quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Curdos voltam a patrulhar cidade de Kirkuk

Em um sinal de alívio da tensão, o governo federal do Iraque e a região semiautônoma do Curdistão chegaram a um acordo para que os curdos voltem a patrulhar a cidade de Kirkuk, substituindo as Forças de Mobilização Popular Xiitas, noticiou a companhia jornalística Rudaw, ligada ao Partido Democrático do Curdistão (KDP).

O policiamento ficará a carga de peshmerga, os guerreiros curdos, ligados ao KDP. A notícia foi confirmada pela União Patriótica do Curdistão (PUK), o outro grande partido da região curda iraquiana. Mas não pela milícia xiita nem por Bagdá.

De qualquer maneira, há um entendimento entre o governo central e o governo regional curdo, com capital em Arbil. Isso pode levar a acordos em outros setores, como produção de energia, cooperação na guerra contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e conflitos territoriais.

Hoje, os moradores curdos de Kirkuk veem a presença da milícia xiita como um sinal da influência indesejada xiita e iraniana sobre sua comunidade. O governo curdo tenta reassumir o controle político da cidade com a substituição das forças federais pelos peshmerga.

A província de Kirkuk, riquíssima em petróleo, foi anexada as províncias de Bagdá e de Bássora pelo então subsecretário de Estado do Reino Unido para o Oriente Médio, Winston Churchill, depois do fim da Primeira Guerra Mundial, enterrando a promessa de independência do Curdistão.

Agora, é um mosaico das comunidades iraquianas (árabes sunitas, árabes xiitas e curtos). Por este motivo, é uma das regiões mais conflituosas do Iraque, com disputas políticas e militares pelo poder e pelo petróleo.

Em outubro de 2017, o governo central de Bagdá enviou tropas à província em resposta ao plebiscito sobre a independência do Curdistão organizado pelo governo regional, especialmente pelo KDP. Desde então, o KDP foi excluído do Conselho Provincial.

Assim, a volta dos peshmerga do KDP ao patrulhamento das ruas de Kirkuk, se confirmado, marcará uma reconciliação entre os curdos e com as autoridades de Bagdá. A cooperação vai aumentar a estabilidade e a prosperidade do Curdistão iraquiano.

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