A França, segunda maior economia da Zona do Euro e sexta do mundo, deve crescer 0,3% no primeiro trimestre de 2017 e 1,1% no ano inteiro, a mesma taxa do ano passado, previu ontem o Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).
O crescimento previsto para o segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,5%. A queda do desemprego iniciada no fim de 2016 deve continuar no primeiro semestre de 2017. O índice, ainda elevado, deve baixar de 9,7% para 9,5% na França metropolitana e de 10% para 9,8% incluindo as províncias ultramarinhas. São as menores taxas de desemprego desde o terceiro trimestre de 2012
Ao crescer 1,1% em 2016, a França saiu de um período de estagnação. Nos três anos anteriores, ficara abaixo da média da Eurozona. Agora, equipara-se aos países vizinhos. Mas o consumo das famílias, principal motor da economia francesa, continua fraco. Deve avançar 0,2% no primeiro trimestre e 0,4% no segundo.
A melhora relativa no crescimento e no emprego chega tarde demais para o presidente François Hollande e o Partido Socialista. Seu candidato, Benoît Hamon, está em quarto lugar nas pesquisas e deve ser eliminado no primeiro turno da eleição presidencial francesa em 23 de abril.
Por ironia, o favorito no momento é o ex-ministro da Economia do governo socialista, Emmanuel Macron, um jovem de 37 anos que trabalhou no mercardo financeiro, não é considerado suficientemente de esquerda pelo partido e nunca havia disputado uma eleição.
Com a resistência do candidato do partido gaulista Os Republicanos, François Fillon, acusado de contratar a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito para enfrentar a neofascista Marine Le Pen, da Frente Nacional, no segundo turno, em 7 de maio.
Como Marine Le Pen não deve passar de um terço dos votos, quem quer que a enfrente no segundo turno deve derrotar a extrema direita. O fracasso da ultradireita na Holanda deu novo ânimo aos franceses, mas as vitórias do não à União Europeia no Reino Unido e a eleição de Donald Trump animaram a Frente Nacional.
A exemplo de Trump, Le Pen tem o apoio do homem-forte da Rússia, Vladimir Putin. Bancos russos emprestaram pelo menos 8 milhões de euros. Em sua guerra cibernética contra o Ocidente e a UE, o alvo do Kremlin hoje deve ser Macron.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 18 de março de 2017
França projeta crescimento de 1,1% em 2017
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