O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, deve abandonar o cargo em 22 de junho, acredita a rede de rádio, TV e Internet pública britânica BBC.
Na próxima semana, a direção do Partido Trabalhista aprovará o calendário para a sucessão na liderança do partido que deve durar sete semanas do anúncio de Blair à eleição de um novo líder. É quase certo que será o ministro das Finanças, Gordon Brown.
Depois da saída de Blair, haverá uma semana para a apresentação de candidaturas a líder e vice-líder, seguida de seis semanas de campanha. A votação será realizada ao longo das últimas três semanas, provavelmente com uma candidatura única. Talvez a esquerda trabalhista lance um candidato próprio, mas pode não conseguir as assinaturas de pelo menos 44 deputados.
Como os trabalhistas têm maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, seu líder será automaticamente eleito novo primeiro-ministro.
A expectativa é que Blair renuncie em 4 de maio, um dia depois das eleições municipais e na Escócia e no País de Gales, e 10 anos depois de sua primeira vitória, nas eleições de 1º de maio de 1997, que pôs fim a 18 anos de domínio conservador.
Em 22 de junho, uma convenção extraordinária do partido escolherá o novo líder trabalhista e primeiro-ministro do governo de Sua Majestade. É quase impossível que não seja Brown, o Chanceler de Ferro (no Reino, o ministro das Finanças tem oficialmente o título de Chanceler do Erário), responsável pelo mais longo período de crescimento contínuo da História da Inglaterra, que começou em 1992, ainda sob o governo conservador de John Major.
Um dos mais bem-sucedidos primeiros-ministros britânicos recentes, Tony Blair entra para a História chamuscado pelo apoio incondicional aos Estados Unidos na Guerra do Iraque.
Com sua aguçada sensibilidade política, Blair viu nos atentados de 11 de setembro de 2001 a oportunidade para reafirmar a "relação especial" com os EUA, que era especial para britânicos mas não para os muito mais poderosos americanos.
Na verdade, o alinhamento automático com os EUA é uma política de Estado que vem desde que o então primeiro-ministro Winston Churchill entregou o comando aliado na Segunda Guerra Mundial aos americanos, em 1942. Outros países, como Portugal, Espanha e Itália, apoiaram a invasão do Iraque contra a vontade popular porque tinham governos de direita.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário