quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ataque suicida reivindicado pelo Estado Islâmico mata 15 pessoas na Síria

Pelo menos 19 pessoas morreram, inclusive quatro soldados dos Estados Unidos, num atentado terrorista suicida na cidade de Manbij, o Norte da Síria, semanas depois que o presidente Donald Trump ordenou uma retirada dos 2 mil soldados americanos do país. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do ataque, noticiou o jornal The New York Times.

O alvo foi um restaurante frequentado por soldados americanos quando patrulham a área. Depois da explosão, vários americanos foram retirados do local de helicóptero. O quartel-general dos EUA para a guerra contra o Estado Islâmico, com sede em Bagdá, a capital do Iraque, declarou que o atentado ocorreu quando as tropas patrulhavam a área. Não divulgou o número de americanos mortos ou feridos.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o presidente recebeu um relato sobre a tragédia. O vice-presidente Mike Pence afirmou que a retirada será mantida, mas os EUA "vão continuar na luta para garantir que o EI não erga sua face horrenda de novo".

Manbij esteve sob o controle de diferentes grupos desde o início da guerra civil na Síria, em 2011. Em meados de 2016, foi tomada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda que foi a força terrestre aliada aos EUA na guerra contra o Estado Islâmica.

A retirada americana "em 30 dias", anunciada em dezembro por Trump, ameaça deixar as FDS desprotegidas diante do Exército da Turquia, que acusa os curdos de terrorismo. Eles já pediram proteção ao ditador sírio, Bachar Assad, o que aumentaria a influência de inimigos dos EUA como a Rússia e do Irã na Síria. Por este motivo, o general James Mattis deixou a chefia do Departamento da Defesa.

Na semana passada, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, falou numa retirada mais lenta, que deve deixar soldados dos EUA na região por meses, talvez anos.

"A batalha contra o EI está longe de acabar", observou Charles Lister, especialista em terrorismo do Middle East Institute e autor de livros sobre o grupo. "Não só os EUA e aliados continuam engajados na guerra aberta contra o EI no Leste da Síria, mas há sinais claros há meses de que o EI mantém a capacidade de realizar pequenos ataques guerrilheiros como o de hoje."

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