Num golpe de Estado patrocinado pelo regime chavista, o Tribunal Supremo de Justiça assumiu as funções da Assembleia Nacional, alegando que os deputados da oposição estão violando a ordem constitucional ao rejeitar uma decisão da Justiça que cassou o mandato de três oposicionistas sob a acusação de compra de votos.
Com esses três deputados, a oposição teria maioria de dois terços no parlamento e o direito de alterar a Constituição. Desde que assumiu, no início do ano passado, a Assembleia Nacional se tornou o principal centro da oposição ao autoritarismo chavista.
A esperança de uma saída constitucional para a crise estava na convocação de um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro, mas a Justiça impugnou assinaturas inviabilizando sua realização dentro do prazo para convocação de nova eleição. Se Maduro for afastado agora, assume o vice-presidente nomeado por ele.
Há poucos dias, aliados da Venezuela conseguiram impedir que o país fosse suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) por violar a cláusula democrática da instituição. Agora, não há mais disfarce: a Venezuela virou uma ditadura escancarada.
O país vive a pior crise econômica da história, com inflação acima de 700% ao ano, queda de mais de 20% no produto interno bruto desde 2013, desabastecimento de 80% dos produtos nos supermercados e a maioria da população na miséria. Uma das últimas de Maduro foi iniciar uma guerra do pão, culpando padeiros que não conseguem comprar trigo importado por causa das políticas comerciais e cambial da revolução fracassada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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