quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Extrema direita apoia governo regional da Andaluzia

O partido Vox, ultranacionalista, eurocético e anti-imigrantes, anunciou hoje apoio ao novo governo conservador da região da Andaluzia, na Espanha, formado pelo Partido Popular e os Cidadãos, que precisa ser confirmado pela assembleia regional na próxima semana.

Mesmo ficando em quinto lugar nas eleições regionais de 2 de dezembro de 2018, Vox entrou pela primeira vez na assembleia regional andaluza e se tornou o fiel da balança por causa da fragmentação do sistema político espanhol depois da crise econômica de 2011.

Mas depois de fazer um acordo de 37 pontos com o PP para endossar a candidatura de seu líder, Juan Manuel Moreno, Vox entrou em atrito come Cidadãos, e acusou seu líder nacional, Albert Rivera, de "manobrar para diluir" a proposta de criação de uma Secretaria da Família.

Pela manhã, o líder regional dos Cidadãos, Juan Marín, declarou que, "em nosso pacto programático, não se contempla uma Secretaria da Família independente", respondendo a Javier Ortega, secretário do Vox.

"Cidadãos quer integrar esta pasta em Igualdade. Isso é não entender das coisas nem do jogo democrático. A prepotência de Cidadãos não cabe no jogo democrático", protestou Ortega. A criação da Secretaria de Políticas Sociais, Igualdade, Conciliação e Família é uma proposta dos Cidadãos.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi o mais votado, mas perdeu a maioria necessária para governar a Andaluzia. Mesmo numa aliança com a Esquerda Unida, não teria o controle do parlamento. A ex-governadora socialista, Susana Díaz, será líder da oposição.

A ultradireita não vai participar do governo andaluz, mas seu apoio será decisivo para aprovar o novo governo regional direitista. Com a fragmentação política do país, Vox pode integrar um governo conservador nacional depois das próximas eleições gerais, podem ser antecipadas porque o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez lidera um governo de minoria.

A ascensão do Vox é resultado da crise econômica, da onda migratória no Mar Mediterrâneo, que no ano passado chegou mais à Espanha, e do movimento pela independência da Catalunha. Seu programa defende o fim das autonomias regionais e o fortalecimento do governo central, em Madri.

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