domingo, 13 de janeiro de 2019

Trump esconde detalhes de encontros com Putin

O presidente Donald Trump foi além dos limites para esconder detalhes de suas conversas com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, a ponto de tomar as notas feitas por seu intérprete numa ocasião e instruindo-o a não comentar o que ouvira, noticiou hoje o jornal The Washington Post.

Trump ficou com as anotações do intérprete depois do encontro com Putin na reunião do Grupo dos 20 em Hamburgo, na Alemanha, em 2017. Como é praxe do governo dos Estados Unidos registrar os contatos do presidente, altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado pediram as notas e ficaram sabendo da atitude inusitada de Trump.

É uma situação constrangedora por causa do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin durante a campanha eleitoral de 2016. O presidente costuma excluir seus encontros com o ditador russo do escrutínio da opinião pública.

Depois da demissão do diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, James Comey, em maio de 2017, o FBI abriu inquérito para saber que Trump estava beneficiando a Rússia, uma inimiga história dos EUA, consciente ou inconscientemente, revelou o jornal The New York Times.

Os serviços de inteligência dos EUA detectaram uma influência sem precedentes da Rússia na última eleição presidencial americana. A dúvida é se o esforço foi coordenado com a campanha de Trump. Pelo menos 14 assessores de Trump mantiveram contatos com russos.

Em entrevista no sábado à Fox News, o canal de notícias que apoia seu governo, Trump negou a intenção de esconder qualquer detalhe das reuniões. Quando a entrevista perguntou se alguma vez ele havia trabalhado para a Rússia, o presidente respondeu que "penso que esta é a coisa mais insultante que já me foi perguntada".

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