Enquanto a Europa promete reduzir em 20% a emissão dos gases que provocam o aquecimento da Terra, a política ambiental do presidente George Walker Bush, que até há pouco negava a influência humana sobre o chamado efeito estufa, provocará um aumento de 11% de 2002 a 2012, afirma um documento a ser encaminhado às Nações Unidas revelado hoje pelo jornal The New York Times.
O Relatório de Ação sobre o Clima afirma que os Estados Unidos estão a caminho de atingir o objetivo proposto por Bush num discurso em 2002: o aumento das emissões será inferior ao crescimento da economia americana. Mas para especialistas em clima e política ambiental, o aumento projetado para as emissões é inaceitável, diante das ameaçadas associadas ao aquecimento da Terra, como tempestades mais violentas, secas e inundações, quebra de safras, falta d'água e elevação do nível dos mares.
"Como governador do Texas e candidato à Casa Branca, o presidente apoiou limites obrigatórios para emissões de dióxido de carbono", o maior vilão do efeito estufa, lembra David Conover, ex-diretor do Programa de Tecnologia de Mudança do Clima até fevereiro de 2006, é hoje conselheiro da Comissão Nacional de Política de Energia, um grupo de pesquisas bipartidário.
"Quando ele anunciou a meta de seu programa voluntário de redução dos gases que provocam o efeito estufa, em 2002, disse que seria reavaliada à luz do desenvolvimento da ciência. Agora", acrescenta Conover, "a ciência pede claramente medidas obrigatórias que estabeleçam um preço pela emissão dos gases que provocam o efeito estufa".
O documento é revelado no momento em que aumenta a pressão da opinião pública por uma ação efetiva contra o aquecimento da Terra. O ex-vice-presidente Al Gore, derrotado por Bush em 2000, acaba de ganhar um Oscar pelo filme documentário Uma Verdade Inconveniente, que discute a questão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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