Por 439 a 104 votos, com 88 abstenções, o Parlamento Europeu reconheceu hoje presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como "presidente legítimo da Venezuela", pediu aos governos europeus que façam o mesmo e exigiu a libertação de todos os 11 jornalistas presos.
A moção foi proposta pelos conservadores e teve o apoio de liberais e sociais-democratas, além dos eurocéticos britânicos e poloneses. Por exigência dos sociais-democratas, foi incluída um repúdio a "qualquer tentativa que possa implicar no uso da violência para a solução da crise", para se diferenciar da posição mais dura assumida pelos Estados Unidos, que ameaçam com uma intervenção militar.
A Alemanha, a a Espanha, a França e o Reino Unido deram prazo até o próximo domingo para o ditador Nicolás Maduro convocar uma eleição presidencial antecipada. Caso contrário, vão reconhecer o governo Guaidó.
Desde 21 de janeiro, pelo menos 39 pessoas foram mortas pelas forças de segurança e milícias ligadas ao regime durante saques e manifestações de protesto, na maioria, jovens baleados no peito ou na cabeça, com tiros dados para matar.
Nos últimos 10 dias, 939 pessoas foram detidas e 755 continuam presas, inclusive 94 menores de idade submetidos a pressões e maus tratos, informaram o Observatório de Conflitos e o Foro Penal Venezuelano, duas organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos.
"Algumas crianças desmaiaram, outras choravam suplicando pela liberdade ou simplesmente para ver suas mães, que também sofriam ao ver seus pequenos atrás das grades. Foi muito duro, muito difícil. Nunca havia passado por uma situação dessas", contou Zuleima Siso, advogada do Foro Penal Venezuelano encarregada da defesa dos menores apreendidos.
Onze jornalistas estrangeiros foram presos, eles o repórter Rodrigo Lopes, do jornal gaúcho Zero Hora, detido e ameaçado. Dois repórteres da televisão pública do Chile foram detidos por 14 horas, tiveram seus telefones celulares e computadores confiscados e foram deportados. Dois repórteres de uma TV da França ficaram dois dias presos por fazer imagens do palácio presidencial de Miraflores. E prenderam uma equipe inteira da agência espanhola EFE, com um jornalista espanhol e uma colombiana, um fotógrafo colombiano e o motorista venezuelano.
A União Europeia protestou, exigindo de Maduro "respeito ao Estado de Direito, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais", das quais "a liberdade de imprensa é um elemento central".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Parlamento Europeu reconhece governo Guaidó na Venezuela
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Maduro vende ouro e intimida família de Guaidó
Sob crescente pressão internacional, o ditador Nicolás Maduro pretende vender em fevereiro 29 toneladas de ouro das reservas da Venezuela para os Emirados Árabes Unido, sendo nos próximos dias. As temidas Forças de Ações Especiais (Faes) do regime chavista foram até a casa do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, e intimidaram sua família.
Diante da queda na produção e na receita do petróleo, o Banco Central da Venezuela (BCV) pretende vender nos próximos dias 15 toneladas de ouro a serem pagas em moeda em euros, noticiou a agência Reuters, citada pelo jornal peruano La República. O transporte até Dubai será feito por um avião da Rússia.
"Durante este ano, as vendas das reservas em ouro que sustentam o bolívar começaram com um envio de 3 toneladas em 26 de janeiro. Ao todo, o plano é vender 29 t até o fim de fevereiro", declarou um alto funcionário que preferiu não se identificar.
"As vendas dos lingotes são quase a única alternativa que tem o governo Nicolás Maduro para ter liquidez, diante do bloqueio de acesso à renda do petróleo e de quase todas as opções de financiamento internacional por causa das sanções impostas pelos EUA", acrescentou a mesma fonte.
Em novembro, a Venezuela tinha 132 t de ouro no BCV e no Banco da Inglaterra. O governo Donald Trump advertiu a países, empresas, bancos e operadores que evitem negociar o ouro com Maduro.
Na segunda-feira, os EUA, maior importador do petróleo venezuelano, anunciaram que o dinheiro de futuros negócios será depositado em contas bancárias bloqueadas para a ditadura de Maduro, que só poderiam ser utilizadas pelo governo Guaidó.
Como presidente da Assembleia Nacional, Guaidó assumiu interinamente a Presidência alegando que o cargo estava vago por causa da reeleição fraudulenta de Maduro e da ilegitimidade de seu segundo mandato, iniciado em 10 de janeiro.
O líder oposicionista denunciou nesta quinta-feira que uma tropa de elite da ditadura madurista cercou sua casa e intimidou sua família: "A Faes está em minha casa perguntando por Fabiana [sua mulher]. Neste momento, a ditadura crê que vai nos amedrontar", afirmou Guaidó ao sair da Universidade de Caracas, a maior da Venezuela, onde apresentou seu plano de governo.
"Em minha casa, está meu bebê, de apenas um ano e oito meses. Vou lá e os faço responsáveis pelo que possa suceder a minha família. Convido o corpo diplomático e nossos deputados a que nos acompanhem", declarou.
A casa foi abordada por agentes que andavam em duas motocicletas e numa caminhonete sem placas, método usado regularmente pela ditadura comunista cubana para prender, sequestrar e intimidar dissidente. Agentes cubanos organização a segurança do regime chavista.
Pouco depois, moradores da vizinhança cercaram a casa para garantir a segurança de Guaidó. Já em casa, o presidente interino falou ao lado da mulher e da filha. "O objetivo é evidente, mas não vão conseguir dobrar uma família venezuelana. Assim como não puderam intimidar a cidadania, não vão conseguir intimidar esta família."
O governo Trump ameaçou o "usurpador" Maduro de "sérias consequências" se algo acontecer ao presidente interino. Na terça-feira, o Tribunal Supremo de Justiça, subserviente à ditadura, congelou os bens de Guaidó e o proibiu de sair da Venezuela.
Ao apresentar seu plano de governo, o presidente da Assembleia Nacional convidou a China e a Rússia, as grandes potências que sustentam Maduro política e financeiramente, a negociar.
Diante da queda na produção e na receita do petróleo, o Banco Central da Venezuela (BCV) pretende vender nos próximos dias 15 toneladas de ouro a serem pagas em moeda em euros, noticiou a agência Reuters, citada pelo jornal peruano La República. O transporte até Dubai será feito por um avião da Rússia.
"Durante este ano, as vendas das reservas em ouro que sustentam o bolívar começaram com um envio de 3 toneladas em 26 de janeiro. Ao todo, o plano é vender 29 t até o fim de fevereiro", declarou um alto funcionário que preferiu não se identificar.
"As vendas dos lingotes são quase a única alternativa que tem o governo Nicolás Maduro para ter liquidez, diante do bloqueio de acesso à renda do petróleo e de quase todas as opções de financiamento internacional por causa das sanções impostas pelos EUA", acrescentou a mesma fonte.
Em novembro, a Venezuela tinha 132 t de ouro no BCV e no Banco da Inglaterra. O governo Donald Trump advertiu a países, empresas, bancos e operadores que evitem negociar o ouro com Maduro.
Na segunda-feira, os EUA, maior importador do petróleo venezuelano, anunciaram que o dinheiro de futuros negócios será depositado em contas bancárias bloqueadas para a ditadura de Maduro, que só poderiam ser utilizadas pelo governo Guaidó.
Como presidente da Assembleia Nacional, Guaidó assumiu interinamente a Presidência alegando que o cargo estava vago por causa da reeleição fraudulenta de Maduro e da ilegitimidade de seu segundo mandato, iniciado em 10 de janeiro.
O líder oposicionista denunciou nesta quinta-feira que uma tropa de elite da ditadura madurista cercou sua casa e intimidou sua família: "A Faes está em minha casa perguntando por Fabiana [sua mulher]. Neste momento, a ditadura crê que vai nos amedrontar", afirmou Guaidó ao sair da Universidade de Caracas, a maior da Venezuela, onde apresentou seu plano de governo.
"Em minha casa, está meu bebê, de apenas um ano e oito meses. Vou lá e os faço responsáveis pelo que possa suceder a minha família. Convido o corpo diplomático e nossos deputados a que nos acompanhem", declarou.
A casa foi abordada por agentes que andavam em duas motocicletas e numa caminhonete sem placas, método usado regularmente pela ditadura comunista cubana para prender, sequestrar e intimidar dissidente. Agentes cubanos organização a segurança do regime chavista.
Pouco depois, moradores da vizinhança cercaram a casa para garantir a segurança de Guaidó. Já em casa, o presidente interino falou ao lado da mulher e da filha. "O objetivo é evidente, mas não vão conseguir dobrar uma família venezuelana. Assim como não puderam intimidar a cidadania, não vão conseguir intimidar esta família."
O governo Trump ameaçou o "usurpador" Maduro de "sérias consequências" se algo acontecer ao presidente interino. Na terça-feira, o Tribunal Supremo de Justiça, subserviente à ditadura, congelou os bens de Guaidó e o proibiu de sair da Venezuela.
Ao apresentar seu plano de governo, o presidente da Assembleia Nacional convidou a China e a Rússia, as grandes potências que sustentam Maduro política e financeiramente, a negociar.
Recessão pressiona governo populista da Itália
Com queda de 0,2% no produto interno bruto no último trimestre de 2018, depois de uma baixa de 0,1% no terceiro trimestre, a Itália está oficialmente em recessão, de acordo com dados preliminares oficiais do Instituto Nacional de Estatísticas, noticiou o jornal La Repubblica.
A contração deve aumentar a pressão da Comissão Europeia contra as políticas de aumento dos gastos públicos do governo populista do Movimento 5 Estrelas e da ultradireitista Liga.
O orçamento atual prevê um déficit público de 2% do PIB, mas se baseia numa expectativa de crescimento de 1%, que parece improvável. A proposta inicial incluía uma meta de déficit de 2,4% do PIB, com uma reforma previdenciária e uma redução de impostos.
Depois de uma longa negociação com a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, o déficit projetado foi reduzido para 2,04%.
A recessão na Itália, terceira maior economia da Zona do Euro, soma-se à desaceleração nas duas maiores economias do continente para diminuir o crescimento da região. A França, segunda maior, cresceu 1,5% no ano passado, abaixo dos 2,3% de 2017, enquanto a Alemanha, maior economia da Europa, reduziu a expectativa de crescimento para este ano de 1,8% para 1%.
A contração deve aumentar a pressão da Comissão Europeia contra as políticas de aumento dos gastos públicos do governo populista do Movimento 5 Estrelas e da ultradireitista Liga.
O orçamento atual prevê um déficit público de 2% do PIB, mas se baseia numa expectativa de crescimento de 1%, que parece improvável. A proposta inicial incluía uma meta de déficit de 2,4% do PIB, com uma reforma previdenciária e uma redução de impostos.
Depois de uma longa negociação com a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, o déficit projetado foi reduzido para 2,04%.
A recessão na Itália, terceira maior economia da Zona do Euro, soma-se à desaceleração nas duas maiores economias do continente para diminuir o crescimento da região. A França, segunda maior, cresceu 1,5% no ano passado, abaixo dos 2,3% de 2017, enquanto a Alemanha, maior economia da Europa, reduziu a expectativa de crescimento para este ano de 1,8% para 1%.
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
China anuncia medidas para estimular o consumo doméstico
A Comissão para Reforma e Desenvolvimento Nacional da China revelou hoje novas medidas para aumentar o consumo doméstico e a atividade industrial, inclusive subsídios a fábricas de automóveis, telecomunicações móveis de quinta geração (5G) e produtos para casa.
O estímulo chega no momento em que a indústria manufatureira da China, a maior do mundo, dá sinais de contração pelo segundo ano seguido. Depois de registrar 49,4 em dezembro do ano passado, o índice dos gerentes de compras do setor ficou em 49,5 em janeiro. Leituras abaixo de 50 significam redução na atividade.
A contração industrial de dezembro foi a primeira desde julho de 2016. No ano passado, a China teve o menor crescimento desde 1990, quando estava sob sanções internacionais por causa do Massacre na Praça da Paz Celestial.
Com as medidas, o governo chinês quer conter a queda no consumo doméstico e das vendas no varejo. A indústria automobilística responde hoje por mais de 10% do aumento do produto interno bruto. É uma locomotiva a ser acionada para compensar, entre outras coisas, o esfriamento dos negócios imobiliários.
Na sua guerra comercial, o presidente Donald Trump atribui a desalaceração chinesa ao tarifaço que impôs, mas os números indicam uma queda de confiança interna na China. O regime chinês deve aplicar várias medidas de estímulo fiscal neste ano para enfrentrar desafios macroeconômicos como a queda no investimento, na indústria e no comércio.
O estímulo chega no momento em que a indústria manufatureira da China, a maior do mundo, dá sinais de contração pelo segundo ano seguido. Depois de registrar 49,4 em dezembro do ano passado, o índice dos gerentes de compras do setor ficou em 49,5 em janeiro. Leituras abaixo de 50 significam redução na atividade.
A contração industrial de dezembro foi a primeira desde julho de 2016. No ano passado, a China teve o menor crescimento desde 1990, quando estava sob sanções internacionais por causa do Massacre na Praça da Paz Celestial.
Com as medidas, o governo chinês quer conter a queda no consumo doméstico e das vendas no varejo. A indústria automobilística responde hoje por mais de 10% do aumento do produto interno bruto. É uma locomotiva a ser acionada para compensar, entre outras coisas, o esfriamento dos negócios imobiliários.
Na sua guerra comercial, o presidente Donald Trump atribui a desalaceração chinesa ao tarifaço que impôs, mas os números indicam uma queda de confiança interna na China. O regime chinês deve aplicar várias medidas de estímulo fiscal neste ano para enfrentrar desafios macroeconômicos como a queda no investimento, na indústria e no comércio.
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Ditadura de Maduro proíbe saída da Venezuela do autoproclamado presidente
A Corte Suprema da Venezuela proibiu hoje o presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino do país, deputado Juan Guaidó, de sair do país, congelou suas contas bancárias e abriu um processo por "usarpar" as funções presidenciais. Ele tem ser preso, o que agravaria ainda mais a crise política do país, que tem hoje dois governos paralelos.
A decisão foi tomada a pedido do procurador-geral Tarek William Saab horas depois de um anúncio dos Estados Unidos de novas sanções à companha estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e de que transferiu as contas bancárias da Venezuela nos EUA para o governo paralelo da oposição.
Se empresas americanas importarem petróleo venezuelano, o pagamento irá para contas congeladas e só poderá ser movimentado pelo governo paralelo.
"Há um cidadão que liberou toda esta ação contra a Constituição venezuelana e tomamos medidas cautelares em caráter preliminar", justificou o procurador-geral.
Este tipo de acusação, de liderar ou convocar manifestações que terminem em distúrbios violentos e mortos, levaram à prisão e condenação de Leopoldo López, líder do partido direitista Vontade Popular e chefe político de Guaidó.
Saab foi nomeado chefe da Defensoria Pública em 2014 por indicação do número dois do regime, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, o parlamento-fantoche criado em 2017 pelo ditador Nicolás Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, quando a oposição obteve maioria de dois terços.
Em 2017, quando a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz rompeu com Maduro e fugiu do país, Saab foi nomeado para o cargo. Leal ao ditador, o procurador-geral chegou a dizer que o vereador Fernando Albán, morto em 2018, se suicidou quando estava preso pelo Serviço Boliviariano de Inteligência (Sebin).
Na Europa, a Alemanha, a Espanha, a França e o Reino Unido deram oito dias a partir do sábado passado para Maduro convocar novas eleições. Caso contrário, ameaçam reconhecer o governo Guaidó.
Desde 21 de janeiro, pelo menos 40 venezuelanos morreram em choques com as forças de segurança. Mais de 850 foram presos.
A decisão foi tomada a pedido do procurador-geral Tarek William Saab horas depois de um anúncio dos Estados Unidos de novas sanções à companha estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) e de que transferiu as contas bancárias da Venezuela nos EUA para o governo paralelo da oposição.
Se empresas americanas importarem petróleo venezuelano, o pagamento irá para contas congeladas e só poderá ser movimentado pelo governo paralelo.
"Há um cidadão que liberou toda esta ação contra a Constituição venezuelana e tomamos medidas cautelares em caráter preliminar", justificou o procurador-geral.
Este tipo de acusação, de liderar ou convocar manifestações que terminem em distúrbios violentos e mortos, levaram à prisão e condenação de Leopoldo López, líder do partido direitista Vontade Popular e chefe político de Guaidó.
Saab foi nomeado chefe da Defensoria Pública em 2014 por indicação do número dois do regime, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, o parlamento-fantoche criado em 2017 pelo ditador Nicolás Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, quando a oposição obteve maioria de dois terços.
Em 2017, quando a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz rompeu com Maduro e fugiu do país, Saab foi nomeado para o cargo. Leal ao ditador, o procurador-geral chegou a dizer que o vereador Fernando Albán, morto em 2018, se suicidou quando estava preso pelo Serviço Boliviariano de Inteligência (Sebin).
Na Europa, a Alemanha, a Espanha, a França e o Reino Unido deram oito dias a partir do sábado passado para Maduro convocar novas eleições. Caso contrário, ameaçam reconhecer o governo Guaidó.
Desde 21 de janeiro, pelo menos 40 venezuelanos morreram em choques com as forças de segurança. Mais de 850 foram presos.
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
Departamento de Justiça dos EUA faz 23 acusações à Huawei
O Departamento da Justiça dos Estados Unidos denunciou hoje a companhia fabricante de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei por 23 acusações, inclusive roubo de segredos empresarias, fraude e obstrução de justiça.
A denúncia acontece num momento importante. Pode atrapalhar as negociações para acabar com a guerra comercial deflagrada pelo governo Donald Trump contra a China.
A Huawei foi acusada de roubar segredos da empresa de telefonia celular T-Mobile desde 2012 e de oferecer bônus a funcionários que roubassem segredos de outras empresas, entre elas a T-Mobile.
Os EUA estão pedindo a extradição de Meng Wanzhou, diretora financeira e filha do fundador da Huawei, presa no Canadá a pedido das autoridades americanas. Ela é acusada de violar as sanções contra o Irã. O regime comunista chinês considera a prisão política.
Como a Huawei é ligada ao aparato de segurança da China, os EUA estão pressionando os aliados a excluir a companhia dos leilões e das concorrências para implantação da tecnologia de telecomunicações móveis de quinta geração (5G). A Alemanha, o Japão e o Reino Unido seguiram a orientação americana.
A denúncia acontece num momento importante. Pode atrapalhar as negociações para acabar com a guerra comercial deflagrada pelo governo Donald Trump contra a China.
A Huawei foi acusada de roubar segredos da empresa de telefonia celular T-Mobile desde 2012 e de oferecer bônus a funcionários que roubassem segredos de outras empresas, entre elas a T-Mobile.
Os EUA estão pedindo a extradição de Meng Wanzhou, diretora financeira e filha do fundador da Huawei, presa no Canadá a pedido das autoridades americanas. Ela é acusada de violar as sanções contra o Irã. O regime comunista chinês considera a prisão política.
Como a Huawei é ligada ao aparato de segurança da China, os EUA estão pressionando os aliados a excluir a companhia dos leilões e das concorrências para implantação da tecnologia de telecomunicações móveis de quinta geração (5G). A Alemanha, o Japão e o Reino Unido seguiram a orientação americana.
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sábado, 26 de janeiro de 2019
Seguranças da Rússia protegem Maduro
Nos últimos dias, funcionários de uma empresa de segurança russa ligada ao Kremlin chegaram a Caracas para reforçar a segurança pessoal do ditador Nicolás Maduro, que tem sua legitimidade contestada, especialmente depois que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela, noticiou a agência Reuters.
A Rússia repudiou a decisão do governo dos Estados Unidos de reconhecer Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e denunciou-a como uma tentativa de Washington de interferir nos assuntos internos de um país soberano.
Desde 21 de janeiro, pelo menos 20 pessoas morreram baleadas em choques de manifestantes e saqueadores com as forças de segurança. Houve várias revoltas de oficiais militares de baixa patente nos últimos anos.
Enquanto a cúpula das Forças Armadas estiver unida, o regime se sustenta. Mas comandantes militares teriam mantido contatos com a oposição, talvez aceitando a proposta de anistia para negociar uma transição pacífica.
Quando Guaidó se declarou presidente interino, na quarta-feira, com o apoio da Assembleia Nacional, os comandantes militares levaram 24 horas para fazer um pronunciamento em defesa da legitimidade de Maduro. Não foi uma resposta imediata. Isso indica que houve consultas internas.
A Rússia repudiou a decisão do governo dos Estados Unidos de reconhecer Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e denunciou-a como uma tentativa de Washington de interferir nos assuntos internos de um país soberano.
Desde 21 de janeiro, pelo menos 20 pessoas morreram baleadas em choques de manifestantes e saqueadores com as forças de segurança. Houve várias revoltas de oficiais militares de baixa patente nos últimos anos.
Enquanto a cúpula das Forças Armadas estiver unida, o regime se sustenta. Mas comandantes militares teriam mantido contatos com a oposição, talvez aceitando a proposta de anistia para negociar uma transição pacífica.
Quando Guaidó se declarou presidente interino, na quarta-feira, com o apoio da Assembleia Nacional, os comandantes militares levaram 24 horas para fazer um pronunciamento em defesa da legitimidade de Maduro. Não foi uma resposta imediata. Isso indica que houve consultas internas.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
Soros denuncia ameaça do autoritarismo chinês na era da inteligência artificial
O megainvestidor George Soros atacou a ditadura de Xi Jinping na China, advertindo que o avanço das pesquisas sobre inteligência artificial sob o controle de regime repressivos é hoje uma "ameaça mortal" para as sociedades abertas, noticiou o jornal inglês Financial Times.
Em palestra no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o bilionário húngaro naturalizado americano destacou ontem que a China não é o único regime autoritário do mundo, mas é o mais rico, mais forte e o mais avançado tecnologicamente.
"Isto torna Xi Jinping no oponente mais perigoso das sociedades abertas", alertou.
Soros citou o sistema de crédito social chinês, que coleta dados pessoais de indivíduos para avaliar a confiabilidade de cada um. Uma base de dados dessas "dá a Xi o controle total sobre o povo".
Aos 88 anos, depois de fazer fortuna no setor financeiro, Soros se dedica a defender a liberdade e a democracia. Através da Fundação Sociedade Aberta, promoveu a democracia liberal nos países da Europa Oriental antes dominados pelo comunismo. Isto o levou a ser apresentado como vilão por regimes nacionalistas de ultradireita como o do neofascista Viktor Orbán na Hungria.
Em suas participações no Fórum de Davos, costuma falar das ameaças à democracia. Na quinta-feira à noite, seu alvo foi a ameaça de uma China cada vez mais poderosa e mais autoritária.
Crítico do presidente Donald Trump e do neopopulismo de extrema direita em ascensão no mundo de hoje, Soros elogiou a identificação da China pelos EUA como um rival estratégico e cobrou uma resposta ao megaprojeto de investimentos chineses Um Cinturão Uma Estrada, que pretende recriar a Rota da Seda, como planejado para servir os interesses chineses e não dos países que tomarão grandes empréstimos.
A suspeita é que estes investimentos submetam os países recipientes ao controle chinês. Soros citou o Paquistão, a Malásia e o Sri Lanka. Só o Paquistão, deve contrair dívidas de US$ 60 bilhões. Como o país tem problemas financeiros crônicos, tendo recorrido mais de 20 vezes ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o endividamento seria uma forma de controle.
No caso do Sri Lanka, as dificuldades de pagamento levaram o governo a ceder um porto ao controle chinês.
"Os ambiciosos projetos de infraestrutura [chineses] são financiados principalmente por empréstimos custosos, não por ajuda, e vários funcionários estrangeiros foram subornados para aceitá-los. Muitos desses projetos são antieconômicos", avaliou.
Ele apelou aos EUA para enfrentar a ameaça do autoritarismo chinês, tomando medidas concretas, por exemplo, contra empresas de equipamentos de telecomunicações como Huawei e ZTE, que podem representar, na sua opinião, um risco inaceitável para a segurança nacional de vários países por sua capacidade de espionagem.
"A China é um ator global importante. Uma política efetiva em relação à China não pode se limitar a slogans. Precisa ser muito mais sofisticada, detalhada e prática. Deve incluir uma resposta econômica americana à Iniciativa um Cinturão uma Estrada", acrescentou.
O bilionário defendeu fomentar uma oposição doméstica à ditadura de Xi Jinping: "Como Xi é o maior inimigo da sociedade aberta, precisamos depositar nossas esperanças no povo chinês, especialmente na comunidade empresarial e na elite política interessada em manter a tradição confucionista."
Em palestra no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o bilionário húngaro naturalizado americano destacou ontem que a China não é o único regime autoritário do mundo, mas é o mais rico, mais forte e o mais avançado tecnologicamente.
"Isto torna Xi Jinping no oponente mais perigoso das sociedades abertas", alertou.
Soros citou o sistema de crédito social chinês, que coleta dados pessoais de indivíduos para avaliar a confiabilidade de cada um. Uma base de dados dessas "dá a Xi o controle total sobre o povo".
Aos 88 anos, depois de fazer fortuna no setor financeiro, Soros se dedica a defender a liberdade e a democracia. Através da Fundação Sociedade Aberta, promoveu a democracia liberal nos países da Europa Oriental antes dominados pelo comunismo. Isto o levou a ser apresentado como vilão por regimes nacionalistas de ultradireita como o do neofascista Viktor Orbán na Hungria.
Em suas participações no Fórum de Davos, costuma falar das ameaças à democracia. Na quinta-feira à noite, seu alvo foi a ameaça de uma China cada vez mais poderosa e mais autoritária.
Crítico do presidente Donald Trump e do neopopulismo de extrema direita em ascensão no mundo de hoje, Soros elogiou a identificação da China pelos EUA como um rival estratégico e cobrou uma resposta ao megaprojeto de investimentos chineses Um Cinturão Uma Estrada, que pretende recriar a Rota da Seda, como planejado para servir os interesses chineses e não dos países que tomarão grandes empréstimos.
A suspeita é que estes investimentos submetam os países recipientes ao controle chinês. Soros citou o Paquistão, a Malásia e o Sri Lanka. Só o Paquistão, deve contrair dívidas de US$ 60 bilhões. Como o país tem problemas financeiros crônicos, tendo recorrido mais de 20 vezes ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o endividamento seria uma forma de controle.
No caso do Sri Lanka, as dificuldades de pagamento levaram o governo a ceder um porto ao controle chinês.
"Os ambiciosos projetos de infraestrutura [chineses] são financiados principalmente por empréstimos custosos, não por ajuda, e vários funcionários estrangeiros foram subornados para aceitá-los. Muitos desses projetos são antieconômicos", avaliou.
Ele apelou aos EUA para enfrentar a ameaça do autoritarismo chinês, tomando medidas concretas, por exemplo, contra empresas de equipamentos de telecomunicações como Huawei e ZTE, que podem representar, na sua opinião, um risco inaceitável para a segurança nacional de vários países por sua capacidade de espionagem.
"A China é um ator global importante. Uma política efetiva em relação à China não pode se limitar a slogans. Precisa ser muito mais sofisticada, detalhada e prática. Deve incluir uma resposta econômica americana à Iniciativa um Cinturão uma Estrada", acrescentou.
O bilionário defendeu fomentar uma oposição doméstica à ditadura de Xi Jinping: "Como Xi é o maior inimigo da sociedade aberta, precisamos depositar nossas esperanças no povo chinês, especialmente na comunidade empresarial e na elite política interessada em manter a tradição confucionista."
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Comandantes militares dão apoio a Maduro na Venezuela
Sob a liderança do ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, a alta cúpula das Forças Armadas e os comandantes de todas as regiões militares da Venezuela deram apoio hoje ao ditador Nicolás Maduro como "presidente legítimo" do país e denunciaram o governo paralelo da oposição como uma tentativa de golpe de Estado.
Ontem, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, prestou juramento público diante de uma multidão de manifestantes declarando ser o líder legítimo do país. Desde segunda-feira, mais de 20 pessoas morreram em confrontos de manifestantes com as forças de segurança.
O país tem agora poderes Executivo, Legislativo e Judiciário paralelos. Um Supremo Tribunal de Justiça paralelo no exterior, se reúne em Bogotá. Tem outro Parlamento, a Assembleia Nacional Constituinte convocada em 2017 por Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015.
Imediatamente, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá, o Reino Unido, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Eqaudor, a Guatemala, Honduras, o Panamá, o Paraguai e o Peru reconheceram o governo paralelo da oposição.
Maduro reagiu rompendo relações com o Washington e ordenando a saída do país de todos os diplomatas americanos em 72 horas. O governo Donald Trump rejeitou a ordem, mandando apenas o pessoal não essencial sair do país.
Hoje, a China e a Rússia condenaram a interferência externa na política interna da Venezuela.
Enquanto os EUA convocaram uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a China, o México e o Uruguai pediram a retomada do diálogo entre governo e a oposição. Maduro concordou em princípio, mas a situação é tão polarizada que é difícil imaginar algum entendimento
A China e a Rússia fizeram grandes investimentos na Venezuela e são hoje as principais fontes de sustentação do regime chavista, além de trabalharem para sabotar a influência dos EUA em todas as regiões do planeta.
Só a China deu empréstimos de US$ 50 milhões a Caracas nos últimos dez anos, a serem pagos em petróleo.
O governo paralelo pretende aprovar novas leis anticorrupção e sobre a exploração de petróleo. A queda do regime chavista levaria à revisão dos negócios com outros países. Isto afetaria os interesses dos russos e chineses.
Ontem, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, prestou juramento público diante de uma multidão de manifestantes declarando ser o líder legítimo do país. Desde segunda-feira, mais de 20 pessoas morreram em confrontos de manifestantes com as forças de segurança.
O país tem agora poderes Executivo, Legislativo e Judiciário paralelos. Um Supremo Tribunal de Justiça paralelo no exterior, se reúne em Bogotá. Tem outro Parlamento, a Assembleia Nacional Constituinte convocada em 2017 por Maduro para usurpar o poder da Assembleia Nacional eleita democraticamente em dezembro de 2015.
Imediatamente, os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá, o Reino Unido, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Eqaudor, a Guatemala, Honduras, o Panamá, o Paraguai e o Peru reconheceram o governo paralelo da oposição.
Maduro reagiu rompendo relações com o Washington e ordenando a saída do país de todos os diplomatas americanos em 72 horas. O governo Donald Trump rejeitou a ordem, mandando apenas o pessoal não essencial sair do país.
Hoje, a China e a Rússia condenaram a interferência externa na política interna da Venezuela.
Enquanto os EUA convocaram uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a China, o México e o Uruguai pediram a retomada do diálogo entre governo e a oposição. Maduro concordou em princípio, mas a situação é tão polarizada que é difícil imaginar algum entendimento
A China e a Rússia fizeram grandes investimentos na Venezuela e são hoje as principais fontes de sustentação do regime chavista, além de trabalharem para sabotar a influência dos EUA em todas as regiões do planeta.
Só a China deu empréstimos de US$ 50 milhões a Caracas nos últimos dez anos, a serem pagos em petróleo.
O governo paralelo pretende aprovar novas leis anticorrupção e sobre a exploração de petróleo. A queda do regime chavista levaria à revisão dos negócios com outros países. Isto afetaria os interesses dos russos e chineses.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Venezuela de Maduro rompe relações com os EUA
O ditador Nicolás Maduro anunciou hoje o rompimento de relações diplomáticas de seu governo com os Estados Unidos e deu 72 horas para os diplomatas americanos deixarem a Venezuela. O governo Donald Trump repudiou a decisão e declarou que não vai retirar seus representantes.
Horas antes, o presidente da Assembleia Nacional, dominada pela oposição, Juan Guaidó, prestou juramento público diante de milhares de manifestantes em Caracas como presidente interino para "conseguir o fim da usurpação".
A oposição considera ilegítimo o governo de Maduro, reeleito fraudulentamente em maio do ano passado, e afirma que a Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, é o único poder legítimo no país.
Imediatamente, os EUA reconheceram o governo interino e o mesmo fizeram Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Canadá e Reino Unido.
Maduro pediu à Justiça que tome providências contra Guaidó. O ministro da Defesa, general Padrino López, e o comando das Forças Armadas apoiam Maduro como "presidente legítimo" da Venezuela. Sem uma cisão dentro do regime e entre os militares, o ditador não cai.
Horas antes, o presidente da Assembleia Nacional, dominada pela oposição, Juan Guaidó, prestou juramento público diante de milhares de manifestantes em Caracas como presidente interino para "conseguir o fim da usurpação".
A oposição considera ilegítimo o governo de Maduro, reeleito fraudulentamente em maio do ano passado, e afirma que a Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, é o único poder legítimo no país.
Imediatamente, os EUA reconheceram o governo interino e o mesmo fizeram Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Canadá e Reino Unido.
Maduro pediu à Justiça que tome providências contra Guaidó. O ministro da Defesa, general Padrino López, e o comando das Forças Armadas apoiam Maduro como "presidente legítimo" da Venezuela. Sem uma cisão dentro do regime e entre os militares, o ditador não cai.
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Presidente da Assembleia Nacional presta juramento como presidente da Venezuela
Diante de uma multidão reunida em manifestação de protestos em Caracas, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, prestou juramento hoje como presidente interino da Venezuela com base na Constituição, noticiou o jornal El Nacional.
"Assumo a responsabilidade com base nos artigos 333 e 350 da Constituição. Juro assumir o compromisso da não violência. Hoje, 23 de janeiro, juro assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente interino da Venezuela para conseguir o fim da usurpação", declarou Guaidó.
Em seguida, os manifestantes cantaram o hino nacional e aplaudiram o presidente, que tenta iniciar uma transição para acabar com o regime chavista e a ditadura de Nicolás Maduro. Se conseguir derrubar Maduro, Guaidó promete convocar eleições democráticas na Venezuela.
Os Estados Unidos, o Brasil, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Peru, o Canadá e o Reino Unido reconheceram o governo paralelo da oposição venezuelana. Numa rede social, o presidente Jair Bolsonaro escreveu: "O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela."
Enquanto não houver uma divisão nas Forças Armadas, uma cisão dentro do regime, Maduro tende a se sustentar no poder.
"Assumo a responsabilidade com base nos artigos 333 e 350 da Constituição. Juro assumir o compromisso da não violência. Hoje, 23 de janeiro, juro assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente interino da Venezuela para conseguir o fim da usurpação", declarou Guaidó.
Em seguida, os manifestantes cantaram o hino nacional e aplaudiram o presidente, que tenta iniciar uma transição para acabar com o regime chavista e a ditadura de Nicolás Maduro. Se conseguir derrubar Maduro, Guaidó promete convocar eleições democráticas na Venezuela.
Os Estados Unidos, o Brasil, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Peru, o Canadá e o Reino Unido reconheceram o governo paralelo da oposição venezuelana. Numa rede social, o presidente Jair Bolsonaro escreveu: "O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela."
Enquanto não houver uma divisão nas Forças Armadas, uma cisão dentro do regime, Maduro tende a se sustentar no poder.
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Milhares de venezuelanos saem às ruas para exigir queda de Maduro
Centenas de milhares de venezuelanos devem sair às ruas hoje, no aniversário de 61 anos do golpe que derrubou a ditadura de Marcos Pérez Jiménez, em mais uma onda de manifestações convocada pela oposição para derrubar a ditadura de Nicolás Maduro.
Ontem à noite, houve protestos em pelo menos 60 bairros de classe média e choques com as forças de segurança. Um jovem manifestante foi morto.
O governo planeja suas próprias manifestações. O protesto foi convocado pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarado chefe de Estado legítimo pelo Grupo de Lima, que reúne 14 países latino-americanos, inclusive o Brasil.
Ao convocar as manifestações antigovernistas, Guaidó fez um apelo aos militares para que deixem de apoiar o regime chavista: “A todas as forças armadas nacionais, nossa convocação é clara: desde o Parlamento, estendemos a mão e pedimos que venham para o lado da Constituição e do povo, seu povo”, declarou o presidente da AN.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, reconheceu Guaidó como presidente e mandou uma mensagem de vídeo à oposição dizendo que "Maduro precisa ir".
Maduro, reeleito numa eleição fraudulenta em 22 de maio de 2018, acusou os EUA de tentarem instigar um golpe de Estado na Venezuela. O Brasil, a Argentina, a Colômbia e o Peru também reconheceram Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela
Na Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, a oposição tem maioria de dois terços. Com eleições manipuladas, Maduro criou em 2017 uma Assembleia Nacional Constituinte para usurpar o poder.
O ditador iniciou um segundo mandato em 10 de janeiro, mas só obteve reconhecimento de poucos países, entre eles Cuba, Bolívia, Nicarágua, Rússia e China.
A Venezuela vive a pior crise econômica de que se tem notícia na história moderna de um país relativamente desenvolvido. Desde a ascensão de Maduro, em 2013, com a morte do caudilho Hugo Chávez, o produto interno bruto caiu pela metade.
No ano passado, a inflação chegou a 1.300.000%. Há um desabastecimento generalizado de alimentos e medicamentos. A produção de petróleo, maior riqueza nacional está em cerca de um terço do pico de 3,3 milhões de barris por dia.
Há dois dias, um grupo de militares rebeldes tentou sublevar um quartel em Cotiza, um bairro de Caracas próximo ao palácio presidencial de Miraflores, e convocou o povo a sair às ruas. Mas a Força Armada Nacional Bolivariana não se dividiu, frustou a tentativa de golpe e prendeu 27 rebeldes.
Ontem à noite, houve protestos em pelo menos 60 bairros de classe média e choques com as forças de segurança. Um jovem manifestante foi morto.
O governo planeja suas próprias manifestações. O protesto foi convocado pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarado chefe de Estado legítimo pelo Grupo de Lima, que reúne 14 países latino-americanos, inclusive o Brasil.
Ao convocar as manifestações antigovernistas, Guaidó fez um apelo aos militares para que deixem de apoiar o regime chavista: “A todas as forças armadas nacionais, nossa convocação é clara: desde o Parlamento, estendemos a mão e pedimos que venham para o lado da Constituição e do povo, seu povo”, declarou o presidente da AN.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, reconheceu Guaidó como presidente e mandou uma mensagem de vídeo à oposição dizendo que "Maduro precisa ir".
Maduro, reeleito numa eleição fraudulenta em 22 de maio de 2018, acusou os EUA de tentarem instigar um golpe de Estado na Venezuela. O Brasil, a Argentina, a Colômbia e o Peru também reconheceram Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela
Na Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, nas últimas eleições democráticas na Venezuela, a oposição tem maioria de dois terços. Com eleições manipuladas, Maduro criou em 2017 uma Assembleia Nacional Constituinte para usurpar o poder.
O ditador iniciou um segundo mandato em 10 de janeiro, mas só obteve reconhecimento de poucos países, entre eles Cuba, Bolívia, Nicarágua, Rússia e China.
A Venezuela vive a pior crise econômica de que se tem notícia na história moderna de um país relativamente desenvolvido. Desde a ascensão de Maduro, em 2013, com a morte do caudilho Hugo Chávez, o produto interno bruto caiu pela metade.
No ano passado, a inflação chegou a 1.300.000%. Há um desabastecimento generalizado de alimentos e medicamentos. A produção de petróleo, maior riqueza nacional está em cerca de um terço do pico de 3,3 milhões de barris por dia.
Há dois dias, um grupo de militares rebeldes tentou sublevar um quartel em Cotiza, um bairro de Caracas próximo ao palácio presidencial de Miraflores, e convocou o povo a sair às ruas. Mas a Força Armada Nacional Bolivariana não se dividiu, frustou a tentativa de golpe e prendeu 27 rebeldes.
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Assad cancela vistos da UE para ajuda humanitária à Síria
A ditadura de Bachar Assad anulou todos os vistos especiais para funcionários da União Europeia que dão ajuda humanitária às vítimas da guerra civil na Síria, noticiou a agência Reuters. Tudo indica que Assad vai ajudar a ajuda humanitária e a crise dos refugiados para barganhar reconhecimento internacional do regime.
A UE condicionou o reconhecimento do regime à realização de um processo de paz e a uma transição em que Assad deixaria a Presidência da Síria.
Com a intervenção militar da Rússia, a partir de 30 de setembro de 2015, depois de estar prestes a ser derrotado, Assad recuperou o controle da maior parte do território sírio e está preocupado em obter o reconhecimento internacional.
Os Emirados Árabes Unidos reabriram a embaixada em Damasco em dezembro do ano passado e a Liga Árabe deve readmitir a Síria, expulsa em 2011. Com o apoio político, diplomático e militar da Rússia e do Irã, Assad quer agora dobrar a resistência da UE.
A UE condicionou o reconhecimento do regime à realização de um processo de paz e a uma transição em que Assad deixaria a Presidência da Síria.
Com a intervenção militar da Rússia, a partir de 30 de setembro de 2015, depois de estar prestes a ser derrotado, Assad recuperou o controle da maior parte do território sírio e está preocupado em obter o reconhecimento internacional.
Os Emirados Árabes Unidos reabriram a embaixada em Damasco em dezembro do ano passado e a Liga Árabe deve readmitir a Síria, expulsa em 2011. Com o apoio político, diplomático e militar da Rússia e do Irã, Assad quer agora dobrar a resistência da UE.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
Israel bombardeia alvos da Guarda Iraniana e do Hesbolá na Síria
As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram na noite de ontem e madrugada de hoje bases da Força Quods, braço da Guarda Revolucionária do Irã para ações no exterior, e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e a defesa antiaérea da Síria, em resposta a um míssil disparado pelos iranianos contra as Colinas do Golã.
Pelo menos 11 pessoas morreram, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres que monitora a guerra civil síria.
O míssil iraniano foi abatido pelo escudo antimísseis de Israel, o Domo de Ferro, no Monte Hermon, uma estação de esqui, afirmaram porta-vozes militares israelenses. Milhares de pessoas assistiram à interceptação.
As FDI bombardearam então, com "dezenas de mísseis", 10 alvos em território sírio, inclusive arsenais situados no Aeroporto Internacional de Damasco, um centro de inteligência do Irã e bases de treinamento dos iranianos. O Irã intervêm na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de Bachar Assad.
Em Damasco, testemunhas ouviram fortes explosões. A Rússia declarou que quatro pessoas morreram e que mais de 30 mísseis israelenses foram interceptados pela defesa antiaérea da Síria. Também alegou que Israel atacou primeiro, alvejando um aeroporto no Sudeste de Damasco no domingo à tarde, durante o dia, antes do ataque às Colinas do Golã.
Ao preparar o bombardeio, Israel alertou a Síria a não reagir: "Advertimos os sírios e não dispararem mísseis antiaéreos contra novos aviões e eles decidiram atacar mesmo assim", comentou o general-brigadeiro Ronen Manelis, porta-voz das FDI.
Depois, o comandante da Força Aérea do Irã, Aziz Nasirzadeh, ameaçou, dizendo estar impaciente para eliminar Israel.
Nos últimos anos, Israel acabou com a ambiguidade em relação à presença militar do Irã na Síria e atacou milhares de alvos no país vizinho. O governo israelense deixa claro ao Irã que a intervenção da Rússia na Síria, iniciada em 30 de setembro de 2015, não lhe dá garantia de imunidade.
As Colinas do Golã, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981, são um lugar de escaramuças frequentes entre Israel e o Irã. O Estado judaico está determinado a impedir a República Islâmica de atacar seu território, especialmente depois que o Irã estabeleceu uma presença militar na Síria por causa da guerra civil.
Israel tenta impedir que o Irã tenha uma presença militar permanente no país vizinho. Já advertiu que não vai tolerar bases iranianas a menos de 50 quilômetros de sua fronteira. Desde 2013, Israel bombardeia a infraestrutura militar iraniana na Síria para impedir que seja usada para atacar seu território de curta distância.
Pelo menos 11 pessoas morreram, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres que monitora a guerra civil síria.
O míssil iraniano foi abatido pelo escudo antimísseis de Israel, o Domo de Ferro, no Monte Hermon, uma estação de esqui, afirmaram porta-vozes militares israelenses. Milhares de pessoas assistiram à interceptação.
As FDI bombardearam então, com "dezenas de mísseis", 10 alvos em território sírio, inclusive arsenais situados no Aeroporto Internacional de Damasco, um centro de inteligência do Irã e bases de treinamento dos iranianos. O Irã intervêm na guerra civil da Síria em apoio à ditadura de Bachar Assad.
Em Damasco, testemunhas ouviram fortes explosões. A Rússia declarou que quatro pessoas morreram e que mais de 30 mísseis israelenses foram interceptados pela defesa antiaérea da Síria. Também alegou que Israel atacou primeiro, alvejando um aeroporto no Sudeste de Damasco no domingo à tarde, durante o dia, antes do ataque às Colinas do Golã.
Ao preparar o bombardeio, Israel alertou a Síria a não reagir: "Advertimos os sírios e não dispararem mísseis antiaéreos contra novos aviões e eles decidiram atacar mesmo assim", comentou o general-brigadeiro Ronen Manelis, porta-voz das FDI.
Depois, o comandante da Força Aérea do Irã, Aziz Nasirzadeh, ameaçou, dizendo estar impaciente para eliminar Israel.
Nos últimos anos, Israel acabou com a ambiguidade em relação à presença militar do Irã na Síria e atacou milhares de alvos no país vizinho. O governo israelense deixa claro ao Irã que a intervenção da Rússia na Síria, iniciada em 30 de setembro de 2015, não lhe dá garantia de imunidade.
As Colinas do Golã, ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexadas por Israel em 1981, são um lugar de escaramuças frequentes entre Israel e o Irã. O Estado judaico está determinado a impedir a República Islâmica de atacar seu território, especialmente depois que o Irã estabeleceu uma presença militar na Síria por causa da guerra civil.
Israel tenta impedir que o Irã tenha uma presença militar permanente no país vizinho. Já advertiu que não vai tolerar bases iranianas a menos de 50 quilômetros de sua fronteira. Desde 2013, Israel bombardeia a infraestrutura militar iraniana na Síria para impedir que seja usada para atacar seu território de curta distância.
Venezuela prende 27 militares que tentaram iniciar uma rebelião
Soldados de uma unidade da Guarda Nacional da Venezuela iniciaram uma revolta hoje em Caracas. Chegaram a divulgar um vídeo em redes sociais pedindo que a população saísse às ruas, mas foram presos pelas forças de segurança da ditadura de Nicolás Maduro em Cotiza, uma região da capital que fica a três quilômetros do palácio presidencial de Miraflores.
Pouco antes das três horas da madrugada (5h em Brasília), cerca de 40 rebeldes chegaram ao quartel de Cotiza, no Norte de Caracas, e apelaram aos soldados e a à população para que se rebelassem contra o regime: "Nos somos contra este regime, que repudiamos completamente e precisamos do seu apoio, que saiam às ruas."
De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Defesa, os rebeldes haviam tomado colegas militares como reféns em duas outras unidades e roubado um estoque de armas, mas "a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) está unida para restabelecer a ordem constitucional".
Horas depois, 27 rebeldes se renderam. Ao serem levados em blindados da Força de Ações Especiais (Faes), um soldado gritou: "Liberdade!" As forças de segurança usaram gás lacrimogênio para dispersar a multidão que atendeu ao chamado dos rebeldes.
Durante o combate à revolta, a ditadura venezuelana bloqueou o acesso às redes sociais Twitter e Instagram.
Com a instabilidade política e a crise econômica sem precedentes, a rebelião poderia se espalhar por outras unidades. Um confronto armado para derrubar Maduro poderia causar danos ainda maiores, complicando a recuperação econômica do país.
A ditadura da Venezuela conta com o apoio de agentes cubanos para garantir a sobrevivência do regime chavista. Assim, tem tido sucesso em evitar que rebeliões se alastrem. Em fevereiro do ano passado, um capitão e piloto de helicóptero da polícia que atacara a sede do Ministério do Interior foi fuzilado sumariamente. Fez vários apelos para se render, mas foi morto.
Maduro acaba de ser empossado para um segundo mandato não reconhecido pela maioria da comunidade internacional. Só Bolívia, Cuba, Nicarágua e alguns países da região do Mar do Caribe participaram da posse.
O Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, declarou que o único órgão legítimo e democrático da Venezuela é a Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, onde a oposição tem maioria de dois terços. Numa tentativa de deflagar um processo de transição para redemocratizar o país, apoiaram o presidente da AN, Juan Guaidó, como o verdadeiro líder da Venezuela.
A Venezuela tinha a maior renda per capita da América Latina em 1970 por causa de suas reservas de petróleo, as maiores do mundo. A corrupção, a desigualdade, muito menor do que em outros países da região, e uma forte queda nos preços do petróleo depois da crise econômica da Ásia, em 1997, levaram à eleição do caudilho militar e ex-golpista Hugo Chávez em 1998.
Vinte anos depois, o país enfrenta uma inflação superior a 1.000.000% ao ano e um desabastecimento generalizado, especialmente de alimentos e medicamentos. Desde a morte de Chávez e a ascensão de Maduro, o produto interno bruto caiu pela metade. A produção de petróleo é 25% do pico. Mais de 4 milhões de pessoas fugiram do país.
Apesar da economia estar em virtual colapso, o regime se mantém por causa da lealdade da maioria das forças de segurança e da repressão realizada com o apoio de agentes cubanos. Só uma cisão dentro do regime e da FANB pode mudar esta situação catastrófica,
Pouco antes das três horas da madrugada (5h em Brasília), cerca de 40 rebeldes chegaram ao quartel de Cotiza, no Norte de Caracas, e apelaram aos soldados e a à população para que se rebelassem contra o regime: "Nos somos contra este regime, que repudiamos completamente e precisamos do seu apoio, que saiam às ruas."
De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Defesa, os rebeldes haviam tomado colegas militares como reféns em duas outras unidades e roubado um estoque de armas, mas "a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) está unida para restabelecer a ordem constitucional".
Horas depois, 27 rebeldes se renderam. Ao serem levados em blindados da Força de Ações Especiais (Faes), um soldado gritou: "Liberdade!" As forças de segurança usaram gás lacrimogênio para dispersar a multidão que atendeu ao chamado dos rebeldes.
Durante o combate à revolta, a ditadura venezuelana bloqueou o acesso às redes sociais Twitter e Instagram.
Com a instabilidade política e a crise econômica sem precedentes, a rebelião poderia se espalhar por outras unidades. Um confronto armado para derrubar Maduro poderia causar danos ainda maiores, complicando a recuperação econômica do país.
A ditadura da Venezuela conta com o apoio de agentes cubanos para garantir a sobrevivência do regime chavista. Assim, tem tido sucesso em evitar que rebeliões se alastrem. Em fevereiro do ano passado, um capitão e piloto de helicóptero da polícia que atacara a sede do Ministério do Interior foi fuzilado sumariamente. Fez vários apelos para se render, mas foi morto.
Maduro acaba de ser empossado para um segundo mandato não reconhecido pela maioria da comunidade internacional. Só Bolívia, Cuba, Nicarágua e alguns países da região do Mar do Caribe participaram da posse.
O Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, declarou que o único órgão legítimo e democrático da Venezuela é a Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro de 2015, onde a oposição tem maioria de dois terços. Numa tentativa de deflagar um processo de transição para redemocratizar o país, apoiaram o presidente da AN, Juan Guaidó, como o verdadeiro líder da Venezuela.
A Venezuela tinha a maior renda per capita da América Latina em 1970 por causa de suas reservas de petróleo, as maiores do mundo. A corrupção, a desigualdade, muito menor do que em outros países da região, e uma forte queda nos preços do petróleo depois da crise econômica da Ásia, em 1997, levaram à eleição do caudilho militar e ex-golpista Hugo Chávez em 1998.
Vinte anos depois, o país enfrenta uma inflação superior a 1.000.000% ao ano e um desabastecimento generalizado, especialmente de alimentos e medicamentos. Desde a morte de Chávez e a ascensão de Maduro, o produto interno bruto caiu pela metade. A produção de petróleo é 25% do pico. Mais de 4 milhões de pessoas fugiram do país.
Apesar da economia estar em virtual colapso, o regime se mantém por causa da lealdade da maioria das forças de segurança e da repressão realizada com o apoio de agentes cubanos. Só uma cisão dentro do regime e da FANB pode mudar esta situação catastrófica,
China cresceu 6,6% no ano passado
Sob o impacto da guerra comercial do presidente Donald Trump, a economia da China se desacelerou no quarto trimestre de 2018 para um ritmo anual de 6,4% ao ano, o menor desde a crise financeira internacional de 2008.
Apesar da queda de confiança do consumidor, a segunda maior economia do mundo avançou 6,6% no ano passado, acima de meta de 6,5%. Mas foi a menor expansão desde 1990. Em 2017, a alta havia sido de 6,8%.
A queda no ritmo de crescimento nos três últimos trimestres preocupa os investidores. O temor é que a desaceleração chinesa puxe para baixo o desempenho da economia mundial.
O aumento das vendas no varejo ficou em 8,2% ao ano em dezembro, pouco acima dos 8,1% de novembro, a menor alta em 18 anos.
De acordo com os dados, o tarifaço dos Estados Unidos não teve grande impacto até agora. O saldo comercial chinês ficou em US$ 334,5 bilhões no ano passado, abaixo dos US$ 375 bilhões de 2017.
Desde julho, o governo chinês adotou uma séria de medidas de estímulo monetário e fiscal para amortecer o impacto social da desaceleração. Afinal, é o crescimento econômico que legitima a ditadura do Partido Comunista.
Na semana passada, o Ministério das Finanças anunciou planos para novos cortes de impostos. A reforma das estatais foi adiada para tentar garantir um pouso suave, mas a soma das dívidas do governo, das empresas e das famílias passa de 260% do produto interno bruto.
Apesar da queda de confiança do consumidor, a segunda maior economia do mundo avançou 6,6% no ano passado, acima de meta de 6,5%. Mas foi a menor expansão desde 1990. Em 2017, a alta havia sido de 6,8%.
A queda no ritmo de crescimento nos três últimos trimestres preocupa os investidores. O temor é que a desaceleração chinesa puxe para baixo o desempenho da economia mundial.
O aumento das vendas no varejo ficou em 8,2% ao ano em dezembro, pouco acima dos 8,1% de novembro, a menor alta em 18 anos.
De acordo com os dados, o tarifaço dos Estados Unidos não teve grande impacto até agora. O saldo comercial chinês ficou em US$ 334,5 bilhões no ano passado, abaixo dos US$ 375 bilhões de 2017.
Desde julho, o governo chinês adotou uma séria de medidas de estímulo monetário e fiscal para amortecer o impacto social da desaceleração. Afinal, é o crescimento econômico que legitima a ditadura do Partido Comunista.
Na semana passada, o Ministério das Finanças anunciou planos para novos cortes de impostos. A reforma das estatais foi adiada para tentar garantir um pouso suave, mas a soma das dívidas do governo, das empresas e das famílias passa de 260% do produto interno bruto.
domingo, 20 de janeiro de 2019
Tribunal Constitucional do Congo confirma eleição de Tshisekedi
Apesar dos apelos da União Africana para uma recontagem dos votos, o Tribunal Constitucional da República Democrática do Congo confirmou hoje a vitória de Félix Tshisekedi na eleição presidencial de 30 de dezembro. O oposicionista Martin Fayulu se declarou vencedor.
Filho de um ex-líder da oposição, Tshisekedi, de 55 anos, sucede ao presidente Joseph Kabila, que está no poder desde a morte do pai, Laurent Kabila, assassinado em 2001 durante a guerra civil congolesa. A suspeita é que o atual presidente tenha feito um acordo com o eleito para frustrar a eleição da Fayulu.
Uma apuração paralela feita pela Igreja Católica, com fiscais nas seções eleitorais, deu a vitória a Fayulu com cerca de 60% dos votos. Pela contagem oficial da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Tshisekedi venceu com 38,5% dos votos contra 34,8% para Fayulu e 23% para Emmanuel Ramazani Shadary, o candidato governista.
A decisão dos nove juízes não surpreendeu. Eles são considerados aliados de Kabila, que estaria preocupado em manter seus negócios e evitar investigações sobre seu governo.
"Eu me considero o único presidente legítimo da RDC", afirmou Fayulu, acusado Tshisekedi de "total cumplicidade" com um "golpe eleitoral".
Seria a primeira transição pacífica e democrática neste grande país do centro da África desde a independência da Bélgica, em 30 de junho de 1960, com uma história marcada por guerras civis brutais.
A UA suspendeu o envio de uma missão ao Congo, mas a África do Sul reconheceu a decisão da Justiça e apelou "a todas as partes para que respeitem a decisão do Tribunal Constitucional".
Filho de um ex-líder da oposição, Tshisekedi, de 55 anos, sucede ao presidente Joseph Kabila, que está no poder desde a morte do pai, Laurent Kabila, assassinado em 2001 durante a guerra civil congolesa. A suspeita é que o atual presidente tenha feito um acordo com o eleito para frustrar a eleição da Fayulu.
Uma apuração paralela feita pela Igreja Católica, com fiscais nas seções eleitorais, deu a vitória a Fayulu com cerca de 60% dos votos. Pela contagem oficial da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Tshisekedi venceu com 38,5% dos votos contra 34,8% para Fayulu e 23% para Emmanuel Ramazani Shadary, o candidato governista.
A decisão dos nove juízes não surpreendeu. Eles são considerados aliados de Kabila, que estaria preocupado em manter seus negócios e evitar investigações sobre seu governo.
"Eu me considero o único presidente legítimo da RDC", afirmou Fayulu, acusado Tshisekedi de "total cumplicidade" com um "golpe eleitoral".
Seria a primeira transição pacífica e democrática neste grande país do centro da África desde a independência da Bélgica, em 30 de junho de 1960, com uma história marcada por guerras civis brutais.
A UA suspendeu o envio de uma missão ao Congo, mas a África do Sul reconheceu a decisão da Justiça e apelou "a todas as partes para que respeitem a decisão do Tribunal Constitucional".
sábado, 19 de janeiro de 2019
Explosão de oleoduto mata 85 pessoas no México
Pelo menos 85 pessoas morreram e 74 saíram feridas da explosão de um oleoduto quando pessoas tentavam furtar gasolina na cidade de Tlahuelilpan, no estado de Hidalgo, na região central do México, noticiou o jornal mexicano El Economista.
O acidente acontece no momento em que o presidente Andrés Manuel López Obrador faz uma campanha contra o roubo de combustível, que deu um prejuízo de US$ 3 bilhões à companhia estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).
Antes da explosão, centenas de pessoas tentavam roubar combustível de um esguicho do oleoduto com sacos plásticos, baldes e latas de lixo, mostraram imagens divulgadas em redes sociais.
Eram 16h50 (20h50 em Brasília) de sexta-feira quando o governador de Hidalgo, Omar Fayad, comunicou às autoridades federais o roubo de combustível no oleoduto Tuxpan-Tula. O Exército chegou ao local às 17h, mas os 25 soldados não intervieram antes do acidente para evitar um confronto com a população.
"Lamento muito a grave situação de que se padece em Tlahuelilpan pela explosão de um duto. Estou em Aguascalientes e, desde que o diretor da Pemex e o ministro da Defesa me informaram, dei instruções para que se controle o fogo e se atendam às vítimas", escreveu o presidente no Twitter.
Vários oleodutos foram fechados, mas isso acabou gerando desabastecimento em algumas regiões do país. O duto em questão estava fechado desde 23 de dezembro. Estava sendo reativado. As autoridades afirmam ter fechado de novo, mas isso não impediu o acidente porque haveria bastante gasolina no trecho onde houve a explosão.
O acidente acontece no momento em que o presidente Andrés Manuel López Obrador faz uma campanha contra o roubo de combustível, que deu um prejuízo de US$ 3 bilhões à companhia estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).
Antes da explosão, centenas de pessoas tentavam roubar combustível de um esguicho do oleoduto com sacos plásticos, baldes e latas de lixo, mostraram imagens divulgadas em redes sociais.
Eram 16h50 (20h50 em Brasília) de sexta-feira quando o governador de Hidalgo, Omar Fayad, comunicou às autoridades federais o roubo de combustível no oleoduto Tuxpan-Tula. O Exército chegou ao local às 17h, mas os 25 soldados não intervieram antes do acidente para evitar um confronto com a população.
"Lamento muito a grave situação de que se padece em Tlahuelilpan pela explosão de um duto. Estou em Aguascalientes e, desde que o diretor da Pemex e o ministro da Defesa me informaram, dei instruções para que se controle o fogo e se atendam às vítimas", escreveu o presidente no Twitter.
Vários oleodutos foram fechados, mas isso acabou gerando desabastecimento em algumas regiões do país. O duto em questão estava fechado desde 23 de dezembro. Estava sendo reativado. As autoridades afirmam ter fechado de novo, mas isso não impediu o acidente porque haveria bastante gasolina no trecho onde houve a explosão.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Colômbia acusa ELN por atentado contra Escola da Polícia
O ministro da Defesa, Guillermo Botero, e o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, acusaram hoje o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) pelo atentado com carro-bomba contra a Escola da Polícia, que deixou 21 mortos e 68 feridos ontem em Bogotá.
Diante dos primeiros resultados das investigações, a Procuradoria-Geral pretende denuncia o Comando Central do ELN, que era o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano até o acordo de paz firmado pelo governo anterior com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O atual presidente, Iván Duque, eleito no ano passado, é um crítico do acordo com as FARC. A guerrilha o acusa de não tomar as providências previstas no processo de paz. Na última segunda-feira, um dos principais negociadores das FARC, Iván Márquez, lamentou ter entregue as armas antes da implementação total do acordo.
Sua declaração incentiva os antigos rebeldes a abandonar o processo de paz e se unir ao ELN, que mostrou ainda estar em atividade. As negociações com o ELN estão estagnadas.
Diante dos primeiros resultados das investigações, a Procuradoria-Geral pretende denuncia o Comando Central do ELN, que era o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano até o acordo de paz firmado pelo governo anterior com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O atual presidente, Iván Duque, eleito no ano passado, é um crítico do acordo com as FARC. A guerrilha o acusa de não tomar as providências previstas no processo de paz. Na última segunda-feira, um dos principais negociadores das FARC, Iván Márquez, lamentou ter entregue as armas antes da implementação total do acordo.
Sua declaração incentiva os antigos rebeldes a abandonar o processo de paz e se unir ao ELN, que mostrou ainda estar em atividade. As negociações com o ELN estão estagnadas.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
Alemanha deve vetar Huawei na concorrência da tecnologia 5G
A Alemanha vai se juntar aos aliados Estados Unidos e Reino Unido e vetar a participação da companhia de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei na implantação da tecnologia de comunicação móvel de quinta geração (5G) por medo de que a empresa esteja a serviço da espionagem do regime comunista da China.
O Ministério da Economia da Alemanha justificou a medida alegando que a segurança da futura rede de comunicação 5G e dos serviços oferecidos por empresas de telecomunicações é "da maior relevância".
Na Inglaterra, a Universidade de Oxford anunciou que vai parar de receber doações e dinheiro para pesquisa da Huawei, explicando que há preocupação por causa dos laços da empresa com o governo chinês. A Huawei tem acordos de colaboração com 20 universidades britânicas.
O Ministério da Economia da Alemanha justificou a medida alegando que a segurança da futura rede de comunicação 5G e dos serviços oferecidos por empresas de telecomunicações é "da maior relevância".
Na Inglaterra, a Universidade de Oxford anunciou que vai parar de receber doações e dinheiro para pesquisa da Huawei, explicando que há preocupação por causa dos laços da empresa com o governo chinês. A Huawei tem acordos de colaboração com 20 universidades britânicas.
Candidato da oposição promete privatizar estatal do petróleo da Nigéria
O candidato da oposição à Presidência da Nigéria, Atiku Abubakar, reafirmou ontem a intenção da privatizar a Companhia Nacional de Petróleo Nigeriana (NNPC), noticiou a agência de notícias econômicas Bloomberg. Sua proposta é cortar os gastos públicos para estimular o investimento estrangeiro e a geração de empregos.
A corrupção sistêmica é uma praga da Nigéria e do rico setor de petróleo há décadas. A privatização pode provocar uma onda de protestos e greves dos trabalhadores de petróleo e gás, além de reiniciar a violência política na região do Delta do Rio Níger, onde grupos guerrilheiros lutam sob o pretexto de conseguir uma distribuição mais justa da renda do setor.
Na eleição presidencial de 16 de fevereiro, Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP), vai desafiar o presidente Muhammadu Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC). Desde a redemocratização do país, o PDP ganhou todas as eleições de 1999 a 2011, perdendo apenas em 2015. O presidente cumpre um mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição.
Maior produtora de petróleo da África, com cerca de 2 milhões de barris por dia, a Nigéria sofreu com a forte queda nos preços do petróleo desde junho de 2014, quando a cotação do barril estava em torno de US$ 110. Entrou em recessão em 2016, mas se recuperou e fechou o ano passado em alta de 2,1%. O petróleo é responsável por dois terços da arrecadação do governo.
Trigésima economia do mundo, a Nigéria superou a África do Sul em 2014 e se tornou a maior economia da África. Como tem população quase quatro vezes maior, que deve chegar a 200 milhões de habitantes em 2019, a renda média sul-africana é duas vezes maior.
A corrupção sistêmica é uma praga da Nigéria e do rico setor de petróleo há décadas. A privatização pode provocar uma onda de protestos e greves dos trabalhadores de petróleo e gás, além de reiniciar a violência política na região do Delta do Rio Níger, onde grupos guerrilheiros lutam sob o pretexto de conseguir uma distribuição mais justa da renda do setor.
Na eleição presidencial de 16 de fevereiro, Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP), vai desafiar o presidente Muhammadu Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC). Desde a redemocratização do país, o PDP ganhou todas as eleições de 1999 a 2011, perdendo apenas em 2015. O presidente cumpre um mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição.
Maior produtora de petróleo da África, com cerca de 2 milhões de barris por dia, a Nigéria sofreu com a forte queda nos preços do petróleo desde junho de 2014, quando a cotação do barril estava em torno de US$ 110. Entrou em recessão em 2016, mas se recuperou e fechou o ano passado em alta de 2,1%. O petróleo é responsável por dois terços da arrecadação do governo.
Trigésima economia do mundo, a Nigéria superou a África do Sul em 2014 e se tornou a maior economia da África. Como tem população quase quatro vezes maior, que deve chegar a 200 milhões de habitantes em 2019, a renda média sul-africana é duas vezes maior.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Theresa May sobrevive a voto de desconfiança no Parlamento Britânico
Um dia depois de sofrer uma esmagadora derrota por 230 votos com a rejeição de seu acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, a primeira-ministra Theresa May conseguiu uma vitória apertada mas suficiente para se manter na chefia do governo.
Por 325 a 306, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico repudiou uma moção de desconfiança apresentada pelo líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn. May tem agora até segunda-feira para apresentar ao plano alternativo para sair da UE.
Muitos deputados do Partido Conservador que ontem votaram contra o acordo negociado com a UE hoje apoiaram a chefe de governo. Com a divisão do partido em torna da Brexit (saída britânica), os conservadores seriam trucidados nas urnas e o líder do Partido Trabalhista, um radical de esquerda. provavelmente seria eleito primeiro-ministro. Nenhum conservador quer enfrentar as urnas agora.
Nos próximos dias, a primeira-ministra sobrevivente irá consultar os partidos para discutir um acordo capaz de ser aprovado pelo Parlamento. Há uma forte possibilidade de que o prazo de saída, 29 de março, seja prorrogado, mas a UE deixou claro que não fará grandes concessões além do que foi acertado com o governo May e rejeitado pela Câmara dos Comuns.
Com a derrota de sua moção de desconfiança, Corbyn está sob pressão para apoiar um referendo sobre um segundo plebiscito para que o eleitorado resolva o que o Parlamento não consegue decidir, com a possibilidade de rejeição da Brexit e a permanência do Reino Unido na UE.
A ala mais direitista e radical do Partido Conservador não admite esta hipótese, mas é minoria. A maioria da Câmara dos Comuns é contra a chamada saída dura, sem acordo com a UE, que seria catastrófica para a economia do país. Se esta hipótese for descartada, restarão as alternativas de um acordo ou da permanência na UE.
Por 325 a 306, a Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico repudiou uma moção de desconfiança apresentada pelo líder da oposição trabalhista, deputado Jeremy Corbyn. May tem agora até segunda-feira para apresentar ao plano alternativo para sair da UE.
Muitos deputados do Partido Conservador que ontem votaram contra o acordo negociado com a UE hoje apoiaram a chefe de governo. Com a divisão do partido em torna da Brexit (saída britânica), os conservadores seriam trucidados nas urnas e o líder do Partido Trabalhista, um radical de esquerda. provavelmente seria eleito primeiro-ministro. Nenhum conservador quer enfrentar as urnas agora.
Nos próximos dias, a primeira-ministra sobrevivente irá consultar os partidos para discutir um acordo capaz de ser aprovado pelo Parlamento. Há uma forte possibilidade de que o prazo de saída, 29 de março, seja prorrogado, mas a UE deixou claro que não fará grandes concessões além do que foi acertado com o governo May e rejeitado pela Câmara dos Comuns.
Com a derrota de sua moção de desconfiança, Corbyn está sob pressão para apoiar um referendo sobre um segundo plebiscito para que o eleitorado resolva o que o Parlamento não consegue decidir, com a possibilidade de rejeição da Brexit e a permanência do Reino Unido na UE.
A ala mais direitista e radical do Partido Conservador não admite esta hipótese, mas é minoria. A maioria da Câmara dos Comuns é contra a chamada saída dura, sem acordo com a UE, que seria catastrófica para a economia do país. Se esta hipótese for descartada, restarão as alternativas de um acordo ou da permanência na UE.
Ataque suicida reivindicado pelo Estado Islâmico mata 15 pessoas na Síria
Pelo menos 19 pessoas morreram, inclusive quatro soldados dos Estados Unidos, num atentado terrorista suicida na cidade de Manbij, o Norte da Síria, semanas depois que o presidente Donald Trump ordenou uma retirada dos 2 mil soldados americanos do país. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do ataque, noticiou o jornal The New York Times.
O alvo foi um restaurante frequentado por soldados americanos quando patrulham a área. Depois da explosão, vários americanos foram retirados do local de helicóptero. O quartel-general dos EUA para a guerra contra o Estado Islâmico, com sede em Bagdá, a capital do Iraque, declarou que o atentado ocorreu quando as tropas patrulhavam a área. Não divulgou o número de americanos mortos ou feridos.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o presidente recebeu um relato sobre a tragédia. O vice-presidente Mike Pence afirmou que a retirada será mantida, mas os EUA "vão continuar na luta para garantir que o EI não erga sua face horrenda de novo".
Manbij esteve sob o controle de diferentes grupos desde o início da guerra civil na Síria, em 2011. Em meados de 2016, foi tomada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda que foi a força terrestre aliada aos EUA na guerra contra o Estado Islâmica.
A retirada americana "em 30 dias", anunciada em dezembro por Trump, ameaça deixar as FDS desprotegidas diante do Exército da Turquia, que acusa os curdos de terrorismo. Eles já pediram proteção ao ditador sírio, Bachar Assad, o que aumentaria a influência de inimigos dos EUA como a Rússia e do Irã na Síria. Por este motivo, o general James Mattis deixou a chefia do Departamento da Defesa.
Na semana passada, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, falou numa retirada mais lenta, que deve deixar soldados dos EUA na região por meses, talvez anos.
"A batalha contra o EI está longe de acabar", observou Charles Lister, especialista em terrorismo do Middle East Institute e autor de livros sobre o grupo. "Não só os EUA e aliados continuam engajados na guerra aberta contra o EI no Leste da Síria, mas há sinais claros há meses de que o EI mantém a capacidade de realizar pequenos ataques guerrilheiros como o de hoje."
O alvo foi um restaurante frequentado por soldados americanos quando patrulham a área. Depois da explosão, vários americanos foram retirados do local de helicóptero. O quartel-general dos EUA para a guerra contra o Estado Islâmico, com sede em Bagdá, a capital do Iraque, declarou que o atentado ocorreu quando as tropas patrulhavam a área. Não divulgou o número de americanos mortos ou feridos.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o presidente recebeu um relato sobre a tragédia. O vice-presidente Mike Pence afirmou que a retirada será mantida, mas os EUA "vão continuar na luta para garantir que o EI não erga sua face horrenda de novo".
Manbij esteve sob o controle de diferentes grupos desde o início da guerra civil na Síria, em 2011. Em meados de 2016, foi tomada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda que foi a força terrestre aliada aos EUA na guerra contra o Estado Islâmica.
A retirada americana "em 30 dias", anunciada em dezembro por Trump, ameaça deixar as FDS desprotegidas diante do Exército da Turquia, que acusa os curdos de terrorismo. Eles já pediram proteção ao ditador sírio, Bachar Assad, o que aumentaria a influência de inimigos dos EUA como a Rússia e do Irã na Síria. Por este motivo, o general James Mattis deixou a chefia do Departamento da Defesa.
Na semana passada, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, falou numa retirada mais lenta, que deve deixar soldados dos EUA na região por meses, talvez anos.
"A batalha contra o EI está longe de acabar", observou Charles Lister, especialista em terrorismo do Middle East Institute e autor de livros sobre o grupo. "Não só os EUA e aliados continuam engajados na guerra aberta contra o EI no Leste da Síria, mas há sinais claros há meses de que o EI mantém a capacidade de realizar pequenos ataques guerrilheiros como o de hoje."
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terça-feira, 15 de janeiro de 2019
China e Canadá fazem alerta a viajantes em meio a crise diplomática
O Ministério do Exterior da China advertiu hoje os chineses a não irem ao Canadá, horas depois que o Canadá fez uma advertência semelhante depois da condenação à morte de um canadense processado na China por tráfico de drogas. Ambos os governos alertaram para o risco de "prisões arbitrárias".
As advertências sinalizaram o aumento da tensão entre os dois países. Suas relações bilaterais foram abaladas pela detenção no Canadá, em 1º de dezembro, da diretora financeira da companhia de telecomunicações chinesa Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.
Depois da prisão de Meng, a China não retaliou os EUA. Em 10 de dezembro, deteve dois cidadãos canadenses por razões de "segurança nacional".
Na segunda-feira, o cidadão canadense Robert Lloyd Schellenberg foi sentenciado à pena de morte por um tribunal de apelações da província de Dalian, informou a televisão americana CNN. Em primeira instância, Schellenberg havia sido condenado a 15 anos de cadeia, mas as autoridades chinesas exigiram um segundo julgamento e pediram sentença de morte.
A China adota uma política de linha dura contra as drogas. Qualquer pessoa flagrada com mais de 50 gramas de uma substância proibida está sujeito à pena de morte.
"Não sou um contrabandista de drogas. Vim à China como turista", declarou o canadense antes de ouvir o veredito. Sua família pediu proteção ao governo canadense. O primeiro-ministro Justin Trudeau manifestou "extrema preocupação" com a sentença de morte.
As advertências sinalizaram o aumento da tensão entre os dois países. Suas relações bilaterais foram abaladas pela detenção no Canadá, em 1º de dezembro, da diretora financeira da companhia de telecomunicações chinesa Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.
Depois da prisão de Meng, a China não retaliou os EUA. Em 10 de dezembro, deteve dois cidadãos canadenses por razões de "segurança nacional".
Na segunda-feira, o cidadão canadense Robert Lloyd Schellenberg foi sentenciado à pena de morte por um tribunal de apelações da província de Dalian, informou a televisão americana CNN. Em primeira instância, Schellenberg havia sido condenado a 15 anos de cadeia, mas as autoridades chinesas exigiram um segundo julgamento e pediram sentença de morte.
A China adota uma política de linha dura contra as drogas. Qualquer pessoa flagrada com mais de 50 gramas de uma substância proibida está sujeito à pena de morte.
"Não sou um contrabandista de drogas. Vim à China como turista", declarou o canadense antes de ouvir o veredito. Sua família pediu proteção ao governo canadense. O primeiro-ministro Justin Trudeau manifestou "extrema preocupação" com a sentença de morte.
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Tribunal Penal Internacional absolve ex-presidente da Costa do Marfim
O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda, ordenou a libertação do ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, absolvido das acusações de crimes contra a humanidade. Sua recusa em aceitar a derrota na eleição presidencial de 2011 causou uma rebelião em que mais de 3 mil marfinenses morreram e 500 mil tiveram de fugir de casa.
Por falta de provas, os juízes do TPI concluíram que não havia elementos suficientes para condenar Gbagbo e seu aliado Charles Ble Goude por crimes supostamente cometidos na tentativa de não entregar o poder. Assim, Gbagbo está apto a disputar a eleição presidencial de 2020.
Com a provável saída de cena do atual presidente, Alassane Ouattara, vitorioso em 2011, a incerteza política volta a rondar uma das economias que mais crescem na África, num ritmo de 7,6% ao ano na última estimativa, no terceiro trimestre de 2018, depois de crescer 8,8% em 2015, 8,3% em 2016 e cerca de 8% em 2017. A libertação de Gbagbo provocará uma onda de choque na política da Costa do Marfim.
Desde sua derrota, os partidários de Gbagbo têm dificuldade para desafiar a autoridade de Ouattara, que se tornou a força política dominante no país. O atual presidente vinha preparando a sucessão. A volta do ex-inimigo deve alterar seus planos.
A libertação da Gbagbo ressuscita a memória da guerra civil de 2011, quando forças das Nações Unidas e da França, ex-potência colonial, intervieram e prenderam o presidente rebelde, em 11 de abril daquele ano. Sete meses depois, ele foi extraditado para ser processado pelo TPI. A expectativa é que ele volte ao país, reconstrua sua máquina política e tente reconquistar a Presidência.
Por falta de provas, os juízes do TPI concluíram que não havia elementos suficientes para condenar Gbagbo e seu aliado Charles Ble Goude por crimes supostamente cometidos na tentativa de não entregar o poder. Assim, Gbagbo está apto a disputar a eleição presidencial de 2020.
Com a provável saída de cena do atual presidente, Alassane Ouattara, vitorioso em 2011, a incerteza política volta a rondar uma das economias que mais crescem na África, num ritmo de 7,6% ao ano na última estimativa, no terceiro trimestre de 2018, depois de crescer 8,8% em 2015, 8,3% em 2016 e cerca de 8% em 2017. A libertação de Gbagbo provocará uma onda de choque na política da Costa do Marfim.
Desde sua derrota, os partidários de Gbagbo têm dificuldade para desafiar a autoridade de Ouattara, que se tornou a força política dominante no país. O atual presidente vinha preparando a sucessão. A volta do ex-inimigo deve alterar seus planos.
A libertação da Gbagbo ressuscita a memória da guerra civil de 2011, quando forças das Nações Unidas e da França, ex-potência colonial, intervieram e prenderam o presidente rebelde, em 11 de abril daquele ano. Sete meses depois, ele foi extraditado para ser processado pelo TPI. A expectativa é que ele volte ao país, reconstrua sua máquina política e tente reconquistar a Presidência.
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Terroristas da Somália atacam hotel de luxo no Quênia
Todos os prédios da região do Hotel Dusit, no bairro chique de Westlands, em Nairóbi, estão sob controle, declarou hoje à noite o ministro do Interior do Quênia, Fred Matiang'i, noticiou o jornal queniano Daily Nation.
Pelo menos 14 pessoas morreram e 30 saíram feridas de um ataque terrorista reivindicado pela milícia jihadista somaliana Al Chababe (A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda.
O ministro do Interior afirmou que a situação está sob controle e pediu aos quenianos que retomem suas vidas normais.
A ação começou por volta das 15 horas em Nairóbi (10h em Brasília), quando testemunhas ouviram tiros e explosões e viram quatro homens armados com fuzis de assalto. Vários veículos pegaram fogo. A polícia cercou imediatamente a área, inclusive o hotel, um banco e vários escritórios de grandes empresas transnacionais.
Cinco pessoas morreram quanto um terrorista suicida detonou bombas que trazia junto ao corpo no restaurante Secret Garden, informou o inspetor-geral da Polícia, Joseph Boinnet. Uma mulher morreu no hospital.
O grupo terrorista Al Chababe faz ataques regulares no Quênia perto da fronteira com a Somália. Não realizava uma grande ação na capital queniana desde 21 de setembro de 2013, quando invadiu o centro comercial de Westgate, situada a dois quilômetros do local da operação de hoje. Naquele dia, 71 pessoas morreram e mais de 200 saíram feridas.
Dois anos depois, um ataque contra a Universidade Garissa, no Norte do Quênia, deixou 147 mortos. O atentado mais violento da milícia, em 2017, matou mais de 500 pessoas em Mogadíscio, a capital da Somália.
Ontem, três pessoas envolvidas no atentado terrorista de 2013 foram denunciadas num tribunal do Quênia. Em 2018, as autoridades quenianas frustraram um ataque com um drone carregado com dez quilos de explosivos, que seria complementado por terroristas armados com fuzis, granadas e outros explosivos.
Pelo menos 14 pessoas morreram e 30 saíram feridas de um ataque terrorista reivindicado pela milícia jihadista somaliana Al Chababe (A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda.
O ministro do Interior afirmou que a situação está sob controle e pediu aos quenianos que retomem suas vidas normais.
A ação começou por volta das 15 horas em Nairóbi (10h em Brasília), quando testemunhas ouviram tiros e explosões e viram quatro homens armados com fuzis de assalto. Vários veículos pegaram fogo. A polícia cercou imediatamente a área, inclusive o hotel, um banco e vários escritórios de grandes empresas transnacionais.
Cinco pessoas morreram quanto um terrorista suicida detonou bombas que trazia junto ao corpo no restaurante Secret Garden, informou o inspetor-geral da Polícia, Joseph Boinnet. Uma mulher morreu no hospital.
O grupo terrorista Al Chababe faz ataques regulares no Quênia perto da fronteira com a Somália. Não realizava uma grande ação na capital queniana desde 21 de setembro de 2013, quando invadiu o centro comercial de Westgate, situada a dois quilômetros do local da operação de hoje. Naquele dia, 71 pessoas morreram e mais de 200 saíram feridas.
Dois anos depois, um ataque contra a Universidade Garissa, no Norte do Quênia, deixou 147 mortos. O atentado mais violento da milícia, em 2017, matou mais de 500 pessoas em Mogadíscio, a capital da Somália.
Ontem, três pessoas envolvidas no atentado terrorista de 2013 foram denunciadas num tribunal do Quênia. Em 2018, as autoridades quenianas frustraram um ataque com um drone carregado com dez quilos de explosivos, que seria complementado por terroristas armados com fuzis, granadas e outros explosivos.
Parlamento Britânico rejeita acordo para sair da UE por ampla margem
Por 432 a 202, com 230 votos de diferença, na maior derrota de um governo no Parlamento Britânico, a Câmara dos Comuns rejeitou hoje o acordo negociado pela primeira-ministra Theresa May para a saída do Reino Unido da União Europeia. Sob ameaça de uma moção de desconfiança da oposição trabalhista, May precisa superar este desafio e apresentar um novo plano de ação até segunda-feira.
Apesar de mais do esperada, a derrota esmagadora joga o Reino Unido numa de suas piores crises pós-Segunda Guerra Mundial. Se a Inglaterra é "navio que Deus na mancha ancorou", como disse o poeta Castro Alves, hoje é um navio sem rumo.
A moção de desconfiança apresentada pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, não deve derrubar o governo. O Partido Conservador está totalmente destroçado pela divisão interna em torno da Brexit (saída britânica). Seria trucidado em eleições antecipadas. Seus deputados não vão cometer suicídio político.
Corbyn está mais interessado em derrubar o governo, na esperança de vencer as próximas eleições e se tornar primeiro-ministro, do que na questão europeia, que vai definir o futuro do país.
O mercado aposta numa prorrogação do prazo prevista para a saída, 29 de março, para abrir espaço para mais negociações. Não está preocupado com a margem da derrota do governo, mas, sim, no futuro. É improvável que a UE faça as concessões necessárias para mudar uma diferença de votos tão grande.
Uma minoria de cerca de 100 deputados da ala mais direitista do Partido Conservador apoia a chamada saída dura, sem acordo com a UE. Seria um pesadelo para o mercado. Geraria uma grande quantidade de ações judiciais e uma ruptura com o mercado comum europeu, que compra quase a metade das exportações britânicas.
O Banco da Inglaterra previu uma queda de 10% no produto interno bruto em cinco anos, em caso de uma saída sem acordo. A recessão seria imediata.
Diante do impasse, talvez a única saída possível seja a convocação de uma nova consulta popular para referendar um acordo ou desistir da Brexit, mantendo o país na UE. Há um movimento popular por uma segunda votação popular. Tende a ganhar força com a indefinição no Parlamento Britânico.
A maioria da Câmara é contra uma saída dura e a maioria do eleitorado e dos deputados trabalhistas são a favor de uma segunda consulta popular. Quando sua moção de desconfiança for derrotada, talvez Corbyn volte à realidade e se dê conta de que a saída ou não da UE é muito mais importante do que sua ambição pessoal de ser primeiro-ministro britânico.
Apesar de mais do esperada, a derrota esmagadora joga o Reino Unido numa de suas piores crises pós-Segunda Guerra Mundial. Se a Inglaterra é "navio que Deus na mancha ancorou", como disse o poeta Castro Alves, hoje é um navio sem rumo.
A moção de desconfiança apresentada pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, não deve derrubar o governo. O Partido Conservador está totalmente destroçado pela divisão interna em torno da Brexit (saída britânica). Seria trucidado em eleições antecipadas. Seus deputados não vão cometer suicídio político.
Corbyn está mais interessado em derrubar o governo, na esperança de vencer as próximas eleições e se tornar primeiro-ministro, do que na questão europeia, que vai definir o futuro do país.
O mercado aposta numa prorrogação do prazo prevista para a saída, 29 de março, para abrir espaço para mais negociações. Não está preocupado com a margem da derrota do governo, mas, sim, no futuro. É improvável que a UE faça as concessões necessárias para mudar uma diferença de votos tão grande.
Uma minoria de cerca de 100 deputados da ala mais direitista do Partido Conservador apoia a chamada saída dura, sem acordo com a UE. Seria um pesadelo para o mercado. Geraria uma grande quantidade de ações judiciais e uma ruptura com o mercado comum europeu, que compra quase a metade das exportações britânicas.
O Banco da Inglaterra previu uma queda de 10% no produto interno bruto em cinco anos, em caso de uma saída sem acordo. A recessão seria imediata.
Diante do impasse, talvez a única saída possível seja a convocação de uma nova consulta popular para referendar um acordo ou desistir da Brexit, mantendo o país na UE. Há um movimento popular por uma segunda votação popular. Tende a ganhar força com a indefinição no Parlamento Britânico.
A maioria da Câmara é contra uma saída dura e a maioria do eleitorado e dos deputados trabalhistas são a favor de uma segunda consulta popular. Quando sua moção de desconfiança for derrotada, talvez Corbyn volte à realidade e se dê conta de que a saída ou não da UE é muito mais importante do que sua ambição pessoal de ser primeiro-ministro britânico.
Parlamento Britânico deve rejeitar hoje acordo para sair da UE
A Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico vota hoje para decidir se aprova ou não o acordo negociado pela primeira-ministra Theresa May com os outros países da União Europeia para a retirada do Reino Unido em 29 de março. A maior dúvida é sobre o tamanho da derrota a ser sofrida pelo governo britânico.
"O acordo honra o voto no plebiscito ao traduzir a instrução do povo num plano detalhado e prático para construir um futuro melhor para o país", alegou May, numa última tentativa de salvar sua proposta. "Ninguém apresentou uma alternativa melhor."
Entre os pontos controversos, está a manutenção da fronteira aberta entre a Irlanda e a Irlanda do Norte para evitar abalos ao processo de paz na região. Os partidários da saída da UE temem que a união aduaneira mantenha o Reino Unido preso ao sistema regulatório europeu, impedindo o país de assinar acordos comerciais com outros países.
A votação, marcada para hoje às 19 h em Londres (17h em Brasília), deveria ter sido realizada em dezembro. Foi adiada diante da certeza do fracasso.
Uma derrota praticamente certa deixará o país num limbo jurídico e constitucional, sem uma saída fácil para o caos em que se transformou a Brexit, a saída britânica da UE. Deve ser a maior derrota de um governo do Reino Unido no Parlamento Britânico desde a Segunda Guerra Mundial.
Com a alta da libra em relação ao dólar nos últimos dias, o mercado financeiro indicou que espera uma prorrogação do prazo de saída. Na segunda-feira, a moeda britânica subiu pelo quarto dia seguido, fechando em US$ 1,28.
Tanto o acordo negociado por May quanto uma saída dura deve causar sérios prejuízos à economia britânica, que será superada pela Índia em 2019 e cairá para sexta maior do mundo. Só do centro financeiro de Londres, que pretende manter a primazia na Europa, saíram US$ 1 trilhão. Várias empresas transnacionais, como as fabricantes de automóveis japonesas, devem transferir parte da produção para o continente europeu.
Qualquer que seja o resultado, a primeira-ministra deve insistir em sua tarefa de cumprir a decisão tomada pelo eleitorado, por 52% a 48%, em 23 de junho de 2016, de deixar o bloco europeu. O Partido Trabalhista deve propor uma moção de desconfiança, mas é improvável que tenha a maioria necessária para derrubar o governo e provocar novas eleições em que seria favorito.
Uma derrota por margem estreita, de menos de 70 votos, na Câmara dos Comuns, de 650 deputados, pode convencer May a negociar alguns ajustes com a UE e buscar a vitória numa segunda votação. Se perder, ela deve apresentar uma nova estratégia ao Parlamento até a próxima segunda-feira.
Se perder por 70 a 100 votos, o desafio da primeira-ministra será mais complicado. Uma derrota por mais de 100 votos seria o fim do acordo negociado com a UE. Como o Reino Unido não tem uma Constituição escrita, não há regras previstas sobre como agir.
A maioria da Câmara dos Comuns é contra a chamada saída dura, sem qualquer acordo, defendida por cerca de 100 deputados da ala mais à direita do Partido Conservador. Esta opção preocupa as grandes empresas. Acarretaria uma onda de processos e ações judiciais para cobrar compromissos assumidos pelo Reino Unido como membro da UE, prejudicando as relações com o mercado para onde vão cerca de 50% de suas exportações.
Neste caso, uma possibilidade seria uma relação como a da Noruega, que participa do mercado comum sem ser membro do bloco. Outra seria uma segunda consulta popular, um referendo sobre o acordo negociado com a UE, hipótese descartada em princípio pela primeira-ministra, mas defendida cada vez mais por um movimento popular e pela maior parte do Partido Trabalhista, embora o líder da oposição, Jeremy Corbyn, esteja mais interessado em derrubar o governo.
Em discurso na segunda-feira em Stoke-on-Trent, onde 69% votaram a favor da saída, May declarou que a alternativa a seu acordo é permanecer na UE. Outra opção seria prorrogar por alguns meses a data de saída para uma nova chance ao Parlamento Britânico de chegar a um acordo sobre a Brexit.
"O acordo honra o voto no plebiscito ao traduzir a instrução do povo num plano detalhado e prático para construir um futuro melhor para o país", alegou May, numa última tentativa de salvar sua proposta. "Ninguém apresentou uma alternativa melhor."
Entre os pontos controversos, está a manutenção da fronteira aberta entre a Irlanda e a Irlanda do Norte para evitar abalos ao processo de paz na região. Os partidários da saída da UE temem que a união aduaneira mantenha o Reino Unido preso ao sistema regulatório europeu, impedindo o país de assinar acordos comerciais com outros países.
A votação, marcada para hoje às 19 h em Londres (17h em Brasília), deveria ter sido realizada em dezembro. Foi adiada diante da certeza do fracasso.
Uma derrota praticamente certa deixará o país num limbo jurídico e constitucional, sem uma saída fácil para o caos em que se transformou a Brexit, a saída britânica da UE. Deve ser a maior derrota de um governo do Reino Unido no Parlamento Britânico desde a Segunda Guerra Mundial.
Com a alta da libra em relação ao dólar nos últimos dias, o mercado financeiro indicou que espera uma prorrogação do prazo de saída. Na segunda-feira, a moeda britânica subiu pelo quarto dia seguido, fechando em US$ 1,28.
Tanto o acordo negociado por May quanto uma saída dura deve causar sérios prejuízos à economia britânica, que será superada pela Índia em 2019 e cairá para sexta maior do mundo. Só do centro financeiro de Londres, que pretende manter a primazia na Europa, saíram US$ 1 trilhão. Várias empresas transnacionais, como as fabricantes de automóveis japonesas, devem transferir parte da produção para o continente europeu.
Qualquer que seja o resultado, a primeira-ministra deve insistir em sua tarefa de cumprir a decisão tomada pelo eleitorado, por 52% a 48%, em 23 de junho de 2016, de deixar o bloco europeu. O Partido Trabalhista deve propor uma moção de desconfiança, mas é improvável que tenha a maioria necessária para derrubar o governo e provocar novas eleições em que seria favorito.
Uma derrota por margem estreita, de menos de 70 votos, na Câmara dos Comuns, de 650 deputados, pode convencer May a negociar alguns ajustes com a UE e buscar a vitória numa segunda votação. Se perder, ela deve apresentar uma nova estratégia ao Parlamento até a próxima segunda-feira.
Se perder por 70 a 100 votos, o desafio da primeira-ministra será mais complicado. Uma derrota por mais de 100 votos seria o fim do acordo negociado com a UE. Como o Reino Unido não tem uma Constituição escrita, não há regras previstas sobre como agir.
A maioria da Câmara dos Comuns é contra a chamada saída dura, sem qualquer acordo, defendida por cerca de 100 deputados da ala mais à direita do Partido Conservador. Esta opção preocupa as grandes empresas. Acarretaria uma onda de processos e ações judiciais para cobrar compromissos assumidos pelo Reino Unido como membro da UE, prejudicando as relações com o mercado para onde vão cerca de 50% de suas exportações.
Neste caso, uma possibilidade seria uma relação como a da Noruega, que participa do mercado comum sem ser membro do bloco. Outra seria uma segunda consulta popular, um referendo sobre o acordo negociado com a UE, hipótese descartada em princípio pela primeira-ministra, mas defendida cada vez mais por um movimento popular e pela maior parte do Partido Trabalhista, embora o líder da oposição, Jeremy Corbyn, esteja mais interessado em derrubar o governo.
Em discurso na segunda-feira em Stoke-on-Trent, onde 69% votaram a favor da saída, May declarou que a alternativa a seu acordo é permanecer na UE. Outra opção seria prorrogar por alguns meses a data de saída para uma nova chance ao Parlamento Britânico de chegar a um acordo sobre a Brexit.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Líder das FARC lamenta ter entregue as armas
Um dos principais negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Iván Márquez, considera ter sido um erro entregar as armas antes de obter garantias de que o governo iria cumprir todos os pontos do acordo de paz assinado em 2016, noticiou hoje o jornal El Colombiano, de Medellín.
Este tipo de declaração pode levar centenas ou até milhares de ex-guerrilheiros a abandonar o processo de paz e aderir a organizações criminosas.
No ano passado, foi eleito presidente Iván Duque, um linha-dura apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Ambos discordam de vários aspectos do acordo de paz, como a anistia aos ex-guerrilheiros, o tribunal especial e a integração de ex-rebeldes à vida política. No poder, Duque está desacelerando o processo de paz.
Com as negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN), que era o segundo maior grupo guerrilheiro do país, estagnadas, aumenta o risco de que ex-rebeldes das FARC abandonem o acordo de paz e entrem para o ELN.
Este tipo de declaração pode levar centenas ou até milhares de ex-guerrilheiros a abandonar o processo de paz e aderir a organizações criminosas.
No ano passado, foi eleito presidente Iván Duque, um linha-dura apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Ambos discordam de vários aspectos do acordo de paz, como a anistia aos ex-guerrilheiros, o tribunal especial e a integração de ex-rebeldes à vida política. No poder, Duque está desacelerando o processo de paz.
Com as negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN), que era o segundo maior grupo guerrilheiro do país, estagnadas, aumenta o risco de que ex-rebeldes das FARC abandonem o acordo de paz e entrem para o ELN.
domingo, 13 de janeiro de 2019
Trump esconde detalhes de encontros com Putin
O presidente Donald Trump foi além dos limites para esconder detalhes de suas conversas com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, a ponto de tomar as notas feitas por seu intérprete numa ocasião e instruindo-o a não comentar o que ouvira, noticiou hoje o jornal The Washington Post.
Trump ficou com as anotações do intérprete depois do encontro com Putin na reunião do Grupo dos 20 em Hamburgo, na Alemanha, em 2017. Como é praxe do governo dos Estados Unidos registrar os contatos do presidente, altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado pediram as notas e ficaram sabendo da atitude inusitada de Trump.
É uma situação constrangedora por causa do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin durante a campanha eleitoral de 2016. O presidente costuma excluir seus encontros com o ditador russo do escrutínio da opinião pública.
Depois da demissão do diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, James Comey, em maio de 2017, o FBI abriu inquérito para saber que Trump estava beneficiando a Rússia, uma inimiga história dos EUA, consciente ou inconscientemente, revelou o jornal The New York Times.
Os serviços de inteligência dos EUA detectaram uma influência sem precedentes da Rússia na última eleição presidencial americana. A dúvida é se o esforço foi coordenado com a campanha de Trump. Pelo menos 14 assessores de Trump mantiveram contatos com russos.
Em entrevista no sábado à Fox News, o canal de notícias que apoia seu governo, Trump negou a intenção de esconder qualquer detalhe das reuniões. Quando a entrevista perguntou se alguma vez ele havia trabalhado para a Rússia, o presidente respondeu que "penso que esta é a coisa mais insultante que já me foi perguntada".
Trump ficou com as anotações do intérprete depois do encontro com Putin na reunião do Grupo dos 20 em Hamburgo, na Alemanha, em 2017. Como é praxe do governo dos Estados Unidos registrar os contatos do presidente, altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado pediram as notas e ficaram sabendo da atitude inusitada de Trump.
É uma situação constrangedora por causa do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin durante a campanha eleitoral de 2016. O presidente costuma excluir seus encontros com o ditador russo do escrutínio da opinião pública.
Depois da demissão do diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, James Comey, em maio de 2017, o FBI abriu inquérito para saber que Trump estava beneficiando a Rússia, uma inimiga história dos EUA, consciente ou inconscientemente, revelou o jornal The New York Times.
Os serviços de inteligência dos EUA detectaram uma influência sem precedentes da Rússia na última eleição presidencial americana. A dúvida é se o esforço foi coordenado com a campanha de Trump. Pelo menos 14 assessores de Trump mantiveram contatos com russos.
Em entrevista no sábado à Fox News, o canal de notícias que apoia seu governo, Trump negou a intenção de esconder qualquer detalhe das reuniões. Quando a entrevista perguntou se alguma vez ele havia trabalhado para a Rússia, o presidente respondeu que "penso que esta é a coisa mais insultante que já me foi perguntada".
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Casa Branca pediu opções ao Pentágono para atacar o Irã
O Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos pediu ao Departamento da Defesa uma lista de possibilidades para atacar a República Islâmica do Irã, gerando preocupação no Pentágono e no Departamento de Estado de envolvimento do país numa nova guerra no Oriente Médio, revelou o jornal Wall Street Journal.
O pedido foi feito depois que milicianos ligados ao Irã dispararam três morteiros contra a Embaixada dos EUA, em Bagdá, no Iraque. Uma equipe do Conselho de Segurança Nacional, sob a chefia do assessor John Bolton participou de uma série de reuniões para preparar uma resposta, inclusive opções militares.
A tensão em Washington aumentou: "Definitivamente, abalou muita gente", comentou um alto funcionário aposentado. "As pessoas ficaram chocadas. É de fundir a cuca a arrogância a propósito de um ataque ao Irã.
Não ficou claro, de acordo com o Journal, se o presidente Donald Trump pediu as opções militares nem se chegou a pedir planos para atacar o Irã. No passado, Bolton defendeu ações militares contra o regime dos aiatolás.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca não esconde que gostaria de ver uma mudança de regime no Irã. Foi um dos responsáveis pela decisão do presidente de romper o acordo para desarmar o programa nuclear iraniano negociado no governo Barack Obama (2009-17).
O pedido foi feito depois que milicianos ligados ao Irã dispararam três morteiros contra a Embaixada dos EUA, em Bagdá, no Iraque. Uma equipe do Conselho de Segurança Nacional, sob a chefia do assessor John Bolton participou de uma série de reuniões para preparar uma resposta, inclusive opções militares.
A tensão em Washington aumentou: "Definitivamente, abalou muita gente", comentou um alto funcionário aposentado. "As pessoas ficaram chocadas. É de fundir a cuca a arrogância a propósito de um ataque ao Irã.
Não ficou claro, de acordo com o Journal, se o presidente Donald Trump pediu as opções militares nem se chegou a pedir planos para atacar o Irã. No passado, Bolton defendeu ações militares contra o regime dos aiatolás.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca não esconde que gostaria de ver uma mudança de regime no Irã. Foi um dos responsáveis pela decisão do presidente de romper o acordo para desarmar o programa nuclear iraniano negociado no governo Barack Obama (2009-17).
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sábado, 12 de janeiro de 2019
Huawei demite gerente preso por espionagem na Polônia
A companhia de telecomunicações chinesa Huawei demitiu ontem o gerente de vendas na Polônia, Wang Weijing, preso em 8 de janeiro sob a acusação de fazer espionagem para o regime comunista da China, noticiou a agência Associated Press (AP).
A empresa alegou que suas ações "não têm relações com a companhia" e "abalaram a reputação da Huawei".
Maior fabricante mundial da equipamentos de telecomunicações, a Huawei pretende liderar o mercado de implantação da tecnologia de comunicação nível de quinta geração (5G). Mas os Estados Unidos estão pressionando os aliados a não comprar seus equipamentos e acusam a empresa de fazer espionagem e estar associada ao aparato de segurança da China.
Anteontem, os meios de comunicação poloneses noticiário que a Agência de Segurança Interna do país havia detido Wang, um ex-diplomata, e um polonês que foi subchefe da agência nacional de segurança da tecnologia da informação.
A tensão entre a China e o Ocidente em torno da Huawei aumentou com a prisão da diretora financeira da empresa, Meng Wanzhou, no Canadá, a pedido do Departamento da Justiça dos EUA, que a acusa de violar as sanções americanas contra o Irã.
A empresa alegou que suas ações "não têm relações com a companhia" e "abalaram a reputação da Huawei".
Maior fabricante mundial da equipamentos de telecomunicações, a Huawei pretende liderar o mercado de implantação da tecnologia de comunicação nível de quinta geração (5G). Mas os Estados Unidos estão pressionando os aliados a não comprar seus equipamentos e acusam a empresa de fazer espionagem e estar associada ao aparato de segurança da China.
Anteontem, os meios de comunicação poloneses noticiário que a Agência de Segurança Interna do país havia detido Wang, um ex-diplomata, e um polonês que foi subchefe da agência nacional de segurança da tecnologia da informação.
A tensão entre a China e o Ocidente em torno da Huawei aumentou com a prisão da diretora financeira da empresa, Meng Wanzhou, no Canadá, a pedido do Departamento da Justiça dos EUA, que a acusa de violar as sanções americanas contra o Irã.
Ex-república iugoslava muda nome para Macedônia do Norte
O Parlamento da ex-república iugoslava da Macedônia aprovou ontem quatro emendas constitucionais para mudar o nome do país para Macedônia do Norte, uma exigência da Grécia para não vetar sua entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e na União Europeia (UE).
Em junho do ano passado, os dois países chegaram a acordo que agora precisa ser ratificado pelo Parlamento da Grécia para que a Macedônia do Norte entre para a OTAN, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e inicie negociações para aderir à UE.
A Grécia não aceita que o país vizinho se chame simplesmente Macedônia porque teme que reivindique soberania sobre a região grega de nome Macedônia.
Em junho do ano passado, os dois países chegaram a acordo que agora precisa ser ratificado pelo Parlamento da Grécia para que a Macedônia do Norte entre para a OTAN, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e inicie negociações para aderir à UE.
A Grécia não aceita que o país vizinho se chame simplesmente Macedônia porque teme que reivindique soberania sobre a região grega de nome Macedônia.
Índia inicia diálogo conjunto com países da Ásia Central
O ministro do Exterior da Índia, Sushma Swaraj, foi hoje ao Usbequistão para o primeiro encontro do Diálogo Índia-Ásia Central, com representantes das ex-repúblicas soviéticas do Casaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão.
O objetivo é fortalecer os laços da Índia com os países da Ásia Central pós-soviética, onde sua rival estratégica, a China, tem forte presença, especialmente com o projeto de recriar a Rota da Seda com a Iniciativa um Cinturão uma Estrada, uma série ambiciosa de obras de infraestrutura.
A Índia mantém relações bilaterais com todos os países da região e quer fortalecer os laços. Entre as propostas para ampliar o intercâmbio está o Corredor de Transporte Internacional Norte-Sul, uma rede de 7,2 mil quilômetros de rodovias, ferrovias e rotas marítimas ligado do Sul e o Centro da Ásia à Europa.
O objetivo é fortalecer os laços da Índia com os países da Ásia Central pós-soviética, onde sua rival estratégica, a China, tem forte presença, especialmente com o projeto de recriar a Rota da Seda com a Iniciativa um Cinturão uma Estrada, uma série ambiciosa de obras de infraestrutura.
A Índia mantém relações bilaterais com todos os países da região e quer fortalecer os laços. Entre as propostas para ampliar o intercâmbio está o Corredor de Transporte Internacional Norte-Sul, uma rede de 7,2 mil quilômetros de rodovias, ferrovias e rotas marítimas ligado do Sul e o Centro da Ásia à Europa.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Martin Fayulu contesta resultado da eleição presidencial no Congo
O candidato oposicionista Martin Fayulu declarou hoje ter vencido a eleição presidencial de 30 de dezembro de 2018 na República Democrática do Congo, contestando o resultado oficial divulgado pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), que deu a vitória ao também oposicionista Félix Tshisekedi. Há forte suspeita de um acordo entre Tshisekedi e o presidente Joseph Kabila para fraudar a eleição.
Por uma contagem paralela feita pela Igreja Católica, Fayulu foi o vencedor com 60% dos votos. Ele convocou seus eleitores a rejeitar o resultado oficial e prometeu recorrer amanhã ao Tribunal Constitucional.
A eleição presidencial deveria ter sido realizada no fim de 2016, quando terminou o segundo mandato de Kabila. Foi adiada por dois anos sob a alegação de falta de segurança e de estrutura. A fraude pode deflagrar uma nova onda de violência, em vez da primeira transição pacífica e democrática desde a independência do antigo Congo Belga, em 1960.
A França, a Bélgica e o Vaticano fizeram um apelo às autoridades congolesas para que reconhecem o verdadeiro resultado das urnas.
Por uma contagem paralela feita pela Igreja Católica, Fayulu foi o vencedor com 60% dos votos. Ele convocou seus eleitores a rejeitar o resultado oficial e prometeu recorrer amanhã ao Tribunal Constitucional.
A eleição presidencial deveria ter sido realizada no fim de 2016, quando terminou o segundo mandato de Kabila. Foi adiada por dois anos sob a alegação de falta de segurança e de estrutura. A fraude pode deflagrar uma nova onda de violência, em vez da primeira transição pacífica e democrática desde a independência do antigo Congo Belga, em 1960.
A França, a Bélgica e o Vaticano fizeram um apelo às autoridades congolesas para que reconhecem o verdadeiro resultado das urnas.
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Polônia prende diretor da Huawei por espionagem
Sob acusação da espionagem, a Polônia deteve o diretor de vendas no país da companhia chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei e um funcionário da empresa de telefonia Orange que chefiou a agência de segurança de tecnologia da informação polonesa, noticiou hoje a agência Reuters.
O serviço de contraespionagem da Polônia apreendeu documentos e computadores em operações de busca no escritório da Huawei e na casa do diretor preso, informou a televisão estatal. O polonês detido conhecia o sistema de criptografia do governo da Polônia.
Ambos pretextaram inocência. O crime de espionagem pode ser punido com sentenças de até dez anos de prisão. Um porta-voz da Huawei declarou que a empresa tem conhecimento das acusações e está examinando o caso.
Se a suspeita for confirmada, será o primeiro processo judicial comprovando a ligação direta entre a Huawei e os serviços de espionagem da ditadura comunista da China. Há cerca de um mês, a diretora financeira e filha do fundador da companhia, Meng Wanzhou, foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos, sob a alegação de violar as sanções contra a ditadura teocrática do Irã.
Os EUA estão pressionando aliados a excluir a Huawei das concorrências para a instalação da tecnologia de comunicação móvel de quinta geração (5G), com o argumento de que faria espionagem em larga escala a serviço do regime chinês. A Huawei já assinou contratos para vender equipamentos para implantação da tecnologia 5G para cerca de 40 países.
O serviço de contraespionagem da Polônia apreendeu documentos e computadores em operações de busca no escritório da Huawei e na casa do diretor preso, informou a televisão estatal. O polonês detido conhecia o sistema de criptografia do governo da Polônia.
Ambos pretextaram inocência. O crime de espionagem pode ser punido com sentenças de até dez anos de prisão. Um porta-voz da Huawei declarou que a empresa tem conhecimento das acusações e está examinando o caso.
Se a suspeita for confirmada, será o primeiro processo judicial comprovando a ligação direta entre a Huawei e os serviços de espionagem da ditadura comunista da China. Há cerca de um mês, a diretora financeira e filha do fundador da companhia, Meng Wanzhou, foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos, sob a alegação de violar as sanções contra a ditadura teocrática do Irã.
Os EUA estão pressionando aliados a excluir a Huawei das concorrências para a instalação da tecnologia de comunicação móvel de quinta geração (5G), com o argumento de que faria espionagem em larga escala a serviço do regime chinês. A Huawei já assinou contratos para vender equipamentos para implantação da tecnologia 5G para cerca de 40 países.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
Extrema direita apoia governo regional da Andaluzia
O partido Vox, ultranacionalista, eurocético e anti-imigrantes, anunciou hoje apoio ao novo governo conservador da região da Andaluzia, na Espanha, formado pelo Partido Popular e os Cidadãos, que precisa ser confirmado pela assembleia regional na próxima semana.
Mesmo ficando em quinto lugar nas eleições regionais de 2 de dezembro de 2018, Vox entrou pela primeira vez na assembleia regional andaluza e se tornou o fiel da balança por causa da fragmentação do sistema político espanhol depois da crise econômica de 2011.
Mas depois de fazer um acordo de 37 pontos com o PP para endossar a candidatura de seu líder, Juan Manuel Moreno, Vox entrou em atrito come Cidadãos, e acusou seu líder nacional, Albert Rivera, de "manobrar para diluir" a proposta de criação de uma Secretaria da Família.
Pela manhã, o líder regional dos Cidadãos, Juan Marín, declarou que, "em nosso pacto programático, não se contempla uma Secretaria da Família independente", respondendo a Javier Ortega, secretário do Vox.
"Cidadãos quer integrar esta pasta em Igualdade. Isso é não entender das coisas nem do jogo democrático. A prepotência de Cidadãos não cabe no jogo democrático", protestou Ortega. A criação da Secretaria de Políticas Sociais, Igualdade, Conciliação e Família é uma proposta dos Cidadãos.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi o mais votado, mas perdeu a maioria necessária para governar a Andaluzia. Mesmo numa aliança com a Esquerda Unida, não teria o controle do parlamento. A ex-governadora socialista, Susana Díaz, será líder da oposição.
A ultradireita não vai participar do governo andaluz, mas seu apoio será decisivo para aprovar o novo governo regional direitista. Com a fragmentação política do país, Vox pode integrar um governo conservador nacional depois das próximas eleições gerais, podem ser antecipadas porque o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez lidera um governo de minoria.
A ascensão do Vox é resultado da crise econômica, da onda migratória no Mar Mediterrâneo, que no ano passado chegou mais à Espanha, e do movimento pela independência da Catalunha. Seu programa defende o fim das autonomias regionais e o fortalecimento do governo central, em Madri.
Mesmo ficando em quinto lugar nas eleições regionais de 2 de dezembro de 2018, Vox entrou pela primeira vez na assembleia regional andaluza e se tornou o fiel da balança por causa da fragmentação do sistema político espanhol depois da crise econômica de 2011.
Mas depois de fazer um acordo de 37 pontos com o PP para endossar a candidatura de seu líder, Juan Manuel Moreno, Vox entrou em atrito come Cidadãos, e acusou seu líder nacional, Albert Rivera, de "manobrar para diluir" a proposta de criação de uma Secretaria da Família.
Pela manhã, o líder regional dos Cidadãos, Juan Marín, declarou que, "em nosso pacto programático, não se contempla uma Secretaria da Família independente", respondendo a Javier Ortega, secretário do Vox.
"Cidadãos quer integrar esta pasta em Igualdade. Isso é não entender das coisas nem do jogo democrático. A prepotência de Cidadãos não cabe no jogo democrático", protestou Ortega. A criação da Secretaria de Políticas Sociais, Igualdade, Conciliação e Família é uma proposta dos Cidadãos.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi o mais votado, mas perdeu a maioria necessária para governar a Andaluzia. Mesmo numa aliança com a Esquerda Unida, não teria o controle do parlamento. A ex-governadora socialista, Susana Díaz, será líder da oposição.
A ultradireita não vai participar do governo andaluz, mas seu apoio será decisivo para aprovar o novo governo regional direitista. Com a fragmentação política do país, Vox pode integrar um governo conservador nacional depois das próximas eleições gerais, podem ser antecipadas porque o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez lidera um governo de minoria.
A ascensão do Vox é resultado da crise econômica, da onda migratória no Mar Mediterrâneo, que no ano passado chegou mais à Espanha, e do movimento pela independência da Catalunha. Seu programa defende o fim das autonomias regionais e o fortalecimento do governo central, em Madri.
Oposicionista Félix Tshisekedi vence eleição presidencial no Congo
Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo, líder da União para a Democracia e o Progresso Social (UPDS), o maior e mais antigo partido de oposição da República Democrática do Congo, venceu a eleição presidencial de 30 de dezembro, noticiou hoje o canal de televisão France 24 citando anúncio oficial da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
Pelos dados da CENI, Tshisekedi recebeu -pouco mais de 7 milhões de votos ( 38,57%) contra 6,4 milhões (34,83%) para outro oposicionista, Martin Fayulu, e 4,4 milhões (23,84%) para o governista Emmanual Ramazani Sharady. Uma apuração paralela da conferência episcopal da Igreja Católica deu a vitória a Fayulu, abrindo a possibilidade de uma contestação e de violência nas ruas.
O resultado alimenta a suspeita de um acordo espúrio entre Tshisekedi e o presidente Joseph Kabila.
Se a vitória de Tshisekedi for confirmada e não houver uma reação violenta, será a primeira transição pacífica de governo desde que o Congo se tornou independente da Bélgica, em 1960, sob a liderança de Patrice Lumumba.
Aliado da União Soviética em plena Guerra Fria, Lumumba foi preso e assassinado no início de 1961 numa conspiração articulada pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, que levou ao poder Joseph Mobutu, ex-sargento do exército colonial belga, na Primeira Guerra Civil Congolesa (1960-64).
O presidente eleito nasceu em 13 de junho de 1963 em Kinshasa, a capital do antigo Congo Belga. É filho de Étienne Tshisekedi, que foi três vezes primeiro-ministro do ditador Joseph Mobutu, em 1991, 1992-93 e 1997, quando o país se chamava Zaire, mas também foi um dos poucos políticos a desafiar Mobutu.
A eleição presidencial foi realizada com dois anos de atraso. O mandato do presidente Joseph Kabila terminava em dezembro de 2016.
A expectativa dos analistas internacionais era de uma grande fraude eleitoral para eleger o candidato governista Sharady, especialmente depois do adiamento da divulgação dos resultados oficiais, inicialmente prevista para domingo. Com a surpreendente vitória de Tshisekedi, a suspeita permanece.
Joseph Kabila ocupava o cargo desde 2001, quando sucedeu ao pai, o guerrilheiro Laurent Kabila, que lutou ao lado do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara nos anos 1960s e resistiu, refugiado nas Montanhas da Lua, até derrubar Mobutu, em 1997.
A queda de Kabila deflagrou uma guerra civil conhecida como Primeira Guerra Mundial Africana (1997-2003), com a participação de seis exércitos nacionais (República Democrática do Congo, República do Congo, Angola, Chade, Ruanda e Zimbábue) e centenas de grupos irregulares. Mais de 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra.
Riquíssimo em minerais, o Congo tem as maiores reservas mundiais de cobalto, 3,5 milhões de toneladas, quase três vezes mais do que a Austrália, que vem em segundo lugar. Este elemento químico é fundamental para a fabricação de baterias recarregáveis, que serão cada vez mais importante quanto mais carros elétricos entrarem em circulação.
Pelos dados da CENI, Tshisekedi recebeu -pouco mais de 7 milhões de votos ( 38,57%) contra 6,4 milhões (34,83%) para outro oposicionista, Martin Fayulu, e 4,4 milhões (23,84%) para o governista Emmanual Ramazani Sharady. Uma apuração paralela da conferência episcopal da Igreja Católica deu a vitória a Fayulu, abrindo a possibilidade de uma contestação e de violência nas ruas.
O resultado alimenta a suspeita de um acordo espúrio entre Tshisekedi e o presidente Joseph Kabila.
Se a vitória de Tshisekedi for confirmada e não houver uma reação violenta, será a primeira transição pacífica de governo desde que o Congo se tornou independente da Bélgica, em 1960, sob a liderança de Patrice Lumumba.
Aliado da União Soviética em plena Guerra Fria, Lumumba foi preso e assassinado no início de 1961 numa conspiração articulada pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, que levou ao poder Joseph Mobutu, ex-sargento do exército colonial belga, na Primeira Guerra Civil Congolesa (1960-64).
O presidente eleito nasceu em 13 de junho de 1963 em Kinshasa, a capital do antigo Congo Belga. É filho de Étienne Tshisekedi, que foi três vezes primeiro-ministro do ditador Joseph Mobutu, em 1991, 1992-93 e 1997, quando o país se chamava Zaire, mas também foi um dos poucos políticos a desafiar Mobutu.
A eleição presidencial foi realizada com dois anos de atraso. O mandato do presidente Joseph Kabila terminava em dezembro de 2016.
A expectativa dos analistas internacionais era de uma grande fraude eleitoral para eleger o candidato governista Sharady, especialmente depois do adiamento da divulgação dos resultados oficiais, inicialmente prevista para domingo. Com a surpreendente vitória de Tshisekedi, a suspeita permanece.
Joseph Kabila ocupava o cargo desde 2001, quando sucedeu ao pai, o guerrilheiro Laurent Kabila, que lutou ao lado do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara nos anos 1960s e resistiu, refugiado nas Montanhas da Lua, até derrubar Mobutu, em 1997.
A queda de Kabila deflagrou uma guerra civil conhecida como Primeira Guerra Mundial Africana (1997-2003), com a participação de seis exércitos nacionais (República Democrática do Congo, República do Congo, Angola, Chade, Ruanda e Zimbábue) e centenas de grupos irregulares. Mais de 5,4 milhões de pessoas morreram em combate, de fome e de doenças causadas pela guerra.
Riquíssimo em minerais, o Congo tem as maiores reservas mundiais de cobalto, 3,5 milhões de toneladas, quase três vezes mais do que a Austrália, que vem em segundo lugar. Este elemento químico é fundamental para a fabricação de baterias recarregáveis, que serão cada vez mais importante quanto mais carros elétricos entrarem em circulação.
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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Trump aposta futuro político na construção de muro na fronteira do México
Em pronunciamento minutos atrás na Casa Branca, o presidente Donald Trump fez uma defesa emocional de seu projeto de construir um muro na fronteira com o México. A negativa da oposição em dar US$ 5,7 bilhões para a obra resultou num impasse e no fechamento das atividades não essenciais do governo dos Estados Unidos há 19 dias.
O presidente lançou sua campanha em junho de 2015 acusando os mexicanos de assassinatos, violência sexual e tráfico de drogas. A imigração ilegal é seu tema favorito para mobilizar sua base eleitoral. Havia expectativa de que pudesse declarar uma "emergência nacional" para financiar a obra sem a autorização do Congresso, mas seria contestado na Justiça.
Sob a pressão de uma série de escândalos a serem investigados pela nova maioria da oposição democrata na Câmara dos Representantes e do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio com a Rússia na campanha eleitoral, Trump está cada vez mais isolado.
Se for alvo de um processo de impeachment ou seus filhos forem processados, seu recurso será atacar as instituições e se apresentar como vítima diante da parcela do eleitorado que acredita nele, cerca de 38%. Talvez mais do que o muro para posar durante a campanha para as eleições de 2020 interesse a Trump o conflito em torno do muro.
Há "uma crescente crise humanitária e de segurança nacional na nossa fronteira sul" que afeta a "todos os americanos", "especialmente negros e hispânicos", reduzindo salários e trazendo ameaças como crime, violência e tráfico de drogas, declarou Trump, usando a mesma tática do medo de sua campanha eleitoral.
No momento, tenta chantagear o Congresso. A paralisação das atividades não essenciais do governo federal americano já é a segunda maior da história. Há 19 dias, 800 mil funcionários públicos não recebem salários, não são emitidos cupons de alimentação e cheques de devolução do imposto de renda. Os parques nacionais que estão abertos estão em situação caótica.
"A cada semana", acrescentou o presidente, "300 americanos morrem de dose excessiva de heroína. A maioria entra pela fronteira sul. Nossos agentes de fronteira prenderam nos últimos anos 266 mil responsáveis por centenas de milhares de crimes."
A maioria dos casos é de entrada ilegal no país e dirigir embriagado. Só seis suspeitos de terrorismo foram detidos na fronteira. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, falou em 4 mil.
"No ano passado, 20 mil crianças foram trazidas pelos EUA, por culpa de coiotes e gangues de traficantes. As mulheres e as crianças são as maiores vítimas desta trágica realidade que estou determinado a acabar", apelou Trump, subvertendo a realidade. Meses atrás, seu governo separou crianças dos pais na fronteira para desestimular a imigração.
Em verdade, a situação não está se agravando. No governo Bill Clinton, os EUA chegaram a deter 1,6 milhão de pessoas num ano na fronteira sul. Em 2018, foram 396 mil acima das 304 mil detenções de 2017, a menor quantidade em 45 anos.
"Meu governo apresentou ao Congresso uma proposta para proteger a fronteira e impedir o tráfico de pessoas e de drogas. Nossos guardas e agentes pediram esses recursos para proteger a fronteira e tornar os EUA seguros. Isso incluiu tecnologia para detectar drogas, armas e outros contrabandos", prosseguiu.
Finalmente, entrou no que lhe interessa: "Nosso plano incluiu pedido de ajuda humanitária e acabar com furos na lei para que menores e crianças possam ser devolvidos a seus países de origem e US$ 5,7 bilhões pedidos por nossos agentes de segurança para criar uma barreira física. O muro é necessidade. A pedido dos democratas, será uma barreira metálica."
Durante a campanha, Trump prometeu que os mexicanos financiariam a obra. Agora, alega que o México vai pagar indiretamente com o novo acordo de livre comércio da América do Norte: "O muro da fronteira vai se pagar. O senador [e líder democrata] Chuck Schumer defendia o muro antes de eu ser eleito presidente. Agora, negam aos nossos agentes de fronteiras os recursos necessários. O governo federal continua fechado porque os democratas não querem financiar a segurança da fronteira."
Sua estratégia é encurralar a oposição, que desde o início do ano tem maioria na Câmara dos Representantes: "A única solução é que os democratas aceitem financiar. Convoquei as lideranças à Casa Branca amanhã [hoje] para superar divisões políticas e garantir nossa segurança. Por que políticos constroem muros ao redor de suas casas? Porque amam as pessoas que estão dentro, não porque odeiam quem está fora."
Em seguida, citou vários crimes atribuídos a imigrantes ilegais: "Quanto mais sangue americano terá de ser derramado antes que o Congresso tome uma atitude? Todo cidadão deve pressionar o Congresso a proteger nossa fronteira. Este é nosso dever sagrado. Quando cheguei ao poder, jurei defender o povo americano."
A questão poderia ser resolvida rapidamente se Trump aceitasse a proposta do Partido Democrata de proteger os cerca de 800 mil imigrantes que entraram ilegalmente quando era menores de idade, os chamados sonhadores. Mas não agradaria à sua base.
Minutos depois, a oposição democrata respondeu ao presidente, a começar pela nova presidente da Câmara, deputada Nancy Pelosi: "Infelizmente, o presidente escolheu o medo. No primeiro dia deste Congresso, aprovamos lei para reabrir o governo. Não faz sentido gastar bilhões de dólares para construir uma barreira ineficiente."
A oposição democrata alega que o muro é inútil e não será pago pelo novo acordo comercial da América do Norte: "Ele prometeu que o México iria pagar. Ele ameaça manter a paralisação do governo por meses e anos. Podemos usar moderna tecnologia, contratar mais agentes de fronteiras. As mulheres e crianças na fronteira não são um ameaça, são uma crise humanitária. O presidente precisa parar de fabricar uma crise e reabrir o governo."
Nas palavras do líder democrata no Senado, Chuck Schumer, "o presidente dos EUA, não conseguindo fazer o México pagar pelo muro, preferiu fechar o governo para pressionar o Congresso. Ao longo de todo o mandato, o presidente apela para o medo. Não se enganem: republicamos e democratas querem segurança na fronteira."
Como resolver o impasse?, perguntou Schumer. O líder democrata apresentou uma solução simples: "Separando o fechamento da questão de segurança na fronteira. Não há desculpa para ferir os interesses de milhões de americanos. A maioria dos presidentes usa discursos do Salão Oval para chamar a atenção de grandes problemas."
O presidente John Kennedy falou do salão de despachos da Casa Branca para anunciar ao mundo que a União Soviética estava instalando mísseis nucleares em Cuba, em outubro de 1962, na pior crise da era atômica. Trump o faz por mesquinharia.
"Queridos americanos", concluiu o líder democrata, "não há desafio que nossa nação não possa superar. O símbolo dos EUA deve ser a Estátua da Liberdade, não um muro de 30 pés [10 metros] de altura. Sr. Presidente, reabra o governo já."
Amanhã, o presidente que nunca desceu do palanque visita um trecho da barreira já existente na fronteira com o México para continuar sua pregação até agora malsucedida. Cerca de 57% dos americanos são contra a construção do muro, enquanto 38% são a favor. Estes números não mudaram significativamente desde a eleição de Trump.
O presidente lançou sua campanha em junho de 2015 acusando os mexicanos de assassinatos, violência sexual e tráfico de drogas. A imigração ilegal é seu tema favorito para mobilizar sua base eleitoral. Havia expectativa de que pudesse declarar uma "emergência nacional" para financiar a obra sem a autorização do Congresso, mas seria contestado na Justiça.
Sob a pressão de uma série de escândalos a serem investigados pela nova maioria da oposição democrata na Câmara dos Representantes e do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio com a Rússia na campanha eleitoral, Trump está cada vez mais isolado.
Se for alvo de um processo de impeachment ou seus filhos forem processados, seu recurso será atacar as instituições e se apresentar como vítima diante da parcela do eleitorado que acredita nele, cerca de 38%. Talvez mais do que o muro para posar durante a campanha para as eleições de 2020 interesse a Trump o conflito em torno do muro.
Há "uma crescente crise humanitária e de segurança nacional na nossa fronteira sul" que afeta a "todos os americanos", "especialmente negros e hispânicos", reduzindo salários e trazendo ameaças como crime, violência e tráfico de drogas, declarou Trump, usando a mesma tática do medo de sua campanha eleitoral.
No momento, tenta chantagear o Congresso. A paralisação das atividades não essenciais do governo federal americano já é a segunda maior da história. Há 19 dias, 800 mil funcionários públicos não recebem salários, não são emitidos cupons de alimentação e cheques de devolução do imposto de renda. Os parques nacionais que estão abertos estão em situação caótica.
"A cada semana", acrescentou o presidente, "300 americanos morrem de dose excessiva de heroína. A maioria entra pela fronteira sul. Nossos agentes de fronteira prenderam nos últimos anos 266 mil responsáveis por centenas de milhares de crimes."
A maioria dos casos é de entrada ilegal no país e dirigir embriagado. Só seis suspeitos de terrorismo foram detidos na fronteira. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, falou em 4 mil.
"No ano passado, 20 mil crianças foram trazidas pelos EUA, por culpa de coiotes e gangues de traficantes. As mulheres e as crianças são as maiores vítimas desta trágica realidade que estou determinado a acabar", apelou Trump, subvertendo a realidade. Meses atrás, seu governo separou crianças dos pais na fronteira para desestimular a imigração.
Em verdade, a situação não está se agravando. No governo Bill Clinton, os EUA chegaram a deter 1,6 milhão de pessoas num ano na fronteira sul. Em 2018, foram 396 mil acima das 304 mil detenções de 2017, a menor quantidade em 45 anos.
"Meu governo apresentou ao Congresso uma proposta para proteger a fronteira e impedir o tráfico de pessoas e de drogas. Nossos guardas e agentes pediram esses recursos para proteger a fronteira e tornar os EUA seguros. Isso incluiu tecnologia para detectar drogas, armas e outros contrabandos", prosseguiu.
Finalmente, entrou no que lhe interessa: "Nosso plano incluiu pedido de ajuda humanitária e acabar com furos na lei para que menores e crianças possam ser devolvidos a seus países de origem e US$ 5,7 bilhões pedidos por nossos agentes de segurança para criar uma barreira física. O muro é necessidade. A pedido dos democratas, será uma barreira metálica."
Durante a campanha, Trump prometeu que os mexicanos financiariam a obra. Agora, alega que o México vai pagar indiretamente com o novo acordo de livre comércio da América do Norte: "O muro da fronteira vai se pagar. O senador [e líder democrata] Chuck Schumer defendia o muro antes de eu ser eleito presidente. Agora, negam aos nossos agentes de fronteiras os recursos necessários. O governo federal continua fechado porque os democratas não querem financiar a segurança da fronteira."
Sua estratégia é encurralar a oposição, que desde o início do ano tem maioria na Câmara dos Representantes: "A única solução é que os democratas aceitem financiar. Convoquei as lideranças à Casa Branca amanhã [hoje] para superar divisões políticas e garantir nossa segurança. Por que políticos constroem muros ao redor de suas casas? Porque amam as pessoas que estão dentro, não porque odeiam quem está fora."
Em seguida, citou vários crimes atribuídos a imigrantes ilegais: "Quanto mais sangue americano terá de ser derramado antes que o Congresso tome uma atitude? Todo cidadão deve pressionar o Congresso a proteger nossa fronteira. Este é nosso dever sagrado. Quando cheguei ao poder, jurei defender o povo americano."
A questão poderia ser resolvida rapidamente se Trump aceitasse a proposta do Partido Democrata de proteger os cerca de 800 mil imigrantes que entraram ilegalmente quando era menores de idade, os chamados sonhadores. Mas não agradaria à sua base.
Minutos depois, a oposição democrata respondeu ao presidente, a começar pela nova presidente da Câmara, deputada Nancy Pelosi: "Infelizmente, o presidente escolheu o medo. No primeiro dia deste Congresso, aprovamos lei para reabrir o governo. Não faz sentido gastar bilhões de dólares para construir uma barreira ineficiente."
A oposição democrata alega que o muro é inútil e não será pago pelo novo acordo comercial da América do Norte: "Ele prometeu que o México iria pagar. Ele ameaça manter a paralisação do governo por meses e anos. Podemos usar moderna tecnologia, contratar mais agentes de fronteiras. As mulheres e crianças na fronteira não são um ameaça, são uma crise humanitária. O presidente precisa parar de fabricar uma crise e reabrir o governo."
Nas palavras do líder democrata no Senado, Chuck Schumer, "o presidente dos EUA, não conseguindo fazer o México pagar pelo muro, preferiu fechar o governo para pressionar o Congresso. Ao longo de todo o mandato, o presidente apela para o medo. Não se enganem: republicamos e democratas querem segurança na fronteira."
Como resolver o impasse?, perguntou Schumer. O líder democrata apresentou uma solução simples: "Separando o fechamento da questão de segurança na fronteira. Não há desculpa para ferir os interesses de milhões de americanos. A maioria dos presidentes usa discursos do Salão Oval para chamar a atenção de grandes problemas."
O presidente John Kennedy falou do salão de despachos da Casa Branca para anunciar ao mundo que a União Soviética estava instalando mísseis nucleares em Cuba, em outubro de 1962, na pior crise da era atômica. Trump o faz por mesquinharia.
"Queridos americanos", concluiu o líder democrata, "não há desafio que nossa nação não possa superar. O símbolo dos EUA deve ser a Estátua da Liberdade, não um muro de 30 pés [10 metros] de altura. Sr. Presidente, reabra o governo já."
Amanhã, o presidente que nunca desceu do palanque visita um trecho da barreira já existente na fronteira com o México para continuar sua pregação até agora malsucedida. Cerca de 57% dos americanos são contra a construção do muro, enquanto 38% são a favor. Estes números não mudaram significativamente desde a eleição de Trump.
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China e EUA prorrogam negociações comerciais na expectativa de acordo
A China e dos Estados Unidos estenderam por um terceiro dia não previsto as negociações para chegar a um acordo e desarmar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Mesmo que as diferenças ainda sejam enormes, a reunião de Beijim fez progresso em questões como o aumento da importação de bens e serviços americanos pelos chineses.
Depois da imposição de tarifas punitivas sobre dezenas de bilhões de dólares do comércio bilateral, o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping decidiram retomar negociações num jantar em 30 de novembro em Buenos Aires, no fim da reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20). O prazo para um acordo vai até 1º de março.
Os EUA exigem a redução de um déficit comercial que chegou a US$ 375 bilhões em 2017, respeito à propriedade intelectual e fim da transferência forçada de tecnologia.
A delegação chinesa, chefiada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, um indicador da importância desta etapa de negociações, concordou em retomar as importações de soja, reduzir as tarifas de importação sobre carros e autopeças e adotar uma estratégia menos agressiva no programa Fabricado na China 2025, através do qual pretende alcançar independência tecnológica.
Ao mesmo tempo, o governo da China prometeu fortalecer a legislação para proteger a propriedade intelectual e aprovar uma nova lei de investimentos estrangeiros para dar melhores condições de concorrência para empresas de outros países no imenso mercado chinês.
Independentemente de um possível acordo comercial, a competição estratégica entre os EUA e a China será o elemento dominante das relações internacionais nos próximos anos. Com a China marchando para se tornar a maior economia do mundo até 2030, os EUA temem perder a superioridade tecnológica e militar.
A transição hegemônica de uma grande potência para outra foi causa de inúmeras guerras na história das relações internacionais. As grandes guerras mundiais foram causadas pela ascensão da Alemanha. A ascensão da União Soviética levou à Guerra Fria. A China afirma ter aprendido a lição. Mas os EUA enfrentam o desafio de lidar com seu próprio declínio.
Depois da imposição de tarifas punitivas sobre dezenas de bilhões de dólares do comércio bilateral, o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping decidiram retomar negociações num jantar em 30 de novembro em Buenos Aires, no fim da reunião de cúpula do Grupo dos Vinte (G-20). O prazo para um acordo vai até 1º de março.
Os EUA exigem a redução de um déficit comercial que chegou a US$ 375 bilhões em 2017, respeito à propriedade intelectual e fim da transferência forçada de tecnologia.
A delegação chinesa, chefiada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, um indicador da importância desta etapa de negociações, concordou em retomar as importações de soja, reduzir as tarifas de importação sobre carros e autopeças e adotar uma estratégia menos agressiva no programa Fabricado na China 2025, através do qual pretende alcançar independência tecnológica.
Ao mesmo tempo, o governo da China prometeu fortalecer a legislação para proteger a propriedade intelectual e aprovar uma nova lei de investimentos estrangeiros para dar melhores condições de concorrência para empresas de outros países no imenso mercado chinês.
Independentemente de um possível acordo comercial, a competição estratégica entre os EUA e a China será o elemento dominante das relações internacionais nos próximos anos. Com a China marchando para se tornar a maior economia do mundo até 2030, os EUA temem perder a superioridade tecnológica e militar.
A transição hegemônica de uma grande potência para outra foi causa de inúmeras guerras na história das relações internacionais. As grandes guerras mundiais foram causadas pela ascensão da Alemanha. A ascensão da União Soviética levou à Guerra Fria. A China afirma ter aprendido a lição. Mas os EUA enfrentam o desafio de lidar com seu próprio declínio.
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terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Guatemala expulsa comissão internacional que investigava corrupção
A organização não governamental de combate à corrupção Transparência Internacional condenou hoje "nos termos mais fortes possíveis o presidente Jimmy Morales por expulsar do país a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (Cicig)" e fez um apelo à Corte Suprema guatemalteca para anular a decisão.
Desde 2012, a comissão, patrocinada pelas Nações Unidas, colabora com as autoridades da Guatemala, sendo responsável por vários processos de corrupção do mais alto nível. Seus inquérito levaram à queda do ex-presidente Otto Pérez Molina e da ex-vice-presidente Roxana Baldetti.
Morales, um humorista conservador e evangélico, um Tiritica guatemalteco, se elegeu em outubro de 2015 fazendo campanha contra os políticos e partidos tradicionais. Hoje é investigado. O Ministério da Justiça alegou que a comissão ultrapassou seu mandato em "detrimento" da soberania nacional.
No domingo, o colombiano Yilen Osorio, representante da comissão, foi detido no aeroporto da Cidade da Guatemala e impedido de entrar no país. Depois de forte pressão interna e externa, o governo autorizou sua entrada. Mas, na segunda-feira, Morales rompeu o acordo com a ONU e deu 24 horas para os funcionários da Cicig deixarem o país.
A medida foi considerada inconstitucional e repudiada pelo secretário-geral da ONU, o português António Guterres. O mandato só pode ser encerrado por determinação da ONU. A Transparência e a ONG Ação Cidadã apelaram ontem ao Tribunal Constitucional, que deu amparo aos recursos, noticiou o jornal Prensa Libre.
Desde 2012, a comissão, patrocinada pelas Nações Unidas, colabora com as autoridades da Guatemala, sendo responsável por vários processos de corrupção do mais alto nível. Seus inquérito levaram à queda do ex-presidente Otto Pérez Molina e da ex-vice-presidente Roxana Baldetti.
Morales, um humorista conservador e evangélico, um Tiritica guatemalteco, se elegeu em outubro de 2015 fazendo campanha contra os políticos e partidos tradicionais. Hoje é investigado. O Ministério da Justiça alegou que a comissão ultrapassou seu mandato em "detrimento" da soberania nacional.
No domingo, o colombiano Yilen Osorio, representante da comissão, foi detido no aeroporto da Cidade da Guatemala e impedido de entrar no país. Depois de forte pressão interna e externa, o governo autorizou sua entrada. Mas, na segunda-feira, Morales rompeu o acordo com a ONU e deu 24 horas para os funcionários da Cicig deixarem o país.
A medida foi considerada inconstitucional e repudiada pelo secretário-geral da ONU, o português António Guterres. O mandato só pode ser encerrado por determinação da ONU. A Transparência e a ONG Ação Cidadã apelaram ontem ao Tribunal Constitucional, que deu amparo aos recursos, noticiou o jornal Prensa Libre.
Banco Mundial prevê crescimento menor em 2019
Em sua análise semestral sobre a economia internacional, o Banco Mundial previu um crescimento global de 2,9% em 2019, abaixo do crescimento de 3% de 2018, também revisado para baixo, citando vários riscos.
"O comércio internacional e a atividade industrial se enfraqueceram, as tensões comerciais permanecem elevadas e alguns mercados emergentes grandes experimentam pressões significativas do mercado financeiro", observou o Banco Mundial.
Nos EUA, o crescimento deve baixar de 2,9% no ano passado para 2,5% em 2019. A China deve avançar 6,2%, contra 6,5% em 2018. A expansão da Zona do Euro cai de 1,9% em 2018 para 1,6% em 2019.
Para o Brasil, a previsão para 2018 caiu de 2,4% para 1,2%. Neste ano, em vez de 2,5%, baixou para 2,2%.
Vários riscos podem "frear ainda mais" a economia mundial, como um aumento nas taxas de juros, o peso das dívidas públicas e privadas e a "intensificação das tensões comerciais", capaz de "romper cadeias de valor globais".
"O comércio internacional e a atividade industrial se enfraqueceram, as tensões comerciais permanecem elevadas e alguns mercados emergentes grandes experimentam pressões significativas do mercado financeiro", observou o Banco Mundial.
Nos EUA, o crescimento deve baixar de 2,9% no ano passado para 2,5% em 2019. A China deve avançar 6,2%, contra 6,5% em 2018. A expansão da Zona do Euro cai de 1,9% em 2018 para 1,6% em 2019.
Para o Brasil, a previsão para 2018 caiu de 2,4% para 1,2%. Neste ano, em vez de 2,5%, baixou para 2,2%.
Vários riscos podem "frear ainda mais" a economia mundial, como um aumento nas taxas de juros, o peso das dívidas públicas e privadas e a "intensificação das tensões comerciais", capaz de "romper cadeias de valor globais".
UE impõe sanções ao Irã por tentativas de assassinato na Europa
Pelo Twitter, o ministro do Exterior da Dinamarca, Anders Samuelsen, anunciou hoje que a União Europeia impôs sanções ao Ministério da Inteligência do Irã por sua participação em tentativas de assassinato na Europa. Um setor do ministério e dois funcionários foram colocados na lista dos terroristas. Seus bens e ativos financeiros na UE foram congelados.
Agentes iranianos planejaram a realizaram ataques contra oposicionistas e dissidentes da ditadura teocrática do Irã em território europeu. A Dinamarca acusou o serviço secreto iraniano de tentar matar um líder oposicionista do Irã em setembro de 2018.
Um mês depois, a França acusou a República Islâmica de planejar um atentado a bomba contra os Mujahedin do Povo, um braço armado do proscrito Partido Comunista Iraniano.
Agentes iranianos planejaram a realizaram ataques contra oposicionistas e dissidentes da ditadura teocrática do Irã em território europeu. A Dinamarca acusou o serviço secreto iraniano de tentar matar um líder oposicionista do Irã em setembro de 2018.
Um mês depois, a França acusou a República Islâmica de planejar um atentado a bomba contra os Mujahedin do Povo, um braço armado do proscrito Partido Comunista Iraniano.
Kim Jong Un vai à China para quarto encontro de cúpula com Xi Jinping
O trem blindado do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un cruzou ontem a fronteira da China para uma visita de quatro dias Beijim a convite do ditador Xi Jinping. O quarto encontro de cúpula entre os dois aliados indica que há uma preparação para uma próxima reunião de Kim com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump e Kim se encontraram em Cingapura, em 12 de junho de 2018, no primeiro encontro de um presidente em exercício dos EUA com um líder da Coreia do Norte. Eles chegaram a um acordo de princípios para desnuclearizar a Península Coreana e assinar um acordo de paz definitivo, pondo fim à Guerra da Coreia (1950-53).
Desde então, não houve avanços nas negociações entre os dois países. Os EUA exigem um cronograma de desnuclearização para o regime comunista norte-coreano entregar 60% a 70% de suas armas atômicas em seis a nove meses. A Coreia do Norte rejeita o "desarmamento unilateral". Exige o fim das sanções internacionais e a assinatura do acordo de paz com a Coreia do Sul e os EUA.
No domingo, o presidente americano revelou que EUA e Coreia do Norte estão negociando um local para o segundo encontro, o que indica que seria iminente, faltando apenas acertar os detalhes finais.
O Ministério do Exterior da Coreia do Sul descreveu hoje o encontro Kim-Xi como uma contribuição para "a desnuclearização e uma paz duradoura" na Península Coreana. Seul tem todo o interesse num acordo, mas o otimismo sul-coreano pode ser exagerado.
Na mensagem de Ano Novo, Kim advertiu os EUA de que pode procurar "um novo caminho" se não houver um alívio das sanções econômicas.
"Kim está ansioso para mostrar ao governo Trump que tem opções econômicas e diplomáticas além do que Washington e Seul têm a oferecer", comentou o pesquisador Harry Kazanis, especialista em Coreia do Norte do Centro para o Interesse Nacional, um instituto de pesquisas dos EUA.
A visita de Kim a Beijim em março do ano passado foi sua primeira viagem ao exterior desde que se tornou ditador da Coreia do Norte com a morte do pai, em dezembro de 2011. Durante a abertura do regime para contatos com os EUA e a Coreia do Sul, Kim sempre teve o cuidado de envolver a China.
"Enquanto os negociadores americanos e chineses se reúnem em Beijim para tentar resolver a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, Xi mostra aos EUA que pode jogar a carta da Coreia do Norte", acrescentou Kazanis.
Maior parceira comercial da Coreia do Norte, responsável por mais de 90% do comércio exterior do país vizinho, a China é fundamental para manter a pressão das sanções econômicas sobre a ditadura stalinista de Pyongyang.
Trump e Kim se encontraram em Cingapura, em 12 de junho de 2018, no primeiro encontro de um presidente em exercício dos EUA com um líder da Coreia do Norte. Eles chegaram a um acordo de princípios para desnuclearizar a Península Coreana e assinar um acordo de paz definitivo, pondo fim à Guerra da Coreia (1950-53).
Desde então, não houve avanços nas negociações entre os dois países. Os EUA exigem um cronograma de desnuclearização para o regime comunista norte-coreano entregar 60% a 70% de suas armas atômicas em seis a nove meses. A Coreia do Norte rejeita o "desarmamento unilateral". Exige o fim das sanções internacionais e a assinatura do acordo de paz com a Coreia do Sul e os EUA.
No domingo, o presidente americano revelou que EUA e Coreia do Norte estão negociando um local para o segundo encontro, o que indica que seria iminente, faltando apenas acertar os detalhes finais.
O Ministério do Exterior da Coreia do Sul descreveu hoje o encontro Kim-Xi como uma contribuição para "a desnuclearização e uma paz duradoura" na Península Coreana. Seul tem todo o interesse num acordo, mas o otimismo sul-coreano pode ser exagerado.
Na mensagem de Ano Novo, Kim advertiu os EUA de que pode procurar "um novo caminho" se não houver um alívio das sanções econômicas.
"Kim está ansioso para mostrar ao governo Trump que tem opções econômicas e diplomáticas além do que Washington e Seul têm a oferecer", comentou o pesquisador Harry Kazanis, especialista em Coreia do Norte do Centro para o Interesse Nacional, um instituto de pesquisas dos EUA.
A visita de Kim a Beijim em março do ano passado foi sua primeira viagem ao exterior desde que se tornou ditador da Coreia do Norte com a morte do pai, em dezembro de 2011. Durante a abertura do regime para contatos com os EUA e a Coreia do Sul, Kim sempre teve o cuidado de envolver a China.
"Enquanto os negociadores americanos e chineses se reúnem em Beijim para tentar resolver a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, Xi mostra aos EUA que pode jogar a carta da Coreia do Norte", acrescentou Kazanis.
Maior parceira comercial da Coreia do Norte, responsável por mais de 90% do comércio exterior do país vizinho, a China é fundamental para manter a pressão das sanções econômicas sobre a ditadura stalinista de Pyongyang.
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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
Militares tomam rádio e anunciam golpe mas são derrotados no Gabão
Pelo menos dois militares rebeldes foram mortos hoje numa tentativa de golpe no Gabão. O líder golpista, tenente Kelly Ondo Obiang, um dos subcomandantes da Guarda Republicana, encarregada da segurança presidencial, tentou fugir. Foi encontrado escondido em baixo de uma cama. A Presidência anunciou que "a situação está sob controle".
Os rebeldes tomaram a Rádio Nacional e fizeram um pronunciamento anunciando a formação de um Conselho de Restauração Nacional para democratizar o país da África Ocidental rico em petróleo, governado há mais de 50 anos pela família Bongo.
O presidente Ali Bongo teria sofrido um acidente vascular cerebral em outubro. No Ano Novo, divulgou mensagem afirmando estar bem de saúde. Ele substituiu o pai, Omar Bongo, que governou o país de 1967 até sua morte, em 2009.
"A situação é calma. Os policiais militares que patrulham a área assumiram o controle de toda a região ao redor da rádio e da televisão, então está tudo de volta ao normal", declarou o porta-voz Guy-Bertrand Mapangou. Ele acrescentou que os generais, líderes da sociedade civil e da oposição citados pelos golpistas serão investigados.
O porta-voz da maior aliança oposicionista, Claye Martial Obame Akué, negou qualquer ligação do líder da Coalizão por uma Nova República, Jean Ping, com o movimento golpista, informou a Radio France International.
Os rebeldes tomaram a Rádio Nacional e fizeram um pronunciamento anunciando a formação de um Conselho de Restauração Nacional para democratizar o país da África Ocidental rico em petróleo, governado há mais de 50 anos pela família Bongo.
O presidente Ali Bongo teria sofrido um acidente vascular cerebral em outubro. No Ano Novo, divulgou mensagem afirmando estar bem de saúde. Ele substituiu o pai, Omar Bongo, que governou o país de 1967 até sua morte, em 2009.
"A situação é calma. Os policiais militares que patrulham a área assumiram o controle de toda a região ao redor da rádio e da televisão, então está tudo de volta ao normal", declarou o porta-voz Guy-Bertrand Mapangou. Ele acrescentou que os generais, líderes da sociedade civil e da oposição citados pelos golpistas serão investigados.
O porta-voz da maior aliança oposicionista, Claye Martial Obame Akué, negou qualquer ligação do líder da Coalizão por uma Nova República, Jean Ping, com o movimento golpista, informou a Radio France International.
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Ten. Kelly Ondo Obiang
domingo, 6 de janeiro de 2019
Congo adia anúncio do resultado da eleição presidencial
As autoridades da República Democrática do Congo, o ex-Zaire e ex-Congo Belga, atrasaram a divulgação do resultado da eleição presidencial de 30 de dezembro de 2018, prevista para hoje. O diretor da comissão eleitoral alegou ter recebido menos da metade dos sufrágios. O anúncio oficial deve sair durante a semana.
O atraso e as inúmeras denúncias de irregularidades e manipulações do governista Partido Popular pela Reconstrução e a Democracia (PPRD) indicam uma tentativa de fraude eleitoral do grupo dominante. Isso pode deflagrar uma onda de violência, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2006 e 2011, e manchar a legitimidade do presidente eleito.
A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) declarou domingo à noite que escrutinou 53% dos votos, mas não poderia divulgar resultados provisórios e reclamou de "ameaças" de diplomatas de países ocidentais, noticiou o boletim de notícias Jeune Afrique.
A poderosa conferência episcopal da Igreja Católica, o chefe da missão da União Africana, a União Europeia e o Departamento de Estado americano pressionaram a CENI a apresentar resultados de acordo com a "verdade das urnas" e a "vontade do povo congolês". A coalizão governista Frente Comum pelo Congo (FCC), majoritária na Assembleia Nacional, denunciou a "atitude partidária" da Igreja.
O presidente Joseph Kabila está entregando o cargo depois de 17 anos no poder. Herdou a chefia do país do pai, Laurent Kabila, morto durante a guerra civil congolesa, também chamada de Primeira Guerra Mundial Africana por causa do envolvimento de vários exércitos nacionais e da mortes estimadas em 5,4 milhões, em combates, por doenças ou fome
Seu pai derrubara em 1997 o ditador Joseph Mobutu, no poder desde os anos 1960s, quando o líder histórico da independência do Congo Belga, Patrice Lumumba, foi assassinado em outra guerra civil brutal.
Joseph Kabila deveria ter deixado o cargo há dois, mas adiou a eleição presidencial prevista para 27 de novembro de 2016, alegando falta de dinheiro e de condições logísticas para realizar o pleito, primeiro por um ano e depois por dois anos.
Esta eleição deveria ter sido realizada em 23 de dezembro. Foi adiada por mais uma semana depois do incêndio de 8 mil urnas eletrônicas no escritório central da CENI, em Kinshasa, a capital deste grande país do centro da África.
O candidato oficial é Emmanuel Ramazani Shadary. Os principais candidatos da oposição são Félix Tshisekedi, da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), e o deputado Martin Fayulu, da Dinâmica da Oposição Política Congolesa (DO). Este último recebeu o apoio de líderes oposicionistas como o ex-vice-presidente Jean-Pierre Bemba e o ex-governador da província de Katanga Moïse Katumbi.
Se a fraude for contestada na Justiça, será uma luta contra o domínio do presidente sobre as instituições do Congo.
Uma onda de violência pode levar a sanções das potências da Europa e da América do Norte ao Congo. Será uma oportunidade para a China aumentar sua presença no país, que detém as maiores reservas mundiais de cobalto.
Em Washington, o presidente Donald Trump anunciou o envio 80 militares dos Estados Unidos ao Gabão para uma possível intervenção no Congo se houver violência política.
O atraso e as inúmeras denúncias de irregularidades e manipulações do governista Partido Popular pela Reconstrução e a Democracia (PPRD) indicam uma tentativa de fraude eleitoral do grupo dominante. Isso pode deflagrar uma onda de violência, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2006 e 2011, e manchar a legitimidade do presidente eleito.
A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) declarou domingo à noite que escrutinou 53% dos votos, mas não poderia divulgar resultados provisórios e reclamou de "ameaças" de diplomatas de países ocidentais, noticiou o boletim de notícias Jeune Afrique.
A poderosa conferência episcopal da Igreja Católica, o chefe da missão da União Africana, a União Europeia e o Departamento de Estado americano pressionaram a CENI a apresentar resultados de acordo com a "verdade das urnas" e a "vontade do povo congolês". A coalizão governista Frente Comum pelo Congo (FCC), majoritária na Assembleia Nacional, denunciou a "atitude partidária" da Igreja.
O presidente Joseph Kabila está entregando o cargo depois de 17 anos no poder. Herdou a chefia do país do pai, Laurent Kabila, morto durante a guerra civil congolesa, também chamada de Primeira Guerra Mundial Africana por causa do envolvimento de vários exércitos nacionais e da mortes estimadas em 5,4 milhões, em combates, por doenças ou fome
Seu pai derrubara em 1997 o ditador Joseph Mobutu, no poder desde os anos 1960s, quando o líder histórico da independência do Congo Belga, Patrice Lumumba, foi assassinado em outra guerra civil brutal.
Joseph Kabila deveria ter deixado o cargo há dois, mas adiou a eleição presidencial prevista para 27 de novembro de 2016, alegando falta de dinheiro e de condições logísticas para realizar o pleito, primeiro por um ano e depois por dois anos.
Esta eleição deveria ter sido realizada em 23 de dezembro. Foi adiada por mais uma semana depois do incêndio de 8 mil urnas eletrônicas no escritório central da CENI, em Kinshasa, a capital deste grande país do centro da África.
O candidato oficial é Emmanuel Ramazani Shadary. Os principais candidatos da oposição são Félix Tshisekedi, da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), e o deputado Martin Fayulu, da Dinâmica da Oposição Política Congolesa (DO). Este último recebeu o apoio de líderes oposicionistas como o ex-vice-presidente Jean-Pierre Bemba e o ex-governador da província de Katanga Moïse Katumbi.
Se a fraude for contestada na Justiça, será uma luta contra o domínio do presidente sobre as instituições do Congo.
Uma onda de violência pode levar a sanções das potências da Europa e da América do Norte ao Congo. Será uma oportunidade para a China aumentar sua presença no país, que detém as maiores reservas mundiais de cobalto.
Em Washington, o presidente Donald Trump anunciou o envio 80 militares dos Estados Unidos ao Gabão para uma possível intervenção no Congo se houver violência política.
sábado, 5 de janeiro de 2019
Igreja Ortodoxa da Ucrânia se separa da Rússia
O patriarca Bartolomeu I, líder espiritual de 300 milhões de fiéis da Igreja Ortodoxa, criou hoje oficialmente em Istambul a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, separando-a da Rússia, noticiou a agência Reuters.
O presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, e o chefe da Igreja Ortodoxa Ucraniana, Epiphanius I, participaram da cerimônia, que formaliza uma ruptura histórica com a Rússia. A Igreja Ortodoxa Russa comparou o acontecimento ao Grande Cisma do Oriente, que dividiu a Cristandade, em 1054, dividindo as igrejas de Roma e de Constantinopla, e rompeu com o Patriarcado de Istambul.
A Rússia e a Ucrânia vivem em estado de guerra desde fevereiro de 2014, quando o Kremlin rejeitou a Revolução da Praça Maidan e a renúncia do presidente Viktor Yanukovich. Em seguida, tropas russas da Frota do Mar Negro tomaram a região da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou no mês seguinte.
Em abril de 2014, iniciou uma guerra civil fomentada pela Rússia no Leste da Ucrânia. Mais de 10 mil pessoas foram mortas neste conflito. Recentemente, a Rússia adotou uma posição mais agressiva, atacando navios ucranianos no Mar de Azov.
O presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, e o chefe da Igreja Ortodoxa Ucraniana, Epiphanius I, participaram da cerimônia, que formaliza uma ruptura histórica com a Rússia. A Igreja Ortodoxa Russa comparou o acontecimento ao Grande Cisma do Oriente, que dividiu a Cristandade, em 1054, dividindo as igrejas de Roma e de Constantinopla, e rompeu com o Patriarcado de Istambul.
A Rússia e a Ucrânia vivem em estado de guerra desde fevereiro de 2014, quando o Kremlin rejeitou a Revolução da Praça Maidan e a renúncia do presidente Viktor Yanukovich. Em seguida, tropas russas da Frota do Mar Negro tomaram a região da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou no mês seguinte.
Em abril de 2014, iniciou uma guerra civil fomentada pela Rússia no Leste da Ucrânia. Mais de 10 mil pessoas foram mortas neste conflito. Recentemente, a Rússia adotou uma posição mais agressiva, atacando navios ucranianos no Mar de Azov.
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
Economia dos EUA teve saldo de mais de 300 mil novos empregos em dezembro
A Bolsa de Valores de Nova York opera em forte alta, de mais de 3,5%, embalada pela geração de mais 312 mil novos empregos e mais do que fechados em dezembro de 2018 nos Estados Unidos. Num sinal de que mais gente está procurando trabalho, a taxa de desemprego subiu de 3,7% para 3,9%.
Os salários subiram em média 3,2% nos últimos 12 meses, o maior avanço anual desde a crise de 2008. Uma declaração do presidente do Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Jerome Powell, de que o Fed será "paciente" indicou que nova alta de juros não é iminente depois de quatro aumentos em 2018.
A inflação, em baixa, está perto da meta de 2% ao ano, perseguida informalmente pelo Fed, que tem como objetivo buscar um equilíbrio entre o crescimento de preços e o índice de desemprego.
"Com os resultados da inflação parados que temos visto, seremos pacientes enquanto observamos para ver como a economia evolui", declarou Powell em pronunciamento em Atlanta, na Geórgia, em que acrescentou que não vai pedir demissão mesmo que o presidente Donald Trump peça isso.
Trump costuma reivindicar para si o crescimento da economia e do emprego e as altas na bolsa de valores. Com a forte queda no mercado acionário em dezembro, atacou o banco central, acusando-o de levantar as taxas básicas de juros cedo demais.
Depois da revisão para cima do número de novos empregos em outubro e novembro, a maior economia do mundo fechou 2018 com um saldo positivo de 2,64 milhões, o melhor desempenho do mercado de trabalho desde 2015.
O emprego cresce sem parar nos EUA há 99 meses, ou 8 anos e três meses. Para o mês passado, os economistas previam um aumento de 177 novos postos de trabalho. O relatório de emprego divulgado hoje foi uma grata surpresa.
Por causa do conflito comercial com a China, das pressões de Trump sobre o Fed e do risco de desaceleração da economia, as bolsas americanas tiveram no ano passado o pior desempenho desde o fim da Grande Recessão de 2008-9. Com este aumento do emprego, o risco de recessão está
Os salários subiram em média 3,2% nos últimos 12 meses, o maior avanço anual desde a crise de 2008. Uma declaração do presidente do Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, Jerome Powell, de que o Fed será "paciente" indicou que nova alta de juros não é iminente depois de quatro aumentos em 2018.
A inflação, em baixa, está perto da meta de 2% ao ano, perseguida informalmente pelo Fed, que tem como objetivo buscar um equilíbrio entre o crescimento de preços e o índice de desemprego.
"Com os resultados da inflação parados que temos visto, seremos pacientes enquanto observamos para ver como a economia evolui", declarou Powell em pronunciamento em Atlanta, na Geórgia, em que acrescentou que não vai pedir demissão mesmo que o presidente Donald Trump peça isso.
Trump costuma reivindicar para si o crescimento da economia e do emprego e as altas na bolsa de valores. Com a forte queda no mercado acionário em dezembro, atacou o banco central, acusando-o de levantar as taxas básicas de juros cedo demais.
Depois da revisão para cima do número de novos empregos em outubro e novembro, a maior economia do mundo fechou 2018 com um saldo positivo de 2,64 milhões, o melhor desempenho do mercado de trabalho desde 2015.
O emprego cresce sem parar nos EUA há 99 meses, ou 8 anos e três meses. Para o mês passado, os economistas previam um aumento de 177 novos postos de trabalho. O relatório de emprego divulgado hoje foi uma grata surpresa.
Por causa do conflito comercial com a China, das pressões de Trump sobre o Fed e do risco de desaceleração da economia, as bolsas americanas tiveram no ano passado o pior desempenho desde o fim da Grande Recessão de 2008-9. Com este aumento do emprego, o risco de recessão está
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
Curdos voltam a patrulhar cidade de Kirkuk
Em um sinal de alívio da tensão, o governo federal do Iraque e a região semiautônoma do Curdistão chegaram a um acordo para que os curdos voltem a patrulhar a cidade de Kirkuk, substituindo as Forças de Mobilização Popular Xiitas, noticiou a companhia jornalística Rudaw, ligada ao Partido Democrático do Curdistão (KDP).
O policiamento ficará a carga de peshmerga, os guerreiros curdos, ligados ao KDP. A notícia foi confirmada pela União Patriótica do Curdistão (PUK), o outro grande partido da região curda iraquiana. Mas não pela milícia xiita nem por Bagdá.
De qualquer maneira, há um entendimento entre o governo central e o governo regional curdo, com capital em Arbil. Isso pode levar a acordos em outros setores, como produção de energia, cooperação na guerra contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e conflitos territoriais.
Hoje, os moradores curdos de Kirkuk veem a presença da milícia xiita como um sinal da influência indesejada xiita e iraniana sobre sua comunidade. O governo curdo tenta reassumir o controle político da cidade com a substituição das forças federais pelos peshmerga.
A província de Kirkuk, riquíssima em petróleo, foi anexada as províncias de Bagdá e de Bássora pelo então subsecretário de Estado do Reino Unido para o Oriente Médio, Winston Churchill, depois do fim da Primeira Guerra Mundial, enterrando a promessa de independência do Curdistão.
Agora, é um mosaico das comunidades iraquianas (árabes sunitas, árabes xiitas e curtos). Por este motivo, é uma das regiões mais conflituosas do Iraque, com disputas políticas e militares pelo poder e pelo petróleo.
Em outubro de 2017, o governo central de Bagdá enviou tropas à província em resposta ao plebiscito sobre a independência do Curdistão organizado pelo governo regional, especialmente pelo KDP. Desde então, o KDP foi excluído do Conselho Provincial.
Assim, a volta dos peshmerga do KDP ao patrulhamento das ruas de Kirkuk, se confirmado, marcará uma reconciliação entre os curdos e com as autoridades de Bagdá. A cooperação vai aumentar a estabilidade e a prosperidade do Curdistão iraquiano.
O policiamento ficará a carga de peshmerga, os guerreiros curdos, ligados ao KDP. A notícia foi confirmada pela União Patriótica do Curdistão (PUK), o outro grande partido da região curda iraquiana. Mas não pela milícia xiita nem por Bagdá.
De qualquer maneira, há um entendimento entre o governo central e o governo regional curdo, com capital em Arbil. Isso pode levar a acordos em outros setores, como produção de energia, cooperação na guerra contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e conflitos territoriais.
Hoje, os moradores curdos de Kirkuk veem a presença da milícia xiita como um sinal da influência indesejada xiita e iraniana sobre sua comunidade. O governo curdo tenta reassumir o controle político da cidade com a substituição das forças federais pelos peshmerga.
A província de Kirkuk, riquíssima em petróleo, foi anexada as províncias de Bagdá e de Bássora pelo então subsecretário de Estado do Reino Unido para o Oriente Médio, Winston Churchill, depois do fim da Primeira Guerra Mundial, enterrando a promessa de independência do Curdistão.
Agora, é um mosaico das comunidades iraquianas (árabes sunitas, árabes xiitas e curtos). Por este motivo, é uma das regiões mais conflituosas do Iraque, com disputas políticas e militares pelo poder e pelo petróleo.
Em outubro de 2017, o governo central de Bagdá enviou tropas à província em resposta ao plebiscito sobre a independência do Curdistão organizado pelo governo regional, especialmente pelo KDP. Desde então, o KDP foi excluído do Conselho Provincial.
Assim, a volta dos peshmerga do KDP ao patrulhamento das ruas de Kirkuk, se confirmado, marcará uma reconciliação entre os curdos e com as autoridades de Bagdá. A cooperação vai aumentar a estabilidade e a prosperidade do Curdistão iraquiano.
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