A menos de uma semana de completar um ano como presidente do Chile, a médica Michelle Bachelet enfrenta uma forte queda de popularidade. Hoje ela conta com o apoio de 47,6% dos chilenos, 17,8 pontos abaixo da aprovação que tinha ao tomar posse, indica pesquisa publicada no jornal chileno El Mercurio.
Para o jornal, a principal causa da queda foi o caos gerado pelo novo sistema de transporte público iniciado há três semanas, que colocou 5 mil ônibus em circulação.
Em outra pesquisa, do jornal La Tercera, metade dos chilenos aprovou o governo Bachelet mas 64% a consideram uma presidente sem autoridade, que não inspira confiança para resolver uma crise séria: 87% acreditam que a coligação de governo não colabora com ela.
A queda de popularidade de Bachelet contrasta com a ascensão de seu antecessor, o também socialista Ricardo Lagos, no mesmo período de governo. Na opinião do senador democrata-cristão Jorge Pizarro, há falta de liderança e incapacidade da grande coalizão de governo, a Concertação, a mesma que derrotou pela primeira vez o general Pinochet em 1988, de chegar a um acordo para fazer um programa comum,
Além dos atuais problemas com os transportes públicos, Michelle Bachelet enfrentou no primeiro trimestre de governo grandes manifestações de protesto de estudantes secundários que exigiram e conseguiram maiores recursos públicos para a educação. Também houve greves de funcionários da saúde, promotores de Justiça e professores, todos lutando por melhores salários.
A situação piorou em outubro e novembro, quando estourou o escândalo da Chiledeportes, entidade estatal que financia atividades esportivas. Depois, houve denúncias de que o dinheiro público foi usado para criar empregos de emergência em apoio a campanhas eleitorais de deputados governistas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário