A campanha dentro do Partido Democrata pela candidatura à Presidência dos Estados Unidos em 2008 está pegando fogo muito antes do início das eleições primárias, em 14 de janeiro do próximo ano, correndo o risco de queimar os atuais favoritos. Os senadores Barack Obama e Hillary Clinton trocam acusações pesadas e a Internet é uma arma eleitoral cada vez mais importante.
Em 1984, a fábrica de computadores Apple lançou o Mcintosh com um anúncio que apresenta seres humanos robotizados ouvindo e sendo manipulados pelo Grande Irmão, o arquiditador do livro 1984, de George Orwell. Ele fala numa grande tela, quando uma atleta olímpica vem correndo e arremessa um martelo contra o telão, explodindo o Grande Irmão, no caso a IBM, que dominava até então o mercado de microcomputadores.
Era o Mac chegando com seu sistema de janelas, depois imitado pela Microsoft, para revolucionar o mercado e tornar o computador pessoal um acessório essencial da vida moderna. No final do anúncio de US$ 1 milhão, dirigido por Ridley Scott, diretor de Blade Runner - o Caçador de Andróides: "1984 não será como 1984".
Agora, tanto a campanha de Hillary quanto a de Obama resolveram replicar o anúncio colocando a imagem do adversário como o onipresente ditador de Orwell despejando seu discurso doutrinário para uma população cinzenta e amorfa. No texto dos dois inimigos: "2008 não será como 1984".
Confira aqui. Com vocês, a Grande Irmã Hillary, na rede há duas semanas, e o Grande Irmão Obama, colocado na rede há quatro dias.
Neste ritmo, o ex-vice-presidente Al Gore, que corre por fora porque não é candidato declarado, pode atropelar na reta final e levar a candidatura democrata à sucessão do presidente George W. Bush. Tal é a impopularidade de Bush com o fracasso da guerra no Iraque que os democratas estão certos da vitória. Com esse nível de baixaria quem ganha é o Partido Republicano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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