Barack Obama, defende a retirada das forças americanas do Iraque,
quinta-feira, 15 de março de 2007
Firma de Giuliani trabalhou para Chávez
O escritório de advocacia do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, fez durante anos lobby para a Citgo Petroleum Corporation, de Houston, no Texas. É a subsidiária americana da empresa estatal Petroleos de Venezuela S. A. (PdVSA), controlada com mão-de-ferro pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, desde a greve do final de 2002 e início de 2003.
Como Chávez apresenta-se hoje como o maior inimigo dos EUA na América Latina, o jornal The New York Times acredita que isso possa prejudicar a candidatura de Giuliani, que lidera hoje as pesquisas entre os republicanos na corrida à Casa Branca, com 55% dos votos contra 35% para o senador John McCain.
Como Chávez apresenta-se hoje como o maior inimigo dos EUA na América Latina, o jornal The New York Times acredita que isso possa prejudicar a candidatura de Giuliani, que lidera hoje as pesquisas entre os republicanos na corrida à Casa Branca, com 55% dos votos contra 35% para o senador John McCain.
Potências mundiais fazem acordo para pressionar Irã
As cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha chegaram a um acordo sobre um anteprojeto de resolução para impor sanções mais duras ao Irã, revela hoje o jornal Los Angeles Times. Esse país nega-se a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a suspender seu programa de enriquecimento de urânio, suspeito de ser parte do desenvolvimento de armas atômicas.
O anteprojeto, apresentado hoje aos demais integrantes do Conselho de Segurança proíbe as exportações de armas do Irã e expande a lista de pessoas e organizações que terão seus ativos congelados por causa de seus laços com as atividades nucleares do Irã, e propõe que "governos e instituições financeiras não ofereçam empréstimos, doações ou ajuda financeira ao Irã, a não ser para propósitos humanitários e desenvolvimentistas. Não inclui restrições a créditos para exportação, como previsto inicialmente.
Para vencer a relutância da China e da Rússia, o anteprojeto não impõe restrições a viagens de indivíduos ligados ao programa nuclear iraniano. Também permite a venda de armas convencionais ao Irã.
O anteprojeto, apresentado hoje aos demais integrantes do Conselho de Segurança proíbe as exportações de armas do Irã e expande a lista de pessoas e organizações que terão seus ativos congelados por causa de seus laços com as atividades nucleares do Irã, e propõe que "governos e instituições financeiras não ofereçam empréstimos, doações ou ajuda financeira ao Irã, a não ser para propósitos humanitários e desenvolvimentistas. Não inclui restrições a créditos para exportação, como previsto inicialmente.
Para vencer a relutância da China e da Rússia, o anteprojeto não impõe restrições a viagens de indivíduos ligados ao programa nuclear iraniano. Também permite a venda de armas convencionais ao Irã.
Emprego na França cresceu 1,1% em 2006
A economia da França, sexta maior do mundo, criou mais 36,3 mil empregos nos setores competitivos, uma alta de 0,2%, no último trimestre de 2006, anunciou hoje o Ministério do Emprego. No ano todo, o aumento foi de 1,1% ou 192 mil postos de trabalho, em comparação com 117,2 ml em 2005. Desde 2001, não havia um crescimento do emprego tão grande na economia francesa.
Fairfax será área ecologicamente correta nos EUA
O condado de Fairfax, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, quer se transformar numa área ecológicamente correta, com energia eólica, carros capazes de usar combustíveis diferentes e técnicas de construção para reduzir a emissão dos gases que provocam o aquecimento da Terra, deve anunciar hoje o presidente do Conselho de Supervisores, Gerald Connolly, informa o jornal The Washington Post.
A proposta do projeto, desenvolvido em conjunto com o Sierra Club e outros condados de diferentes estados americanos, é servir de modelo para outras comunidades. Terá ônibus rodando com biocombustíveis, reduções de impostos para carros bicombustíveis, mais árvores e mais áreas verdes, inclusive no alto de prédios .
Essas medidas já estão sendo adotadas nos condados de Arlington e Montgomery, na Virgínia, considerados progressistas em questões ambientais. A diferença é que Fairfax é um condado mais orientado para os negócios, que vai impor regulamentações mas criar incentivos para que o setor privado reduza o consumo de energia.
"Há 3 mil condados no país, e isso pode ter um tremendo impacto em toda a nação", declarou Connolly, que é do Partido Democrata, de oposição ao presidente George Walker Bush. "Temos um governo que até recentemente negava o aquecimento global, negava uma verdade científica avassaladora. Então, estamos tentando liderar pelo exemplo".
Montgomery já produz 10% de sua energia a partir do vento. Quer chegar a 20% em cinco anos. Arlington estuda a possibilidade de aumentar os impostos sobre gás e eletricidade para financiar um programa de US$ 1,5 milhão para poupar energia estimulando projetos de energia solar e uma auditoria nas casas particulares para recomendar formas de gastar menos energia para conter o efeito estufa.
A proposta do projeto, desenvolvido em conjunto com o Sierra Club e outros condados de diferentes estados americanos, é servir de modelo para outras comunidades. Terá ônibus rodando com biocombustíveis, reduções de impostos para carros bicombustíveis, mais árvores e mais áreas verdes, inclusive no alto de prédios .
Essas medidas já estão sendo adotadas nos condados de Arlington e Montgomery, na Virgínia, considerados progressistas em questões ambientais. A diferença é que Fairfax é um condado mais orientado para os negócios, que vai impor regulamentações mas criar incentivos para que o setor privado reduza o consumo de energia.
"Há 3 mil condados no país, e isso pode ter um tremendo impacto em toda a nação", declarou Connolly, que é do Partido Democrata, de oposição ao presidente George Walker Bush. "Temos um governo que até recentemente negava o aquecimento global, negava uma verdade científica avassaladora. Então, estamos tentando liderar pelo exemplo".
Montgomery já produz 10% de sua energia a partir do vento. Quer chegar a 20% em cinco anos. Arlington estuda a possibilidade de aumentar os impostos sobre gás e eletricidade para financiar um programa de US$ 1,5 milhão para poupar energia estimulando projetos de energia solar e uma auditoria nas casas particulares para recomendar formas de gastar menos energia para conter o efeito estufa.
Inflação no atacado sobe acima do previsto nos EUA
O Índice de Preços ao Produtor nos Estados Unidos subiu 1,3% em fevereiro, puxado pelos aumentos nos preços de energia (3,5%) e alimentos (1,9%). Excluídos estes setores, o núcleo da inflação no atacado ficou em 0,4%, duas vezes acima da média das previsões do mercado.
Apesar disso, a Bolsa de Nova IOrque opera em alta de 38 pontos (0,32%).
Na Ásia, as bolsas de valores recuperaram um pouco das perdas dos últimos dois dias, fechando em alta. A Bolsa de Tóquio teve alta de 1,1%.
Apesar disso, a Bolsa de Nova IOrque opera em alta de 38 pontos (0,32%).
Na Ásia, as bolsas de valores recuperaram um pouco das perdas dos últimos dois dias, fechando em alta. A Bolsa de Tóquio teve alta de 1,1%.
Censura à Internet está aumentando
A censura à internet avança rapidamente, sendo praticada em mais de metade de 40 país estudados numa pesquisa acadêmica transatlântica divulgada hoje pelo jornal inglês Financial Times.
O exemplo recente mais notório foi a decisão da Justiça da Turquia de bloquear o acesso ao YouTube por causa de comentários ofensivos sobre o fundador da república turca, Mustafá Kemal Atatürk, o grande herói nacional, insinuando que ele e seus companheiros eram homossexuais.
Após seis meses de pesquisas, a Iniciativa Rede Aberta - que reúne a Faculdade de Direito de Harvard e as universidades de Toronto, no Canadá, e Cambridge e Oxford, na Inglattera - concluiu que o uso da censura está aumentando. Cada vez mais países aprendem com a China, que aproveita os mais modernos recursos tecnológicos para tentar "orientar o pensamento" de seus 137 milhões de internautas.
Para realizar o trabalho, os pesquisadores tentaram ter acesso a mil sites de notícias e outros assuntos em cada um dos 40 países examinados.
Entre os países que mais censuram a Internet, estão, além da China, a Arábia Saudita, Mianmar, a Tunísia, o Usbequistão e o Zimbábue.
O exemplo recente mais notório foi a decisão da Justiça da Turquia de bloquear o acesso ao YouTube por causa de comentários ofensivos sobre o fundador da república turca, Mustafá Kemal Atatürk, o grande herói nacional, insinuando que ele e seus companheiros eram homossexuais.
Após seis meses de pesquisas, a Iniciativa Rede Aberta - que reúne a Faculdade de Direito de Harvard e as universidades de Toronto, no Canadá, e Cambridge e Oxford, na Inglattera - concluiu que o uso da censura está aumentando. Cada vez mais países aprendem com a China, que aproveita os mais modernos recursos tecnológicos para tentar "orientar o pensamento" de seus 137 milhões de internautas.
Para realizar o trabalho, os pesquisadores tentaram ter acesso a mil sites de notícias e outros assuntos em cada um dos 40 países examinados.
Entre os países que mais censuram a Internet, estão, além da China, a Arábia Saudita, Mianmar, a Tunísia, o Usbequistão e o Zimbábue.
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Viacom aciona YouTube pedindo US$ 1 bilhão
O grupo de mídia americano Viacom, dono da MTV, acionou judicialmente o site YouTube por pirataria, exigindo US$ 1 bilhão por supostas violações de direitos autorais. Nova mania da Internet, YouTube oferece vídeos colocados na rede por seus usuários, que normalmente não estão preocupados com os direitos autorais.
A grande questão do processo, comenta a seção de mídia e marketing de The Wall St. Journal, é como os tribunais vão interpretar a Lei de Direitos Autorais Digitais, de 1998, na era do YouTube.
Maior sensação da Internet em 2006, o YouTube foi comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhões em outubro passado.
A grande questão do processo, comenta a seção de mídia e marketing de The Wall St. Journal, é como os tribunais vão interpretar a Lei de Direitos Autorais Digitais, de 1998, na era do YouTube.
Maior sensação da Internet em 2006, o YouTube foi comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhões em outubro passado.
Déficit em conta corrente dos EUA é recorde: US$857 bi
O déficit em conta corrente dos Estados Unidos atingiu o recorde de US$ 856,7 bilhões em 2006, 8,2% acima dos US$ 791,5 bilhões de 2005, mas diminuiu no último trimestre, por causa da queda dos preços do petróleo e do forte crescimento das exportações. É o equivalente a cerca de 6,5% do produto interno bruto dos EUA, de US$ 13,3 trilhões.
A expectativa é que essa tendência de redução do déficit em conta corrente, que inclue o comércio de bens e serviços, e o fluxo de investimentos, continue neste ano.
Com a queda nos preços do petróleo as importações caíram no último trimestre do ano passado para US$ 195,8 bilhões, o menor em mais de um ano, comparado com US$ 229,4 bilhões no trimestre anterior.
O desequilíbrio da balança comercial dos EUA é uma das grandes preocupações da economia mundial. Um déficit em conta corrente não será corrigido com uma suave desvalorização do dólar.
Como o dólar é a principal moeda de reserva no mundo, um forte abalo na cotação da moeda americana poderia provocar um grande movimento de venda, acelerando ainda mais sua queda. A correção exigiria uma redução forte no consumo nos EUA, com reflexos sobre toda a economia mundial.
A expectativa é que essa tendência de redução do déficit em conta corrente, que inclue o comércio de bens e serviços, e o fluxo de investimentos, continue neste ano.
Com a queda nos preços do petróleo as importações caíram no último trimestre do ano passado para US$ 195,8 bilhões, o menor em mais de um ano, comparado com US$ 229,4 bilhões no trimestre anterior.
O desequilíbrio da balança comercial dos EUA é uma das grandes preocupações da economia mundial. Um déficit em conta corrente não será corrigido com uma suave desvalorização do dólar.
Como o dólar é a principal moeda de reserva no mundo, um forte abalo na cotação da moeda americana poderia provocar um grande movimento de venda, acelerando ainda mais sua queda. A correção exigiria uma redução forte no consumo nos EUA, com reflexos sobre toda a economia mundial.
EUA combatem contrabando de petróleo do Iraque
As forças dos Estados Unidos e do Iraque lançaram uma campanha contra o contrabando de petróleo do Iraque, que ajuda a financiar os grupos armados rebeldes e reduz a produção oficial do país, atualmente em torno de 2 milhões de barris por dia, em contraste com cerca de 3 milhões antes da invasão americana.
O prejuízo total ao país é estimado em US$ 5 bilhões anuais. Sem o contrabando e com obras de infra-estrutura, os americanos acreditam que a produção de petróleo do Iraque chegaria a 5 milhões de barris diários.
Em novembro, um documento reservado do governo dos Estados Unidos estimou que os rebeldes iraquianos ganhem de US$ 25 milhões a US$ 100 mlhões por ano. Eles atacam caminhões-tanques para vender o petróleo em outros países, seqüestram trabalhadores do setor petrolífero para extorquir dinheiro e cobram proteção de caminhoneiros e donos de postos de gasolina.
Pela primeira vez desde a invasão, em 20 de março de 2003, revela the Wall Street Journal, há soldados americanos vigiando permanentemente a refinaria de Baiji, a maior do Iraque. São os pára-quedistas da 82ª Divisão Aerotransportada, de Forte Bragg, na Carolina do Norte, uma tropa de elite das Forças Armadas dos EUA, a turma que vai na frente em qualquer ataque.
Os pára-quedistas também estão reprimindo os postos de gasolina clandestinos, prendendo funcionários do setor petrolífero e altos funcionários do governo suspeitos de contrabandear petróleo.
Pelo relatório americano, 70% dos derivados processados em Baiji acabam no mercado negro, mais de US$ 2 bilhões por ano. O Iraque subsidia fortemente a gasolina e outros derivados de petróleo, então o lucro de revender em países vizinhos é enorme.
O prejuízo total ao país é estimado em US$ 5 bilhões anuais. Sem o contrabando e com obras de infra-estrutura, os americanos acreditam que a produção de petróleo do Iraque chegaria a 5 milhões de barris diários.
Em novembro, um documento reservado do governo dos Estados Unidos estimou que os rebeldes iraquianos ganhem de US$ 25 milhões a US$ 100 mlhões por ano. Eles atacam caminhões-tanques para vender o petróleo em outros países, seqüestram trabalhadores do setor petrolífero para extorquir dinheiro e cobram proteção de caminhoneiros e donos de postos de gasolina.
Pela primeira vez desde a invasão, em 20 de março de 2003, revela the Wall Street Journal, há soldados americanos vigiando permanentemente a refinaria de Baiji, a maior do Iraque. São os pára-quedistas da 82ª Divisão Aerotransportada, de Forte Bragg, na Carolina do Norte, uma tropa de elite das Forças Armadas dos EUA, a turma que vai na frente em qualquer ataque.
Os pára-quedistas também estão reprimindo os postos de gasolina clandestinos, prendendo funcionários do setor petrolífero e altos funcionários do governo suspeitos de contrabandear petróleo.
Pelo relatório americano, 70% dos derivados processados em Baiji acabam no mercado negro, mais de US$ 2 bilhões por ano. O Iraque subsidia fortemente a gasolina e outros derivados de petróleo, então o lucro de revender em países vizinhos é enorme.
Bolsa de Nova Iorque cai muito mas fecha em alta
Depois de fortes queda nos mercados da Ásia e da Europa, a Bolsa de Valores de Nova Iorque operou com grandes oscilações ontem. O Índice Dow Jones chegou a baixar 135 pontos, caindo abaixo de 12 mil pela primeira vez desde 6 de novembro. Mas recuperou-se a fechou em alta de 57 pontos.
quarta-feira, 14 de março de 2007
Líder d'al Caeda confessa culpa por 11 de setembro
O suposto arquiteto dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, o paquistanês Khaled Cheikh Mohamed, confessou sua responsabilidade pela ação terrorista, afirma o governo americano em transcrições oficiais censuradas das audiência do tribunal militar de exceção instalado na base naval americana de Guantânamo, em Cuba.
"Fui responsável pelas operações de 11 de setembro de A a Z", admitiu ele em audiência realizada no sábado passado. "Eu era o diretor operacional nomeado pelo xeque Ossama Ben Laden para organizar, planejar, acompanhar e executar a operação de 11 de setembro".
Khaled Cheikh Mohamed também assumiu a responsabilidade por 29 ataques terroristas, inclusive contra o World Trade Center em 1993, pelo atentado contra um bar em Báli, na Indonésia, em 12 de outubro de 2002, e por duas tentativas de explodir aviões usando sapatos-bomba.
Segundo o Departamento da Defesa dos EUA, Mohamed declarou ter tentado matar o papa João Paulo II, os ex-presidentes americanos Jimmy Carter e Bill Clinton, e o ditador do Paquistão, Pervez Musharraf. Afirmou ainda ter degolado pessoalmente o jornalista judeu americano Daniel Pearl. Comparou-se a George Washington e lamentou a morte civis mas disse que "guerra é assim mesmo, morre muita gente". Planejou ataques contra os aeroportos de Los Angeles e de Londres, a Torre de Sears, em Chicago, o Empire State Building, em Nova Iorque, e o Parlamento Britânico.
Mohamed foi preso no Paquistão em março de 2003 e entregue aos EUA, que o levaram para a base de Guantânamo junto com outros 13 prisioneiros de guerra considerados de "alto valor" na luta contra o terrorismo. Serão os primeiros a ser julgados nos tribunais militares de exceção que o governo George Walker Bush criou alegando que os presos na guerra contra o terrorismo são "combatentes ilegais", por não pertencerem a exércitos regulares, não se submeterem a uma cadeia de comando nem usarem uniforme, apesar dos protestos internacionais.
O governo americano lhes nega o direito ao tratamento previsto nas Convenções de Genebra e também o de recorrer à Justiça comum dos EUA, alegando que um julgamento público exporia táticas e métodos empregados pelos americanos na luta contra o terror. Esses métodos incluem tortura e seqüestro de suspeitos. Khaled Cheick Mohamed reclamou ter sido torturado.
"Fui responsável pelas operações de 11 de setembro de A a Z", admitiu ele em audiência realizada no sábado passado. "Eu era o diretor operacional nomeado pelo xeque Ossama Ben Laden para organizar, planejar, acompanhar e executar a operação de 11 de setembro".
Khaled Cheikh Mohamed também assumiu a responsabilidade por 29 ataques terroristas, inclusive contra o World Trade Center em 1993, pelo atentado contra um bar em Báli, na Indonésia, em 12 de outubro de 2002, e por duas tentativas de explodir aviões usando sapatos-bomba.
Segundo o Departamento da Defesa dos EUA, Mohamed declarou ter tentado matar o papa João Paulo II, os ex-presidentes americanos Jimmy Carter e Bill Clinton, e o ditador do Paquistão, Pervez Musharraf. Afirmou ainda ter degolado pessoalmente o jornalista judeu americano Daniel Pearl. Comparou-se a George Washington e lamentou a morte civis mas disse que "guerra é assim mesmo, morre muita gente". Planejou ataques contra os aeroportos de Los Angeles e de Londres, a Torre de Sears, em Chicago, o Empire State Building, em Nova Iorque, e o Parlamento Britânico.
Mohamed foi preso no Paquistão em março de 2003 e entregue aos EUA, que o levaram para a base de Guantânamo junto com outros 13 prisioneiros de guerra considerados de "alto valor" na luta contra o terrorismo. Serão os primeiros a ser julgados nos tribunais militares de exceção que o governo George Walker Bush criou alegando que os presos na guerra contra o terrorismo são "combatentes ilegais", por não pertencerem a exércitos regulares, não se submeterem a uma cadeia de comando nem usarem uniforme, apesar dos protestos internacionais.
O governo americano lhes nega o direito ao tratamento previsto nas Convenções de Genebra e também o de recorrer à Justiça comum dos EUA, alegando que um julgamento público exporia táticas e métodos empregados pelos americanos na luta contra o terror. Esses métodos incluem tortura e seqüestro de suspeitos. Khaled Cheick Mohamed reclamou ter sido torturado.
Chiquita Brands tinha ligação com terroristas
Finalmente pegaram a Chiquita Brands, herdeira da mal afamada transnacional United Fruit, acusada pelo golpe militar de 1954 na Guatemala, o primeiro da Guerra Fria na América Latina.
Agora, a empresa é acusada de pagar US$ 1,7 aos paramilitares de direita das Autodefesas Unidas da Colômbia e também aos dois principais grupos guerrilheiros de esquerda em atividade naquele país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), quando suas plantações da banana estiveram sob controle dos rebeldes.
A Chiquita Brands concordou em pagar multa de US$ 25 milhões.
Agora, a empresa é acusada de pagar US$ 1,7 aos paramilitares de direita das Autodefesas Unidas da Colômbia e também aos dois principais grupos guerrilheiros de esquerda em atividade naquele país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), quando suas plantações da banana estiveram sob controle dos rebeldes.
A Chiquita Brands concordou em pagar multa de US$ 25 milhões.
GM volta a dar lucro
Depois de ter um prejuízo bilionário em 2005, a General Motors, maior fabricante de automóveis do mundo, teve um lucro de US$ 950 milhões no último trimestre de 2006. No mesmo período do ano anterior, tivera perdas de US$ 6,6 bilhões.
Mas os analistas de mercado não se entusiasmaram. As operações da GM na América do Norte registraram um prejuízo de US$ 14 milhões. Isso já é muito melhor do que a perda de US$ 1,4 bilhões na mesma época do ano anterior. O economista Peter Nosvold, do banco de investimentos Bear Stearns entende que o resultado ficou aquém do esperando. A GM anunciou que a rentabilidade por veículo aumentou 5% devido a cortes de custos.
O jornal inglês Financial Times previu no final do ano passada que a empresa japonesa Toyota passará a GM neste ano, tornando-se a maior fabricante de automóveis do mundo.
Mas os analistas de mercado não se entusiasmaram. As operações da GM na América do Norte registraram um prejuízo de US$ 14 milhões. Isso já é muito melhor do que a perda de US$ 1,4 bilhões na mesma época do ano anterior. O economista Peter Nosvold, do banco de investimentos Bear Stearns entende que o resultado ficou aquém do esperando. A GM anunciou que a rentabilidade por veículo aumentou 5% devido a cortes de custos.
O jornal inglês Financial Times previu no final do ano passada que a empresa japonesa Toyota passará a GM neste ano, tornando-se a maior fabricante de automóveis do mundo.
terça-feira, 13 de março de 2007
Bolsa de Tóquio abre em queda de 500 pontos
Sob o impacto da baixa de quase 2% hoje em Nova Iorque, o índice Nikkei, que mede o desempenho das principais ações da Bolsa de Tóquio, abriu em queda de 500 pontos (3%) nesta quarta-feira.
Bolsa de Nova Iorque cai 242 pontos
A Bolsa de Valores de Nova Iorque fechou hoje em baixa de 242 pontos (1,97%). A Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, caiu 2%.
A principal razão para o pessimismo dos investidores é a notícia de que a inadimplência de empréstimos para compra de casa própria considerados de maior risco cresceu para 13,46%.
A principal razão para o pessimismo dos investidores é a notícia de que a inadimplência de empréstimos para compra de casa própria considerados de maior risco cresceu para 13,46%.
Bush deixa promessa de parceria energética
Muitos protestos, nenhum avanço em comércio e uma viagem paralela de Hugo Chávez, porta-voz número um do antiamericanismo agora que Fidel Castro está perdendo a fala: de positivo, a visita do presidente George Walker Bush à América Latina deixa o acordo com o Brasil sobre biocombustíveis e a promessa de uma parceria estratégica no setor de energias renováveis.
Bush evitou citar Chávez, que o chamou de “cadáver político” na Argentina, fez a parceria do etanol com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu o livre comércio. Foi tímido porque não tem poder real para fazer concessões tarifárias ou negociar acordos. Depende do Congresso, onde a oposição é maioria desde janeiro.
Diante da queda de popularidade do presidente e a perda da maioria republicana no Congresso depois das eleições de 7 de novembro, este é um momento de transição política nos Estados Unidos e há várias questões comerciais pendentes. A Autorização para Promoção Comercial (TPA, do inglês) dada pelo Congresso à Presidência para negociar acordos internacionais acaba em 1º de julho.
Com a autorização, o Congresso só pode aprovar ou vetar inteiramente um acordo comercial internacional. Se pudesse apresentar emendas, o acordo teria de ser renegociado várias vezes, o que tornaria inviáveis as negociações de comércio internacional.
A questão é: desprestigiado, o presidente Bush será capaz de construir uma aliança bipartidária? Ou a maioria no Congresso do Partido Democrata, tradicionalmente mais protecionista por suas ligações com os sindicatos, levará a um impasse?
Leia a íntegra em minha coluna em www.baguete.com.br
Bush evitou citar Chávez, que o chamou de “cadáver político” na Argentina, fez a parceria do etanol com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu o livre comércio. Foi tímido porque não tem poder real para fazer concessões tarifárias ou negociar acordos. Depende do Congresso, onde a oposição é maioria desde janeiro.
Diante da queda de popularidade do presidente e a perda da maioria republicana no Congresso depois das eleições de 7 de novembro, este é um momento de transição política nos Estados Unidos e há várias questões comerciais pendentes. A Autorização para Promoção Comercial (TPA, do inglês) dada pelo Congresso à Presidência para negociar acordos internacionais acaba em 1º de julho.
Com a autorização, o Congresso só pode aprovar ou vetar inteiramente um acordo comercial internacional. Se pudesse apresentar emendas, o acordo teria de ser renegociado várias vezes, o que tornaria inviáveis as negociações de comércio internacional.
A questão é: desprestigiado, o presidente Bush será capaz de construir uma aliança bipartidária? Ou a maioria no Congresso do Partido Democrata, tradicionalmente mais protecionista por suas ligações com os sindicatos, levará a um impasse?
Leia a íntegra em minha coluna em www.baguete.com.br
segunda-feira, 12 de março de 2007
Zimbábue prende líder da oposição
O governo do Zimbábue, na região central da África, prendeu hoje o líder do Movimento pela Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, e outros dirigentes da oposição. Tsvangirai teria sido espancado e ferido na hora da prisão.
Numa das piores crises desde que se tornou independente, em 1980, o Zimbábue, que sempre foi governado pelo ditador Robert Mugabe, enfrenta uma inflação de 1.725% ao ano. Mais de 3 milhões de pessoas fugiram do país. As manifestações de oposição estão proibidas, justificativa usada pelo governo para atacar o encontro.
Para aplacar e encobrir a revolta popular, em 2001, o governo criou seu próprio movimento de trabalhadores rurais sem-terra, descritos como "veteranos e guerra" e "heróis da independência" que até então não teriam recebido seu quinhão da terra pátria, embora muitos não tivessem idade para ter lutado pela libertação do país. Esse MST do Mugabe invadiu as fazendas dos brancos.
Mais recentemente, o governo começou a atacar e desmantelar favelas onde a oposição tem apoio. E agora quer desarticular o principal grupo de oposição.
Numa das piores crises desde que se tornou independente, em 1980, o Zimbábue, que sempre foi governado pelo ditador Robert Mugabe, enfrenta uma inflação de 1.725% ao ano. Mais de 3 milhões de pessoas fugiram do país. As manifestações de oposição estão proibidas, justificativa usada pelo governo para atacar o encontro.
Para aplacar e encobrir a revolta popular, em 2001, o governo criou seu próprio movimento de trabalhadores rurais sem-terra, descritos como "veteranos e guerra" e "heróis da independência" que até então não teriam recebido seu quinhão da terra pátria, embora muitos não tivessem idade para ter lutado pela libertação do país. Esse MST do Mugabe invadiu as fazendas dos brancos.
Mais recentemente, o governo começou a atacar e desmantelar favelas onde a oposição tem apoio. E agora quer desarticular o principal grupo de oposição.
Carro de James Bond volta a ser britânico
Por US$ 925 milhões, a Ford vendeu para um grupo de investidores a Aston Martin, divisão que produz os carros usados por James Bond, o agente secreto britânico 007, personagem de ficção dos livros de Ian Fleming imortalizado pelo cinema.
Com sérios problemas e um prejuízo recorde no ano passado, a Ford, segundo maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos, decidiu vender o controle da empresa de volta aos britânicos, mas ficou com uma participação minoritária que permitirá à Astor Martin continuar usando a tecnologia de motores da Ford.
Com sérios problemas e um prejuízo recorde no ano passado, a Ford, segundo maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos, decidiu vender o controle da empresa de volta aos britânicos, mas ficou com uma participação minoritária que permitirá à Astor Martin continuar usando a tecnologia de motores da Ford.
Japão revisa crescimento para cima
O Japão revisou para cima seu índice de crescimento econômico para o último trimestre de 2006, confirmando que a segunda maior economia do mundo expandiu-se num ritmo surpreendentemente forte no trimestre passado.
A taxa de crescimento revisada ficou em 1,3%, o que projeta uma taxa anualizada de 5,5%, acima da estimativa inicial, anunciada no mês passado, de 1,2% de crescimento no trimestre e 4,8% de taxa anual.
Houve um aumento de 3,1% nos investimentos das empresas em fábricas e equipamentos, bem acima dos 2,2% da estimativa anterior. O investimento do setor público cresceu 3,7%, quando se esperava no mês passado 2,7%.
Diante desses números, a Bolsa de Valores de Tóquio abriu em alta de 135 pontos.
Nos anos 80, a economia japonesa era considerada o modelo do futuro. Mas a especulação financeira e imobiliária que elevou a Bolsa de Tóquio a 38 mil pontos no final de 1989 criou uma bolha que estourou em 1991, trazendo uma década e meia de deflação e estagnação econômica, estagdeflação uma doença japonesa.
Só agora, com o impulso do extraordinário crescimento da vizinha e rival histórica China, o Japão consolida sua recuperação econômica. Não foi à toa que Tóquio foi um dos mercados que mais caiu com a forte baixa nos mercados financeiros provocada pela queda de 8,84% em Xangai, na China, em 27 de fevereiro.
A taxa de crescimento revisada ficou em 1,3%, o que projeta uma taxa anualizada de 5,5%, acima da estimativa inicial, anunciada no mês passado, de 1,2% de crescimento no trimestre e 4,8% de taxa anual.
Houve um aumento de 3,1% nos investimentos das empresas em fábricas e equipamentos, bem acima dos 2,2% da estimativa anterior. O investimento do setor público cresceu 3,7%, quando se esperava no mês passado 2,7%.
Diante desses números, a Bolsa de Valores de Tóquio abriu em alta de 135 pontos.
Nos anos 80, a economia japonesa era considerada o modelo do futuro. Mas a especulação financeira e imobiliária que elevou a Bolsa de Tóquio a 38 mil pontos no final de 1989 criou uma bolha que estourou em 1991, trazendo uma década e meia de deflação e estagnação econômica, estagdeflação uma doença japonesa.
Só agora, com o impulso do extraordinário crescimento da vizinha e rival histórica China, o Japão consolida sua recuperação econômica. Não foi à toa que Tóquio foi um dos mercados que mais caiu com a forte baixa nos mercados financeiros provocada pela queda de 8,84% em Xangai, na China, em 27 de fevereiro.
Bush manda mais 4,4 mil soldados para o Iraque
O presidente George Walker Bush ordenou no sábado o envio de mais 4,4 mil soldados americanos para o Iraque, além dos 21,5 mil já anunciados, como o comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, general David Petraeus, pedira em sua primeira entrevista em Bagdá, na semana passada.
domingo, 11 de março de 2007
Irã considera reunião de Bagdá um "bom passo"
O regime fundamentalista do do Irã considerou um "bom passo" a conferência para estabilizar o Iraque realizada neste sábado em Bagdá, onde manteve contato direto com os Estados Unidos.
Todos os países vizinhos do Iraque e as potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) concordaram na necessidade de contter a violência no país. O primeiro-ministro Nuri al-Maliki apelou ao Irã para que confirme suas declarações contra a violência com atos, advertindo que uma guerra civil no Iraque pode se espalhar por todo o Oriente Médio.
Hoje, terroristas suicidades mataram pelo menos 58 iraquianos, sendo 31 peregrinos.
"Espero que outros países presentes à conferência em Bagdá mudem seu comportamento político em relação ao Iraque", declarou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Mohammad Ali Husseini, descrevendo as negociações como "construtivas".
A imprensa da Síria, controlada pelo governo, defendeu uma "solução política" negociada para acabar com a violência política no Iraque.
Em abril, haverá uma conferência interministerial em Istambul, na Turquia, ampliada pela participação da Alemanha, da Itália e do Japão, ao lado dos cinco grandes do Conselho de Segurança da ONU e dos países vizinhos do Iraque. O objetivo é a paz no Iraque, em guerra desde a invasão americana de 20 de março de 2003.
A esperança é que, se os EUA e o Irã conseguirem se entender sobre o futuro do Iraque, sejam capazes de desarmar a crise provocada pelo programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas.
Todos os países vizinhos do Iraque e as potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) concordaram na necessidade de contter a violência no país. O primeiro-ministro Nuri al-Maliki apelou ao Irã para que confirme suas declarações contra a violência com atos, advertindo que uma guerra civil no Iraque pode se espalhar por todo o Oriente Médio.
Hoje, terroristas suicidades mataram pelo menos 58 iraquianos, sendo 31 peregrinos.
"Espero que outros países presentes à conferência em Bagdá mudem seu comportamento político em relação ao Iraque", declarou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Mohammad Ali Husseini, descrevendo as negociações como "construtivas".
A imprensa da Síria, controlada pelo governo, defendeu uma "solução política" negociada para acabar com a violência política no Iraque.
Em abril, haverá uma conferência interministerial em Istambul, na Turquia, ampliada pela participação da Alemanha, da Itália e do Japão, ao lado dos cinco grandes do Conselho de Segurança da ONU e dos países vizinhos do Iraque. O objetivo é a paz no Iraque, em guerra desde a invasão americana de 20 de março de 2003.
A esperança é que, se os EUA e o Irã conseguirem se entender sobre o futuro do Iraque, sejam capazes de desarmar a crise provocada pelo programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas.
Chirac não será candidato à Presidência da França
Como era esperado, o presidente Jacques Chirac anunciou hoje em pronunciamento pela televisão que não vai concorrer a um terceiro mandato como presidente da França.
Chirac começou na política na Reunião para a República (RPR), partido do presidente Charles de Gaulle. Foi ministro da Agricultura, prefeito de Paris durante 18 anos e duas vezes primeiro-ministro, antes de se tornar presidente em 1995, no fim da era François Mitterrand (1995-2002).
Acusado de incompetência e corrupção, Chirac estava prestes a perder a eleição presidencial de 2002 para o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin. Mas Jospin implantara reformas impopulares para que a França se enquadrasse nas normas da união monetária européia. Parte da esquerda votou em candidatos radicais. Só os trotskistas tiveram 11% dos votos.
Resultado: em 21 de abril de 2002, o líder neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, bateu Jospin e conquistou uma vaga no segundo turno. A esquerda tapou o nariz e votou em Chirac, reeleito com uma votação estrondosa mas claramente como o mal menor.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, deu ao presidente francês uma oportunidade de voltar ao cenário internacional reivindicando uma autoridade moral superior à da superpotência. Ao liderar a oposição à guerra no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a França apresentou-se como defensora do Direito Internacional.
O candidato da direita francesa será mesmo o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, da União por um Movimento Popular, herdeira do RPR.
No momento, as pesquisas dão a vitória a Sarkozy num possível segundo turno contra a candidata socialista, Ségolène Royal, por 55% a 45%. Mas o avanço do centrista François Bayrou, da União pela Democracia Francesa (UDF), do ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing, já ameaça aquela que pode ser a primeira mulher a presidir a França.
A esquerda já teme uma repetição da tragédia de 2002, quando ficou sem candidato no segundo turno e teve de adiar em cinco anos a aposentadoria de Chirac.
Chirac começou na política na Reunião para a República (RPR), partido do presidente Charles de Gaulle. Foi ministro da Agricultura, prefeito de Paris durante 18 anos e duas vezes primeiro-ministro, antes de se tornar presidente em 1995, no fim da era François Mitterrand (1995-2002).
Acusado de incompetência e corrupção, Chirac estava prestes a perder a eleição presidencial de 2002 para o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin. Mas Jospin implantara reformas impopulares para que a França se enquadrasse nas normas da união monetária européia. Parte da esquerda votou em candidatos radicais. Só os trotskistas tiveram 11% dos votos.
Resultado: em 21 de abril de 2002, o líder neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, bateu Jospin e conquistou uma vaga no segundo turno. A esquerda tapou o nariz e votou em Chirac, reeleito com uma votação estrondosa mas claramente como o mal menor.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, deu ao presidente francês uma oportunidade de voltar ao cenário internacional reivindicando uma autoridade moral superior à da superpotência. Ao liderar a oposição à guerra no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a França apresentou-se como defensora do Direito Internacional.
O candidato da direita francesa será mesmo o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, da União por um Movimento Popular, herdeira do RPR.
No momento, as pesquisas dão a vitória a Sarkozy num possível segundo turno contra a candidata socialista, Ségolène Royal, por 55% a 45%. Mas o avanço do centrista François Bayrou, da União pela Democracia Francesa (UDF), do ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing, já ameaça aquela que pode ser a primeira mulher a presidir a França.
A esquerda já teme uma repetição da tragédia de 2002, quando ficou sem candidato no segundo turno e teve de adiar em cinco anos a aposentadoria de Chirac.
sábado, 10 de março de 2007
EUA conversam com Irã em conferência em Bagdá
Os Estados Unidos dialogaram com representantes do governo do Irã hoje pela primeira vez em muitos anos, numa conferência internacional em Bagdá reunindo as grandes potências mundiais e os países vizinhos do Iraque, com o objetivo de pacificar o país invadido há quatro anos pelos americanos.
Na prática, americanos e iranianos se acusaram mutuamente pela violência no Iraque. Para o Irã, o problema é a ocupação americana. Já os EUA acusam o regime fundamentalista iraniano de financiar e armar milícias xiitas no Iraque.
Ao abrir a conferência, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, fez um apelo para que o Iraque não se transforme num campo de batalha para outros conflitos, numa referência indireta aos EUA e ao Irã.
A reunião vai preparar uma conferência ministerial sobre a pacificação do Iraque para abril, com seus países vizinhos e as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Na prática, americanos e iranianos se acusaram mutuamente pela violência no Iraque. Para o Irã, o problema é a ocupação americana. Já os EUA acusam o regime fundamentalista iraniano de financiar e armar milícias xiitas no Iraque.
Ao abrir a conferência, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, fez um apelo para que o Iraque não se transforme num campo de batalha para outros conflitos, numa referência indireta aos EUA e ao Irã.
A reunião vai preparar uma conferência ministerial sobre a pacificação do Iraque para abril, com seus países vizinhos e as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Argentina condena à prisão torcedores brigões
Numa sentença histórica, um tribunal de apelação da Argentina confirmou ontem uma sentença de prisão contra seis membros da torcida organizada La 12, do Boca Juniors, inclusive seu líder, Rafael Di Zeo. Eles foram denunciados por coação agravada pelo uso de armas. Devem cumprir penas de reclusão de três anos e meio a quatro anos e meio.
A terceira turma da Câmara Nacional de Cassação Penal rejeitou os recursos extraordinários, confirmando as condenações em primeira instância, de 26 de setembro de2005, por causa de uma briga contra a torcida do Chacarita Juniors, em 3 de março de 1999, na Bombonera, o histórico estádio do bairro da Boca, em Buenos Aires, durante uma partida amistosa.
A terceira turma da Câmara Nacional de Cassação Penal rejeitou os recursos extraordinários, confirmando as condenações em primeira instância, de 26 de setembro de2005, por causa de uma briga contra a torcida do Chacarita Juniors, em 3 de março de 1999, na Bombonera, o histórico estádio do bairro da Boca, em Buenos Aires, durante uma partida amistosa.
Europa quer reduzir emissões em 20% até 2020
Os líderes da União Européia decidiram ontem combater o aquecimento global cortando as emissões dos gases que provocam o efeito estufa em 20% e retirar pelo menos 20% de sua energia de fontes alternativas até 2020. É uma vitória pessoal de Angela Merkel, chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, que ocupa a presidência rotativa da UE até a metade do ano.
"Podemos evitar o que seria uma catástrofe para a humanidade", festejou a chanceler alemã.
A UE fará uma nova proposta quando vencer o Protocolo de Quioto, em que 46 países se comprometeram a reduzir em 5% entre 2008 e 2012 as emissões dos gases que provocam o efeito estufa. Quer que os países ricos cortem suas emissões em 30%. Mas os Estados Unidos nunca aderiram ao protocolo e exigem que os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia, tenham de se submeter às mesmas restrições impostas aos países ricos.
Pela lógica do Protocolo de Quioto, o ônus do corte de emissões cabe aos países ricos, que poluíram a atmosfera em seu desenvolvimento industrial.
Merkel sugeriu a seus colegas europeus que incentivem a substituição das lâmpadas de filamento pelas lâmpadas mais econômicas. A Europa vai seguir o exemplo da Austrália, que decidiu aposentar as lâmpadas criadas em 1879 por Thomas Alva Edison.
"Podemos evitar o que seria uma catástrofe para a humanidade", festejou a chanceler alemã.
A UE fará uma nova proposta quando vencer o Protocolo de Quioto, em que 46 países se comprometeram a reduzir em 5% entre 2008 e 2012 as emissões dos gases que provocam o efeito estufa. Quer que os países ricos cortem suas emissões em 30%. Mas os Estados Unidos nunca aderiram ao protocolo e exigem que os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia, tenham de se submeter às mesmas restrições impostas aos países ricos.
Pela lógica do Protocolo de Quioto, o ônus do corte de emissões cabe aos países ricos, que poluíram a atmosfera em seu desenvolvimento industrial.
Merkel sugeriu a seus colegas europeus que incentivem a substituição das lâmpadas de filamento pelas lâmpadas mais econômicas. A Europa vai seguir o exemplo da Austrália, que decidiu aposentar as lâmpadas criadas em 1879 por Thomas Alva Edison.
Iraque prende líder fundamentalista
O líder do grupo armado Estado Islâmico do Iraque, Abu Omar al-Baghdadi, foi preso sábado no Oeste de Bagdá, informou o Ministério do Interior iraquiano.
Na semana passada, esse grupo ligado a Al Caeda colocou um vídeo na Internet mostrando a execução de supostos funcionários do Ministério do Interior que teria seqüestrado. Alegou estar vingando o estupro de mulheres sunitas por policiais xiitas.
Al-Baghdadi foi preso horas depois do início de uma operação do Exército do Iraque no distrito de Abu Ghraib, onde fica a mal-afamada prisão onde Saddam trancafiava os inimigos do regime e os americanos torturam presos de guerra, num escândalo que estourou em 2004 e abalou profundamente a autoridade moral dos Estados Unidos no mundo inteiro.
Na semana passada, esse grupo ligado a Al Caeda colocou um vídeo na Internet mostrando a execução de supostos funcionários do Ministério do Interior que teria seqüestrado. Alegou estar vingando o estupro de mulheres sunitas por policiais xiitas.
Al-Baghdadi foi preso horas depois do início de uma operação do Exército do Iraque no distrito de Abu Ghraib, onde fica a mal-afamada prisão onde Saddam trancafiava os inimigos do regime e os americanos torturam presos de guerra, num escândalo que estourou em 2004 e abalou profundamente a autoridade moral dos Estados Unidos no mundo inteiro.
sexta-feira, 9 de março de 2007
EUA criaram 97 mil empregos em fevereiro
A maior economia do mundo criou 97 mil empregos a mais que destruiu em fevereiro, de acordo com a expectativa do mercado. Foi a menor quantidade desde janeiro de 2005. Os números revisados revelam que foram gerados 146 mil empregos em janeiro e 226 mil em dezembro.
O índice de desemprego caiu 4,5%. A queda na geração de empregos foi atribuída à crise no mercado de construções habitacionais, que neutralizou em parte a expansão no setor de serviços.
O índice de desemprego caiu 4,5%. A queda na geração de empregos foi atribuída à crise no mercado de construções habitacionais, que neutralizou em parte a expansão no setor de serviços.
quinta-feira, 8 de março de 2007
Radicais vencem eleições na Irlanda do Norte
Dois partidos radicais ganharam as eleições de ontem e hoje na Irlanda do Norte, dificultando a formação de um governo de união entre protestantes e católicos para que o Reino Unido transfira mais uma vez o poder para a província.
Entre os protestantes, que são maioria entre os 2 milhões de norte-irlandeses, venceu o Partido Unionista Democrático, do reverendo Ian Paisley. O problema é que ele se nega a negociar com o Sinn Féin, partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta pelo fim do domínio britânico sobre a província do Úlster.
Com 30% dos votos, o PUD conquistou 36 cadeiras na Assembléia da Irlanda do Norte, contra 28 para o SF, que teve 26% da votação, e 18 para os Unionistas do Úlster, que assinaram o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa pela comunidade protestante. O Partido Trabalhista e Social-Democrata, católico moderado, cujo ex-líder, John foi o grande articulador das negociações entre o movimento republicado e o governo de Londres que levaram ao primeiro cessar-fogo do IRA em 1994 e ao processo de paz, elegeu apenas 16 deputados. Partidos menores, quase todos moderados, ficaram com 10 cadeiras.
Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 9 de abril de 1998, não sendo possível formar um governo de união nacional, a Irlanda do Norte continua sendo governada diretamente por Londres. Um dos principais líderes do Sinn Féin, Martin McGuinness, sugeriu que, se Paisley se negar a formar governo com seu partido, os governos do Reino Unido e da Irlanda assumam a administração da Irlanda do Norte.
Entre os protestantes, que são maioria entre os 2 milhões de norte-irlandeses, venceu o Partido Unionista Democrático, do reverendo Ian Paisley. O problema é que ele se nega a negociar com o Sinn Féin, partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta pelo fim do domínio britânico sobre a província do Úlster.
Com 30% dos votos, o PUD conquistou 36 cadeiras na Assembléia da Irlanda do Norte, contra 28 para o SF, que teve 26% da votação, e 18 para os Unionistas do Úlster, que assinaram o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa pela comunidade protestante. O Partido Trabalhista e Social-Democrata, católico moderado, cujo ex-líder, John foi o grande articulador das negociações entre o movimento republicado e o governo de Londres que levaram ao primeiro cessar-fogo do IRA em 1994 e ao processo de paz, elegeu apenas 16 deputados. Partidos menores, quase todos moderados, ficaram com 10 cadeiras.
Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 9 de abril de 1998, não sendo possível formar um governo de união nacional, a Irlanda do Norte continua sendo governada diretamente por Londres. Um dos principais líderes do Sinn Féin, Martin McGuinness, sugeriu que, se Paisley se negar a formar governo com seu partido, os governos do Reino Unido e da Irlanda assumam a administração da Irlanda do Norte.
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EUA abrirão diálogo com Irã e Síria
Os Estados Unidos devem aproveitar uma conferência a ser realizada neste sábado em Bagdá, com a participação dos países vizinhos do Iraque e dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para abrir diálogo com o irã e a Síria, seus maiores inimigos estatais no Oriente Médio, confirmou hoje o Departamento de Estado. Mas esperam que a iniciativa parta desses países.
"Se formos abordados, na hora do suco de laranja, pelos sírios ou iranianos para discutir questões relacionadas ao Iraque, a um Iraque estável, segura, pacífico e democrático, não vamos fugir", declarou o coordenador do Departamento de Estado para o iraque, David Satterfield.
"Se formos abordados, na hora do suco de laranja, pelos sírios ou iranianos para discutir questões relacionadas ao Iraque, a um Iraque estável, segura, pacífico e democrático, não vamos fugir", declarou o coordenador do Departamento de Estado para o iraque, David Satterfield.
Banco da Inglaterra mantém juros em 5,25%
O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra decidiu hoje manter a taxa básica de juros do Reino Unido inalterada, em 5,25% ao ano, justificando que precisa de mais tempo para avaliar os efeitos das últimas altas.
BCE eleva juros da zona do euro para 3,75% ao ano
O Banco Central da Europa aumentou hoje a taxa básica de juros dos 13 países que adotam o euro como moeda comum -Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal - em 0,25 ponto percentual para 3,75%, por causa do crescimento robusto na região, o maior em seis anos, e os riscos de inflação.
A expectativa do mercado é que a taxa de juros da Eurolândia chegue a 4% ao ano até junho.
A expectativa do mercado é que a taxa de juros da Eurolândia chegue a 4% ao ano até junho.
Turquia manda bloquear acesso ao YouTube
A Justiça da Turquia ordenou o bloqueio do acesso ao site de Internet YouTube por considerar insultante um vídeo em que o fundador da república turca, Mustafá Kemal Ataturk, o grande herói nacional, e seus companheiros eram homossexuais. Sem entrar no mérito da questão, a Telecom Turquia, maior empresa de telecomunicações do país, prometeu acatar a decisão judicial.
O artigo 301 do Código Penal da Turquia caracteriza como crime insultar ou ofender publicamente a identidade nacional, a República e os órgãos e instituições do Estado.
O artigo 301 do Código Penal da Turquia caracteriza como crime insultar ou ofender publicamente a identidade nacional, a República e os órgãos e instituições do Estado.
Comandante não vê solução militar no Iraque
O novo comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, general David Petraus, advertiu hoje em Bagdá que a força armada não será suficiente para pacificar o Iraque e que mais "ataques sensacionais" sejam realizados durante a atual operação para conter a violência na capital iraquiana. Ele defendeu negociações com os grupos rebeldes interessados em participar do processo político.
"Não há soluções militares para um problema como o do Iraque, da insurgência no Iraque", declarou Petraeus em sua primeira entrevista coletiva desde que assumiu o cargo. "A ação militar é necessária para melhorar a segurança... mas não é suficiente". Será preciso negociar com "alguns daqueles que acreditam que não há lugar para eles no novo Iraque".
Para o general americano, cabe ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki distinguir os grupos que podem abandonar a luta arma e se juntar ao processo político.
"Não há soluções militares para um problema como o do Iraque, da insurgência no Iraque", declarou Petraeus em sua primeira entrevista coletiva desde que assumiu o cargo. "A ação militar é necessária para melhorar a segurança... mas não é suficiente". Será preciso negociar com "alguns daqueles que acreditam que não há lugar para eles no novo Iraque".
Para o general americano, cabe ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki distinguir os grupos que podem abandonar a luta arma e se juntar ao processo político.
quarta-feira, 7 de março de 2007
Giuliani lidera corrida republicana à Casa Branca
O ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, que posou como presidente em 11 de setembro de 2001, enquanto o presidente George W. Bush se escondia, lidera com folga a disputa pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2007, indica uma nova pesquisa divulgada hoje pelo jornal The Wall Street Journal e a rede de televisão NBC.
Giuliani ficou famoso como promotor de Justiça por combater a máfia ítalo-americana de Nova Iorque. Com a popularidade que conquistou, elegeu-se prefeito da cidade prometendo lutar contra o crime. Sua política de tolerância zero deu resultado. Nova Iorque deixou de ser uma cidade violenta.
Ele tem 55% das preferências contra 34% para o senador John McCain, um veterano de guerra que ficou preso anos no Vietnã.
Entre os democratas, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton está à frente do senador negro Barack Obama por 47% a 39%. Sua vantagem diminui com o avanço de Obama entre os afro-americanos. Ela pode ser a primeira mulher a chegar à Casa Branca. Obama seria o primeiro presidente negro dos EUA.
A pesquisa também revela um grande interesse do eleitorado pela eleição presidencial de 2008.
Giuliani ficou famoso como promotor de Justiça por combater a máfia ítalo-americana de Nova Iorque. Com a popularidade que conquistou, elegeu-se prefeito da cidade prometendo lutar contra o crime. Sua política de tolerância zero deu resultado. Nova Iorque deixou de ser uma cidade violenta.
Ele tem 55% das preferências contra 34% para o senador John McCain, um veterano de guerra que ficou preso anos no Vietnã.
Entre os democratas, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton está à frente do senador negro Barack Obama por 47% a 39%. Sua vantagem diminui com o avanço de Obama entre os afro-americanos. Ela pode ser a primeira mulher a chegar à Casa Branca. Obama seria o primeiro presidente negro dos EUA.
A pesquisa também revela um grande interesse do eleitorado pela eleição presidencial de 2008.
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