Uma operação de busca e apreensão em escritórios do serviço secreto do Iraque em Bássora, cidade de maioria xiita, revelou o emprego de tortura contra sunitas. Isso estimula o sectarismo, aumentando o risco de guerra civil. Mas, em vez de discutir a tortura, observa o jornal The Wall Street Journal, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki preferiu criticar a operação, realizada por forças britânicas, o que suscita dúvidas sobre a capacidade do chefe de governo de pacificar o país.
Foi uma operação de assalto de soldados britânicos e forças especiais iraquianas contra o quartel-general do serviço secreto do Iraque em Bássora, a principal cidade do Sul do país, majoritariamente xiita. Lá, eles encontraram 30 presos, inclusive uma mulher e duas crianças, alguns com marcas de tortura.
Em comunicado oficial, as forças britânicas alegaram estar procurando o "conhecido líder de um esquadrão da morte", informou a TV pública BBC. Para o jornal The New York Times, é mais uma operação como as realizdas em delegacias de polícia da capital e no Ministério do Interior.
Um porta-voz do Ministério do Interior declarou ao jornal USA Today que mais de 10 mil funcionários foram demitidos ou realocados por tortura, corrupção ou ligação com milícias. Quase todas as alegações são de agressões de policiais xiitas contra sunitas.
Maliki promete acabar com suas práticas mas sua polícia é considerada muito ligada às milícias xiitas.
A operação acontece no momento em que as forças dos Estados Unidos e do Iraque começam a entrar na Cidade de Sader, o bairro xiita de Bagdá dominado pelo Exército Mehdi, a milícia leal ao aiatolá rebelde Muktada al-Sader, que teria fugido para o Irã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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