terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Guatemala expulsa comissão internacional que investigava corrupção

A organização não governamental de combate à corrupção Transparência Internacional condenou hoje "nos termos mais fortes possíveis o presidente Jimmy Morales por expulsar do país a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (Cicig)" e fez um apelo à Corte Suprema guatemalteca para anular a decisão.

Desde 2012, a comissão, patrocinada pelas Nações Unidas, colabora com as autoridades da Guatemala, sendo responsável por vários processos de corrupção do mais alto nível. Seus inquérito levaram à queda do ex-presidente Otto Pérez Molina e da ex-vice-presidente Roxana Baldetti.

Morales, um humorista conservador e evangélico, um Tiritica guatemalteco, se elegeu em outubro de 2015 fazendo campanha contra os políticos e partidos tradicionais. Hoje é investigado. O Ministério da Justiça alegou que a comissão ultrapassou seu mandato em "detrimento" da soberania nacional.

No domingo, o colombiano Yilen Osorio, representante da comissão, foi detido no aeroporto da Cidade da Guatemala e impedido de entrar no país. Depois de forte pressão interna e externa, o governo autorizou sua entrada. Mas, na segunda-feira, Morales rompeu o acordo com a ONU e deu 24 horas para os funcionários da Cicig deixarem o país.

A medida foi considerada inconstitucional e repudiada pelo secretário-geral da ONU, o português António Guterres. O mandato só pode ser encerrado por determinação da ONU. A Transparência e a ONG Ação Cidadã apelaram ontem ao Tribunal Constitucional, que deu amparo aos recursos, noticiou o jornal Prensa Libre.

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