Na noite de domingo e na madrugada desta segunda-feira, a Força Aérea de Israel bombardeou a Síria pela segunda vez em 24 horas e pela terceira vez em dois dias. É o momento de maior tensão entre os dois países desde o início da guerra civil síria, há seis anos. O alvo seria um comboio com armas para a mílicia fundamentalista xiita Hesbolá.
Hoje da manhã, a imprensa síria admitiu que Israel atacou vários alvos perto da fronteira entre a Síria e o Líbano. Antes do último ataque, no domingo, o comandante de uma milícia aliada à ditadura de Bachar Assad, Yasser Hussein Assayed, foi morto num ataque de drones.
Na sexta-feira, quando Israel fez o primeiro bombardeio dos últimos dias, a defesa síria disparou mísseis contra os aviões. Foi uma mudança estratégica, levando o ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, a ameaçar com a destruição de todo o sistema de defesa antiaéreo da Síria, reforçado recentemente por equipamentos russos de última geração.
Um míssil sírio foi interceptado pelo sistema de defesa antimísseis Flecha, acionado pela primeira vez. Os destroços do míssil caíram em território da Jordânia.
Com a intervenção militar da Rússia na guerra civil síria, a partir de 30 de setembro de 2015, a ditadura de Bachar Assad recuperou a maior parte do território do país. Está perto da vitória ou ao menos de evitar a queda.
Como o ditador sírio é aliado do Irã e a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), armada e financiada por Teerã, sua principal força terrestre, Israel teme o aumento da influência do Irã no país vizinho e o fortalecimento do Hesbolá, um inimigo histórico.
"Cada vez que descobrirmos transferências de armas da Síria para o Líbano vamos agir para impedi-las", afirmou o ministro da Defesa de Israel. "Neste ponto, não há negociação. Os sírios precisam entender que são considerados responsáveis por essas transferências de armas ao Hesbolá e, se continuarem a permiti-las, faremos o que temos de fazer."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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