O candidato da oposição à Presidência da Nigéria, Atiku Abubakar, reafirmou ontem a intenção da privatizar a Companhia Nacional de Petróleo Nigeriana (NNPC), noticiou a agência de notícias econômicas Bloomberg. Sua proposta é cortar os gastos públicos para estimular o investimento estrangeiro e a geração de empregos.
A corrupção sistêmica é uma praga da Nigéria e do rico setor de petróleo há décadas. A privatização pode provocar uma onda de protestos e greves dos trabalhadores de petróleo e gás, além de reiniciar a violência política na região do Delta do Rio Níger, onde grupos guerrilheiros lutam sob o pretexto de conseguir uma distribuição mais justa da renda do setor.
Na eleição presidencial de 16 de fevereiro, Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP), vai desafiar o presidente Muhammadu Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC). Desde a redemocratização do país, o PDP ganhou todas as eleições de 1999 a 2011, perdendo apenas em 2015. O presidente cumpre um mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição.
Maior produtora de petróleo da África, com cerca de 2 milhões de barris por dia, a Nigéria sofreu com a forte queda nos preços do petróleo desde junho de 2014, quando a cotação do barril estava em torno de US$ 110. Entrou em recessão em 2016, mas se recuperou e fechou o ano passado em alta de 2,1%. O petróleo é responsável por dois terços da arrecadação do governo.
Trigésima economia do mundo, a Nigéria superou a África do Sul em 2014 e se tornou a maior economia da África. Como tem população quase quatro vezes maior, que deve chegar a 200 milhões de habitantes em 2019, a renda média sul-africana é duas vezes maior.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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