Em revolta contra a aprovação a portas fechadas da reeleição presidencial no Senado, manifestantes invadiram hoje o Congresso do Paraguai, em Assunção, e incendiaram escritórios. Pelo menos 50 pessoas saíram feridas.
Os beneficiários da medida são o presidente Horacio Cartes, o homem mais rico do país, e o ex-presidente Fernando Lugo, deposto em 2012 num processo de impeachment sem o menor direito de defesa, inimigos políticos irmanados na causa da reeleição.
Em nota, o presidente responsabilizou os senadores da oposição e os meios de comunicação críticos do governo pela violência. Até a Ponte Internacional da Amizade, em Cidade do Leste, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Brasil, foi fechada pelos manifestantes e depois pela polícia do lado brasileiro.
A Constituição do Paraguai, de 1992, proíbe a reeleição do presidente para evitar ditaduras como a do general Alfredo Stroessner, que assumiu o poder em 1954 e ficou até ser derrubado por um golpe militar em 1989. A emenda agora segue para a Câmara dos Deputados.
NOTA: dias depois, a Câmara abandonou a emenda constitucional da reeleição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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