O governo regional da Puntlândia, uma região semiautônoma da Somália, atacou hoje a cidade de Habo, onde os sequestradores do navio petroleiro Aris 13 se refugiaram tomando os oito tripulantes como reféns, noticiou a televisão britânica Sky News.
As forças da Puntlândia atiraram num barco com suprimentos para os piratas, que responderam ao fogo. Pelo menos cinco pessoas foram feridas no tiroteio. O governo regional declarou que nenhum soldado saiu ferido.
Ontem, o embaixador da Somália na Nigéria ameaçou pedir um intervenção militar dos EUA, o que não interessa ao governo regional semiautônomo.
Na operação, os soldados tentam tomar o controle da cidade costeira para isolar os piratas. Outros relatos dizem que os piratas retiraram todo o petróleo transportado pelo navio-tanque, que ia de Djibúti para Mogadíscio, a capital somaliana.
O petroleiro Aris 13 tem bandeiras das Ilhas Comores e oito tripulantes do Sri Lanka tomados como reféns. Em 13 de março, foi desviado de sua rota para a cidade de Alula. É o primeiro sequestro de um grande navio na região do Chifre da África desde 2012.
Nos últimos anos, a região deixou de ser a mais perigosa para a navegação. Hoje o maior número de sequestros acontece na região do Golfo da Guiné, na África Ocidental, por onde trafega o petróleo da Nigéria, um grande produtor que não refina e assim tem de importar derivados.
Desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, a Somália vive em estado de anarquia. Um relatório da ONU advertiu no ano passado que a situação só vai mudar quando o país tiver um governo estável capaz de controlar seu território e as águas territoriais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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