Em 2 de julho de 1997, a Tailândia desvalorizou o baht. Este movimento colocou em cheque as outras moedas dos chamados 'tigres' asiáticos (Indonésia, Malásia, Coréia do Sul e Hong Kong). Por um processo de contágio, economias que tinham os mesmos problemas sofreram fortes desvalorizações nas moedas e nos ativos.
A crise asiática de 1997-98 abalou o mundo inteiro, com reflexos nos países emergentes da Europa Oriental e da América Latina, provocando a desvalorização do rublo russo e do real, no Brasil.
Agora, na opinião do jornal inglês Financial Times, a melhor explicação para a queda nas bolsas de valores do mundo inteiro é a correlação. Com a globalização da economia, o mundo é cada vez mais interligado e interdependente.
Quando as suspeitas de problemas sobre a economia da China somaram-se à declaração do ex-presidente do Federal Reserve Board (banco central dos EUA) Alan Greespan de que os Estados Unidos podem entrar em recessão até o final do ano, sinais de alerta nas duas economias mais importantes do mundo provocaram temores de desaceleração mundial.
Na chamada economia real, o problema da China é superaquecimento. Mas a Bolsa de Xangai, que tem uma capitalização pequena e não reflete o conjunto da economia chinesa, subiu 130% desde janeiro do ano passado. Então, uma correção era mais do esperado.
Por outro lado, como observa no FT David Bowers, diretor-executivo da Absolute Strategy Research, de Londres, "a China pode crescer 10% ao ano. Mas o consumo de seus produtos é cíclico e depende dos americanos". O que se vê nos últimos dias é a reação de um mercado nervoso, com aversão ao risco.
No momento, a Bolsa de Nova Iorque se recupera, operando em queda de apenas 16 pontos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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