domingo, 20 de janeiro de 2019

Tribunal Constitucional do Congo confirma eleição de Tshisekedi

Apesar dos apelos da União Africana para uma recontagem dos votos, o Tribunal Constitucional da República Democrática do Congo confirmou hoje a vitória de Félix Tshisekedi na eleição presidencial de 30 de dezembro. O oposicionista Martin Fayulu se declarou vencedor.

Filho de um ex-líder da oposição, Tshisekedi, de 55 anos, sucede ao presidente Joseph Kabila, que está no poder desde a morte do pai, Laurent Kabila, assassinado em 2001 durante a guerra civil congolesa. A suspeita é que o atual presidente tenha feito um acordo com o eleito para frustrar a eleição da Fayulu.

Uma apuração paralela feita pela Igreja Católica, com fiscais nas seções eleitorais, deu a vitória a Fayulu com cerca de 60% dos votos. Pela contagem oficial da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Tshisekedi venceu com 38,5% dos votos contra 34,8% para Fayulu e 23% para Emmanuel Ramazani Shadary, o candidato governista.

A decisão dos nove juízes não surpreendeu. Eles são considerados aliados de Kabila, que estaria preocupado em manter seus negócios e evitar investigações sobre seu governo.

"Eu me considero o único presidente legítimo da RDC", afirmou Fayulu, acusado Tshisekedi de "total cumplicidade" com um "golpe eleitoral".

Seria a primeira transição pacífica e democrática neste grande país do centro da África desde a independência da Bélgica, em 30 de junho de 1960, com uma história marcada por guerras civis brutais.

A UA suspendeu o envio de uma missão ao Congo, mas a África do Sul reconheceu a decisão da Justiça e apelou "a todas as partes para que respeitem a decisão do Tribunal Constitucional".

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