Finalmente pegaram a Chiquita Brands, herdeira da mal afamada transnacional United Fruit, acusada pelo golpe militar de 1954 na Guatemala, o primeiro da Guerra Fria na América Latina.
Agora, a empresa é acusada de pagar US$ 1,7 aos paramilitares de direita das Autodefesas Unidas da Colômbia e também aos dois principais grupos guerrilheiros de esquerda em atividade naquele país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), quando suas plantações da banana estiveram sob controle dos rebeldes.
A Chiquita Brands concordou em pagar multa de US$ 25 milhões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Caro
A empresa bananeira pagava aos grupos direita das AUC para matar camponeses e se proteger da guerrilha de esquerda que tinha seus dirigentes como objetivos militares pelos inúmeros crimes que cometeram, inclusive os massacres tantas vezes descritos na história da Colômbia. A condenação versa sobre este apoio que acabou vitimando milhares de pessoas em especial aos camponeses pobres.
Não existe registro de pagamentos feito às FARC-EP e provavelmente também não exista à ELN. Tal informação, se lhe foi passada por orgãos do governo, é mentirosa. É bom refazer as analises após o escandalo da chamada "parapolitica" e principalmente após o reconhecer que o atual governo de Alvaro Uribe Velez é vinculado aos paramilitares e aos traficantes de droga.
Pelo que me consta no processo, a Chiquita pagou tanto a grupos armados de direita quanto de esquerda. É também inegável a ligação das FARC com o tráfico de drogas e do governo Uribe com os paramilitares de direita. A guerrilha sobrevive na Colômbia graças ao 'pedágio'que cobra nas 'zonas liberadas'.
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