Em revolta contra a aprovação a portas fechadas da reeleição presidencial no Senado, manifestantes invadiram hoje o Congresso do Paraguai, em Assunção, e incendiaram escritórios. Pelo menos 50 pessoas saíram feridas.
Os beneficiários da medida são o presidente Horacio Cartes, o homem mais rico do país, e o ex-presidente Fernando Lugo, deposto em 2012 num processo de impeachment sem o menor direito de defesa, inimigos políticos irmanados na causa da reeleição.
Em nota, o presidente responsabilizou os senadores da oposição e os meios de comunicação críticos do governo pela violência. Até a Ponte Internacional da Amizade, em Cidade do Leste, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Brasil, foi fechada pelos manifestantes e depois pela polícia do lado brasileiro.
A Constituição do Paraguai, de 1992, proíbe a reeleição do presidente para evitar ditaduras como a do general Alfredo Stroessner, que assumiu o poder em 1954 e ficou até ser derrubado por um golpe militar em 1989. A emenda agora segue para a Câmara dos Deputados.
NOTA: dias depois, a Câmara abandonou a emenda constitucional da reeleição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 31 de março de 2017
Procuradora-geral rompe com chavismo e denuncia golpe na Venezuela
A decisão do Tribunal Supremo de Justiça de cassar os poderes da Assembleia Nacional da Venezuela foi uma "violação da ordem constitucional", protestou hoje a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz. Ela rompe com o governo Nicolás Maduro depois de uma longa história de lealdade ao chavismo, noticiou o jornal venezuelano El Nacional.
Ao fazer hoje um balanço anual do desempenho do Ministério Público, Luisa Ortega listou as várias maneiras pelas quais o Supremo usurpou os poderes da Assembleia Nacional, dominada pela oposição desde o início de 2016. É a primeira dissidência aberta no alto escalão do regime desde que Maduro substituiu Hugo Chávez depois da morte do caudilho, em 2013.
Ortega afirmou ser sua "missão histórica incontornável" denunciar a "ruptura da ordem constitucional": "Pedimos uma reflexão para que o caminho democrático seja retomado", declarou a procuradora-geral responsável pelos processos políticos contra os líderes oposicionistas Antonio Ledezma e Leopoldo López.
O Supremo tomou essa decisão há dois dias. Alegou que a Assembleia Nacional havia desacatado a Justiça ao dar posse a três deputados que tiveram as eleições impugnadas por suposta compra de votos, numa manobra do regime chavista para negar à oposição a maioria de dois terços no Parlamento que permitiria mudar a Constituição.
Como se não tivesse nada a ver com o golpe, Maduro prometeu assumir "através do diálogo e da Constituição a tarefa de resolver o impasse surgido entre o Ministério Público e o Tribunal Supremo de Justiça, e convoco o Conselho de Segurança da Nação para esta noite mesmo para deliberar e tomar uma resolução que fortaleça a Constituição e dê paz e tranquilidade à Venezuela."
A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos, a União Europeia e vários governos repudiaram o golpe de Maduro. A aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática acusou o Serviço de Inteligência Bolivarista (Sebin) de impedir a realização de uma entrevista coletiva para denunciar o golpe.
Neste sábado, o Mercosul faz uma reunião de emergência a pedido da Argentina e deve acionar a cláusula democrática, que já está afastada do bloco por não ter adotado as normas a que se comprometeu ao ingressar na organização regional.
Durante o dia de hoje, estudantes protestaram nas ruas de Caracas e enfrentaram a dura repressão da Guarda Nacional Bolivarista. Pelo menos dois estudantes foram presos e dois jornalistas foram agredidos pela polícia chavista.
A Frente Institucional Militar, formada por cerca de 200 oficiais da reserva, fez um apelo às Forças Armadas Nacionais Bolivaristas (FANB) para que derrubem o governo golpista e restabeleçam a democracia e a liberdade na Venezuela.
"As atuações triangulares dos poderes Executivo, Legislativo e Eleitoral, com o propósito avesso de anular as ações legais dos representantes do povo que conformam a soberana Assembleia Nacional, evidenciaram que o regime de Nicolás Maduro decidiu definitivamente tomar o rumo da ditadura", avaliam os militares da reserva.
Eles cobram medidas contra o golpe: "Todo país democrático e sua Força Armada Nacional, em especial, estão obrigados a tomar as medidas que estimem necessárias e convenientes para restabelecer a ordem constitucional conspurcada por sentenças aberrantes e inconstitucionais de um Tribunal Supremo de Justiça espúrio."
Ao fazer hoje um balanço anual do desempenho do Ministério Público, Luisa Ortega listou as várias maneiras pelas quais o Supremo usurpou os poderes da Assembleia Nacional, dominada pela oposição desde o início de 2016. É a primeira dissidência aberta no alto escalão do regime desde que Maduro substituiu Hugo Chávez depois da morte do caudilho, em 2013.
Ortega afirmou ser sua "missão histórica incontornável" denunciar a "ruptura da ordem constitucional": "Pedimos uma reflexão para que o caminho democrático seja retomado", declarou a procuradora-geral responsável pelos processos políticos contra os líderes oposicionistas Antonio Ledezma e Leopoldo López.
O Supremo tomou essa decisão há dois dias. Alegou que a Assembleia Nacional havia desacatado a Justiça ao dar posse a três deputados que tiveram as eleições impugnadas por suposta compra de votos, numa manobra do regime chavista para negar à oposição a maioria de dois terços no Parlamento que permitiria mudar a Constituição.
Como se não tivesse nada a ver com o golpe, Maduro prometeu assumir "através do diálogo e da Constituição a tarefa de resolver o impasse surgido entre o Ministério Público e o Tribunal Supremo de Justiça, e convoco o Conselho de Segurança da Nação para esta noite mesmo para deliberar e tomar uma resolução que fortaleça a Constituição e dê paz e tranquilidade à Venezuela."
A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos, a União Europeia e vários governos repudiaram o golpe de Maduro. A aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática acusou o Serviço de Inteligência Bolivarista (Sebin) de impedir a realização de uma entrevista coletiva para denunciar o golpe.
Neste sábado, o Mercosul faz uma reunião de emergência a pedido da Argentina e deve acionar a cláusula democrática, que já está afastada do bloco por não ter adotado as normas a que se comprometeu ao ingressar na organização regional.
Durante o dia de hoje, estudantes protestaram nas ruas de Caracas e enfrentaram a dura repressão da Guarda Nacional Bolivarista. Pelo menos dois estudantes foram presos e dois jornalistas foram agredidos pela polícia chavista.
A Frente Institucional Militar, formada por cerca de 200 oficiais da reserva, fez um apelo às Forças Armadas Nacionais Bolivaristas (FANB) para que derrubem o governo golpista e restabeleçam a democracia e a liberdade na Venezuela.
"As atuações triangulares dos poderes Executivo, Legislativo e Eleitoral, com o propósito avesso de anular as ações legais dos representantes do povo que conformam a soberana Assembleia Nacional, evidenciaram que o regime de Nicolás Maduro decidiu definitivamente tomar o rumo da ditadura", avaliam os militares da reserva.
Eles cobram medidas contra o golpe: "Todo país democrático e sua Força Armada Nacional, em especial, estão obrigados a tomar as medidas que estimem necessárias e convenientes para restabelecer a ordem constitucional conspurcada por sentenças aberrantes e inconstitucionais de um Tribunal Supremo de Justiça espúrio."
Trump baixa decretos para combater déficit comercial
Para combater o déficit comercial dos Estados Unidos, de mais meio trilhão de dólares, o presidente Donald Trump assinou hoje dois decretos anunciados ontem o secretário do Comércio, Wilbur Ross, e o diretor do Conselho Nacional de Comércio, Peter Navarro, confirmou há pouco o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
O comércio desleal foi um dos principais temas da campanha eleitoral de Trump. Ele prometeu combater a transferência da produção para outros países e renegociar acordos comerciais que considera injustos e lesivos aos interesses dos EUA.
O primeiro decreto autoria do Departamento de Comércio a investigar as causas do déficit comercial com vários países: China, Japão, Alemanha, México, Irlanda, Vietnã, Itália, Coreia do Sul, Malásia, Índia, Tailândia, França, Suíça, Taiwan, Indonésia e Canadá. O objetivo é identificar práticas desleais que possam justificar medidas retaliatórias como aumento do imposto de importação ou outras barreiras.
A segunda medida visa a fortalecer a capacidade das alfândegas de cobrar tarifas antidumping e direitos compensatórios. Pelos cálculos de Navarro, um dos grandes inimigos do livre comércio no governo Trump, cerca de US$ 2,8 bilhões deixaram de ser recolhidos desde 2001 por avaliações insuficientes e falta de obrigação de recolher o imposto de importação na fronteira.
Trump baixou os decretos uma semana antes de seu primeiro encontro de cúpula com o presidente da China, Xi Jinping, marcado para 6 e 7 de abril na residência de verão de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. Ross e Navarro insistiram que Trump cumpre uma promessa de campanha, por isso as medidas não teriam como alvo específico a China, informou a televisão americana CNN.
O comércio desleal foi um dos principais temas da campanha eleitoral de Trump. Ele prometeu combater a transferência da produção para outros países e renegociar acordos comerciais que considera injustos e lesivos aos interesses dos EUA.
O primeiro decreto autoria do Departamento de Comércio a investigar as causas do déficit comercial com vários países: China, Japão, Alemanha, México, Irlanda, Vietnã, Itália, Coreia do Sul, Malásia, Índia, Tailândia, França, Suíça, Taiwan, Indonésia e Canadá. O objetivo é identificar práticas desleais que possam justificar medidas retaliatórias como aumento do imposto de importação ou outras barreiras.
A segunda medida visa a fortalecer a capacidade das alfândegas de cobrar tarifas antidumping e direitos compensatórios. Pelos cálculos de Navarro, um dos grandes inimigos do livre comércio no governo Trump, cerca de US$ 2,8 bilhões deixaram de ser recolhidos desde 2001 por avaliações insuficientes e falta de obrigação de recolher o imposto de importação na fronteira.
Trump baixou os decretos uma semana antes de seu primeiro encontro de cúpula com o presidente da China, Xi Jinping, marcado para 6 e 7 de abril na residência de verão de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. Ross e Navarro insistiram que Trump cumpre uma promessa de campanha, por isso as medidas não teriam como alvo específico a China, informou a televisão americana CNN.
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Ex-assessor de Trump pede imunidade para depor sobre Rússia
O ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn, primeira grande baixa do governo Donald Trump, se ofereceu a depor no inquérito do FBI (polícia federal) e na Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos sobre um possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, em troca de imunidade, revelou ontem o jornal The Wall Street Journal.
Em nota, o advogado de Flynn declarou que as negociações para uma delação premiada estão em andamento. Um dos mais ferozes assessores da campanha de Trump, o general da reserva chegou a dizer a respeito das investigações sobre o correio eletrônico de Hillary Clinton que quem pede imunidade está reconhecendo a culpa.
Antimuçulmano, Flynn considera o islamismo uma "ideologia assassina" e "não uma religião". Além de defender aproximação com a Rússia a pretexto de combater o extremismo muçulmano e a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ele esteve com o embaixador russo em Washington. Discutiu o fim das sanções impostas à Rússia por causa da intervenção militar na Ucrânia e mentiu ao dizer ao vice-presidente Mike Pence não ter feito isso.
Quando a conversa, gravada pelo serviço secreto, veio a público, Trump demitiu Flynn por "quebra de confiança".
A suspeita é que a Rússia tenha feito uma série de ataques cibernéticos para revelar segredos comprometedores de adversários de Trump, que desde o início da campanha manifestou simpatia pelo homem-forte do Kremlin e prometeu melhorar as relações bilaterais. Os principais alvos teriam sido a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o Partido Democrata, mas os rivais republicanos de Trump também não teriam sido poupados.
Como observou ontem aqui no Rio de Janeiro o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, em seminário no Palácio do Itamaraty sobre o futuro do bloco europeu depois da saída britânica, há problemas estruturais que impedem uma aproximação real entre Rússia e EUA. Putin trabalha para minar a democracia liberal e dividir o Ocidente.
Em nota, o advogado de Flynn declarou que as negociações para uma delação premiada estão em andamento. Um dos mais ferozes assessores da campanha de Trump, o general da reserva chegou a dizer a respeito das investigações sobre o correio eletrônico de Hillary Clinton que quem pede imunidade está reconhecendo a culpa.
Antimuçulmano, Flynn considera o islamismo uma "ideologia assassina" e "não uma religião". Além de defender aproximação com a Rússia a pretexto de combater o extremismo muçulmano e a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ele esteve com o embaixador russo em Washington. Discutiu o fim das sanções impostas à Rússia por causa da intervenção militar na Ucrânia e mentiu ao dizer ao vice-presidente Mike Pence não ter feito isso.
Quando a conversa, gravada pelo serviço secreto, veio a público, Trump demitiu Flynn por "quebra de confiança".
A suspeita é que a Rússia tenha feito uma série de ataques cibernéticos para revelar segredos comprometedores de adversários de Trump, que desde o início da campanha manifestou simpatia pelo homem-forte do Kremlin e prometeu melhorar as relações bilaterais. Os principais alvos teriam sido a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o Partido Democrata, mas os rivais republicanos de Trump também não teriam sido poupados.
Como observou ontem aqui no Rio de Janeiro o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, em seminário no Palácio do Itamaraty sobre o futuro do bloco europeu depois da saída britânica, há problemas estruturais que impedem uma aproximação real entre Rússia e EUA. Putin trabalha para minar a democracia liberal e dividir o Ocidente.
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EUA cresceram em ritmo de 2,1% ao ano no fim de 2016
A economia dos Estados Unidos se desacelerou menos do que estimado inicialmente no fim do ano passado, de um ritmo de 3,5% ao ano no terceiro trimestre para 2,1% no último trimestre de 2016, indicou hoje o Departamento do Comércio, na sua terceira estimativa do produto interno bruto do período. É um pouco mais do que o 1,9% do cálculo anterior, informou a agência Reuters.
A revisão de deveu a uma alta do consumo de 3,5% ao ano. Mas, em 2016 como um todo, o PIB da maior economia do mundo avançou apenas 1,6%, abaixo dos 2,6% de 2015. Há sinais de uma desaceleração ainda maior em janeiro de 2017, com aumento do déficit comercial, enfraquecimento do consumo e da construção civil.
"Parte dessa fraqueza é devida a ajustes sazonais que serão revertidos ao longo do ano", previu o economista Gus Faucher, subchefe da empresa PNC Financial, de Pittsburgh, Pensilvânia, nos EUA. "O consumo vai aumentar graças ao aumento do emprego e dos salários."
A delegacia regional da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, em Atlanta, na Geórgia, prevê uma expansão de 1% ao ano no primeiro trimestre deste ano. O presidente Donald Trump prometeu crescimento de 4% com cortes de impostos e desregulamentação.
A revisão de deveu a uma alta do consumo de 3,5% ao ano. Mas, em 2016 como um todo, o PIB da maior economia do mundo avançou apenas 1,6%, abaixo dos 2,6% de 2015. Há sinais de uma desaceleração ainda maior em janeiro de 2017, com aumento do déficit comercial, enfraquecimento do consumo e da construção civil.
"Parte dessa fraqueza é devida a ajustes sazonais que serão revertidos ao longo do ano", previu o economista Gus Faucher, subchefe da empresa PNC Financial, de Pittsburgh, Pensilvânia, nos EUA. "O consumo vai aumentar graças ao aumento do emprego e dos salários."
A delegacia regional da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, em Atlanta, na Geórgia, prevê uma expansão de 1% ao ano no primeiro trimestre deste ano. O presidente Donald Trump prometeu crescimento de 4% com cortes de impostos e desregulamentação.
quinta-feira, 30 de março de 2017
Presidente da África do Sul afasta ministro que combatia corrupção
Sob a cortina de fumaça de uma grande reforma ministerial, o presidente Jacob Zuma demitiu o ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, que combatia a corrupção governamental. É a maior crise do Congresso Nacional Africano (CNA) desde que o partido de Nelson Mandela assumiu o poder em nome da maioria negra, em 1994, pondo fim a três séculos de ditadura da minoria branca.
Ao todo, oito ministros foram demitidos na calada da noite de quinta-feira, quase todos críticos do presidente Zuma, obrigado pela Suprema Corte a devolver US$ 23 milhões gastos ilegalmente em sua mansão, entre outros escândalos, como as relações com a bilionária família Gupta.
O ministro das Finanças estava em Londres fazendo uma turnê de promoção de investimentos na África do Sul e deveria ir a Nova York e Boston quando foi chamado de volta, em 27 de março.
Zuma citou informes do serviço secreto para acusar Gordhan de tramar sua queda. Ele cai depois de uma batalha de um ano contra a corrupção, o tráfico de influência e o compadrismo nas empresas estatais, e a influência da família Gupta, amiga do presidente, no governo. O ex-ministro do Interior Malusi Gigaba será o novo ministro das Finanças, o quinto a ocupar o cargo em dois anos.
A moeda sul-africana, o rand, caiu 4% em relação ao dólar. Gordhan lutava para manter o grau de investimento da África do Sul. Seus aliados podem apresentar uma moção de desconfiança no governo à Assembleia Nacional.
Na batalha com Gordhan, Zuma explora uma divisão ideológica mais profunda no CNA. A ala mais à esquerda quer aumentar os gastos públicos para promover a maioria negra excluída durante o regime segregacionista do apartheid, enquanto a ala mais liberal economicamente que prefere manter o equilíbrio macroeconômico na tentativa de atrair investimentos estrangeiros.
Maior economia da África, com 24% do produto interno bruto do continente pelo critério de paridade do poder de compra, equivalente a US$ 725 bilhões por ano, a África do Sul voltou a superar a Nigéria, abatida pela queda nos preços do petróleo. Mas está estagnada, com crescimento médio de 1,1% nos últimos três anos.
Em 2008, Zuma derrubou o então presidente e líder do CNA Thabo Mbeki, sob a alegação de que estava na hora de aplicar o programa de Empoderamento Econômico dos Negros. Agora, entre seus planos, está a desapropriação de terras de propriedade de brancos sem compensação, que recebeu o apoio imediato dos Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), partido de ultraesquerda chefiado por Julius Malema, ex-líder do setor jovem do CNA.
Três altos dirigentes do partido dominante, o secretário-geral Gwede Mantashe, o tesoureiro-geral Zweli Mkhize e o chefe do programa de Transformação Econômica, Enoch Godongwana, contradisseram o presidente. Afirmaram que a reforma agrária deve ser feita dentro da Constituição
A maioria negra continua sobrando e foi fuzilada como no tempo do apartheid no Massacre de Marikana, em 2012, com a cumplicidade do vice-presidente Cyril Ramaphosa, adversário de Zuma. O presidente pretende legar o poder a uma de suas mulheres, Nkosazana Dlamini-Zuma.
Antigo líder do superpoderoso Congresso dos Sindicatos (Cosatu) durante a luta contra a ditadura da minoria branca, preterido por Nelson Mandela, que escolheu Thabo Mbeki como sucessor, Ramaphosa se tornou milionário. Como vice-presidente, tentou abafar o inquérito sobre o incidente mais letal de uso da força pela polícia da África do Sul contra seu próprio povo desde o Massacre de Sharpeville, em 1960.
A dois anos das próximas eleições parlamentares, o CNA dá sinais de fadiga no poder e está dividido pelo populismo de Zuma. No ano passado, o presidente sobreviveu a um pedido de impeachment apresentado pela oposição por conta dos gastos abusivos em sua mansão por causa da ampla maioria do CNA. Dentro do partido, sua liderança é cada mais questionada.
Ao todo, oito ministros foram demitidos na calada da noite de quinta-feira, quase todos críticos do presidente Zuma, obrigado pela Suprema Corte a devolver US$ 23 milhões gastos ilegalmente em sua mansão, entre outros escândalos, como as relações com a bilionária família Gupta.
O ministro das Finanças estava em Londres fazendo uma turnê de promoção de investimentos na África do Sul e deveria ir a Nova York e Boston quando foi chamado de volta, em 27 de março.
Zuma citou informes do serviço secreto para acusar Gordhan de tramar sua queda. Ele cai depois de uma batalha de um ano contra a corrupção, o tráfico de influência e o compadrismo nas empresas estatais, e a influência da família Gupta, amiga do presidente, no governo. O ex-ministro do Interior Malusi Gigaba será o novo ministro das Finanças, o quinto a ocupar o cargo em dois anos.
A moeda sul-africana, o rand, caiu 4% em relação ao dólar. Gordhan lutava para manter o grau de investimento da África do Sul. Seus aliados podem apresentar uma moção de desconfiança no governo à Assembleia Nacional.
Na batalha com Gordhan, Zuma explora uma divisão ideológica mais profunda no CNA. A ala mais à esquerda quer aumentar os gastos públicos para promover a maioria negra excluída durante o regime segregacionista do apartheid, enquanto a ala mais liberal economicamente que prefere manter o equilíbrio macroeconômico na tentativa de atrair investimentos estrangeiros.
Maior economia da África, com 24% do produto interno bruto do continente pelo critério de paridade do poder de compra, equivalente a US$ 725 bilhões por ano, a África do Sul voltou a superar a Nigéria, abatida pela queda nos preços do petróleo. Mas está estagnada, com crescimento médio de 1,1% nos últimos três anos.
Em 2008, Zuma derrubou o então presidente e líder do CNA Thabo Mbeki, sob a alegação de que estava na hora de aplicar o programa de Empoderamento Econômico dos Negros. Agora, entre seus planos, está a desapropriação de terras de propriedade de brancos sem compensação, que recebeu o apoio imediato dos Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), partido de ultraesquerda chefiado por Julius Malema, ex-líder do setor jovem do CNA.
Três altos dirigentes do partido dominante, o secretário-geral Gwede Mantashe, o tesoureiro-geral Zweli Mkhize e o chefe do programa de Transformação Econômica, Enoch Godongwana, contradisseram o presidente. Afirmaram que a reforma agrária deve ser feita dentro da Constituição
A maioria negra continua sobrando e foi fuzilada como no tempo do apartheid no Massacre de Marikana, em 2012, com a cumplicidade do vice-presidente Cyril Ramaphosa, adversário de Zuma. O presidente pretende legar o poder a uma de suas mulheres, Nkosazana Dlamini-Zuma.
Antigo líder do superpoderoso Congresso dos Sindicatos (Cosatu) durante a luta contra a ditadura da minoria branca, preterido por Nelson Mandela, que escolheu Thabo Mbeki como sucessor, Ramaphosa se tornou milionário. Como vice-presidente, tentou abafar o inquérito sobre o incidente mais letal de uso da força pela polícia da África do Sul contra seu próprio povo desde o Massacre de Sharpeville, em 1960.
A dois anos das próximas eleições parlamentares, o CNA dá sinais de fadiga no poder e está dividido pelo populismo de Zuma. No ano passado, o presidente sobreviveu a um pedido de impeachment apresentado pela oposição por conta dos gastos abusivos em sua mansão por causa da ampla maioria do CNA. Dentro do partido, sua liderança é cada mais questionada.
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Presidente impedida é presa por corrupção na Coreia do Sul
Três semanas depois de ser deposta num processo da impeachment referendado pelo Supremo Tribunal da Coreia do Sul, a ex-presidente Park Geun Hye foi presa hoje sob as acusações de receber suborno e abusar do poder.
O escândalo político envolve tráfico de influência de uma amiga íntima que usou a proximidade com a presidente para extorquir dinheiro das maiores empresas sul-coreanas, inclusive a maior de todas a Samsung. O herdeiro e diretor executivo da companhia, Lee Jae Yong, também está preso.
Para o juiz Kang Bu Yeong, do Tribunal Distrital do Centro de Seul, Park, de 65 anos, precisa ficar presa para não destruir provas e obstruir a Justiça. Ela é acusada de ajudar a amiga Choi Soon Il a extorquir doações das grandes empresas do país em troca de favores políticos.
A Samsung, por exemplo, pagou para facilitar a aprovação de uma fusão de duas subsidiárias sem correr risco de ser acusada de monopólio por agentes reguladores da livre concorrência. Tanto o herdeiro da Samsung quanto a ex-presidente negam qualquer culpa.
Park é filha mais velha do ditador Park Chung Hee, o presidente que governou a Coreia do Sul por mais tempo, de 1961 a 1979, quando foi assassinado. Ele foi o pai do milagre econômico que transformou a Coreia do Sul num dos pouquíssimos países a vencer o subdesenvolvimento no século 20.
Neste processo, a Coreia do Sul criou grandes conglomerados industriais de grande poder político (chaebol, no singular), como a Samsung e a Hyundai. Como no Brasil, a corrupção é endêmica no sistema político sul-coreano. O impeachment e o julgamento de Park são um avanço civilizatório da democracia no Leste da Ásia.
O escândalo político envolve tráfico de influência de uma amiga íntima que usou a proximidade com a presidente para extorquir dinheiro das maiores empresas sul-coreanas, inclusive a maior de todas a Samsung. O herdeiro e diretor executivo da companhia, Lee Jae Yong, também está preso.
Para o juiz Kang Bu Yeong, do Tribunal Distrital do Centro de Seul, Park, de 65 anos, precisa ficar presa para não destruir provas e obstruir a Justiça. Ela é acusada de ajudar a amiga Choi Soon Il a extorquir doações das grandes empresas do país em troca de favores políticos.
A Samsung, por exemplo, pagou para facilitar a aprovação de uma fusão de duas subsidiárias sem correr risco de ser acusada de monopólio por agentes reguladores da livre concorrência. Tanto o herdeiro da Samsung quanto a ex-presidente negam qualquer culpa.
Park é filha mais velha do ditador Park Chung Hee, o presidente que governou a Coreia do Sul por mais tempo, de 1961 a 1979, quando foi assassinado. Ele foi o pai do milagre econômico que transformou a Coreia do Sul num dos pouquíssimos países a vencer o subdesenvolvimento no século 20.
Neste processo, a Coreia do Sul criou grandes conglomerados industriais de grande poder político (chaebol, no singular), como a Samsung e a Hyundai. Como no Brasil, a corrupção é endêmica no sistema político sul-coreano. O impeachment e o julgamento de Park são um avanço civilizatório da democracia no Leste da Ásia.
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Tribunal Supremo fecha Assembleia Nacional da Venezuela
Num golpe de Estado patrocinado pelo regime chavista, o Tribunal Supremo de Justiça assumiu as funções da Assembleia Nacional, alegando que os deputados da oposição estão violando a ordem constitucional ao rejeitar uma decisão da Justiça que cassou o mandato de três oposicionistas sob a acusação de compra de votos.
Com esses três deputados, a oposição teria maioria de dois terços no parlamento e o direito de alterar a Constituição. Desde que assumiu, no início do ano passado, a Assembleia Nacional se tornou o principal centro da oposição ao autoritarismo chavista.
A esperança de uma saída constitucional para a crise estava na convocação de um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro, mas a Justiça impugnou assinaturas inviabilizando sua realização dentro do prazo para convocação de nova eleição. Se Maduro for afastado agora, assume o vice-presidente nomeado por ele.
Há poucos dias, aliados da Venezuela conseguiram impedir que o país fosse suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) por violar a cláusula democrática da instituição. Agora, não há mais disfarce: a Venezuela virou uma ditadura escancarada.
O país vive a pior crise econômica da história, com inflação acima de 700% ao ano, queda de mais de 20% no produto interno bruto desde 2013, desabastecimento de 80% dos produtos nos supermercados e a maioria da população na miséria. Uma das últimas de Maduro foi iniciar uma guerra do pão, culpando padeiros que não conseguem comprar trigo importado por causa das políticas comerciais e cambial da revolução fracassada.
Com esses três deputados, a oposição teria maioria de dois terços no parlamento e o direito de alterar a Constituição. Desde que assumiu, no início do ano passado, a Assembleia Nacional se tornou o principal centro da oposição ao autoritarismo chavista.
A esperança de uma saída constitucional para a crise estava na convocação de um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro, mas a Justiça impugnou assinaturas inviabilizando sua realização dentro do prazo para convocação de nova eleição. Se Maduro for afastado agora, assume o vice-presidente nomeado por ele.
Há poucos dias, aliados da Venezuela conseguiram impedir que o país fosse suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) por violar a cláusula democrática da instituição. Agora, não há mais disfarce: a Venezuela virou uma ditadura escancarada.
O país vive a pior crise econômica da história, com inflação acima de 700% ao ano, queda de mais de 20% no produto interno bruto desde 2013, desabastecimento de 80% dos produtos nos supermercados e a maioria da população na miséria. Uma das últimas de Maduro foi iniciar uma guerra do pão, culpando padeiros que não conseguem comprar trigo importado por causa das políticas comerciais e cambial da revolução fracassada.
Exército da Nigéria ataca reduto do Boko Haram no estado de Borno
O Batalhão da Força-Tarefa da 22ª Brigada do Exército da Nigéria realizou ontem uma operação contra uma célula da milícia extremista muçulmana Boko Haram em Boskoro, na região de Dikwa, no estado de Borno, no Nordeste do país, noticiou o jornal nigeriano The Daily Post.
"Quando avançavam, as tropas entraram em contato com elementos suspeitos de terrorismo que preparavam uma emboscada para os soldados na estrada Ajiri-Dikwa", declarou o diretor de relações públicas do Exército, general Sani Kukasheka Usman.
"A patrulha enfrentou os terroristas e neutralizou um deles recuperando um fuzil de assalto AK-47, um cartucho e 47 balas de 7,62 milímetros. Infelizmente, um soldados saiu ferido, foi levado a um hospital militar e está respondendo ao tratamento", acrescentou o porta-voz.
Desde que aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à Africa Ocidental, o Boko Haram, que significa repúdio à educação ocidental, provocou uma guerra civil com mais de 15 mil mortes.
Em 2015, seu líder, Abubakar Shekau, declarou lealdade à organização terrorismo Estado Islâmico do Iraque e do Levante e passou a apresentar o Boko Haram como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental, mas não há evidências de cooperação financeira e operacional entre os dois grupos.
"Quando avançavam, as tropas entraram em contato com elementos suspeitos de terrorismo que preparavam uma emboscada para os soldados na estrada Ajiri-Dikwa", declarou o diretor de relações públicas do Exército, general Sani Kukasheka Usman.
"A patrulha enfrentou os terroristas e neutralizou um deles recuperando um fuzil de assalto AK-47, um cartucho e 47 balas de 7,62 milímetros. Infelizmente, um soldados saiu ferido, foi levado a um hospital militar e está respondendo ao tratamento", acrescentou o porta-voz.
Desde que aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à Africa Ocidental, o Boko Haram, que significa repúdio à educação ocidental, provocou uma guerra civil com mais de 15 mil mortes.
Em 2015, seu líder, Abubakar Shekau, declarou lealdade à organização terrorismo Estado Islâmico do Iraque e do Levante e passou a apresentar o Boko Haram como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental, mas não há evidências de cooperação financeira e operacional entre os dois grupos.
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Coreia do Norte pode estar preparando sexto teste nuclear
Um aumento significativo da atividade numa instalação atômica levanta suspeitas de que a Coreia do Norte esteja preparando sua sexta explosão nuclear experimental, noticiou ontem o jornal The Japan Times.
As imagens obtidas por satélites-espiões mostram cerca de cem pessoas em Punggye-ri, o local dos testes nucleares norte-coreanos. De acordo com 38 North, um sítio de Internet dedicado a estudos de Coreia do Norte da Escola de Estudos Internacionais Avançados Paul Nitze, da Universidade Johns Hopkins, de Washington, é a maior concentração de pessoas desde janeiro de 2013, quando a ditadura comunista norte-coreana realizou sua terceira explosão atômica.
Entre as ações em curso, os norte-coreanos parecem estar instalados cabos de comunicação na boca do poço de testes e retirando a água do fundo.
Os Estados Unidos estão preocupados com o desenvolvimento do programa nuclear e da tecnologia de mísseis pelo regime stalinista de Pionguiangue. O governo Donald Trump pressiona a China a conter a Coreia do Norte diplomaticamente, mas não descarta o uso da força se houver ameaça de ataque ao território americano.
As imagens obtidas por satélites-espiões mostram cerca de cem pessoas em Punggye-ri, o local dos testes nucleares norte-coreanos. De acordo com 38 North, um sítio de Internet dedicado a estudos de Coreia do Norte da Escola de Estudos Internacionais Avançados Paul Nitze, da Universidade Johns Hopkins, de Washington, é a maior concentração de pessoas desde janeiro de 2013, quando a ditadura comunista norte-coreana realizou sua terceira explosão atômica.
Entre as ações em curso, os norte-coreanos parecem estar instalados cabos de comunicação na boca do poço de testes e retirando a água do fundo.
Os Estados Unidos estão preocupados com o desenvolvimento do programa nuclear e da tecnologia de mísseis pelo regime stalinista de Pionguiangue. O governo Donald Trump pressiona a China a conter a Coreia do Norte diplomaticamente, mas não descarta o uso da força se houver ameaça de ataque ao território americano.
Trump e Xi se encontram em 6 e 7 de abril na Flórida
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vai se reunir pela primeira vez em 6 e 7 de abril de 2017 no clube Mar-a-Lago, de propriedade de Trump, na Flórida. Será um diálogo difícil, depois das acusações de comércio desleal feitas durante a campanha eleitoral nos EUA e do contato direto de Trump com a presidente de Taiwan, num desafio à política de que só existe uma China.
Em fevereiro, o presidente americano recebeu o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, no mesmo lugar. O Japão é aliado dos EUA desde a derrota na Segunda Guerra Mundial, mas Abe está decepcionado com o abandono por Trump da Parceria Transpacífica, um acordo de comércio e investimentos negociado pelo governo Barack Obama.
Com a China, a conversa será muito mais carregada. Trump está determinado a renegociar as relações comerciais com os países que têm saldo positivo no comércio com os EUA. A maior saldo é o chinês. O presidente e sua equipe acusam a China de manipular o câmbio e desvalorizar o iuane para aumentar a competitividade das exportações chinesas.
No Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês constrói ilhas artificiais para instalar bases e garantir à força sua reivindicação de soberania sobre 90% da superfície, o secretário de Estado, Rex Tillerson, ameaça impor um bloqueio naval às bases chinesas para defender a livre navegação. Em visita à Coreia do Sul e ao Japão, o secretário da Defesa, James Mattis, falou em solução diplomática.
Outro problema sério é a chantagem nuclear da Coreia do Norte. Neste momento, há uma movimentação detectada por satélites em instalações atômicas norte-coreanas. Pode ser a preparação para o quinto teste nuclear do país.
Como a China é a maior aliada da ditadura stalinista de Pionguiangue, os EUA pressionam a China a controlar o regime sanguinário de Kim Jong Un, acusado de mandar matar o meioirmão Kim Jong Nam na Malásia. A China anunciou a suspensão da compra de carvão norte-coreano, mas os analistas não acreditam que Beijim pressione demais por temer o colapso do governo do país vizinho.
A questão nuclear norte-coreana é uma carta que a China tem na manga para negociar com os EUA. Mas a ameaça de um bombardeio nuclear levou Washington a instalar um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul. O regime chinês vê uma desvantagem estratégica num possível conflito futuro com os americanos.
Em discurso no Fórum Econômico Mundial, em janeiro deste ano, o dirigente máximo chinês defendeu o livre comércio. O protecionismo de Trump assusta, mas a China tem grande poder de pressão. Várias empresas americanas têm fábricas na China.
As relações diplomáticas entre os EUA e a China estão praticamente congeladas desde dezembro, quando Trump quebrou uma tradição que vem desde o reatamento das relações entre os dois países, em 1979. Ele aceitou um telefonema de cumprimentos pela vitória da presidente Tsai Ing-wen, da Taiwan, que o regime comunista chinês considera uma província rebelde.
Trump insinuou ainda uma mudança nas relações com Taiwan, ameaçando ignorar a política de uma só China ou colocá-la em jogo em negociações comerciais. Beijim respondeu que essa política é inegociável.
A primeira conversa telefônica entre os dois homens mais poderosos do mundo aconteceu em 10 de fevereiro, 20 dias depois da posse de Trump. O presidente americano prometeu respeitar o princípio de que só existe uma China, representada pelo regime comunista de Beijim.
Em fevereiro, o presidente americano recebeu o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, no mesmo lugar. O Japão é aliado dos EUA desde a derrota na Segunda Guerra Mundial, mas Abe está decepcionado com o abandono por Trump da Parceria Transpacífica, um acordo de comércio e investimentos negociado pelo governo Barack Obama.
Com a China, a conversa será muito mais carregada. Trump está determinado a renegociar as relações comerciais com os países que têm saldo positivo no comércio com os EUA. A maior saldo é o chinês. O presidente e sua equipe acusam a China de manipular o câmbio e desvalorizar o iuane para aumentar a competitividade das exportações chinesas.
No Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês constrói ilhas artificiais para instalar bases e garantir à força sua reivindicação de soberania sobre 90% da superfície, o secretário de Estado, Rex Tillerson, ameaça impor um bloqueio naval às bases chinesas para defender a livre navegação. Em visita à Coreia do Sul e ao Japão, o secretário da Defesa, James Mattis, falou em solução diplomática.
Outro problema sério é a chantagem nuclear da Coreia do Norte. Neste momento, há uma movimentação detectada por satélites em instalações atômicas norte-coreanas. Pode ser a preparação para o quinto teste nuclear do país.
Como a China é a maior aliada da ditadura stalinista de Pionguiangue, os EUA pressionam a China a controlar o regime sanguinário de Kim Jong Un, acusado de mandar matar o meioirmão Kim Jong Nam na Malásia. A China anunciou a suspensão da compra de carvão norte-coreano, mas os analistas não acreditam que Beijim pressione demais por temer o colapso do governo do país vizinho.
A questão nuclear norte-coreana é uma carta que a China tem na manga para negociar com os EUA. Mas a ameaça de um bombardeio nuclear levou Washington a instalar um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul. O regime chinês vê uma desvantagem estratégica num possível conflito futuro com os americanos.
Em discurso no Fórum Econômico Mundial, em janeiro deste ano, o dirigente máximo chinês defendeu o livre comércio. O protecionismo de Trump assusta, mas a China tem grande poder de pressão. Várias empresas americanas têm fábricas na China.
As relações diplomáticas entre os EUA e a China estão praticamente congeladas desde dezembro, quando Trump quebrou uma tradição que vem desde o reatamento das relações entre os dois países, em 1979. Ele aceitou um telefonema de cumprimentos pela vitória da presidente Tsai Ing-wen, da Taiwan, que o regime comunista chinês considera uma província rebelde.
Trump insinuou ainda uma mudança nas relações com Taiwan, ameaçando ignorar a política de uma só China ou colocá-la em jogo em negociações comerciais. Beijim respondeu que essa política é inegociável.
A primeira conversa telefônica entre os dois homens mais poderosos do mundo aconteceu em 10 de fevereiro, 20 dias depois da posse de Trump. O presidente americano prometeu respeitar o princípio de que só existe uma China, representada pelo regime comunista de Beijim.
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Embaixador da UE no Brasil acusa Marine Le Pen de nazismo
Ao discutir o futuro do processo de integração da Europa com a saída do Reino Unido, o embaixador português João Gomes Cravinho, representante da União Europeia no Brasil, acusou a candidata da extrema direita à Presidência da França, Marine Le Pen, de nazista, hoje no Rio de Janeiro, em seminário realizado no Palácio do Itamaraty.
Apesar da linguagem diplomática e de não citar nomes, Cravinho foi claro ao falar da "senhora herdeira da tradição de Vichy", comparando Le Pen ao governo-fantoche da França durante a ocupação nazista (1940-44) na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Ela está em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, o atual favorito na eleição de 23 de abril e 7 de maio.
Tanto Cravinho quanto os embaixadores no Brasil da Alemanha, Georg Witschel, e da Irlanda, Brian Glynn, acreditam que a saída britânica (Brexit, do inglês) e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos deram um choque de realidade nos cidadãos europeus. Eles analisaram as perspectivas para o futuro da UE em seminário promovido pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).
"A UE enfrenta talvez sua pior crise", admitiu o embaixador alemão. "Há uma crise institucional, a dificuldade de superar os desafios de forma conjunta, como as crises financeiras e migratória, e uma crise de confiança. O comportamento dos eleitores nem sempre é racional."
Os partidos extremistas "inimigos da Europa e do mercado livre" estão em alta, reconhece Witschel. "Mas não entrem em pânico. Não é o fim do mundo nem o fim da Europa. As eleições na Holanda e no [estado alemão do] Sarre mostram que a ultradireita não determinará nosso futuro", observou o embaixador.
"A Alternativa para a Alemanha (AfD), antieuropeia e anti-imigrantes, não vai participar de nenhum governo. No Sarre, ficou muito abaixo das pesquisas", previu o representante alemão. "Trump é hoje o maior aliado da UE."
Witschel destacou a importância de investir no aumento da produtividade para reduzir as desigualdades internas entre os países europeus: "Não existe no mundo região tão pacífica, democrática e com justiça social."
O embaixador da Alemanha se preocupa com a guinada na política externa dos Estados Unidos, que na sua opinião eram a "âncora da segurança e do livre comércio". Sob Trump passaram a ser contra o livre comércio.
Para o chefe da missão da UE, o discurso da globalização foi dominado inicialmente por otimistas que desconsideraram o aumento da desigualdade, a situação os perdedores e o desemprego: "A ultradireita usa a Europa como bode expiatório. Há uma diabolização de Bruxelas."
É importante lembrar que o atual período de paz entre os países-membros é o mais longo da história da Europa. A integração criou "um continente de paz, solidariedade e democracia; o maior bloco comercial do mundo, com liberdade econômica, ajuda ao desenvolvimento e ajuda humanitária"; e uma moeda comum, o euro, acrescentou o embaixador Cravinho.
Agora, prosseguiu o representante da UE, "é um momento de redefinição". Um Livro Branco preparado pela Comissão Europeia anteviu cinco cenários possíveis:
1. Continuar como se nada tivesse mudado.
2. Ser apenas um mercado único, abandonando a união política.
3. Uma Europa à la carte: quem quiser mais faz mais.
4. Fazer menos com mais eficiência, devolvendo poderes.
5. Fazer muito mais em conjunto, a união cada vez maior.
Nos próximos meses, anunciou o embaixador da UE, serão publicados cinco documentos para reflexão sobre a dimensão social da integração europeia, a união monetária e econômica, as pressões de globalização, defesa e finanças.
O embaixador da Irlanda apresentou seu país como um grande exemplo de sucesso da UE. Desde 1972, quando assinou o termo de adesão à então Comunidade Econômica Europeia, o comércio exterior da Irlanda ficou 90 vezes maior.
"Sou historiador", apresentou-se o embaixador Glynn. "Em 1972, a Irlanda tinha 50 anos de independência sem prosperidade econômica. A renda per capita era inferior às de países do bloco comunista. Para casar, as mulheres tinham de pedir demissão do serviço público.
"Hoje", comparou, "a Irlanda tem acesso ao maior mercado do mundo, tem prosperidade, o segundo salário mínimo mais alto do mundo, paz na Irlanda do Norte, uma relação moderna e madura com o Reino Unido, com que temos história e fronteiras comuns. Ficamos profundamente decepcionados com a Brexit, mas a Irlanda é o país mais preparado."
Como disse em 15 de fevereiro em Dublin o primeiro-ministro Enda Kenny, citado pelo embaixador, "a UE é a pedra angular do progresso social irlandês."
Assim, "a Irlanda não quer uma fronteira dura com o Reino Unido. Hoje a única diferença é se as placas de limite de velocidade estão em milhas ou quilômetros. Vamos adotar uma política econômica prudente, mas a prioridade é a Irlanda do Norte."
Com a integração econômica, "a Irlanda depende do Reino Unido em 87% de sua energia, 86% de suas exportações de mercadorias e a metade das exportações de alimentos. Queremos manter e diversificar este comércio."
O vice-presidente do Cebri, embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, citou a história diplomática do Brasil. Quando a família real portuguesa veio para o Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte sob a proteção da Marinha Real, o embaixador britânico disse a bordo da frota do Príncipe Dom João, o futuro Dom João VI, que "a obediência era o preço da segurança".
Na carta em que acionou o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que dispõe sobre a saída de países do bloco europeu, a primeira-ministra britânica, Theresa May, insinuou que a cooperação em segurança e defesa seria prejudicada se a UE não oferecer ao Reino Unido um acordo de livre comércio. Vários líderes europeus viram nisso uma chantagem inaceitável.
Pelos primeiros passos das negociações, pode ser um divórcio litigioso.
Apesar da linguagem diplomática e de não citar nomes, Cravinho foi claro ao falar da "senhora herdeira da tradição de Vichy", comparando Le Pen ao governo-fantoche da França durante a ocupação nazista (1940-44) na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Ela está em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, o atual favorito na eleição de 23 de abril e 7 de maio.
Tanto Cravinho quanto os embaixadores no Brasil da Alemanha, Georg Witschel, e da Irlanda, Brian Glynn, acreditam que a saída britânica (Brexit, do inglês) e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos deram um choque de realidade nos cidadãos europeus. Eles analisaram as perspectivas para o futuro da UE em seminário promovido pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).
"A UE enfrenta talvez sua pior crise", admitiu o embaixador alemão. "Há uma crise institucional, a dificuldade de superar os desafios de forma conjunta, como as crises financeiras e migratória, e uma crise de confiança. O comportamento dos eleitores nem sempre é racional."
Os partidos extremistas "inimigos da Europa e do mercado livre" estão em alta, reconhece Witschel. "Mas não entrem em pânico. Não é o fim do mundo nem o fim da Europa. As eleições na Holanda e no [estado alemão do] Sarre mostram que a ultradireita não determinará nosso futuro", observou o embaixador.
"A Alternativa para a Alemanha (AfD), antieuropeia e anti-imigrantes, não vai participar de nenhum governo. No Sarre, ficou muito abaixo das pesquisas", previu o representante alemão. "Trump é hoje o maior aliado da UE."
Witschel destacou a importância de investir no aumento da produtividade para reduzir as desigualdades internas entre os países europeus: "Não existe no mundo região tão pacífica, democrática e com justiça social."
O embaixador da Alemanha se preocupa com a guinada na política externa dos Estados Unidos, que na sua opinião eram a "âncora da segurança e do livre comércio". Sob Trump passaram a ser contra o livre comércio.
Para o chefe da missão da UE, o discurso da globalização foi dominado inicialmente por otimistas que desconsideraram o aumento da desigualdade, a situação os perdedores e o desemprego: "A ultradireita usa a Europa como bode expiatório. Há uma diabolização de Bruxelas."
É importante lembrar que o atual período de paz entre os países-membros é o mais longo da história da Europa. A integração criou "um continente de paz, solidariedade e democracia; o maior bloco comercial do mundo, com liberdade econômica, ajuda ao desenvolvimento e ajuda humanitária"; e uma moeda comum, o euro, acrescentou o embaixador Cravinho.
Agora, prosseguiu o representante da UE, "é um momento de redefinição". Um Livro Branco preparado pela Comissão Europeia anteviu cinco cenários possíveis:
1. Continuar como se nada tivesse mudado.
2. Ser apenas um mercado único, abandonando a união política.
3. Uma Europa à la carte: quem quiser mais faz mais.
4. Fazer menos com mais eficiência, devolvendo poderes.
5. Fazer muito mais em conjunto, a união cada vez maior.
Nos próximos meses, anunciou o embaixador da UE, serão publicados cinco documentos para reflexão sobre a dimensão social da integração europeia, a união monetária e econômica, as pressões de globalização, defesa e finanças.
O embaixador da Irlanda apresentou seu país como um grande exemplo de sucesso da UE. Desde 1972, quando assinou o termo de adesão à então Comunidade Econômica Europeia, o comércio exterior da Irlanda ficou 90 vezes maior.
"Sou historiador", apresentou-se o embaixador Glynn. "Em 1972, a Irlanda tinha 50 anos de independência sem prosperidade econômica. A renda per capita era inferior às de países do bloco comunista. Para casar, as mulheres tinham de pedir demissão do serviço público.
"Hoje", comparou, "a Irlanda tem acesso ao maior mercado do mundo, tem prosperidade, o segundo salário mínimo mais alto do mundo, paz na Irlanda do Norte, uma relação moderna e madura com o Reino Unido, com que temos história e fronteiras comuns. Ficamos profundamente decepcionados com a Brexit, mas a Irlanda é o país mais preparado."
Como disse em 15 de fevereiro em Dublin o primeiro-ministro Enda Kenny, citado pelo embaixador, "a UE é a pedra angular do progresso social irlandês."
Assim, "a Irlanda não quer uma fronteira dura com o Reino Unido. Hoje a única diferença é se as placas de limite de velocidade estão em milhas ou quilômetros. Vamos adotar uma política econômica prudente, mas a prioridade é a Irlanda do Norte."
Com a integração econômica, "a Irlanda depende do Reino Unido em 87% de sua energia, 86% de suas exportações de mercadorias e a metade das exportações de alimentos. Queremos manter e diversificar este comércio."
O vice-presidente do Cebri, embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, citou a história diplomática do Brasil. Quando a família real portuguesa veio para o Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte sob a proteção da Marinha Real, o embaixador britânico disse a bordo da frota do Príncipe Dom João, o futuro Dom João VI, que "a obediência era o preço da segurança".
Na carta em que acionou o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que dispõe sobre a saída de países do bloco europeu, a primeira-ministra britânica, Theresa May, insinuou que a cooperação em segurança e defesa seria prejudicada se a UE não oferecer ao Reino Unido um acordo de livre comércio. Vários líderes europeus viram nisso uma chantagem inaceitável.
Pelos primeiros passos das negociações, pode ser um divórcio litigioso.
quarta-feira, 29 de março de 2017
Ex-primeiro-ministro Valls apoia Macron na França
Mais um líder do Partido Socialista anuncia que vai apoiar o ex-ministro da Economia e candidato independente Emmanuel Macron no primeiro turno da eleição presidencial da França, em 23 de abril de 2017. É o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, derrotado na eleição prévia do PS pelo ex-ministro da Educação Benoît Hamon, que está em quinto lugar nas pesquisas.
Em entrevista na manhã de hoje à televisão BFMTV, Valls declarou estar na hora de "tomar uma posição responsável" e não de simples "alinhamento". "Não quero, na noite do primeiro turno, ficar diante de uma escolha entre François Fillon e Marine Le Pen. Não podemos correr esse risco."
Macron foi ministro do governo Valls, mas é considerado liberal demais pela velha guarda socialista. Ele lidera as pesquisas sobre o primeiro turno com 26,5% votos, um pouco acima da candidata neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, com 25%.
O ex-primeiro-ministro conservador François Fillon era o favorito até ser revelado que empregou a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado. Só a mulher, Penelope Fillon, ganhou 800 mil euros. Ambos estão sendo processados. Seu marido caiu para 17%.
Enquanto Macron agradeceu, Hamon acusou Valls de "não manter a palavra empenhada" e "não respeitar o veredito das urnas". O deputado Patrick Mennucci disse ter "vergonha" de Valls.
"O que vale daqui para a frente um acordo assinado por um homem como Manuel Valls?", perguntou o ex-ministro da Economia Arnaud Montebourg, também derrotado na primária socialista. "Nada. É o que vale um homem sem honra."
Valls negou que esteja traindo o PS ao não apoiar o vencedor da prévia: "O interesse superior da França está acima das regras de um partido, de uma primária, de uma comissão." Outros líderes socialistas e o presidente François Holland apoiam Macron discretamente.
Em entrevista na manhã de hoje à televisão BFMTV, Valls declarou estar na hora de "tomar uma posição responsável" e não de simples "alinhamento". "Não quero, na noite do primeiro turno, ficar diante de uma escolha entre François Fillon e Marine Le Pen. Não podemos correr esse risco."
Macron foi ministro do governo Valls, mas é considerado liberal demais pela velha guarda socialista. Ele lidera as pesquisas sobre o primeiro turno com 26,5% votos, um pouco acima da candidata neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, com 25%.
O ex-primeiro-ministro conservador François Fillon era o favorito até ser revelado que empregou a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado. Só a mulher, Penelope Fillon, ganhou 800 mil euros. Ambos estão sendo processados. Seu marido caiu para 17%.
Enquanto Macron agradeceu, Hamon acusou Valls de "não manter a palavra empenhada" e "não respeitar o veredito das urnas". O deputado Patrick Mennucci disse ter "vergonha" de Valls.
"O que vale daqui para a frente um acordo assinado por um homem como Manuel Valls?", perguntou o ex-ministro da Economia Arnaud Montebourg, também derrotado na primária socialista. "Nada. É o que vale um homem sem honra."
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Reino Unido inicia negociações para deixar a União Europeia
A primeira-ministra Theresa May assinou a carta que será entregue hoje em Bruxelas ao presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro polonês Donald Tusk, dando início ao processo formal de saída do Reino Unido da União Europeia, noticiou a televisão pública britânica.
As negociações da Brexit (British exit = saída britânica, em inglês) devem durar pelo menos dois anos. May pretende negociar um acordo de livre comércio. Será difícil. O mercado único europeu, na verdade mercado comum, tem como regra básica a livre circulação de capitais, mercadorias e pessoas.
Para não comprometer o processo de integração do continente, abalado por múltiplas crises, da periferia da Zona do Euro, dos refugiados, do terrorismo, do avanço da extrema direita, os líderes da UE pretendem jogar duro, a começar pela Alemanha, como indicaram a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel e o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Se não querem uma Europa à la carte, onde cada país escolhe os aspectos da integração que lhe interessem, os líderes europeus tendem a cobrar um preço elevado pela saída do Reino Unido, a primeira desde a assinatura do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Europeia, em 1957.
O primeiro-ministro Winston Churchill previu depois da guerra a provável formação de uma espécie de Estados Unidos da Europa, mas o Reino Unido ficou fora do grupo inicial de seis países fundadores da CEE. Em 1963 e 1967, o presidente da França, Charles de Gaulle, vetou o ingresso do Reino Unido.
Em 1973, depois da queda de De Gaulle, em 1969, em consequência da Revolução dos Estudantes, em maio de 1968, finalmente o Reino Unido entrou para o mercado comum europeu durante o governo conservador de Edward Heath.
A oposição trabalhista era contra a adesão à CEE. Com a vitória de Harold Wilson nas eleições de 1974, foi convocado um plebiscito. Em 1975, os britânicos votaram a favor de se integrar à Europa, mas a insularidade do país sempre alimentou a ideia de separação.
O antieuropeísmo tornou-se uma tendência dominante no Partido Conservador no fim do governo Margaret Thatcher (1979-90). Como primeira-ministra, Thatcher exigiu uma devolução de parte do dinheiro que o Reino Unido dava ao orçamento da UE, sob a alegação de que o país recebia muito menos subsídios da política agrícola comum do que a Alemanha e a França. E lutou para evitar uma transferência maior de poderes para Bruxelas.
Thatcher resistiu à ideia de "uma união cada vez maior" e à união monetária europeia. Foi derrubada por seu ex-ministro Michael Heseltine, da ala europeísta do partido. O regicídio da grande líder dividiu o partido irremediavelmente, criando uma ala ferozmente antieuropeia.
Quando convocou o plebiscito de 23 de junho de 2016, o então primeiro-ministro David Cameron pretendia pacificar o Partido Conservador. Foi o maior erro político de sua até então bem-sucedida carreira. Com a vitória do não por 52% a 48%, o Reino Unido deixa seu maior mercado e começa um futuro incerto. Não tem muito a ganhar com a Brexit.
Ontem, o Parlamento da Escócia aprovou a realização de novo plebiscito sobre a independência. Há três, os escoceses optaram por continuar no Reino Unido por 55% a 45%, mas, no ano passado, 62% votaram a favor de manter o país na UE. Se o Reino Unido deixar o mercado comum europeu, é provável que a Escócia aprove a independência.
A consulta popular depende da aprovação do Parlamento Britânico, que só deve discutir a questão quando os termos do divórcio com a Europa estiverem definidos.
As negociações da Brexit (British exit = saída britânica, em inglês) devem durar pelo menos dois anos. May pretende negociar um acordo de livre comércio. Será difícil. O mercado único europeu, na verdade mercado comum, tem como regra básica a livre circulação de capitais, mercadorias e pessoas.
Para não comprometer o processo de integração do continente, abalado por múltiplas crises, da periferia da Zona do Euro, dos refugiados, do terrorismo, do avanço da extrema direita, os líderes da UE pretendem jogar duro, a começar pela Alemanha, como indicaram a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel e o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Se não querem uma Europa à la carte, onde cada país escolhe os aspectos da integração que lhe interessem, os líderes europeus tendem a cobrar um preço elevado pela saída do Reino Unido, a primeira desde a assinatura do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Europeia, em 1957.
O primeiro-ministro Winston Churchill previu depois da guerra a provável formação de uma espécie de Estados Unidos da Europa, mas o Reino Unido ficou fora do grupo inicial de seis países fundadores da CEE. Em 1963 e 1967, o presidente da França, Charles de Gaulle, vetou o ingresso do Reino Unido.
Em 1973, depois da queda de De Gaulle, em 1969, em consequência da Revolução dos Estudantes, em maio de 1968, finalmente o Reino Unido entrou para o mercado comum europeu durante o governo conservador de Edward Heath.
A oposição trabalhista era contra a adesão à CEE. Com a vitória de Harold Wilson nas eleições de 1974, foi convocado um plebiscito. Em 1975, os britânicos votaram a favor de se integrar à Europa, mas a insularidade do país sempre alimentou a ideia de separação.
O antieuropeísmo tornou-se uma tendência dominante no Partido Conservador no fim do governo Margaret Thatcher (1979-90). Como primeira-ministra, Thatcher exigiu uma devolução de parte do dinheiro que o Reino Unido dava ao orçamento da UE, sob a alegação de que o país recebia muito menos subsídios da política agrícola comum do que a Alemanha e a França. E lutou para evitar uma transferência maior de poderes para Bruxelas.
Thatcher resistiu à ideia de "uma união cada vez maior" e à união monetária europeia. Foi derrubada por seu ex-ministro Michael Heseltine, da ala europeísta do partido. O regicídio da grande líder dividiu o partido irremediavelmente, criando uma ala ferozmente antieuropeia.
Quando convocou o plebiscito de 23 de junho de 2016, o então primeiro-ministro David Cameron pretendia pacificar o Partido Conservador. Foi o maior erro político de sua até então bem-sucedida carreira. Com a vitória do não por 52% a 48%, o Reino Unido deixa seu maior mercado e começa um futuro incerto. Não tem muito a ganhar com a Brexit.
Ontem, o Parlamento da Escócia aprovou a realização de novo plebiscito sobre a independência. Há três, os escoceses optaram por continuar no Reino Unido por 55% a 45%, mas, no ano passado, 62% votaram a favor de manter o país na UE. Se o Reino Unido deixar o mercado comum europeu, é provável que a Escócia aprove a independência.
A consulta popular depende da aprovação do Parlamento Britânico, que só deve discutir a questão quando os termos do divórcio com a Europa estiverem definidos.
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Joãozinho Podre apoia Trump e Brexit
De rebelde a ultradireitista, a trajetória de John Lydon, mais conhecido como Johnny Rotten (Joãozinho Podre), cantor e líder da banda punk britânica Sex Pistols, dos anos 1970s, segue a triste sina da classe operária na Europa. Com o fim do socialismo, volta-se para a extrema direita e a um nacionalismo narcisista e autoindulgente.
"A classe operária falou, sou um deles e estou com eles", declarou o autor de Anarchy in the UK, um dos sucessos da banda, que descrevia a monarquia constitucional britânica como um "regime fascista".
Em entrevista ao programa Bom Dia, Grã-Bretanha!, da televisão independente ITV, Johnny Rotten, hoje com 61 anos, elogiou Trump, dizendo que o presidente dos Estados Unidos não é racista e poderia ser seu amigo.
Depois de admitir que Trump é "um cara complicado", o ex-roqueiro acusou "a mídia esquerdista americana de tentar queimar o cara como racista, o que definitivamente não é verdade. Lydon também elogiou o ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, um dos principais articuladores do não à União Europeia no plebiscito de 23 de junho de 2016.
"A classe operária falou, sou um deles e estou com eles", declarou o autor de Anarchy in the UK, um dos sucessos da banda, que descrevia a monarquia constitucional britânica como um "regime fascista".
Em entrevista ao programa Bom Dia, Grã-Bretanha!, da televisão independente ITV, Johnny Rotten, hoje com 61 anos, elogiou Trump, dizendo que o presidente dos Estados Unidos não é racista e poderia ser seu amigo.
Depois de admitir que Trump é "um cara complicado", o ex-roqueiro acusou "a mídia esquerdista americana de tentar queimar o cara como racista, o que definitivamente não é verdade. Lydon também elogiou o ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, um dos principais articuladores do não à União Europeia no plebiscito de 23 de junho de 2016.
terça-feira, 28 de março de 2017
Carlos o Chacal é condenado à terceira prisão perpétua
O terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como Carlos o Chacal, foi condenado hoje à prisão perpétua por um tribunal da França por um atentado cometido com granada em Paris em 1974, informou a agência Reuters.
Em 15 de setembro daquele ano, Carlos jogou uma granada numa drogaria. Duas pessoas morreram e outras 34 saíram feridas.
Durante os anos 1970s e 1980s, Sánchez foi um dos criminosos mais procurados do mundo por causa de atentados em defesa da causa palestina e de movimentos de libertação nacional esquerdistas e anti-imperialistas.
Em 15 de setembro daquele ano, Carlos jogou uma granada numa drogaria. Duas pessoas morreram e outras 34 saíram feridas.
Durante os anos 1970s e 1980s, Sánchez foi um dos criminosos mais procurados do mundo por causa de atentados em defesa da causa palestina e de movimentos de libertação nacional esquerdistas e anti-imperialistas.
Trump revoga plano antiefeito estufa de Obama
Ao assinar hoje o Decreto de Independência Energética, o presidente Donald Trump liberou o uso de carvão por usinas termelétricas e autorizou a exploração de combustíveis fósseis em águas e terras do governo federal dos Estados Unidos e a construção de um gasoduto numa reserva indígena.
Trump revoga assim o Plano de Energia Limpa do governo Barack Obama (2009-17) e abandona o compromisso dos EUA com o Acordo de Paris para controlar a emissão dos gases que agravam o efeito estufa provando o aquecimento global.
O atual presidente dos EUA e a corrente dominante no Partido Republicano negam que o homem seja responsável pelo aumento da temperatura média do planeta por causa da emissão de gases carbônicos.
Mais de 20 estados, representantes da indústria e empresas processaram a Agência de Proteção Ambiental (EPA) sob a alegação de que o plano de transição para uma economia menos poluente do governo Obama é inconstitucional.
Durante a campanha, Trump prometeu ressuscitar a indústria do carvão e "acabar com todas as regulamentações que prejudicam a geração de empregos". O diretor da EPA nomeado por ele, Scott Pruitt, processou a agência 14 vezes quando era procurador-geral do estado de Oklahoma.
Por outro lado, os procuradores-gerais de 18 estados apoiavam o Plano de Energia Limpa de Obama e podem rejeitar qualquer proposta alternativa de Trump e Pruitt. Pela lei americana, para eliminar regulamentações, é necessário submeter as novas regras a consulta pública, o que pode levar até um ano.
A grande inimiga do Plano de Energia Limpa é a indústria do carvão, a mais poluente. Com o aumento da oferta de gás natural e de energias alternativas como solar e eólica a preços competitivos, o carvão virou uma opção poluente e ineficiente. E mesmo que as minas de carvão voltem a produzir em grande escala, será uma produção mecanizada.
Trump revoga assim o Plano de Energia Limpa do governo Barack Obama (2009-17) e abandona o compromisso dos EUA com o Acordo de Paris para controlar a emissão dos gases que agravam o efeito estufa provando o aquecimento global.
O atual presidente dos EUA e a corrente dominante no Partido Republicano negam que o homem seja responsável pelo aumento da temperatura média do planeta por causa da emissão de gases carbônicos.
Mais de 20 estados, representantes da indústria e empresas processaram a Agência de Proteção Ambiental (EPA) sob a alegação de que o plano de transição para uma economia menos poluente do governo Obama é inconstitucional.
Durante a campanha, Trump prometeu ressuscitar a indústria do carvão e "acabar com todas as regulamentações que prejudicam a geração de empregos". O diretor da EPA nomeado por ele, Scott Pruitt, processou a agência 14 vezes quando era procurador-geral do estado de Oklahoma.
Por outro lado, os procuradores-gerais de 18 estados apoiavam o Plano de Energia Limpa de Obama e podem rejeitar qualquer proposta alternativa de Trump e Pruitt. Pela lei americana, para eliminar regulamentações, é necessário submeter as novas regras a consulta pública, o que pode levar até um ano.
A grande inimiga do Plano de Energia Limpa é a indústria do carvão, a mais poluente. Com o aumento da oferta de gás natural e de energias alternativas como solar e eólica a preços competitivos, o carvão virou uma opção poluente e ineficiente. E mesmo que as minas de carvão voltem a produzir em grande escala, será uma produção mecanizada.
segunda-feira, 27 de março de 2017
Líder da oposição na Rússia é condenado a 15 dias de prisão
Apesar dos protestos internacionais, a Rússia condenou hoje o líder da oposição, Alexei Navalny, a 15 dias de prisão por liderar uma manifestação não autorizada ontem em Moscou e outras cidades russas para denunciar a corrupção governamental e pedir a demissão do primeiro-ministro Dimitri Medvedev.
Mais de mil pessoas foram presas em toda a Rússia, a maioria em Moscou, onde Navalny liderava uma marcha para Rua Tverskaya quando a polícia atacou os manifestantes e prendeu seu líder. Ele é o principal adversário em potencial do presidente Vladimir Putin, candidato à reeleição em 2018.
As manifestações de ontem foram as maiores desde o início de 2012, quando a oposição russa protestava contra fraude nas eleições parlamentares. Desde então, Putin trava uma guerra ideológica contra o Ocidente, tentando desmoralizar a democracia liberal e quem a apoia na Rússia.
No mês passado, Navalny foi condenado por desvio de fundos. É suficiente para torná-lo inelegível.
Mais de mil pessoas foram presas em toda a Rússia, a maioria em Moscou, onde Navalny liderava uma marcha para Rua Tverskaya quando a polícia atacou os manifestantes e prendeu seu líder. Ele é o principal adversário em potencial do presidente Vladimir Putin, candidato à reeleição em 2018.
As manifestações de ontem foram as maiores desde o início de 2012, quando a oposição russa protestava contra fraude nas eleições parlamentares. Desde então, Putin trava uma guerra ideológica contra o Ocidente, tentando desmoralizar a democracia liberal e quem a apoia na Rússia.
No mês passado, Navalny foi condenado por desvio de fundos. É suficiente para torná-lo inelegível.
domingo, 26 de março de 2017
Bulgária elege centro-direita pró-Europa
O partido de centro-direita Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB) venceu hoje por pequena margem as eleições parlamentares búlgaras com 33% dos votos contra 27,2% dos socialistas, apoiados pela Rússia, indicam as projeções dos primeiros resultados, citados pela agência Reuters.
A se confirmarem esses resultados, o ex-primeiro-ministro Boyko Borissov, que caiu em novembro, terá a oportunidade de formar um novo governo.
Acima de tudo, as eleições na Bulgária foram consideradas em teste de lealdade entre duas potências que tentam atrair o país para sua órbita: a Rússia, que dominou a Bulgária durante a Guerra Fria como União Soviética até a queda do regime comunista, em 1989; e União Europeia, da qual faz parte desde 2004.
Mais uma vez, a exemplo do que fez até nos Estados Unidos, a Rússia de Putin tentou manipular as eleições na Bulgária para favorecer o partido mais próximo do Kremlin. Os socialistas perderam, mas praticamente dobraram sua votação.
A se confirmarem esses resultados, o ex-primeiro-ministro Boyko Borissov, que caiu em novembro, terá a oportunidade de formar um novo governo.
Acima de tudo, as eleições na Bulgária foram consideradas em teste de lealdade entre duas potências que tentam atrair o país para sua órbita: a Rússia, que dominou a Bulgária durante a Guerra Fria como União Soviética até a queda do regime comunista, em 1989; e União Europeia, da qual faz parte desde 2004.
Mais uma vez, a exemplo do que fez até nos Estados Unidos, a Rússia de Putin tentou manipular as eleições na Bulgária para favorecer o partido mais próximo do Kremlin. Os socialistas perderam, mas praticamente dobraram sua votação.
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Partido de Merkel vence eleições estaduais na Alemanha
A União Democrata-Cristã (CDU), o partido conservador da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, venceu as eleições no estado do Sarre, com 40,7% dos votos, um bom avanço em relação aos 35,% das eleições anteriores, noticiou a agência Reuters.
O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) ficou em segundo, com uma pequena queda de 30,6% para 29,6%, numa derrota para o novo líder do partido. Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, é o principal adversário de Merkel, que tenta o quarto mandato consecutivo nas eleições nacionais de 24 de setembro de 2017.
Em terceiro lugar, com 12,9%, ficou o partido A Esquerda, uma fusão da ala mais esquerdista do SPD, que rejeitou as reformas econômicas liberalizantes do então chanceler Gerhard Schröder (1998-2005), com o antigo partido comunista da Alemanha Oriental.
À ultradireita, o novo partido Alternativa para a Alemanha (AfD), anti-imigração e antimuçulmano, conseguiu 6,2% dos votos. Os Verdes não superaram a cláusula de barreira, que exige um mínimo de 5% dos votos. Ficam fora da Assembleia Legislativa Estadual do Sarre.
Até 24 de setembro, haverá mais duas eleições estaduais. Servirão como prévias das eleições federais.
O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) ficou em segundo, com uma pequena queda de 30,6% para 29,6%, numa derrota para o novo líder do partido. Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, é o principal adversário de Merkel, que tenta o quarto mandato consecutivo nas eleições nacionais de 24 de setembro de 2017.
Em terceiro lugar, com 12,9%, ficou o partido A Esquerda, uma fusão da ala mais esquerdista do SPD, que rejeitou as reformas econômicas liberalizantes do então chanceler Gerhard Schröder (1998-2005), com o antigo partido comunista da Alemanha Oriental.
À ultradireita, o novo partido Alternativa para a Alemanha (AfD), anti-imigração e antimuçulmano, conseguiu 6,2% dos votos. Os Verdes não superaram a cláusula de barreira, que exige um mínimo de 5% dos votos. Ficam fora da Assembleia Legislativa Estadual do Sarre.
Até 24 de setembro, haverá mais duas eleições estaduais. Servirão como prévias das eleições federais.
Rússia prende mais de mil militantes e o líder da oposição
Durante manifestações de protesto de milhares de pessoas contra a corrupção realizadas em várias cidades, a polícia da Rússia prendeu mais de mil ativistas e o principal líder da oposição, Alexei Navalny. Maior ameaça ao presidente e protoditador Vladimir Putin na eleição presidencial de 11 e 18 de março de 2018, Navalny deve ser condenado para se tornar inelegível.
Navalny e cerca de 500 militantes foram presos quando a marcha seguia pela Rua Tverskaya, no centro de Moscou, sob a acusação de participar de uma manifestação não autorizada. Outros foram detidos no interior do país.
Foram os maiores protestos na Rússia desde as manifestações do fim de 2011 e início de 2012 denunciando fraude nas eleições parlamentares. Putin foi eleito presidente pela terceira vez em março de 2012.
O alvo declarado agora é a corrupção no governo do primeiro-ministro Dimitri Medvedev, fiel escudeiro de Putin. Mas o objetivo maior é atingir o homem-forte do Kremlin ao denunciar a corrupção em meio a uma crise econômica.
Navalny e cerca de 500 militantes foram presos quando a marcha seguia pela Rua Tverskaya, no centro de Moscou, sob a acusação de participar de uma manifestação não autorizada. Outros foram detidos no interior do país.
Foram os maiores protestos na Rússia desde as manifestações do fim de 2011 e início de 2012 denunciando fraude nas eleições parlamentares. Putin foi eleito presidente pela terceira vez em março de 2012.
O alvo declarado agora é a corrupção no governo do primeiro-ministro Dimitri Medvedev, fiel escudeiro de Putin. Mas o objetivo maior é atingir o homem-forte do Kremlin ao denunciar a corrupção em meio a uma crise econômica.
sábado, 25 de março de 2017
Integração da Europa faz 60 anos em meio à sua maior crise
A União Europeia festeja hoje os 60 anos do Tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Europeia, em meio às maiores ameaças à sua sobrevivência, com a crise econômica dos países da periferia da Zona do Euro, a onda de refugiados das guerras do Grande Oriente Médio, o terrorismo dos extremistas muçulmanos, o ressurgimento da extrema direita e a saída do Reino Unido.
O processo de integração europeia foi lançado em 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, pelo Plano Schuman, iniciativa do então ministro do Exterior da França, Robert Schuman, para evitar novas guerras na Europa a partir de uma reconciliação entre França e Alemanha.
No ano seguinte, o Tratado de Paris, assinado por Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo, criou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. O objetivo era controlar o comércio destas matérias-primas para impedir o rearmamento da Alemanha.
Em 25 de março de 1957, os mesmos seis países pioneiros assinaram o Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1958 fundando a CEE, e dois dias depois a Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom). A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido entraram nos anos 1970s. Grécia, Espanha e Portugal, nos anos 1980s.
A União das Comunidades Europeias ganhou este nome no Tratado de Maastricht, em 1991. Com o fim da Guerra Fria no mesmo ano, em 1995, entraram países neutros: Áustria, Finlândia e Suécia.
A grande expansão veio em 2004, com o ingresso de três ex-repúblicas soviéticas (Estônia, Letônia e Lituânia), quatro países do antigo Bloco Soviético (Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca), uma ex-república da Iugoslávia (Eslovênia) e duas ilhas do Mar Mediterrâneo (Chipre e Malta).
A Bulgária e a Romênia entraram em 2007 e a Croácia, em 2013. Montenegro, Sérvia e Turquia negociam a associação. A ex-república soviética da Ucrânia gostaria de entrar, mas enfrenta forte oposição da Rússia
No caso da Turquia, com o autoritarismo crescente do presidente Recep Tayyip Erdogan, a adesão está cada vez mais distante. A Grécia veta a Macedônia para evitar reivindicações territoriais sobre a região grega do mesmo nome.
Hoje, 27 países festejam os 60 anos. Deveriam ser 28, se 52% dos britânicos que foram às urnas em 23 de junho de 2016 não tivessem votado a favor da saída do país da UE. A primeira-ministra Theresa May não foi convidada para a festa.
Daqui a quatro dias, ela vai acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regulamenta a saída de países da UE, deflagrando um processo de negociação que deve durar dois anos. Como uma das principais razões da vitória do não à Europa foi reassumir o controle da imigração, é provável que o Reino Unido deixe também o mercado comum europeu.
Uma regra básica do processo de integração da Europa é a livre circulação de mercadorias, pessoas e capitais. Assim, o Reino Unido deve deixar o segundo maior mercado do mundo, depois dos Estados Unidos e ainda corre o risco de perder a Escócia, que vai convocar novo plebiscito sobre a independência para tentar ficar na Europa.
Com a vitória da Brexit (British exit = saída britânica, em inglês), os movimentos nacionalistas e antieuropeus de ultradireita cresceram. O Partido da Liberdade, neonazista, quase venceu a eleição presidencial na Áustria. Na Holanda, o Partido da Liberdade liderado por Geert Wilders levou apenas 13% e ficou longe do poder.
Na França, a candidata da neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, chegou a liderar as pesquisas sobre o primeiro turno da eleição presidencial, marcado para 23 de abril de 2017. No momento, está em segundo, atrás do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que concorre como independente e é favorito para vencer no segundo turno, em 7 de maio.
Se vencer, Le Pen promete acabar com a "imigração legal e ilegal", e convocar um plebiscito para tirar a França da UE. Ontem, foi a Moscou, receber o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que trabalha ativamente para destruir a UE e sabotar a democracia liberal do Ocidente. A saída da França seria o fim do processo de integração da Europa.
A UE é uma experiência inédita na história da humanidade. É uma entidade supranacional, um grupo de países que se associaram para resolver seus conflitos pacificamente e garantir a paz através da superação dos nacionalismos extremados que destruíram o continente em duas guerras mundiais e do desenvolvimento econômico integrado.
No modelo europeu, a economia social de mercado, os países mais ricos financiam o desenvolvimento dos países e das regiões mais pobres. Teve extraordinário sucesso na integração de países como Grécia, Irlanda e Portugal, depois atingidos pela crise do euro.
Esse modelo foi abalado pela entrada de países muito mais pobres da Europa Oriental, mas ainda é o melhor modelo para uma globalização social-democrata, essencial para evitar ondas de refugiados e imigrantes de países pobres e falidos onde o Estado entrou em colapso.
Aos 60 anos, a Europa unida mas nem tanto discute um futuro em "velocidades diferentes" ou geometria variável para dar flexibilidade ao bloco de 28 países. Na prática, já existe um núcleo central, os agora 19 países que adotaram o euro como moeda comum.
Durante cinco séculos, a Europa dominou o mundo a partir da expansão colonial marítima, da Revolução Comercial e da Revolução Industrial, antes de quase se suicidar em duas guerras e perder a supremacia. Os mesmos nacionalismos que causaram duas guerras mundiais voltam a mostrar as caras.
O processo de integração europeia foi lançado em 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, pelo Plano Schuman, iniciativa do então ministro do Exterior da França, Robert Schuman, para evitar novas guerras na Europa a partir de uma reconciliação entre França e Alemanha.
No ano seguinte, o Tratado de Paris, assinado por Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo, criou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. O objetivo era controlar o comércio destas matérias-primas para impedir o rearmamento da Alemanha.
Em 25 de março de 1957, os mesmos seis países pioneiros assinaram o Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1958 fundando a CEE, e dois dias depois a Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom). A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido entraram nos anos 1970s. Grécia, Espanha e Portugal, nos anos 1980s.
A União das Comunidades Europeias ganhou este nome no Tratado de Maastricht, em 1991. Com o fim da Guerra Fria no mesmo ano, em 1995, entraram países neutros: Áustria, Finlândia e Suécia.
A grande expansão veio em 2004, com o ingresso de três ex-repúblicas soviéticas (Estônia, Letônia e Lituânia), quatro países do antigo Bloco Soviético (Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca), uma ex-república da Iugoslávia (Eslovênia) e duas ilhas do Mar Mediterrâneo (Chipre e Malta).
A Bulgária e a Romênia entraram em 2007 e a Croácia, em 2013. Montenegro, Sérvia e Turquia negociam a associação. A ex-república soviética da Ucrânia gostaria de entrar, mas enfrenta forte oposição da Rússia
No caso da Turquia, com o autoritarismo crescente do presidente Recep Tayyip Erdogan, a adesão está cada vez mais distante. A Grécia veta a Macedônia para evitar reivindicações territoriais sobre a região grega do mesmo nome.
Hoje, 27 países festejam os 60 anos. Deveriam ser 28, se 52% dos britânicos que foram às urnas em 23 de junho de 2016 não tivessem votado a favor da saída do país da UE. A primeira-ministra Theresa May não foi convidada para a festa.
Daqui a quatro dias, ela vai acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regulamenta a saída de países da UE, deflagrando um processo de negociação que deve durar dois anos. Como uma das principais razões da vitória do não à Europa foi reassumir o controle da imigração, é provável que o Reino Unido deixe também o mercado comum europeu.
Uma regra básica do processo de integração da Europa é a livre circulação de mercadorias, pessoas e capitais. Assim, o Reino Unido deve deixar o segundo maior mercado do mundo, depois dos Estados Unidos e ainda corre o risco de perder a Escócia, que vai convocar novo plebiscito sobre a independência para tentar ficar na Europa.
Com a vitória da Brexit (British exit = saída britânica, em inglês), os movimentos nacionalistas e antieuropeus de ultradireita cresceram. O Partido da Liberdade, neonazista, quase venceu a eleição presidencial na Áustria. Na Holanda, o Partido da Liberdade liderado por Geert Wilders levou apenas 13% e ficou longe do poder.
Na França, a candidata da neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, chegou a liderar as pesquisas sobre o primeiro turno da eleição presidencial, marcado para 23 de abril de 2017. No momento, está em segundo, atrás do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, que concorre como independente e é favorito para vencer no segundo turno, em 7 de maio.
Se vencer, Le Pen promete acabar com a "imigração legal e ilegal", e convocar um plebiscito para tirar a França da UE. Ontem, foi a Moscou, receber o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que trabalha ativamente para destruir a UE e sabotar a democracia liberal do Ocidente. A saída da França seria o fim do processo de integração da Europa.
A UE é uma experiência inédita na história da humanidade. É uma entidade supranacional, um grupo de países que se associaram para resolver seus conflitos pacificamente e garantir a paz através da superação dos nacionalismos extremados que destruíram o continente em duas guerras mundiais e do desenvolvimento econômico integrado.
No modelo europeu, a economia social de mercado, os países mais ricos financiam o desenvolvimento dos países e das regiões mais pobres. Teve extraordinário sucesso na integração de países como Grécia, Irlanda e Portugal, depois atingidos pela crise do euro.
Esse modelo foi abalado pela entrada de países muito mais pobres da Europa Oriental, mas ainda é o melhor modelo para uma globalização social-democrata, essencial para evitar ondas de refugiados e imigrantes de países pobres e falidos onde o Estado entrou em colapso.
Aos 60 anos, a Europa unida mas nem tanto discute um futuro em "velocidades diferentes" ou geometria variável para dar flexibilidade ao bloco de 28 países. Na prática, já existe um núcleo central, os agora 19 países que adotaram o euro como moeda comum.
Durante cinco séculos, a Europa dominou o mundo a partir da expansão colonial marítima, da Revolução Comercial e da Revolução Industrial, antes de quase se suicidar em duas guerras e perder a supremacia. Os mesmos nacionalismos que causaram duas guerras mundiais voltam a mostrar as caras.
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sexta-feira, 24 de março de 2017
Republicanos abandonam projeto contra programa de saúde de Obama
Um Partido Republicano dividido causou a primeira grande derrota do presidente Donald Trump no Congresso ao abandonar o projeto do presidente da Câmara, deputado Paul Ryan, para acabar com o programa de universalização da saúde pública do governo Barack Obama.
Visivelmente irritado, Trump falou em deixar o programa de Obama implodir, sob o argumento de que as prestações do seguro-saúde vão aumentar muito nos próximos anos. Acabar com o programa de saúde de Obama era uma promessa de campanha de Trump e da maioria dos republicanos.
O projeto retirado de votação deixaria em dez anos mais 24 milhões de americanos sem seguro-saúde, advertiu o bipartidário Escritório de Orçamento do Congresso. Isso colocou republicanos moderados na defensiva, não querendo pagar o preço nas próximas eleições.
Ao mesmo tempo, a ala mais direitista do partido, chamava o projeto de Obamacare light, acusando o projeto republicano de criar um Estado de bem-estar social nos EUA, o que para a ultradireita é uma espécie de socialismo.
Com o partido dividido, ficou evidente que não haveria votos suficientes para aprovar o projeto, apesar do patrocínio de Ryan e do apoio de Trump, os dois grandes perdedores.
Visivelmente irritado, Trump falou em deixar o programa de Obama implodir, sob o argumento de que as prestações do seguro-saúde vão aumentar muito nos próximos anos. Acabar com o programa de saúde de Obama era uma promessa de campanha de Trump e da maioria dos republicanos.
O projeto retirado de votação deixaria em dez anos mais 24 milhões de americanos sem seguro-saúde, advertiu o bipartidário Escritório de Orçamento do Congresso. Isso colocou republicanos moderados na defensiva, não querendo pagar o preço nas próximas eleições.
Ao mesmo tempo, a ala mais direitista do partido, chamava o projeto de Obamacare light, acusando o projeto republicano de criar um Estado de bem-estar social nos EUA, o que para a ultradireita é uma espécie de socialismo.
Com o partido dividido, ficou evidente que não haveria votos suficientes para aprovar o projeto, apesar do patrocínio de Ryan e do apoio de Trump, os dois grandes perdedores.
Líder da extrema direita francesa pede apoio à Rússia
A candidata à Presidência da França pela neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, visitou hoje em Moscou o presidente Vladimir Putin, noticiou o jornal internacional The Moscow News. As duas partes negaram que a Rússia tenha oferecido ajuda financeira para a candidata, uma grande ameaça à União Europeia, mas a realidade deve ser outra.
Le Pen acenou com a possibilidade de suspender as sanções impostas à Rússia depois da intervenção militar na Ucrânia e da anexação da Crimeia. Putin prometeu não interferir na eleição de 23 de abril e 7 de maio de 2017 na França.
Provavelmente a verdade seja exatamente o contrário do que declarado publicamente. A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) investiga a interferência da Rússia na eleição presidencial americana através de pirataria cibernética e de contatos diretos da campanha do atual presidente Donald Trump com o Kremlin.
A Rússia de Putin trava uma guerrinha fria com o Ocidente, contra os valores da sociedade aberta, liberal e democrática. Com pirataria cibernética, ajudou Trump a derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que Putin acusa por uma onda de protestos contra fraude nas eleições parlamentares russas de 2011.
Desde aquele ano, Le Pen visitou a Rússia quatro vezes. Esteve inclusive na Crimeia anexada. Seu partido recebeu um empréstimo de 8 milhões de euros de um banco russo. Moscou ajuda aberta e secretamente forças políticas ultranacionalistas anti-UE, como a Frente Nacional, da França, a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas, na Itália.
Le Pen acenou com a possibilidade de suspender as sanções impostas à Rússia depois da intervenção militar na Ucrânia e da anexação da Crimeia. Putin prometeu não interferir na eleição de 23 de abril e 7 de maio de 2017 na França.
Provavelmente a verdade seja exatamente o contrário do que declarado publicamente. A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) investiga a interferência da Rússia na eleição presidencial americana através de pirataria cibernética e de contatos diretos da campanha do atual presidente Donald Trump com o Kremlin.
A Rússia de Putin trava uma guerrinha fria com o Ocidente, contra os valores da sociedade aberta, liberal e democrática. Com pirataria cibernética, ajudou Trump a derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que Putin acusa por uma onda de protestos contra fraude nas eleições parlamentares russas de 2011.
Desde aquele ano, Le Pen visitou a Rússia quatro vezes. Esteve inclusive na Crimeia anexada. Seu partido recebeu um empréstimo de 8 milhões de euros de um banco russo. Moscou ajuda aberta e secretamente forças políticas ultranacionalistas anti-UE, como a Frente Nacional, da França, a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas, na Itália.
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quinta-feira, 23 de março de 2017
Partido Socialista cai para 5º lugar na eleição presidencial da França
Com o avanço de Jean-Luc Mélenchon, candidato da frente de esquerda França Insubmissa, a um mês do primeiro turno da eleição presidencial na França, o ex-ministro da Educação Benoît Hamon, candidato oficial do Partido Socialista, caiu para quinto lugar numa pesquisa de opinião realizada na terça-feira para a televisão BFMTV e a revista L'Express.
O líder na pesquisa sobre o primeiro turno, marcado para 23 de abril de 2017, é o ex-ministro da Economia do atual governo, Emmanuel Macron, considerado liberal demais dentro do PS, com avanço de 0,5 ponto percentual e 26% das preferências.
Em segundo lugar, vem a chefe da neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, com queda de meio ponto percentual e 24,5%. Ela promete acabar com a "imigração legal e ilegal", e tirar a França da União Europeia.
Marine Le Pen se inspira nas vitórias do plebiscito sobre a saída do Reino Unido do bloco europeu e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Tem o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Um banco russo emprestou 8 milhões de euros a seu partido de ultradireita. É a maior ameaça nesta eleição.
Todos os partidos devem se unir contra Le Pen no segundo turno. Foi que aconteceu com seu pai, Jean-Marie Le Pen, quando ele superou o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, em 21 de abril de 2002, e foi para o segundo turno contra o presidente Jacques Chirac, vencedor no final por ampla margem.
De acordo com as pesquisas, Macron e Le Pen devem disputar o segundo turno, em 7 de maio, deixando de fora os grandes partidos que dominaram a 5ª República, o PS e o partido gaulista, herdeiro das ideias do general Charles de Gaulle, grande herói da Segunda Guerra Mundial e principal dirigente do país no pós-guerra, que hoje se chama Os Republicanos.
O candidato gaulista, o ex-primeiro-ministro François Fillon, era o favorito depois de ganhar a eleição primária do partido até a imprensa denunciar que ele empregou a mulher os filhos como funcionários-fantasmas do Senado. Apesar do escândalo e de estar sendo processado, Fillon se recusa a abandonar a candidatura. Está em queda e perdeu mais 0,5 ponto desde a pesquisa anterior. Tem 17%.
Mélenchon é o quarto, com um avanço de meio ponto e 13,5% do total, ultrapassando o socialista Hamon, que caiu 2 pontos para 11,5%, o pior resultado da história do PS.
Por causa de sua impopularidade, o presidente François Hollande desistiu de concorrer e o ex-primeiro-ministro Manuel Valls foi derrotado pela esquerda, que optou por Hamon. Mas cada vez mais os socialistas embarcam na candidatura Macron. O próprio presidente Hollande pediu outro dia a desistência de Fillon, numa clara jogada para beneficiar a candidatura de seu jovem ex-ministro.
O líder na pesquisa sobre o primeiro turno, marcado para 23 de abril de 2017, é o ex-ministro da Economia do atual governo, Emmanuel Macron, considerado liberal demais dentro do PS, com avanço de 0,5 ponto percentual e 26% das preferências.
Em segundo lugar, vem a chefe da neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, com queda de meio ponto percentual e 24,5%. Ela promete acabar com a "imigração legal e ilegal", e tirar a França da União Europeia.
Marine Le Pen se inspira nas vitórias do plebiscito sobre a saída do Reino Unido do bloco europeu e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Tem o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Um banco russo emprestou 8 milhões de euros a seu partido de ultradireita. É a maior ameaça nesta eleição.
Todos os partidos devem se unir contra Le Pen no segundo turno. Foi que aconteceu com seu pai, Jean-Marie Le Pen, quando ele superou o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, em 21 de abril de 2002, e foi para o segundo turno contra o presidente Jacques Chirac, vencedor no final por ampla margem.
De acordo com as pesquisas, Macron e Le Pen devem disputar o segundo turno, em 7 de maio, deixando de fora os grandes partidos que dominaram a 5ª República, o PS e o partido gaulista, herdeiro das ideias do general Charles de Gaulle, grande herói da Segunda Guerra Mundial e principal dirigente do país no pós-guerra, que hoje se chama Os Republicanos.
O candidato gaulista, o ex-primeiro-ministro François Fillon, era o favorito depois de ganhar a eleição primária do partido até a imprensa denunciar que ele empregou a mulher os filhos como funcionários-fantasmas do Senado. Apesar do escândalo e de estar sendo processado, Fillon se recusa a abandonar a candidatura. Está em queda e perdeu mais 0,5 ponto desde a pesquisa anterior. Tem 17%.
Mélenchon é o quarto, com um avanço de meio ponto e 13,5% do total, ultrapassando o socialista Hamon, que caiu 2 pontos para 11,5%, o pior resultado da história do PS.
Por causa de sua impopularidade, o presidente François Hollande desistiu de concorrer e o ex-primeiro-ministro Manuel Valls foi derrotado pela esquerda, que optou por Hamon. Mas cada vez mais os socialistas embarcam na candidatura Macron. O próprio presidente Hollande pediu outro dia a desistência de Fillon, numa clara jogada para beneficiar a candidatura de seu jovem ex-ministro.
Polícia britânica identifica terrorista que atacou Parlamento Britânico
A polícia do Reino Unido identificou hoje como Khalid Masood, de 52 anos, nascido condado de Kent, na Inglaterra, revelou o jornal The Guardian.
Masood era conhecido da Scotland Yard e dos serviços secretos, mas era considerado uma "figura periférica". O nome é diferente do apontado ontem por meios de comunicação de outros países europeus.
Hoje a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelo atentado, mas não apresentou qualquer prova.
Como em casos anteriores, Masood tinha várias passagens pela polícia sem qualquer ligação com fanatismo religioso. Foi condenado pela primeira vez em 1983 por "danos criminosos". A última vez foi em 2003 por posse de faca.
Isso mostra um padrão que se repete desde os atentados terroristas contra o jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro de 2015, em Paris, na França.
A maioria dos terroristas que atacaram a Europa era de marginais que haviam cometido pequenos delitos como agressões, roubos, assaltos e tráfico de drogas. Na cadeia, foram radicalizados. São marginais e não fanáticos religiosos. Usam o salafismo jihadista, uma ideologia assassina, para justificar seus crimes.
Masood era conhecido da Scotland Yard e dos serviços secretos, mas era considerado uma "figura periférica". O nome é diferente do apontado ontem por meios de comunicação de outros países europeus.
Hoje a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelo atentado, mas não apresentou qualquer prova.
Como em casos anteriores, Masood tinha várias passagens pela polícia sem qualquer ligação com fanatismo religioso. Foi condenado pela primeira vez em 1983 por "danos criminosos". A última vez foi em 2003 por posse de faca.
Isso mostra um padrão que se repete desde os atentados terroristas contra o jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro de 2015, em Paris, na França.
A maioria dos terroristas que atacaram a Europa era de marginais que haviam cometido pequenos delitos como agressões, roubos, assaltos e tráfico de drogas. Na cadeia, foram radicalizados. São marginais e não fanáticos religiosos. Usam o salafismo jihadista, uma ideologia assassina, para justificar seus crimes.
Estado Islâmico reivindica atentado terrorista em Londres
Através de sua agência de propaganda Amaq, a milícia extremista muçulmana Estado Islâmico do Iraque e do Levante tentou assumir hoje a responsabilidade pelo ataque terrorista de ontem na Ponte de Westminster e contra o Parlamento Britânico, em Londres, noticiou o jornal The Guardian. O total de mortos foi reduzido hoje para três, além do terrorista, com 40 sobreviventes feridos.
Em nota, a agência o chamou de "soldado do Estado Islâmico", sem dar detalhes sobre quais seriam suas ligações com o grupo nem qualquer prova de autoria.
A polícia britânica já identificou o terrorista morto, mas não revelou sua identidade para não prejudicar as investigações. A primeira-ministra Theresa May informou que ele era conhecido da polícia e dos serviços secretos do Reino Unido. Era considerado uma "figura periférica".
Oito pessoas foram presas hoje em operações de busca e apreensão em seis locais de Londres e Birmingham, a segunda maior cidade do país.
Em nota, a agência o chamou de "soldado do Estado Islâmico", sem dar detalhes sobre quais seriam suas ligações com o grupo nem qualquer prova de autoria.
A polícia britânica já identificou o terrorista morto, mas não revelou sua identidade para não prejudicar as investigações. A primeira-ministra Theresa May informou que ele era conhecido da polícia e dos serviços secretos do Reino Unido. Era considerado uma "figura periférica".
Oito pessoas foram presas hoje em operações de busca e apreensão em seis locais de Londres e Birmingham, a segunda maior cidade do país.
quarta-feira, 22 de março de 2017
Total de mortos pelo terror em Londres sobe para 5 com 40 feridos
Mais uma pessoa morreu, elevando para cinco o total de mortos pelo ataque terrorista da tarde de hoje na Ponte de Westminster e no Parlamento Britânico. Outras 40 pessoas saíram feridas, revelou o último balanço comandante das operações anterrorismo da Polícia Metropolitana da Grande Londres.
A primeira-ministra Theresa May convocou para esta noite uma reunião de emergência do gabinete de crise e anunciou que amanhã o Parlamento se reúne normalmente. No fim da reunião de emergência, fez um pronunciamento.
"O lugar deste ataque não foi escolhido por acaso. É o coração da nossa capital, onde pessoas de todas as nacionalidades, religiões e culturas se reúnem para celebrar os valores da liberdade, da democracia e da liberdade de expressão. Estas ruas de Westminster - sede do Parlamento mais antigo do mundo - estão entranhadas pelo espírito de liberdade que ecoa pelos cantos mais distantes do globo.
"São os valores que nosso Parlamento representa - democracia, liberdade, direitos humanos e estado de direito - merecem o respeito e a admiração das pessoas livres em toda parte. Por isso, é um alvo para quem rejeita estes valores. Deixem-me dizer claramente hoje como disse antes: qualquer tentativa de derrotar estes valores pela violência e o terror está destinada ao fracasso", acrescentou a primeira-ministra.
Depois de afirmar que amanhã a vida volta ao normal, May concluiu: "Vamos avançar juntos, nunca cedendo ao terror. E nunca permitindo que as vozes do ódio e do medo nos dividam."
O terrorista foi descrito pela televisão francesa como um britânico de origem jamaicana convertido ao islamismo. O jornal italiano La Stampa, de Turim, disse que é Abu Izzadeen, um britânico de 42 anos.
A polícia britânica, a Scotland Yard, não confirma para não prejudicar as investigação. O policial morto foi identificado como Keith Palmer, de 48 anos, com 15 anos de serviço.
NOTA: No dia seguinte, a polícia britânica reduziu o número de mortos para três, além do terrorista. Horas mais tarde, morreu um homem de 75 anos que estava gravemente ferido.
A primeira-ministra Theresa May convocou para esta noite uma reunião de emergência do gabinete de crise e anunciou que amanhã o Parlamento se reúne normalmente. No fim da reunião de emergência, fez um pronunciamento.
"O lugar deste ataque não foi escolhido por acaso. É o coração da nossa capital, onde pessoas de todas as nacionalidades, religiões e culturas se reúnem para celebrar os valores da liberdade, da democracia e da liberdade de expressão. Estas ruas de Westminster - sede do Parlamento mais antigo do mundo - estão entranhadas pelo espírito de liberdade que ecoa pelos cantos mais distantes do globo.
"São os valores que nosso Parlamento representa - democracia, liberdade, direitos humanos e estado de direito - merecem o respeito e a admiração das pessoas livres em toda parte. Por isso, é um alvo para quem rejeita estes valores. Deixem-me dizer claramente hoje como disse antes: qualquer tentativa de derrotar estes valores pela violência e o terror está destinada ao fracasso", acrescentou a primeira-ministra.
Depois de afirmar que amanhã a vida volta ao normal, May concluiu: "Vamos avançar juntos, nunca cedendo ao terror. E nunca permitindo que as vozes do ódio e do medo nos dividam."
O terrorista foi descrito pela televisão francesa como um britânico de origem jamaicana convertido ao islamismo. O jornal italiano La Stampa, de Turim, disse que é Abu Izzadeen, um britânico de 42 anos.
A polícia britânica, a Scotland Yard, não confirma para não prejudicar as investigação. O policial morto foi identificado como Keith Palmer, de 48 anos, com 15 anos de serviço.
NOTA: No dia seguinte, a polícia britânica reduziu o número de mortos para três, além do terrorista. Horas mais tarde, morreu um homem de 75 anos que estava gravemente ferido.
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Ataque terrorista fecha o Parlamento Britânico
Um carro atropelou pedestres intencionalmente na ponte de Westminster, um homem saiu do carro, esfaqueou um policial e foi morto por agentes a paisana hoje às 14h40 (11h40 em Brasília) na entrada do Parlamento Britânico, em Londres, informou a televisão pública britânica BBC. O Palácio de Westminster e as ruas próximas foram fechados. A polícia está tratando o caso como terrorismo.
Pelo menos quatro pessoas morreram, inclusive o terrorista, o policial esfaquedo e uma mulher atropelada, e outras 20 pessoas foram feridas no atropelamento, algumas seriamente, declarou a Polícia Metropolitana de Londres. Uma mulher caiu no Rio Tâmisa. Foi resgatada com vida, mas está gravemente ferida. Vários corpos ficaram estendidos sobre a ponte, mostram imagens de helicóptero.
Depois de atropelar os pedestres na ponte, o terrorista teria jogado o carro contra uma barreira que protege a entrada do Parlamento, esfaqueado um policial e corrido rumo à entrada dos deputados. Dois agentes a paisana o mandaram parar. Como o terrorista não respondeu, foi baleado três vezes e morto.
A principal suspeita recai sobre extremistas muçulmanos motivados ou ligados à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O grupo quer contra-atacar todos os países que estão acabando com o califado que seu líder Abu Baker al-Baghdadi proclamou há dois anos e nove meses em Mossul, no Iraque.
Com o apoio aéreo de uma coalizão de 65 países liderada pelos Estados Unidos da qual o Reino Unido faz parte, o Exército do Iraque e milícias aliadas está prestes a retomar Mossul, a segunda maior cidade do país. Na Síria, a capital do Estado Islâmico, Rakka, também está prestes a cair.
Como os veículos não são armas propriamente ditas, "são hoje as armas prediletas dos terroristas jihadistas", observou Paul Cruickshank, na rede de televisão americana CNN. Nos atentados de Nice, na França, em 14 de julho do ano passado, e contra uma feira de Natal em Berlim, na Alemanha, os terroristas usaram caminhões como arma para jogar contra a multidão.
O Reino Unido tem pouco menos de 3 milhões de muçulmanos. Milhares foram para a Síria e o Iraque lutar ao lado do Estado Islâmico. O mais notório era o João Jihadista, que apareceu nos primeiros vídeos de degolas de ocidentais. Pelo menos 400 voltaram para casa e são inimigos internos em potencial.
Em 7 de julho de 2005, quatro atentados contra o sistema de transportes da capital britânicas deixou 52 mortos.
Pelo menos quatro pessoas morreram, inclusive o terrorista, o policial esfaquedo e uma mulher atropelada, e outras 20 pessoas foram feridas no atropelamento, algumas seriamente, declarou a Polícia Metropolitana de Londres. Uma mulher caiu no Rio Tâmisa. Foi resgatada com vida, mas está gravemente ferida. Vários corpos ficaram estendidos sobre a ponte, mostram imagens de helicóptero.
Depois de atropelar os pedestres na ponte, o terrorista teria jogado o carro contra uma barreira que protege a entrada do Parlamento, esfaqueado um policial e corrido rumo à entrada dos deputados. Dois agentes a paisana o mandaram parar. Como o terrorista não respondeu, foi baleado três vezes e morto.
A principal suspeita recai sobre extremistas muçulmanos motivados ou ligados à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O grupo quer contra-atacar todos os países que estão acabando com o califado que seu líder Abu Baker al-Baghdadi proclamou há dois anos e nove meses em Mossul, no Iraque.
Com o apoio aéreo de uma coalizão de 65 países liderada pelos Estados Unidos da qual o Reino Unido faz parte, o Exército do Iraque e milícias aliadas está prestes a retomar Mossul, a segunda maior cidade do país. Na Síria, a capital do Estado Islâmico, Rakka, também está prestes a cair.
Como os veículos não são armas propriamente ditas, "são hoje as armas prediletas dos terroristas jihadistas", observou Paul Cruickshank, na rede de televisão americana CNN. Nos atentados de Nice, na França, em 14 de julho do ano passado, e contra uma feira de Natal em Berlim, na Alemanha, os terroristas usaram caminhões como arma para jogar contra a multidão.
O Reino Unido tem pouco menos de 3 milhões de muçulmanos. Milhares foram para a Síria e o Iraque lutar ao lado do Estado Islâmico. O mais notório era o João Jihadista, que apareceu nos primeiros vídeos de degolas de ocidentais. Pelo menos 400 voltaram para casa e são inimigos internos em potencial.
Em 7 de julho de 2005, quatro atentados contra o sistema de transportes da capital britânicas deixou 52 mortos.
terça-feira, 21 de março de 2017
Morre comandante do IRA que virou vice-primeiro-ministro
O ex-comandante militar do Exército Republicano Irlandês (IRA) e ex-vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte Martin McGuinness, um dos principais negociadores do Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa (1998), morreu hoje aos 66 anos.
McGuinness morreu em Londonderry, que o movimento nacionalista irlandês, católico e nacionalista liderado por ele chama de Derry, semanas depois de deixar a política por causa de uma doença rara chamada amiloidose, uma consequência do acúmulo anormal de proteína em órgãos e tecidos.
Ele era comandante do IRA em Londonderry em 30 de janeiro de 1972, quando o Exército Real britânico disparou contra uma manifestação de protesto de católicos em que temia a infiltração do IRA, matando 14 pessoas no Domingo Sangrento, num dos momentos mais difíceis da guerra civil na Irlanda do Norte.
Quando a República da Irlanda se tornou independente, em 1922, seis condados da província do Úlster, onde os protestantes favoráveis a permanecer no Reino Unido eram maioria, formaram a Irlanda do Norte, uma entidade que o IRA nunca reconheceu.
Para falar da região, McGuinness sempre usou a expressão "no Norte da Irlanda". Fazia parte da guerra retórica que começou a acabar com a Declaração de Downing Street, de 1993, quando os governos do Reino Unido e da Irlanda chegaram a um acordo para iniciar o processo de paz.
Em 1994, o IRA declarou um cessar-fogo suspenso em 9 de fevereiro de 1996 diante da estagnação das negociações. O Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa foi assinado em 9 de abril de 1998, dividindo o poder entre as duas comunidades. A formação do governo ainda levou alguns anos.
Martin McGuinness foi escolhido pelo Sinn Féin, o partido político do IRA, para ser seu representante máximo no governo semiautônomo da Irlanda do Norte. De 8 de maio de 2007 a 9 de janeiro de 2017, o ex-comandante militar do IRA foi vice-primeiro-ministro.
McGuinness morreu em Londonderry, que o movimento nacionalista irlandês, católico e nacionalista liderado por ele chama de Derry, semanas depois de deixar a política por causa de uma doença rara chamada amiloidose, uma consequência do acúmulo anormal de proteína em órgãos e tecidos.
Ele era comandante do IRA em Londonderry em 30 de janeiro de 1972, quando o Exército Real britânico disparou contra uma manifestação de protesto de católicos em que temia a infiltração do IRA, matando 14 pessoas no Domingo Sangrento, num dos momentos mais difíceis da guerra civil na Irlanda do Norte.
Quando a República da Irlanda se tornou independente, em 1922, seis condados da província do Úlster, onde os protestantes favoráveis a permanecer no Reino Unido eram maioria, formaram a Irlanda do Norte, uma entidade que o IRA nunca reconheceu.
Para falar da região, McGuinness sempre usou a expressão "no Norte da Irlanda". Fazia parte da guerra retórica que começou a acabar com a Declaração de Downing Street, de 1993, quando os governos do Reino Unido e da Irlanda chegaram a um acordo para iniciar o processo de paz.
Em 1994, o IRA declarou um cessar-fogo suspenso em 9 de fevereiro de 1996 diante da estagnação das negociações. O Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa foi assinado em 9 de abril de 1998, dividindo o poder entre as duas comunidades. A formação do governo ainda levou alguns anos.
Martin McGuinness foi escolhido pelo Sinn Féin, o partido político do IRA, para ser seu representante máximo no governo semiautônomo da Irlanda do Norte. De 8 de maio de 2007 a 9 de janeiro de 2017, o ex-comandante militar do IRA foi vice-primeiro-ministro.
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segunda-feira, 20 de março de 2017
Reino Unido deflagra processo de divórcio da UE em 29 de março
O Reino Unido vai recorrer ao artigo 50 do Tratado de Lisboa em 29 de março de 2017, dando início ao processo de separação da União Europeia aprovado no plebiscito de 23 de junho de 2016, anunciou hoje um porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.
As negociações devem durar dois anos e levar à saída do Reino Unido do mercado comum europeu. Para continuar tendo acesso ao maior mercado consumidor do mundo, o país teria de aceitar a livre circulação de bens, mercadorias e pessoas. Uma das principais motivações dos eleitores que votaram para sair da UE foi acabar com a imigração.
O aviso foi entregue hoje de manhã pelo embaixador britânico na UE, Tim Barrow, no gabinete do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polônia. A partir do dia 29, o bloco europeu terá um mês e meio para os outros 27 países-membros acertarem sua posição negociadora.
A expectativa agora é em torno do discurso em que May deve apresentar à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico sua visão sobre as negociações do divórcio com a Europa.
As previsões econômicas mais pessimistas não se confirmaram. A economia britânica foi a que mais cresceu no Grupo dos Sete (maiores potências industriais, menos a China) e a libra se recuperou no fim de 2016. Hoje vale US$ 1,20 e 1,14 euros.
As negociações devem durar dois anos e levar à saída do Reino Unido do mercado comum europeu. Para continuar tendo acesso ao maior mercado consumidor do mundo, o país teria de aceitar a livre circulação de bens, mercadorias e pessoas. Uma das principais motivações dos eleitores que votaram para sair da UE foi acabar com a imigração.
O aviso foi entregue hoje de manhã pelo embaixador britânico na UE, Tim Barrow, no gabinete do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro da Polônia. A partir do dia 29, o bloco europeu terá um mês e meio para os outros 27 países-membros acertarem sua posição negociadora.
A expectativa agora é em torno do discurso em que May deve apresentar à Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico sua visão sobre as negociações do divórcio com a Europa.
As previsões econômicas mais pessimistas não se confirmaram. A economia britânica foi a que mais cresceu no Grupo dos Sete (maiores potências industriais, menos a China) e a libra se recuperou no fim de 2016. Hoje vale US$ 1,20 e 1,14 euros.
FBI confirma investigação sobre conluio de Trump com a Rússia
Em depoimento no Congresso, o diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, confirmou que está em curso uma investigação sobre tentativas da Rússia de interferir nas eleições americanas e os contatos da campanha do presidente Donald Trump com o Kremlin.
"O Departamento da Justiça me autorizou a divulgar que em nossa missão de inteligência está investigando a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016", afirmou James Comey diante da Comissão de Inteligência da Câmara. "Isto inclui a investigação da natureza de quaisquer ligações entre indivíduos associados à campanha de Trump e o governo russo, e se houve qualquer coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia."
Tanto o diretor-geral do FBI quanto o da Agência de Segurança Nacional (NSA), Michael Rogers, negaram haver qualquer indício de que a Trump Tower, sede das empresas do atual presidente, tenha sido alvo de escuta telefônica clandestina ordenada pelo então presidente Barack Obama durante a campanha eleitoral. Trump acusou Obama no Twitter semanas atrás.
Enquanto eles falavam, Trump voltou ao Twitter para dizer exatamente o contrário: "A NSA e o FBI disseram ao Congresso que a Rússia não influenciou o processo eleitoral." Nada mais distante da realidade.
Desde o início da campanha, em suas críticas à política externa de Obama e à sua primeira secretária de Estado, Hillary Clinton, Trump criticou as relações com a Rússia, prometendo melhorá-las em seu governo. Isso estimulou o protoditador russo, Vladimir Putin, que faz campanha e guerra cibernética contra a democracia ocidental, uma ameaça a seu autoritarismo.
"Putin odeia tanto Hillary Clinton", comentou o diretor-geral do FBI, que começou a interferir na campanha para minar a candidata democrata. O homem-forte do Kremlin atribui a Hillary e aos EUA as manifestações de protestos contra os resultados das eleições parlamentares de 2011 na Rússia.
Depois das revoltas da Primavera Árabe, Putin temia ser o próximo alvo do movimento pela democracia. A partir daquela época, iniciou uma guerrinha fria contra o Ocidente e trabalha ativamente para sabotar os processos eleitorais e apoiar candidatos de ultradireita contrários, por exemplo, à União Europeia. Bancos russos emprestaram 8 milhões de euros à neofascista Frente Nacional, da França, liderada por Marine Le Pen.
A Rússia não acreditava na vitória de Trump, observou Comey. Sua prioridade era derrubar Hillary. Mas Trump adotou um discurso sedutor para os ouvidos do Kremlin, com críticas à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), chamando a primeira de uma conspiração alemã para dominar a Europa e a segunda de obsoleta.
O ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn caiu por haver mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre encontros com o embaixador russo em Washington antes da eleição. Flynn negou haver falado sobre as sanções contra a intervenção militar russa na Ucrânia, mas a conversa estava sendo gravada pelos serviços de inteligência e ele foi desmentido. Trump alegou deslealdade para demiti-lo.
"O Departamento da Justiça me autorizou a divulgar que em nossa missão de inteligência está investigando a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016", afirmou James Comey diante da Comissão de Inteligência da Câmara. "Isto inclui a investigação da natureza de quaisquer ligações entre indivíduos associados à campanha de Trump e o governo russo, e se houve qualquer coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia."
Tanto o diretor-geral do FBI quanto o da Agência de Segurança Nacional (NSA), Michael Rogers, negaram haver qualquer indício de que a Trump Tower, sede das empresas do atual presidente, tenha sido alvo de escuta telefônica clandestina ordenada pelo então presidente Barack Obama durante a campanha eleitoral. Trump acusou Obama no Twitter semanas atrás.
Enquanto eles falavam, Trump voltou ao Twitter para dizer exatamente o contrário: "A NSA e o FBI disseram ao Congresso que a Rússia não influenciou o processo eleitoral." Nada mais distante da realidade.
Desde o início da campanha, em suas críticas à política externa de Obama e à sua primeira secretária de Estado, Hillary Clinton, Trump criticou as relações com a Rússia, prometendo melhorá-las em seu governo. Isso estimulou o protoditador russo, Vladimir Putin, que faz campanha e guerra cibernética contra a democracia ocidental, uma ameaça a seu autoritarismo.
"Putin odeia tanto Hillary Clinton", comentou o diretor-geral do FBI, que começou a interferir na campanha para minar a candidata democrata. O homem-forte do Kremlin atribui a Hillary e aos EUA as manifestações de protestos contra os resultados das eleições parlamentares de 2011 na Rússia.
Depois das revoltas da Primavera Árabe, Putin temia ser o próximo alvo do movimento pela democracia. A partir daquela época, iniciou uma guerrinha fria contra o Ocidente e trabalha ativamente para sabotar os processos eleitorais e apoiar candidatos de ultradireita contrários, por exemplo, à União Europeia. Bancos russos emprestaram 8 milhões de euros à neofascista Frente Nacional, da França, liderada por Marine Le Pen.
A Rússia não acreditava na vitória de Trump, observou Comey. Sua prioridade era derrubar Hillary. Mas Trump adotou um discurso sedutor para os ouvidos do Kremlin, com críticas à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), chamando a primeira de uma conspiração alemã para dominar a Europa e a segunda de obsoleta.
O ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn caiu por haver mentido ao vice-presidente Mike Pence sobre encontros com o embaixador russo em Washington antes da eleição. Flynn negou haver falado sobre as sanções contra a intervenção militar russa na Ucrânia, mas a conversa estava sendo gravada pelos serviços de inteligência e ele foi desmentido. Trump alegou deslealdade para demiti-lo.
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Trump discutiu crise da Venezuela com Temer
Durante telefonema no último fim de semana, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Michel Temer, discutiram as relações bilaterais e a crise na Venezuela, noticiou hoje o jornal Latin American Herald Tribune.
Trump passou o fim de semana no country club que tem em Mar-a-Lago, na Flórida. Lá, falou sábado com Temer e no domingo com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Passaram-se dois meses de governo até que Trump decidisse falar com o presidente brasileiro. Até com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o novo presidente americano falou antes.
Pelo relato da Casa Branca, Trump e Temer mantiveram uma conversa longa e agradável. O presidente americano destacou a importância das relações bilaterais com o Brasil dentro do continente americano. Trump manifestou preocupação com a crise da democracia e o desrespeito aos direitos humanos pelo regime chavista da Venezuela.
Nas últimas semanas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciou uma guerra do pão, iniciando uma temporada de caça aos padeiros, que não conseguem comprar trigo importado por causa das políticas cambial e comercial do governo.
Trump passou o fim de semana no country club que tem em Mar-a-Lago, na Flórida. Lá, falou sábado com Temer e no domingo com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Passaram-se dois meses de governo até que Trump decidisse falar com o presidente brasileiro. Até com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o novo presidente americano falou antes.
Pelo relato da Casa Branca, Trump e Temer mantiveram uma conversa longa e agradável. O presidente americano destacou a importância das relações bilaterais com o Brasil dentro do continente americano. Trump manifestou preocupação com a crise da democracia e o desrespeito aos direitos humanos pelo regime chavista da Venezuela.
Nas últimas semanas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciou uma guerra do pão, iniciando uma temporada de caça aos padeiros, que não conseguem comprar trigo importado por causa das políticas cambial e comercial do governo.
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Mais universidades portuguesas aceitam resultados do Enem
Mais três instituições de ensino superior de Portugal, o Instituto Universitário de Ciências da Saúde, a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e a Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, passaram a aceitar os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para admitir alunos do Brasil.
Com mais estas três faculdades, sobe para 21 o número de instituições portuguesas que aceitam o Enem, todas do setor de saúde.
O acordo foi assinado em Brasília na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (Cespu), dona das três faculdades, situadas no Norte de Portugal. A nota do Enem será somada à média das notas do ensino médio.
As outras instituições de ensino superior portuguesas que aceitam as notas do Enem: Universidade dos Açores, Universidade do Algarve, Universidade de Aveiro, Universidade da Beira Interior, Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa, Universidade da Madeira, Universidade do Minho, Universidade do Porto, Instituto Politécnico de Beja, Instituto Politécnico do Cávado e do Ado, Instituto Politécnico de Coimbra, Instituto Politécnico de Guarda, Instituto Politécnico do Porto, Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico de Portalegre, Instituto Politécnico do Porto e Instituto Politécnico de Santarém.
Com mais estas três faculdades, sobe para 21 o número de instituições portuguesas que aceitam o Enem, todas do setor de saúde.
O acordo foi assinado em Brasília na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (Cespu), dona das três faculdades, situadas no Norte de Portugal. A nota do Enem será somada à média das notas do ensino médio.
As outras instituições de ensino superior portuguesas que aceitam as notas do Enem: Universidade dos Açores, Universidade do Algarve, Universidade de Aveiro, Universidade da Beira Interior, Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa, Universidade da Madeira, Universidade do Minho, Universidade do Porto, Instituto Politécnico de Beja, Instituto Politécnico do Cávado e do Ado, Instituto Politécnico de Coimbra, Instituto Politécnico de Guarda, Instituto Politécnico do Porto, Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico de Portalegre, Instituto Politécnico do Porto e Instituto Politécnico de Santarém.
Israel bombardeia Síria pela terceira vez em três dias
Na noite de domingo e na madrugada desta segunda-feira, a Força Aérea de Israel bombardeou a Síria pela segunda vez em 24 horas e pela terceira vez em dois dias. É o momento de maior tensão entre os dois países desde o início da guerra civil síria, há seis anos. O alvo seria um comboio com armas para a mílicia fundamentalista xiita Hesbolá.
Hoje da manhã, a imprensa síria admitiu que Israel atacou vários alvos perto da fronteira entre a Síria e o Líbano. Antes do último ataque, no domingo, o comandante de uma milícia aliada à ditadura de Bachar Assad, Yasser Hussein Assayed, foi morto num ataque de drones.
Na sexta-feira, quando Israel fez o primeiro bombardeio dos últimos dias, a defesa síria disparou mísseis contra os aviões. Foi uma mudança estratégica, levando o ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, a ameaçar com a destruição de todo o sistema de defesa antiaéreo da Síria, reforçado recentemente por equipamentos russos de última geração.
Um míssil sírio foi interceptado pelo sistema de defesa antimísseis Flecha, acionado pela primeira vez. Os destroços do míssil caíram em território da Jordânia.
Com a intervenção militar da Rússia na guerra civil síria, a partir de 30 de setembro de 2015, a ditadura de Bachar Assad recuperou a maior parte do território do país. Está perto da vitória ou ao menos de evitar a queda.
Como o ditador sírio é aliado do Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), armada e financiada por Teerã, sua principal força terrestre, Israel teme o aumento da influência do Irã no país vizinho e o fortalecimento do Hesbolá, um inimigo histórico.
"Cada vez que descobrirmos transferências de armas da Síria para o Líbano vamos agir para impedi-las", afirmou o ministro da Defesa de Israel. "Neste ponto, não há negociação. Os sírios precisam entender que são considerados responsáveis por essas transferências de armas ao Hesbolá e, se continuarem a permiti-las, faremos o que temos de fazer."
Hoje da manhã, a imprensa síria admitiu que Israel atacou vários alvos perto da fronteira entre a Síria e o Líbano. Antes do último ataque, no domingo, o comandante de uma milícia aliada à ditadura de Bachar Assad, Yasser Hussein Assayed, foi morto num ataque de drones.
Na sexta-feira, quando Israel fez o primeiro bombardeio dos últimos dias, a defesa síria disparou mísseis contra os aviões. Foi uma mudança estratégica, levando o ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, a ameaçar com a destruição de todo o sistema de defesa antiaéreo da Síria, reforçado recentemente por equipamentos russos de última geração.
Um míssil sírio foi interceptado pelo sistema de defesa antimísseis Flecha, acionado pela primeira vez. Os destroços do míssil caíram em território da Jordânia.
Com a intervenção militar da Rússia na guerra civil síria, a partir de 30 de setembro de 2015, a ditadura de Bachar Assad recuperou a maior parte do território do país. Está perto da vitória ou ao menos de evitar a queda.
Como o ditador sírio é aliado do Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), armada e financiada por Teerã, sua principal força terrestre, Israel teme o aumento da influência do Irã no país vizinho e o fortalecimento do Hesbolá, um inimigo histórico.
"Cada vez que descobrirmos transferências de armas da Síria para o Líbano vamos agir para impedi-las", afirmou o ministro da Defesa de Israel. "Neste ponto, não há negociação. Os sírios precisam entender que são considerados responsáveis por essas transferências de armas ao Hesbolá e, se continuarem a permiti-las, faremos o que temos de fazer."
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domingo, 19 de março de 2017
Terrorista de Orly estava sob efeito de álcool, cocaína e maconha
Mais uma vez um terrorista morto parece mais um criminoso comum do que um ideólogo ou fanático religioso. Quando atacou ontem uma militar e foi morto no Aeroporto de Orly, perto de Paris, Ziyed Ben Belgacem, um francês de origem árabe de 39 anos havia consumido bebidas alcoólicas, cocaína e maconha, revelou hoje à noite o jornal francês Le Monde.
Ziyed tinha condenações por assalto a mão armada e tráfico de drogas. Na prisão, em 2011 e 2012, tornou-se um extremista muçulmano. Quando a França entrou em estado de emergência, depois dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015, chegou a ser procurado pelas forças de segurança.
Em seu sangue, os legistas encontraram sinais da presença de álcool e estupefacientes. Ao tentar tomar a arma de uma soldada que patrulha o aeroporto, Ziyed gritou estar disposto "a morrer por Alá". O procurador da República em Paris, François Molins, o descreveu como "um indivíduo extremamente violento", um terrorista disposto a matar e a "ir até o fim".
Pouco antes das sete da manhã de sábado, Belgacem furou uma barreira policial no bairro de Garges-lès-Gonesse, onde morava, em Val-d'Oise, ferindo um agente. Depois, parou num bar, onde esqueceu o telefone celular. Em seguida, roubou um carro e rumou para o aeroporto.
"Em uma hora e meia, ele fugiu num processo cada vez mais destrutivo", acrescentou o procurador de Paris.
O terrorista chegou ao Terminal Sul do Aeroporto de Orly logo depois das oito da manhã. Depois de deixar no chão uma bolsa com um cantil cheio de combustível, às 8h22 (4h22 em Brasília), ele ataca uma mulher de uma patrulha de quatro militares da Operação Sentinela, deflagrada para combater o terrorismo.
Além de tomar a arma, Belgacem deu uma gravata na soldada tentando usá-la como escudo humano para se proteger e disse: "Baixem as armas e ponham as mãos na cabeça! Estou aqui para morrer por Alá. De qualquer maneira, vai haver mortos."
No terceiro tiro, Belgacem morreu, afirmou o procurador. Com ele, os investigadores encontraram uma pistola de cinco cartuchos, 750 euros em dinheiro, uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, um isqueiro e um maço de cigarros.
O pai, o irmão e um primo de Ziyed foram presos no sábado e liberados no domingo. Depois de furar a barreira policial, ele telefonou para o pai e o irmão contando haver "feito uma besteira".
Ao ser solto hoje de manhã, o pai declarou: "Meu filho nunca foi terrorista. Nunca foi de rezar e bebia. Sob o efeito do álcool e da maconha, vejam onde chegou."
Um dos objetivos da investigação é descobrir se ele agiu sozinho ou estava ligado a alguma célula terrorista. O alvo e o discurso "correspondem às palavras de ordem usadas pelas organizações terroristas jihadistas", observou Molins.
Ziyed tinha condenações por assalto a mão armada e tráfico de drogas. Na prisão, em 2011 e 2012, tornou-se um extremista muçulmano. Quando a França entrou em estado de emergência, depois dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015, chegou a ser procurado pelas forças de segurança.
Em seu sangue, os legistas encontraram sinais da presença de álcool e estupefacientes. Ao tentar tomar a arma de uma soldada que patrulha o aeroporto, Ziyed gritou estar disposto "a morrer por Alá". O procurador da República em Paris, François Molins, o descreveu como "um indivíduo extremamente violento", um terrorista disposto a matar e a "ir até o fim".
Pouco antes das sete da manhã de sábado, Belgacem furou uma barreira policial no bairro de Garges-lès-Gonesse, onde morava, em Val-d'Oise, ferindo um agente. Depois, parou num bar, onde esqueceu o telefone celular. Em seguida, roubou um carro e rumou para o aeroporto.
"Em uma hora e meia, ele fugiu num processo cada vez mais destrutivo", acrescentou o procurador de Paris.
O terrorista chegou ao Terminal Sul do Aeroporto de Orly logo depois das oito da manhã. Depois de deixar no chão uma bolsa com um cantil cheio de combustível, às 8h22 (4h22 em Brasília), ele ataca uma mulher de uma patrulha de quatro militares da Operação Sentinela, deflagrada para combater o terrorismo.
Além de tomar a arma, Belgacem deu uma gravata na soldada tentando usá-la como escudo humano para se proteger e disse: "Baixem as armas e ponham as mãos na cabeça! Estou aqui para morrer por Alá. De qualquer maneira, vai haver mortos."
No terceiro tiro, Belgacem morreu, afirmou o procurador. Com ele, os investigadores encontraram uma pistola de cinco cartuchos, 750 euros em dinheiro, uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, um isqueiro e um maço de cigarros.
O pai, o irmão e um primo de Ziyed foram presos no sábado e liberados no domingo. Depois de furar a barreira policial, ele telefonou para o pai e o irmão contando haver "feito uma besteira".
Ao ser solto hoje de manhã, o pai declarou: "Meu filho nunca foi terrorista. Nunca foi de rezar e bebia. Sob o efeito do álcool e da maconha, vejam onde chegou."
Um dos objetivos da investigação é descobrir se ele agiu sozinho ou estava ligado a alguma célula terrorista. O alvo e o discurso "correspondem às palavras de ordem usadas pelas organizações terroristas jihadistas", observou Molins.
Líder do Boko Haram ameaça tomar a África Ocidental
Para desmentir e desafiar o Exército de Nigéria, que anunciou a derrota militar do grupo, o líder da milícia jihadista Boko Haram, Abubakar Shekau, prometeu lutar até conquistar vários países da África Ocidental e impor a lei islâmica, noticiou o jornal nigeriano The Daily Post.
Em vídeo divulgado na última sexta-feira, Shekau ameaçou derrubar os governos do Benin, de Camarões, do Chade, do Mali, do Níger e da Nigéria. A gravação apresentava armas, munições, insígnias e outros objetos que supostamente pertenciam a soldados camaroneses.
A gravação, de 27 minutos, foi enviada a jornalistas de Abuja, a capital nigeriana, por um jornalista com contato no Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental. Há três dias, a milícia divulgara outro vídeo anunciado ter matado três homens que acusou de serem espiões do governo.
Ao aderir a luta armada para impor a lei islâmica no Nordeste da Nigéria, em 2009, o Boko Haram deflagrou uma guerra civil com um total de mortos estimado hoje em 15 mil. Em 7 de maio de 2015, Shekau declarou lealdade ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, seu líder Abubaker al-Baghdadi e o califado por ele proclamado.
Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. É a segunda maior organização terrorista não estatal em número de mortos, atrás apenas do Estado Islâmico em violência e malignidade.
Em vídeo divulgado na última sexta-feira, Shekau ameaçou derrubar os governos do Benin, de Camarões, do Chade, do Mali, do Níger e da Nigéria. A gravação apresentava armas, munições, insígnias e outros objetos que supostamente pertenciam a soldados camaroneses.
A gravação, de 27 minutos, foi enviada a jornalistas de Abuja, a capital nigeriana, por um jornalista com contato no Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental. Há três dias, a milícia divulgara outro vídeo anunciado ter matado três homens que acusou de serem espiões do governo.
Ao aderir a luta armada para impor a lei islâmica no Nordeste da Nigéria, em 2009, o Boko Haram deflagrou uma guerra civil com um total de mortos estimado hoje em 15 mil. Em 7 de maio de 2015, Shekau declarou lealdade ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, seu líder Abubaker al-Baghdadi e o califado por ele proclamado.
Desde então, o Boko Haram se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. É a segunda maior organização terrorista não estatal em número de mortos, atrás apenas do Estado Islâmico em violência e malignidade.
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Fundamentalista hindu vai governar estado mais populoso da Índia
O partido nacionalista hindu que governa a Índia indicou o clérigo fundamentalista Yogi Adityanath para governador do estado de Uttar Pradesh, o mais populoso do país, com 220 milhões de habitantes, noticiou o jornal The New York Times.
A Índia tem uma minoria de 180 milhões de muçulmanos. Eles são cerca de 20% dos moradores de Uttar Pradesh, um estado do tamanho de São Paulo com uma população maior do que o Brasil.
Adityanath faz parte da ala mais radical do Partido Bharatiya Janata (BJP, do inglês), quer transformar a Índia numa nação hindu. Ele é a favor da construção de um templo em Ayodhya, no local onde teria nascido o deus Rama. O problema é que havia uma mesquita no lugar, demolida por hindus fanáticos em 6 de dezembro de 1992.
Sua indicação é resultado da ampla vitória obtida pelo BJP, do primeiro-ministro Narendra Modi, nas recentes eleições estaduais em Uttar Pradesh. Além de reforçar a ideia de que Modi está mais preocupado com o nacionalismo hindu do que com a democracia, a nomeação sugere que o chefe de governo atribui a vitória aos eleitorado hindu radical de direita.
A Índia tem uma minoria de 180 milhões de muçulmanos. Eles são cerca de 20% dos moradores de Uttar Pradesh, um estado do tamanho de São Paulo com uma população maior do que o Brasil.
Adityanath faz parte da ala mais radical do Partido Bharatiya Janata (BJP, do inglês), quer transformar a Índia numa nação hindu. Ele é a favor da construção de um templo em Ayodhya, no local onde teria nascido o deus Rama. O problema é que havia uma mesquita no lugar, demolida por hindus fanáticos em 6 de dezembro de 1992.
Sua indicação é resultado da ampla vitória obtida pelo BJP, do primeiro-ministro Narendra Modi, nas recentes eleições estaduais em Uttar Pradesh. Além de reforçar a ideia de que Modi está mais preocupado com o nacionalismo hindu do que com a democracia, a nomeação sugere que o chefe de governo atribui a vitória aos eleitorado hindu radical de direita.
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sábado, 18 de março de 2017
Morre Chuck Berry, um dos gênios criadores do rock
O cantor e compositor americano Chuck Berry, um dos pais do rock'n'roll, autor de sucessos como Johnny B. Goode e Roll over Beethoven, morreu hoje aos 90 anos. Foi um dos gênios criadores do rock. A polícia o encontrou inconsciente em casa, no condado de São Carlos, no estado do Missouri, no início da tarde. Ainda tentou animá-lo, sem sucesso.
Com seus solos de guitarra, seus riffs caminhando feito um pato pelo palco, músicas sobre temas da vida cotidiana dos jovens dos anos 1950s e 1960s, como carros e garotas, reunindo elementos do blues, rhythm & blues, gospel e música folclórica, Chuck Berry definiu o estilo do rock como nenhum outro.
Charles Edward Anderson Berry nasceu em São Luís, no estado do Missouri, em 18 de outubro de 1926. Aprendeu a tocar blues na guitarra na adolescência e deu seu primeiro show na escola durante o ensino médio.
Filho de um carpinteiro trabalhou na General Motors e estudou para ser cabeleireiro. Preso por assalto a mão armada, passou três anos no reformatório. Formou a primeira banda com o pianista Johnnie Johnson em 1952. Depois de conhecer Muddy Waters, Berry foi apresentado a Leonard Chess, da gravadora Chess Records, e gravou seu primeiro disco em 1955.
Maybellene chegou ao 5º lugar nas paradas de sucessos. No final dos anos 1950, já tinha mais de 40 sucessos, inclusive Roll over Beethoven, Johnny B. Goode, Carol, School Day e Back in the USA
Se Elvis Presley foi o primeiro ídolo popular em escala internacional, foi, na visão do jornal The New York Times, um "gênio conceitual" do rock. Ao fundir blues e country, Chuck Berry também criou seu próprio estilo de tocar guitarra, que descreveu em Johnny B. Goode como "tocando um sino".
Sua música influenciou e foi tocada pelas maiores bandas de rock, como os Beatles e os Rolling Stones, The Doors, The Kinks, The Beach Boys, The Grateful Dead, e cantores como James Taylor, Peter Tosh, Judas Priest, Dwight Yoakam, Phish e Sex Pistols. Confira e interpretação de Nadine, com Keith Richards.
"Os Rolling Stones ficam muito tristes ao saber da passagem de Chuck Berry", declarou a banda em nota. "Ele foi um verdadeiro pioneiro do rock & roll e teve uma tremenda influência sobre nós. Chuck não era apenas um guitarrista brilhante, cantor e showman, era um mestre artesão como compositor. Suas músicas vão viver para sempre."
Em outra gravação histórica, ele toca guitarra com Richards e Eric Clapton. Confira esta com seu contemporâneo Jerry Lee Lewis, acompanhados por Richards, seguida der uma apresentação com Bruce Springsteen, ambos no Hall da Fama do Rock'n'Roll.
Ao apresentar Chuck Berry no Hall da Fama do Rock, Richards confessou: "Chupei tudo o que esse cara fez." Em suas memórias, o rolling stone comentou: "O mais bonito na maneira de tocar de Chuck Berry é que é um embalo que sai sem esforço. Nada de suadouro, trabalho árduo ou caretas, apenas um embalo sem muito esforço como o de um leão."
"Chuck Berry foi o maior praticamente do rock, guitarrista e o maior autor do puro rock & roll já visto", escreveu Springsteen no Twitter
Jimi Hendrix fez sua versão de Johnny B. Goode. John Lennon gravou com o próprio Chuck Berry.
Com seus solos de guitarra, seus riffs caminhando feito um pato pelo palco, músicas sobre temas da vida cotidiana dos jovens dos anos 1950s e 1960s, como carros e garotas, reunindo elementos do blues, rhythm & blues, gospel e música folclórica, Chuck Berry definiu o estilo do rock como nenhum outro.
Charles Edward Anderson Berry nasceu em São Luís, no estado do Missouri, em 18 de outubro de 1926. Aprendeu a tocar blues na guitarra na adolescência e deu seu primeiro show na escola durante o ensino médio.
Filho de um carpinteiro trabalhou na General Motors e estudou para ser cabeleireiro. Preso por assalto a mão armada, passou três anos no reformatório. Formou a primeira banda com o pianista Johnnie Johnson em 1952. Depois de conhecer Muddy Waters, Berry foi apresentado a Leonard Chess, da gravadora Chess Records, e gravou seu primeiro disco em 1955.
Maybellene chegou ao 5º lugar nas paradas de sucessos. No final dos anos 1950, já tinha mais de 40 sucessos, inclusive Roll over Beethoven, Johnny B. Goode, Carol, School Day e Back in the USA
Se Elvis Presley foi o primeiro ídolo popular em escala internacional, foi, na visão do jornal The New York Times, um "gênio conceitual" do rock. Ao fundir blues e country, Chuck Berry também criou seu próprio estilo de tocar guitarra, que descreveu em Johnny B. Goode como "tocando um sino".
"Os Rolling Stones ficam muito tristes ao saber da passagem de Chuck Berry", declarou a banda em nota. "Ele foi um verdadeiro pioneiro do rock & roll e teve uma tremenda influência sobre nós. Chuck não era apenas um guitarrista brilhante, cantor e showman, era um mestre artesão como compositor. Suas músicas vão viver para sempre."
Em outra gravação histórica, ele toca guitarra com Richards e Eric Clapton. Confira esta com seu contemporâneo Jerry Lee Lewis, acompanhados por Richards, seguida der uma apresentação com Bruce Springsteen, ambos no Hall da Fama do Rock'n'Roll.
Ao apresentar Chuck Berry no Hall da Fama do Rock, Richards confessou: "Chupei tudo o que esse cara fez." Em suas memórias, o rolling stone comentou: "O mais bonito na maneira de tocar de Chuck Berry é que é um embalo que sai sem esforço. Nada de suadouro, trabalho árduo ou caretas, apenas um embalo sem muito esforço como o de um leão."
"Chuck Berry foi o maior praticamente do rock, guitarrista e o maior autor do puro rock & roll já visto", escreveu Springsteen no Twitter
Jimi Hendrix fez sua versão de Johnny B. Goode. John Lennon gravou com o próprio Chuck Berry.
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Terrorista é morto em aeroporto de Paris
Um francês de origem árabe foi morto hoje no Terminal Sul do Aeroporto de Orly, perto de Paris, depois de tentar tomar a arma de uma militar que participa da Operação Sentinela, deflagrada depois dos atentados de 13 de novembro de 2015 na capital da França. A procuradoria está tratando o caso como terrorismo.
Ziyed Ben Belgacem, de 39 anos, avançou contra um grupo de quatro militares que patrulhava o setor de embarque do aeroporto e atacou a mulher. Ele ameaçou-a com uma pistola e a pegou pelo pescoço enquanto gritava "Alá é grande" antes de ser abatido, por volta das 8h30 (4h30 em Brasília).
Imediatamente, o aeroporto foi evacuado e ficou fechado até o início da tarde. Vários voos foram transferidos para o Aeroporto Charles de Gaulle, em Roissy, o maior que serve Paris.
A caminho do Aeroporto de Orly, pouco antes das sete da manhã, ele tinha furado uma barreira de segurança e ferido um policial com um tiro de pistola em Val-d'Oise, onde vivia no bairro popular de Garges-lès-Gonesse. Era um homem solitário. Os vizinhos não sabiam de suas passagens pela prisão.
Ele tinha ficha criminal por pequenos delitos comuns, como roubo e tráfico de drogas. Em 2001, foi condenado a cinco anos de cadeia por assalto a mão armada. Em 2009 foi condenado duas vezes, a três e cinco anos, por tráfico de drogas. No seu apartamento, a polícia encontrou uma pequena quantidade de cocaína.
Os primeiros sinais de extremismo muçulmano surgiram em 2011 e 2012, declarou o procurador da República em Paris, François Molins. Belgacem não estava na lista dos principais suspeitos de terrorismo, mas sua ficha justificou uma operação de busca depois da decretação do estado de emergência, em novembro de 2015. Ele não foi encontrado.
Hoje, em Orly, acrescentou o procurador de Paris, o terrorista estava "pronto para morrer por Alá" e para "matar". Molins o descreveu como "um indivíduo extremamente violento" com a intenção de cometer atos terroristas, determinado a "ir até o fim" em seu "processo destruidor".
A candidata da neonazista Frente Nacional à Presidência da França, Marine Le Pen, tentou ganhar pontos em cima do novo ato terrorista. Criticou o primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, que disse que o estado de emergência pode ser suspenso.
"Nosso governo está ultrapassado, exaurido, paralisado como um coelho diante dos faróis de um carro", vociferou Martine, prometendo "restaurar a ordem no país" com prioridade ao combate ao terrorismo e à delinquência.
Cazeneuve respondeu que não era o momento de fazer política em torno de um episódio tão grave: "Embora um acontecimento grave pudesse ter ocorrido hoje de manhã em Orly, a Srª Le Pen exagerou" num momento de "risco extremamente elevado" em que, na sua opinião, os dirigentes políticos "devem mais do que nunca manter sua dignidade".
O candidato de centro-direta acossado por denúncias de corrupção, François Fillon, também tentou faturar em cima do terrorismo, estimando que a França está "numa situação quase de guerra civil, segundo expressão empregada pelo diretor-geral da segurança interna diante da comissão que investigou os atentados de 13 de novembro."
Le Pen, Fillon e o ex-ministro da Economia do governo socialista Emmanuel Macron lideram as pesquisas sobre o primeiro turno da eleição presidencial, marcado para 23 de abril. Com as acusações de que Fillon empregou mulher e filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito, já que todas as forças democráticas devem se unir contra a Frente Nacional no segundo turno, em 7 de maio.
Ziyed Ben Belgacem, de 39 anos, avançou contra um grupo de quatro militares que patrulhava o setor de embarque do aeroporto e atacou a mulher. Ele ameaçou-a com uma pistola e a pegou pelo pescoço enquanto gritava "Alá é grande" antes de ser abatido, por volta das 8h30 (4h30 em Brasília).
Imediatamente, o aeroporto foi evacuado e ficou fechado até o início da tarde. Vários voos foram transferidos para o Aeroporto Charles de Gaulle, em Roissy, o maior que serve Paris.
A caminho do Aeroporto de Orly, pouco antes das sete da manhã, ele tinha furado uma barreira de segurança e ferido um policial com um tiro de pistola em Val-d'Oise, onde vivia no bairro popular de Garges-lès-Gonesse. Era um homem solitário. Os vizinhos não sabiam de suas passagens pela prisão.
Ele tinha ficha criminal por pequenos delitos comuns, como roubo e tráfico de drogas. Em 2001, foi condenado a cinco anos de cadeia por assalto a mão armada. Em 2009 foi condenado duas vezes, a três e cinco anos, por tráfico de drogas. No seu apartamento, a polícia encontrou uma pequena quantidade de cocaína.
Os primeiros sinais de extremismo muçulmano surgiram em 2011 e 2012, declarou o procurador da República em Paris, François Molins. Belgacem não estava na lista dos principais suspeitos de terrorismo, mas sua ficha justificou uma operação de busca depois da decretação do estado de emergência, em novembro de 2015. Ele não foi encontrado.
Hoje, em Orly, acrescentou o procurador de Paris, o terrorista estava "pronto para morrer por Alá" e para "matar". Molins o descreveu como "um indivíduo extremamente violento" com a intenção de cometer atos terroristas, determinado a "ir até o fim" em seu "processo destruidor".
A candidata da neonazista Frente Nacional à Presidência da França, Marine Le Pen, tentou ganhar pontos em cima do novo ato terrorista. Criticou o primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, que disse que o estado de emergência pode ser suspenso.
"Nosso governo está ultrapassado, exaurido, paralisado como um coelho diante dos faróis de um carro", vociferou Martine, prometendo "restaurar a ordem no país" com prioridade ao combate ao terrorismo e à delinquência.
Cazeneuve respondeu que não era o momento de fazer política em torno de um episódio tão grave: "Embora um acontecimento grave pudesse ter ocorrido hoje de manhã em Orly, a Srª Le Pen exagerou" num momento de "risco extremamente elevado" em que, na sua opinião, os dirigentes políticos "devem mais do que nunca manter sua dignidade".
O candidato de centro-direta acossado por denúncias de corrupção, François Fillon, também tentou faturar em cima do terrorismo, estimando que a França está "numa situação quase de guerra civil, segundo expressão empregada pelo diretor-geral da segurança interna diante da comissão que investigou os atentados de 13 de novembro."
Le Pen, Fillon e o ex-ministro da Economia do governo socialista Emmanuel Macron lideram as pesquisas sobre o primeiro turno da eleição presidencial, marcado para 23 de abril. Com as acusações de que Fillon empregou mulher e filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito, já que todas as forças democráticas devem se unir contra a Frente Nacional no segundo turno, em 7 de maio.
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França projeta crescimento de 1,1% em 2017
A França, segunda maior economia da Zona do Euro e sexta do mundo, deve crescer 0,3% no primeiro trimestre de 2017 e 1,1% no ano inteiro, a mesma taxa do ano passado, previu ontem o Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).
O crescimento previsto para o segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,5%. A queda do desemprego iniciada no fim de 2016 deve continuar no primeiro semestre de 2017. O índice, ainda elevado, deve baixar de 9,7% para 9,5% na França metropolitana e de 10% para 9,8% incluindo as províncias ultramarinhas. São as menores taxas de desemprego desde o terceiro trimestre de 2012
Ao crescer 1,1% em 2016, a França saiu de um período de estagnação. Nos três anos anteriores, ficara abaixo da média da Eurozona. Agora, equipara-se aos países vizinhos. Mas o consumo das famílias, principal motor da economia francesa, continua fraco. Deve avançar 0,2% no primeiro trimestre e 0,4% no segundo.
A melhora relativa no crescimento e no emprego chega tarde demais para o presidente François Hollande e o Partido Socialista. Seu candidato, Benoît Hamon, está em quarto lugar nas pesquisas e deve ser eliminado no primeiro turno da eleição presidencial francesa em 23 de abril.
Por ironia, o favorito no momento é o ex-ministro da Economia do governo socialista, Emmanuel Macron, um jovem de 37 anos que trabalhou no mercardo financeiro, não é considerado suficientemente de esquerda pelo partido e nunca havia disputado uma eleição.
Com a resistência do candidato do partido gaulista Os Republicanos, François Fillon, acusado de contratar a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito para enfrentar a neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, no segundo turno, em 7 de maio.
Como Marine Le Pen não deve passar de um terço dos votos, quem quer que a enfrente no segundo turno deve derrotar a extrema direita. O fracasso da ultradireita na Holanda deu novo ânimo aos franceses, mas as vitórias do não à União Europeia no Reino Unido e a eleição de Donald Trump animaram a Frente Nacional.
A exemplo de Trump, Le Pen tem o apoio do homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Bancos russos emprestaram pelo menos 8 milhões de euros. Em sua guerra cibernética contra o Ocidente e a UE, o alvo do Kremlin hoje deve ser Macron.
O crescimento previsto para o segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,5%. A queda do desemprego iniciada no fim de 2016 deve continuar no primeiro semestre de 2017. O índice, ainda elevado, deve baixar de 9,7% para 9,5% na França metropolitana e de 10% para 9,8% incluindo as províncias ultramarinhas. São as menores taxas de desemprego desde o terceiro trimestre de 2012
Ao crescer 1,1% em 2016, a França saiu de um período de estagnação. Nos três anos anteriores, ficara abaixo da média da Eurozona. Agora, equipara-se aos países vizinhos. Mas o consumo das famílias, principal motor da economia francesa, continua fraco. Deve avançar 0,2% no primeiro trimestre e 0,4% no segundo.
A melhora relativa no crescimento e no emprego chega tarde demais para o presidente François Hollande e o Partido Socialista. Seu candidato, Benoît Hamon, está em quarto lugar nas pesquisas e deve ser eliminado no primeiro turno da eleição presidencial francesa em 23 de abril.
Por ironia, o favorito no momento é o ex-ministro da Economia do governo socialista, Emmanuel Macron, um jovem de 37 anos que trabalhou no mercardo financeiro, não é considerado suficientemente de esquerda pelo partido e nunca havia disputado uma eleição.
Com a resistência do candidato do partido gaulista Os Republicanos, François Fillon, acusado de contratar a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito para enfrentar a neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, no segundo turno, em 7 de maio.
Como Marine Le Pen não deve passar de um terço dos votos, quem quer que a enfrente no segundo turno deve derrotar a extrema direita. O fracasso da ultradireita na Holanda deu novo ânimo aos franceses, mas as vitórias do não à União Europeia no Reino Unido e a eleição de Donald Trump animaram a Frente Nacional.
A exemplo de Trump, Le Pen tem o apoio do homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Bancos russos emprestaram pelo menos 8 milhões de euros. Em sua guerra cibernética contra o Ocidente e a UE, o alvo do Kremlin hoje deve ser Macron.
Monsanto sabia de toxicidade de pesticida desde 1999
A empresa transnacional americana Monsanto sabia desde 1999 do potencial mutagênico do pesticida mais vendido no mundo, o glifosato, princípio ativo do agrotóxico Roundup, seu principal produto ao lado das sementes transgênicas, revelou a correspondência interna da firma, divulgada há dois dias pela Justiça Federal dos Estados Unidos.
São mais de 250 páginas de mensagens. Elas mostram a inquietação e as preocupações da companhia. Na véspera da divulgação do que era até anteontem segredo de justiça, a Agência Europeia de Produtos Químicos declarou que não considera o glifosato nem cancerígeno nem mutagênico, capaz de provocar mutações genéticas.
Para a Monsanto, a revelação ameaça o modelo de negócios, baseado na venda de sementes transgênicas e do agrotóxico Roundup, que as plantas geneticamente modificadas toleram.
O processo começou com uma ação coletiva de agricultores da Califórnia atingidos pelo linfoma não hodgkienano, uma espécie de câncer do sangue. Tem base num alerta feito em março de 2015 pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIRC), uma instituição intergovernamental com sede em Lyon, na França, fundada em 1965 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão do sistema Nações Unidas.
A documentação desclassificada como secreta em 17 de março de 2017 desmascara ainda a conivência da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), que o presidente Donald Trump está esvaziando, com a Monsanto.
Em 1999, a companhia estava atrás de um cientista de renome para tentar convencer as autoridades reguladoras da União Europeia de que o glifosato não é tóxico nem mutagênico.
"Vamos recuar um pouco e ver o que queremos fazer realmente", disse na época um funcionário da Monsanto em comunicação interna. "Vamos procurar qualquer um que tenha familiaridade com o perfil genotóxico do glifosato/Roundup e que possa influenciar os reguladores ou realizar operações de comunicação científica ao grande público sobre a questão da genotoxicidade."
Pelos dados da Consultoria Céleres, especializada em análises do agronegócio, em 2016-17, as sementes transgênicas responderam por 93,4% das plantações de soja (96,5%), milho (88,4%) e algodão (78,3%). São 49 milhões de hectares cultivados com transgênicos, sendo 32,7 milhões de ha de soja, 15,7 milhões de ha de milho e 789 mil ha de algodão.
Os transgênicos entraram no Brasil pela porta dos fundos, por contrabando vindo da Argentina quando ainda eram proibidos no país, numa estratégica da Monsanto de criar um fato consumado. Quando os produtores gaúchos estavam prontos para exportar a soja transgênica, o governo Lula foi pressionado a liberou os transgênicos e o fez em 2003. No ano seguinte, o Brasil tinha 5 milhões de hectares plantados com transgênicos.
Em dez anos, a Monsanto faturou mais de R$ 1 bilhão só com a venda do Roundup no Rio Grande do Sul, estima a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do (Fetag-RS).
Enquanto os EUA promovem suas empresas de biotecnologia, a União Europeia adota uma posição defensiva com base no princípio da cautela, alegando que as consequências do consumo de transgênicos a longo prazo ainda são desconhecidas.
O processo contra a Monsanto abala duramente a indústria de transgênicos e o agronegócio brasileiro, atingido ontem pelo escândalo das carnes deterioradas vendidas pelas empresas transnacionais brasileiras JBS Friboi e Brazil Foods (BRF).
São mais de 250 páginas de mensagens. Elas mostram a inquietação e as preocupações da companhia. Na véspera da divulgação do que era até anteontem segredo de justiça, a Agência Europeia de Produtos Químicos declarou que não considera o glifosato nem cancerígeno nem mutagênico, capaz de provocar mutações genéticas.
Para a Monsanto, a revelação ameaça o modelo de negócios, baseado na venda de sementes transgênicas e do agrotóxico Roundup, que as plantas geneticamente modificadas toleram.
O processo começou com uma ação coletiva de agricultores da Califórnia atingidos pelo linfoma não hodgkienano, uma espécie de câncer do sangue. Tem base num alerta feito em março de 2015 pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIRC), uma instituição intergovernamental com sede em Lyon, na França, fundada em 1965 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão do sistema Nações Unidas.
A documentação desclassificada como secreta em 17 de março de 2017 desmascara ainda a conivência da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), que o presidente Donald Trump está esvaziando, com a Monsanto.
Em 1999, a companhia estava atrás de um cientista de renome para tentar convencer as autoridades reguladoras da União Europeia de que o glifosato não é tóxico nem mutagênico.
"Vamos recuar um pouco e ver o que queremos fazer realmente", disse na época um funcionário da Monsanto em comunicação interna. "Vamos procurar qualquer um que tenha familiaridade com o perfil genotóxico do glifosato/Roundup e que possa influenciar os reguladores ou realizar operações de comunicação científica ao grande público sobre a questão da genotoxicidade."
Pelos dados da Consultoria Céleres, especializada em análises do agronegócio, em 2016-17, as sementes transgênicas responderam por 93,4% das plantações de soja (96,5%), milho (88,4%) e algodão (78,3%). São 49 milhões de hectares cultivados com transgênicos, sendo 32,7 milhões de ha de soja, 15,7 milhões de ha de milho e 789 mil ha de algodão.
Os transgênicos entraram no Brasil pela porta dos fundos, por contrabando vindo da Argentina quando ainda eram proibidos no país, numa estratégica da Monsanto de criar um fato consumado. Quando os produtores gaúchos estavam prontos para exportar a soja transgênica, o governo Lula foi pressionado a liberou os transgênicos e o fez em 2003. No ano seguinte, o Brasil tinha 5 milhões de hectares plantados com transgênicos.
Em dez anos, a Monsanto faturou mais de R$ 1 bilhão só com a venda do Roundup no Rio Grande do Sul, estima a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do (Fetag-RS).
Enquanto os EUA promovem suas empresas de biotecnologia, a União Europeia adota uma posição defensiva com base no princípio da cautela, alegando que as consequências do consumo de transgênicos a longo prazo ainda são desconhecidas.
O processo contra a Monsanto abala duramente a indústria de transgênicos e o agronegócio brasileiro, atingido ontem pelo escândalo das carnes deterioradas vendidas pelas empresas transnacionais brasileiras JBS Friboi e Brazil Foods (BRF).
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sexta-feira, 17 de março de 2017
Síria e Israel vivem pior tensão em seis anos
No mais sério incidente entre os dois países desde o início da guerra civil na Síria, em 15 de março de 2011, a Força Aérea de Israel atacou ontem vários alvos no território do país vizinho. A ditadura de Bachar Assad reagiu com sistemas avançados de defesa antiaérea importados da Rússia e disparou vários mísseis contra os bombardeiros israelenses.
A Síria anunciou hoje oficialmente ter abatido um avião israelense e avariado outro. Israel negou e declarou que um dos mísseis antiaéreos sírios foi derrubado por sistema de defesa israelense antimísseis conhecido como Flecha. O Exército da Jordânia revelou que destroços do míssil abatido caíram em território jordaniano.
Em várias ocasiões anteriores desde 2011, Israel bombardeou território sírio a pretexto de destruir carregamentos de armas para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pelo Irã. Pela primeira vez, admite oficialmente. O Hesbolá desmentiu que um de seus comandantes tenha sido morto no bombardeio israelense.
O regime sírio acusou Israel de atacar perto da cidade de Palmira, no Centro do país, para apoiar a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Não faz sentido. Israel não apoia movimentos extremistas muçulmanos.
A Síria anunciou hoje oficialmente ter abatido um avião israelense e avariado outro. Israel negou e declarou que um dos mísseis antiaéreos sírios foi derrubado por sistema de defesa israelense antimísseis conhecido como Flecha. O Exército da Jordânia revelou que destroços do míssil abatido caíram em território jordaniano.
Em várias ocasiões anteriores desde 2011, Israel bombardeou território sírio a pretexto de destruir carregamentos de armas para a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pelo Irã. Pela primeira vez, admite oficialmente. O Hesbolá desmentiu que um de seus comandantes tenha sido morto no bombardeio israelense.
O regime sírio acusou Israel de atacar perto da cidade de Palmira, no Centro do país, para apoiar a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Não faz sentido. Israel não apoia movimentos extremistas muçulmanos.
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Piratas da Somália liberam navio-tanque e reféns
O navio petroleiro Aris 13, com bandeira das Ilhas Comores, sequestrado em 13 de março de 2017 perto da costa da Somália, foi liberado hoje pelos piratas assim como os oito tripulantes, que são do Sri Lanka. O comandante do navio afirmou que não houve pagamento de resgate.
As forças de segurança da Puntlândia, uma região semiautônoma em meio ao caos da Somália atacaram a base dos piratas e pediram aos anciães das comunidades locais para convencer os piratas a libertar o navio e os reféns srilanqueses.
Foi o primeiro sequestro de um navio comercial nos mares da região do Chifre da África, no Nordeste do continente, desde 2011. Analistas estratégicos consideram improvável a volta da pirataria em alta escala na região. A região de maior atividade de pirataria no mar é hoje o Golfo da Guiné, por onde passa o petróleo, um grande produtor que não refina e importa os derivados.
O embaixador no Quênia do governo provisório reconhecido internacionalmente da Somália, que não controla a maior parte do território do país, ameaçou pedir a intervenção militar dos EUA, levando o governo da Puntlândia a agir contra a pirataria.
Desde a queda, em 1991, do ditador Mohamed Siad Barre, que mudou de lado durante a Guerra Fria, passando de aliado soviético a aliado americano, a Somália vive em estado de anarquia.
As forças de segurança da Puntlândia, uma região semiautônoma em meio ao caos da Somália atacaram a base dos piratas e pediram aos anciães das comunidades locais para convencer os piratas a libertar o navio e os reféns srilanqueses.
Foi o primeiro sequestro de um navio comercial nos mares da região do Chifre da África, no Nordeste do continente, desde 2011. Analistas estratégicos consideram improvável a volta da pirataria em alta escala na região. A região de maior atividade de pirataria no mar é hoje o Golfo da Guiné, por onde passa o petróleo, um grande produtor que não refina e importa os derivados.
O embaixador no Quênia do governo provisório reconhecido internacionalmente da Somália, que não controla a maior parte do território do país, ameaçou pedir a intervenção militar dos EUA, levando o governo da Puntlândia a agir contra a pirataria.
Desde a queda, em 1991, do ditador Mohamed Siad Barre, que mudou de lado durante a Guerra Fria, passando de aliado soviético a aliado americano, a Somália vive em estado de anarquia.
EUA ameaçam Coreia do Norte com ataque preventivo
Durante visita à Coreia do Sul, o secretário de Estado americana, Rex Tillerson, descartou a possibilidade de negociar com a Coreia do Norte antes de desnuclearização do país. Ele advertiu que os Estados Unidos podem lançar um ataque preventivo se a ameaça nuclear norte-coreana atingir "níveis inaceitáveis".
A "paciência estratégica" do governo Barack Obama acabou, alertou o chefe da diplomacia do presidente Donald Trump. Mesmo rejeitando negociações diretas, os EUA devem continuar trabalhando pela via diplomática. A alternativa é a guerra.
Tillerson vai amanhã à China para pressionar a maior aliada do regime comunista de Pionguiangue a adotar uma posição mais dura. A China anunciou a suspensão das importações de carvão norte-coreano, mas o regime comunista chinês teme a desestabilização do país, vizinho, já descrito por autoridades chinesas como "a nossa Alemanha Oriental".
Com a queda do comunismo como ideologia e do fim da União Soviética, em 1991, o regime stalinista norte-coreana passou a fazer uma chantagem atômica, barganhando ajuda em alimentos e energia para sua economia falida.
Desde outubro de 2006, a Coreia do Norte realizou pelo menos quatro explosões nucleares experimentais e outros testes para desenvolver tecnologia de mísseis. Em reação, os EUA começaram a instalar um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul, o Terminal de Defesa Aérea a Grande Altitude.
A China não aceita a instalação do sistema, alegando que dará uma vantagem estratégica aos EUA num possível conflito futuro entre as superpotências, mas ainda não parece pronta para enquadrar o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, recentemente acusado de mandar matar o meio-irmão Kim Jong Nam no aerporto de Kuala Lumpur, na Malásia.
O assassinato político ultrajou os aliados chineses, mas não o suficiente para alinhar Beijim com Washington. A China usa a questão norte-coreana como uma carta na manga para negociar com os EUA e tem outros pontos de conflito, como suas ambições territoriais sobre 90% do Mar do Sul da China, rejeitadas em tribunal internacional.
A "paciência estratégica" do governo Barack Obama acabou, alertou o chefe da diplomacia do presidente Donald Trump. Mesmo rejeitando negociações diretas, os EUA devem continuar trabalhando pela via diplomática. A alternativa é a guerra.
Tillerson vai amanhã à China para pressionar a maior aliada do regime comunista de Pionguiangue a adotar uma posição mais dura. A China anunciou a suspensão das importações de carvão norte-coreano, mas o regime comunista chinês teme a desestabilização do país, vizinho, já descrito por autoridades chinesas como "a nossa Alemanha Oriental".
Com a queda do comunismo como ideologia e do fim da União Soviética, em 1991, o regime stalinista norte-coreana passou a fazer uma chantagem atômica, barganhando ajuda em alimentos e energia para sua economia falida.
Desde outubro de 2006, a Coreia do Norte realizou pelo menos quatro explosões nucleares experimentais e outros testes para desenvolver tecnologia de mísseis. Em reação, os EUA começaram a instalar um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul, o Terminal de Defesa Aérea a Grande Altitude.
A China não aceita a instalação do sistema, alegando que dará uma vantagem estratégica aos EUA num possível conflito futuro entre as superpotências, mas ainda não parece pronta para enquadrar o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, recentemente acusado de mandar matar o meio-irmão Kim Jong Nam no aerporto de Kuala Lumpur, na Malásia.
O assassinato político ultrajou os aliados chineses, mas não o suficiente para alinhar Beijim com Washington. A China usa a questão norte-coreana como uma carta na manga para negociar com os EUA e tem outros pontos de conflito, como suas ambições territoriais sobre 90% do Mar do Sul da China, rejeitadas em tribunal internacional.
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quinta-feira, 16 de março de 2017
Forças da Puntlândia atacam piratas na Somália
O governo regional da Puntlândia, uma região semiautônoma da Somália, atacou hoje a cidade de Habo, onde os sequestradores do navio petroleiro Aris 13 se refugiaram tomando os oito tripulantes como reféns, noticiou a televisão britânica Sky News.
As forças da Puntlândia atiraram num barco com suprimentos para os piratas, que responderam ao fogo. Pelo menos cinco pessoas foram feridas no tiroteio. O governo regional declarou que nenhum soldado saiu ferido.
Ontem, o embaixador da Somália na Nigéria ameaçou pedir um intervenção militar dos EUA, o que não interessa ao governo regional semiautônomo.
Na operação, os soldados tentam tomar o controle da cidade costeira para isolar os piratas. Outros relatos dizem que os piratas retiraram todo o petróleo transportado pelo navio-tanque, que ia de Djibúti para Mogadíscio, a capital somaliana.
O petroleiro Aris 13 tem bandeiras das Ilhas Comores e oito tripulantes do Sri Lanka tomados como reféns. Em 13 de março, foi desviado de sua rota para a cidade de Alula. É o primeiro sequestro de um grande navio na região do Chifre da África desde 2012.
Nos últimos anos, a região deixou de ser a mais perigosa para a navegação. Hoje o maior número de sequestros acontece na região do Golfo da Guiné, na África Ocidental, por onde trafega o petróleo da Nigéria, um grande produtor que não refina e assim tem de importar derivados.
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália vive em estado de anarquia. Um relatório da ONU advertiu no ano passado que a situação só vai mudar quando o país tiver um governo estável capaz de controlar seu território e as águas territoriais.
As forças da Puntlândia atiraram num barco com suprimentos para os piratas, que responderam ao fogo. Pelo menos cinco pessoas foram feridas no tiroteio. O governo regional declarou que nenhum soldado saiu ferido.
Ontem, o embaixador da Somália na Nigéria ameaçou pedir um intervenção militar dos EUA, o que não interessa ao governo regional semiautônomo.
Na operação, os soldados tentam tomar o controle da cidade costeira para isolar os piratas. Outros relatos dizem que os piratas retiraram todo o petróleo transportado pelo navio-tanque, que ia de Djibúti para Mogadíscio, a capital somaliana.
O petroleiro Aris 13 tem bandeiras das Ilhas Comores e oito tripulantes do Sri Lanka tomados como reféns. Em 13 de março, foi desviado de sua rota para a cidade de Alula. É o primeiro sequestro de um grande navio na região do Chifre da África desde 2012.
Nos últimos anos, a região deixou de ser a mais perigosa para a navegação. Hoje o maior número de sequestros acontece na região do Golfo da Guiné, na África Ocidental, por onde trafega o petróleo da Nigéria, um grande produtor que não refina e assim tem de importar derivados.
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália vive em estado de anarquia. Um relatório da ONU advertiu no ano passado que a situação só vai mudar quando o país tiver um governo estável capaz de controlar seu território e as águas territoriais.
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