O presidente Donald Trump foi além dos limites para esconder detalhes de suas conversas com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, a ponto de tomar as notas feitas por seu intérprete numa ocasião e instruindo-o a não comentar o que ouvira, noticiou hoje o jornal The Washington Post.
Trump ficou com as anotações do intérprete depois do encontro com Putin na reunião do Grupo dos 20 em Hamburgo, na Alemanha, em 2017. Como é praxe do governo dos Estados Unidos registrar os contatos do presidente, altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado pediram as notas e ficaram sabendo da atitude inusitada de Trump.
É uma situação constrangedora por causa do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin durante a campanha eleitoral de 2016. O presidente costuma excluir seus encontros com o ditador russo do escrutínio da opinião pública.
Depois da demissão do diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, James Comey, em maio de 2017, o FBI abriu inquérito para saber que Trump estava beneficiando a Rússia, uma inimiga história dos EUA, consciente ou inconscientemente, revelou o jornal The New York Times.
Os serviços de inteligência dos EUA detectaram uma influência sem precedentes da Rússia na última eleição presidencial americana. A dúvida é se o esforço foi coordenado com a campanha de Trump. Pelo menos 14 assessores de Trump mantiveram contatos com russos.
Em entrevista no sábado à Fox News, o canal de notícias que apoia seu governo, Trump negou a intenção de esconder qualquer detalhe das reuniões. Quando a entrevista perguntou se alguma vez ele havia trabalhado para a Rússia, o presidente respondeu que "penso que esta é a coisa mais insultante que já me foi perguntada".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário