Com o aumento de 2 a 4,5 graus centígrados na temperatura da Terra em relação a 1990, haverá falta d'água e inundações violentas, salinização dos solos e queda na produção agrícola, a multiplicação dos incêndios e a extinção de inúmeras espécies, com queda na biodersidade, advertem os cientistas do Painel Internacional sobre Mudança do Clima.
De 1 a 3,2 bilhões de pessoas podem ficar sem água. Centenas de milhões serão ameaçados pela elevação do nível dos mares. Com um aumento de temperatura de 4ºC, um quinto da humanidade estará sujeito a inundações violentas. A fome poderá atingir mais 120 milhões porque as colheitas poderão aumentar num primeiro momento. Mas devem declinar a partir de um aumento de 3ºC na temperatura média do planeta.
Em 2 de fevereiro, os cientistas apresentaram um diagnóstico concluindo que o aquecimento global é resultado da atividade humana, do aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera desde a Revolução Industrial, que começou na Inglaterra por volta de 1750 e que hoje chegou praticamente ao mundo inteiro.
Agora os especialistas preparam o segundo capítulo do relatório: as conseqüências para o futuro e como se adaptar. Ele será discutido por uma conferência reunindo 190 países de 2 a 5 de abril em Bruxelas, na Bélgica. O jornal francês Le Monde antecipa hoje alguns pontos centrais do documento.
Se as geleiras das montanhas do Himalaia derreteram, a Ásia será submetida a inundações arrasadoras e queda na produção agrícola.
No Sul da Europa, a disponibilidade de água pode cair até 35%, com forte abalo na agricultura e enorme risco de incêndios. Já o Norte do continente o risco de enchentes aumentará entre 10% e 20%.
Na América Latina, a floresta tropical pode virar savana, o que teria efeitos catastróficos. Em regiões secas, a salinização dos solos prejudicará a produção de alimentos.
Mesmo que as emissões de gases que provocam o efeito estufa parassem, o aquecimento global continuará por algumas décadas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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